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segunda-feira, 16 de janeiro de 2017

Rio 40 graus: como se proteger do Aedes aegypti



Quando a epidemia de Zika eclodiu, em meados de 2015, eu já tentava engravidar há dois anos e meio. Fiquei apavorada, obviamente. Conversei com meu médico na época e ele me disse que, se houvesse alguma certeza de que o surto da doença estaria contido dentro de alguns meses ou até anos, ele me diria para aguardar e reiniciar as tentativas então. Porém, como não havia nenhuma garantia desse tipo, o que me sugeria era continuar tentando e me protegendo.

Desde então, uso repelente diariamente. Já foram tubos e tubos do tal repelente que é indicado para gestantes e crianças e que seria mais eficaz contra o Aedes - o Exposis. Lembro que, em 2015, o repelente dessa marca sumiu das prateleiras e encareceu absurdamente. Rolou até um mercado negro. Dei sorte de sempre conseguir encontrar, garantindo meu estoque e o das amigas grávidas e com filhos - o combinado era que, quem conseguisse encontrar, compraria logo vários.

Em 2016, durante o inverno, dei uma relaxada no uso do repelente, mas já retomei com força total desde que os primeiros dias de calor despontaram no Rio. E minha preocupação é proporcional à elevação do termômetro - que, no caso da cidade onde vivo, não para de subir. Só saio para trabalhar de calça, o que significa chegar pingando no metrô e estar sempre suada, o que é deveras desagradável. Porque tem dias que às 8h da manhã o termômetro já está marcando 42 graus. É tenso.

Calças de tecido fino e menos justas são mais adequadas ao calor. Também uso saias longas e macacões quando possível. E não deixo de passar o repelente de qualquer maneira - até porque não consigo sair de calça e blusa de manga comprida, então preciso proteger os braços também.

Acho que não custa nada relembrar algumas dicas para se proteger do mosquito - que devem ser seguidas não apenas por gestantes, mas também por quem está tentando engravidar. Não à toa, a Anvisa passou a exigir que homens e mulheres façam o exame de Zika antes de serem submetidos a tratamentos de fertilização in vitro.

  • Se o mosquito pode matar, ele não pode nascer.
  • Mantenha-se vigilante quanto à limpeza da sua casa, cuidando para que pratinhos com vasos de plantas, lixeira, baldes, ralos, calhas, garrafas, pneus e, até brinquedos, não sirvam de criadouro para as larvas do mosquito.
  • Mantenha-se vigilante quanto à limpeza do seu bairro. Denuncie o acúmulo de lixo e entulho, ou qualquer recipiente que possa abrigar a larva do mosquito.
  • Utilize telas em janelas e portas, use roupas compridas – calças e blusas – e, se vestir roupas que deixem áreas do corpo expostas, aplique repelente nessas áreas.
  • Fique, preferencialmente, em locais com telas de proteção, mosquiteiros ou outras barreiras disponíveis.
  • Ambientes com ar-condicionado e ventilador tendem a ter menos mosquitos, já que eles preferem ambientes quentes e úmidos.
  • Repelentes devem ser aplicados nas áreas expostas do corpo e por cima da roupa;
  • A reaplicação deve ser realizada de acordo com indicação de cada fabricante.
  • Para aplicação da forma spray no rosto ou em crianças, o ideal é aplicar primeiro na mão e depois espalhar no corpo, lembrando sempre de lavar as mãos com água e sabão depois da aplicação. Aqui tem mais orientações sobre uso de repelente.


No site do Ministério da Saúde tem muitas outras informações, assim como no site da Fiocruz, que publicou um Mitos e Verdades interessante.

Acho também fundamental buscar sempre as fontes oficias de informação e evitar acreditar em tudo que vê na internet ou recebe pelo whatsapp.

Nós já estamos com o pedido para fazer o exame de Zika - e confesso um medinho de dar positivo, ainda mais que há casos em que os sintomas da doença não se manifestam. Vamos fazê-lo mais perto de iniciar o tratamento, já que o exame tem validade de apenas 30 dias. O que nos resta a fazer é nos proteger sempre. 

terça-feira, 23 de fevereiro de 2016

Novos medos

Estou no 24o dia do ciclo. Como meus ciclos têm se mantido regulares, média de 26 dias, devo menstruar na sexta-feira ou no sábado (é o que indica o app). Isso significa que estou a poucos dias de dar início à preparação para mais uma FIV. Na prática, a quarta fertilização que vamos tentar. Porque, embora tenham sido somente duas implantações no ano passado, foram três internações para coleta de óvulos.

E dessa vez será tudo feito em um nova clínica, não sei se os procedimentos serão os mesmos, sequer conheço as instalações, pois a clínica é na Barra e o consultório é em Copacabana. Dessa vez, estou com novos medos, entre eles:


  • Zika. Estou com medo de ter tido zika assintomática há menos de 30 dias, de pegar zika durante o processo, que o Emanuel tenha tido zika, que ele pegue zika, que a zika seja transmissível pelo suor e saliva, que passar repelente de manhã não seja suficiente. Muito medo de zika. Se eu não tivesse baixa reserva ovariana, o médico indicaria adiar o processo por um ou até dois anos. Mas eu não tenho tempo a perder e não há garantia de que a situação estará melhor daqui a seis meses, por exemplo. 
  • A mudança de médico. Foram quase dois anos com o médico e a clínica anteriores. Embora estejamos certos dessa decisão, escolher um novo médico traz muitas inseguranças e incertezas. Será que estamos fazendo a melhor opção? 
  • Vou aguentar mais uma vez? Nem comecei a preparação e a ansiedade já está a mil. Já estou com medo de esquecer uma injeção, tomar uma dose errada, perder alguma data ou errar alguma contagem. 
  • Será que vou ter óvulos? Quão rápido pode estar evoluindo (na verdade, sendo gasta) a minha já baixa reserva? Passaram-se seis meses desde a última FIV. Será tempo suficiente para eu ter ainda menos óvulos do que antes? Me dá muito medo isso, porque dependendo da minha resposta a esse estímulo, pode ser um passo para a necessidade de ovodoação.
  • O negativo, claro. Mas esse é um medo já antigo, que me visita a cada mês nos últimos três anos.