Azul
Um homem sentado em um banco da praça, à direita do banco em
que eu me encontro, olha para o céu. Ele está ali já há algum tempo e eu
procuro algum motivo que o leva a olhar para lá. Não há nuvens nesse momento,
nem pássaros, nem aviões. Só existe o azul que nós dois olhamos.
Será que nós vemos o mesmo azul? Quem me garante que o azul,
o meu azul, o azul que eu conheço não é o meu vermelho para esse homem? Só nós
dois é que sabemos. Ninguém jamais viu o meu azul, nem o azul dele. O meu azul
não pode ser o meu vermelho para ele? Pode ser, e como ele só tem a referência
de azul como o meu vermelho, se maravilha ao olhar para o céu que eu estou
vendo azul, azulzinho, enxergando vermelho, vermelhinho.
Nós nunca vamos saber se estamos enxergando as coisas da mesma maneira, se as formas e as cores são as mesmas, mas o certo que vamos sentindo, vivendo, enxergando como se tudo fosse absolutamente igual para todos. Eu estou satisfeito com as core que vejo, e ele? Talvez o seu azul seja marrom escuro e ele esteja achando tudo maravilhoso. ARGH!
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