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sexta-feira, 21 de abril de 2023

O sofrimento vegetal

Macaquita entrou na cozinha para preparar o pequeno almoço, cortou uns morangos e quando foi à fruteira tirar uma banana, levou um responso do irmão pois tinha tirado a banana de forma errada. 
-Pegas no cacho, agarras a banana e depois puxas para a direita se a banana estiver do lado direito ou para a esquerda se... - dizia ele muito abespinhado.
-Claro! - digo eu com vontade de desconcertar ainda mais. -As bananas são um vegetal que sofre muito, se não as retirares de forma correcta do cacho.
Ela olhava meio incrédula para ambos e quando começa a cortar a banana às rodelas, eu começo a chiar que nem porco no abate.
-Vês? Isso é uma banana em sofrimento! - e insisto em fazer outros sons de sofrimento enquanto corto pão. -Já ouviste o pão? Também sofre muito.
-Isto é uma casa de gente maluca, eu vivo numa casa de gente maluca!
Pois vives minha querida, pois vives!

domingo, 13 de novembro de 2022

Macaquito a descomplicar

Conversa entre amigos. 
-Então M. porque é que o teu pai vendeu o outro carro? -pergunta macaquito. 
-Oh, isso é uma longa história. 
-Longa? Mas pode ser curta, é só contares muito depressa! 


sexta-feira, 22 de abril de 2022

She has a point...

Já não sei dizer se foi ao almoço ou ao jantar, nem em que dia do fim de semana tão prolongado como o tempo passado à mesa entre tintos, petiscos, amigos e criançada. 
-Mãe, posso deixar este resto? Não consigo comer mais. E estou com gases, tenho de ir para a casa de banho. 
A minha amiga, já com a mão no prato da miuda, olhou para mim com aquele ar de quem vai começar a rir a qualquer momento, uma espécie de premonição por já conhecer bem a "peça".
-Podes, podes, vai lá. Não era necessária tanta informação. - respondo e claro, ela tinha de explicar tuuuudo. 
-Também nem sei porque é que tenho de ir para a casa de banho para dar um pum, mesmo que feches a tampa eles não ficam dentro da sanita! 


quinta-feira, 21 de abril de 2022

Na lotaria da vida, saiu-nos a sorte grande

No carro, a caminho de casa, eu e pai macaco  quase somos abalroados por um rapaz de bicicleta que sai do passeio e se põe à nossa frente, continua na estrada meio doido, a pedalar muito depressa. Abana a cabeça dum lado para o outro no cruzamento mas claramente sem ver nada. Os gestos estranhos, o olhar de soslaio num misto de cara de mau, cara de gozo e um "esta foi por pouco", a cabeça a rodar para todo lado sem olhar para lado nenhum, deu-nos vontade de rir. 
-Lembras-te há uns anos, quando dizíamos "não gozes, podes ter um filho assim!"? - digo eu. 
-Já tenho! - respondeu e rimo-nos os dois. 



terça-feira, 4 de janeiro de 2022

Três palermas à conversa

Limpo desenfreadamente o vidro da lareira na pressa de a acender visto que a descida das temperaturas já se faz sentir em casa. Macaquita está sentada na secretária em frente ao portátil e macaquito vê televisão com o som demasiado alto. Apercebo-me que conversam mas não ligo ao que dizem até que macaquita arremessa em forma de grito:
-És mesmo burro!
-Ei! Então, sabes bem que não gosto disso.
- digo eu. 
-Mas mãe, ele não está a perceber nada e só diz asneiras. Eu estava a explicar que vai passar um cometa ou asteróide ou sei lá...
-Meteoro?
-Isso! Vai passar aqui no planeta Terra e é do tamanho de um autocarro... 
-Aqui no planeta Terra?
- atiro eu com ar de gozo. 
-Oh! Lá no espaço mas à volta da Terra... Tu sabes... E ele pergunta "Vai passar em (nossa cidade)? ". Isso é burrice!
-Se calhar ele queria apanhá-lo. - neste momento, macaquito, que se tinha mantido impávido, esboça um sorriso. 
-Hã?! O quê, mãe? - diz completamente baralhada. 
-O autocarro! 

sexta-feira, 17 de dezembro de 2021

Cá se fazem, cá se pagam.

Hora de almoço costumeira, fazer piscinas entre o prato e a escola de macaquitos para conseguir almoçar, dar almoços, deixar na escola de novo e chegar a horas ao trabalho. Paro o carro numa rua paralela à escola deles e apresso o passo até à esquina frente ao portão para que me vejam e se despachem. Ao chegar à ponta do passeio, aguardo que passe um carro antes de atravessar, a condutora que me conhece faz-me sinal para passar, dou um passo enquanto agradeço a gentileza através de um aceno com a mão, nesse instante a biqueira da bota bate levemente no empedrado e dou uma queda monumental. Aquele segundo no ar em que percebo que não tenho hipótese, já estou a pensar em calão. Aterro no meio da estrada em frente ao carro, além da mão esquerda, são os joelhos que embatem ferozmente no alcatrão, digo asneiras baixinho. O reflexo inicial, pelo menos na minha cabeça, é fazer que nem anjo da Victoria Secrets, seguir linda e esplendorosa na passerelle, tudo o que consigo é sentar-me! As dores excruciantes toldam-me os movimentos e só me apetece chorar. A condutora que parou para eu passar, aparece com um ar aflito, não consigo descortinar se era preocupação ou se mordia a língua para não se rir da pessoa que, tal Luis de Matos, se esfumou na sua frente. Do outro lado da rua vem outra senhora que também apreciou a cena, visivelmente atrapalhada pergunta-me se preciso de ajuda. Respondo que sim, que me ajudem a levantar que não sou capaz, seguram-me os braços como se tivesse 90 anos (era assim que me sentia, ok?!) e ajudam-me a voltar ao passeio. Perguntam-me se quero uma ambulância, respondo que não, que só preciso de uns minutos para me recompor, se bem que a minha dignidade demorará bem mais que isso. Entretanto, formou-se um engarrafamento porque a rua, de dois sentidos, tem sempre carros estacionados no sentido contrário ao da senhora que parou. Digo-lhe que pode seguir, que estou bem mas no fundo só estava a dispensar o público que observava a cena como se se tratasse de um acidente na autoestrada. Atravesso finalmente a estrada, com as calças rotas e sujas de sangue e peço aos miúdos que não me apressem pois disfarço dolorosamente a vontade de coxear. Perguntam-me o que aconteceu, conto resumidamente e oiço de macaquito a resposta que merecia ouvir há muitos anos:

- A sério mãe, rompeste as calças? 


sexta-feira, 17 de setembro de 2021

Makes me sense to write it in English!

At bedtime, as usual:

-I'm pretty sure that the queen of England has a TikTok account and I am gonna find it. 

-The old Lady? And what does she do at TikTok? - I asked. 

-Crazy, little dances! - she replied. 

After this, we laughed our lungs out. 

quinta-feira, 21 de janeiro de 2021

Perguntas...

Num intervalo publicitário qualquer passa aquele anúncio de comprimidos para a líbido.
-Mãe, não percebo, se o carro está com problemas e depois aparecem comprimidos, não tem lógica nenhuma. - diz macaquita confusa. 
-Então, são comprimidos para o carro, há carros que precisam de comprimidos para trabalhar- disse-lhe sem conseguir evitar o riso.
-Não é nada, estás-te a rir.
-Acho que é melhor perguntares ao pai, ele explica-te melhor que eu. -continuei.
-O pai não explica nada, vá lá, tu estás a rir, tu sabes. - replica ela.
-Já te disse que tens de perguntar ao pai, ele sabe explicar melhor. - disse eu, sabendo que o pai tem menos à vontade mas queria ver a reação dele, no fim seria eu a ter de explicar. Entre algumas hesitações lá foi perguntar ao pai. Apareceu passado um bocado, pela cara e resposta dela tenho a certeza que teve a explicação correta e completa.
-Se soubesse não tinha perguntado. "Ca" nojo!

terça-feira, 4 de agosto de 2020

Não era com vinagre que se apanhavam moscas?

Almoço no telheiro, podíamos ser só os três mas não, tinha de aparecer uma daquelas pequenas moscas, insuportáveis, profundamente irritantes que nos fazem estar a esbracejar a refeição inteira. Macaquito queixa-se que a minha artimanha das moscas não funciona, macaquita sai em minha defesa dizendo que quando grelhamos peixe é bem pior, eu digo-lhes que parem de sacudir as orelhas para os irritar ainda mais. A dada altura macaquita grita histericamente:
- SAI DAQUI, PARVA! 
- Então, que é isso? - pergunto meio aborrecida, meio surda com aquele grito.
- Ora, é para a mosca ficar magoada. Se lhe chamar parva ela fica sentida e vai chorar para longe! 
Fico sempre a pensar se ela acredita mesmo nos disparates que diz, é que os olhos dela dizem que sim, aquele ar angelical e crédulo não pode ser apenas um disfarce para evitar um raspanete. Pode?! 

quarta-feira, 27 de maio de 2020

Um acidente, vários traumas

Foi num destes dias em que lhes dei um voto de confiança e entre mil trezentas e cinquenta e sete recomendações lá os deixei ir andar um pouco de bicicleta sem supervisão. Passados nem 15 minutos, estavam de volta, de sapatos na mão macaquita diz preocupada:
- Não te zangues com o mano mas ele caiu. Conta lá à mãe. - diz ela olhando para ele, antevejo o disparate antes dele começar a falar.
- Mãe, eu caí a descer o passeio e bati no carro do vizinho. - murmura entre soluços.
- Calma, não vale a pena chorar, tudo se resolve. Estragaste muito?
- Um bocadinho mas foi sem querer.
- Anda lá comigo para me dizeres que carro foi.
Saímos juntos, ele chorava e pedia desculpa e eu tentava acalmá-lo dizendo que não era o fim do mundo. Chegados à rua, ele lá mostrou o carro e a marca da borracha na pintura, eu não fazia ideia de quem poderia ser o carro mas ele lá me diz que é o carro do vizinho FGTSE, marido da vizinha JGED que moram no nº XPTO e têm uma cadela chamada KJGVB, continuo a ficar impressionada com o facto dele conhecer todos os vizinhos pelo nome, morada e matrículas dos carros e acreditem, não são poucos. Tocámos à porta, explicámos o sucedido e o senhor veio ter connosco.
- Macaquito, não te preocupes, isto não é nada, sai com um polish mas fico muito contente que tenhas dito o que aconteceu, outro qualquer ia embora e não dizia nada. - isto não o sossegou, continuava a chorar e a pedir desculpa entre soluços, eu dizia que não fazia mal e o vizinho para tentar acalmar a situação, refere que é o carro do banco que não há problema nenhum.
- Do banco? DO BANCO?! Ai agora que vai ser despedido por minha causa.... Eu assumo tudo, eu vou lá falar com o seu chefe e pedir desculpa. Mas o que é que fui fazer? Mãe, tu não estás a perceber, o vizinho vai ser DES-PE-DI-DO! - chorava convulsivamente e eu e o pobre homem tentávamos acalmá-lo mas ao mesmo tempo ríamos um para o outro, era impossível não achar piada a toda aquela aflição, depois de vários abraços meus e muita paciência do vizinho lá voltámos para casa.
Passado algum tempo, ele continuava triste e choramingas, coisa que não é habitual, consegue desligar dos problemas com alguma facilidade mesmo que depois volte a eles em momentos posteriores e repetindo tudo o que aconteceu. Estranhando, perguntei:
- O que se passa agora? Continuas a chorar...
- Sabes mãe, eu magoei-me... nos tintins. - a irmã confirmou e eu perguntei se era muito, ele disse que não era nada, não me convenceu mas como não respondia a nada, acabei por não ligar mais.
A meio do jantar pediu para se levantar, dois minutos depois:
- MÃEEEEEEEEEEEEEEEEEEE! - dou um salto da cadeira e corro para a casa de banho, chorava de novo.
- Tens de ver isto.... tenho uma ferida.... e sangue, aiiiiiiiiiii. Dóiiiiiiii! - sentado na sanita e sem qualquer pudor mostra-me todo o material de pernas escancaradas. Eu olho para aquilo e sem saber o que fazer chamo pai macaco.
- O que se passa? - pergunta ele.
- Tu tens de olhar para aquilo, vê lá se é grave. - e o puto lá continuava de perna aberta.
- Eu tenho de olhar? Eu sei lá se é grave.
- Oh pá, eu não percebo nada de tintins. Tu olha lá para aquilo e diz-me se é normal, tem lá uma ferida e um alto. Tu é que podes saber se é grave, tu é que tens testículos, hás de saber melhor que eu.  - macaquito já se ria, parecíamos dois malucos a discutir testículos. O pai lá lhe deu umas indicações e eu acabei a tratar a ferida com macaquito a rir-se de toda a parvoíce.
Durante dois dias, a frase que mais usou, foi:
- Se calhar é melhor vires ver os meus testículos, para ver se está tudo bem...  - e depois ria-se disfarçadamente mas não o suficiente que eu não conseguisse topar.






segunda-feira, 20 de janeiro de 2020

Não há nada que não lhe aconteça

Macaquito foi com o pai ver o avô ao lar. Passado algum tempo, recebo isto:


Não panicou, falámos tranquilamente por vídeo-chamada até chegar o carpinteiro e a única preocupação dele era eu estar a rir-me da situação. 

domingo, 5 de janeiro de 2020

Até podia fazer sentido

-Ó mãe, quando os bebés nascem a barriga fica logo normal ou continuas gorda? - pergunta Macaquita.
-Demora uns dias a ir ao sítio, claro que fica mais pequena mas não é só o bebé que ocupa a barriga...
-Sim, eu sei. - interrompe ela - Há aquilo do tubo da Nestlé.
-Tubo da Nestlé????
-Sim, o tubo do cacau ou lá como se chama.
-Cordão umbilical! - nesta altura eu já não conseguia parar de rir.
-Pois, cordão umbilical. Sou mesmo parva, eu sei, mas quando falas nisso só me lembro de papas. 

segunda-feira, 11 de novembro de 2019

Logo ela que é apaixonada por Londres e a rainha de Inglaterra

Hoje estudámos inglês para o teste de amanhã. Estava tudo bem sabido, à excepção do verbo Ser, onde havia uma pequena confusão. 
Depois de jantar, enquanto me metia com ele e regateavamos a hora de ir para a cama, digo-lhe que pode ficar mais 5 minutos, na condição de me dizer corretamente o verbo To Be.
Ele ria-se e reclamava em jeito de brincadeira.
-Vá, mais 5 minutos mas tens de cantar o verbo To Be.
Do outro lado da sala, Macaquita intervém. 
-Oh, é fácil. Eu tubi, tu tubis, ele tubi...

sexta-feira, 18 de outubro de 2019

Um dia vou lá assistir

Macaquito odeia as aulas de formação musical, tem de escrever e nas palavras dele "o professor não é divertido, nem diz piadas..."
Contaram-me, entre outras, que numa aula destas o professor o mandou fazer uma leitura duma partitura.
- Eu faço a leitura mas tem de ser em homenagem à minha irmã Macaquita.
- Vá meninos, uma salva de palmas para a irmã do Macaquito. - pede o professor a todos os outros.
Não sei se o professor é divertido ou não mas lá paciente é com certeza. 

domingo, 18 de agosto de 2019

Duas luzes brancas


Entre muitas outras obsessões macaquito mais recentemente criou uma fixação por mapas e luzes de marcha atrás, controla todos os carros para perceber se têm uma ou duas luzes brancas quando alguém faz uma manobra, atribuindo suficiente ou muito bom consoante o número de luzes brancas.
Fomos à estação de comboios buscar uma pessoa, macaquito esperava ansiosamente a chegada do comboio que trazia um atraso de mais de 10 minutos, depois de controlar cada volta do ponteiro dos segundos e de ouvir a gravação que anunciava a chegada do comboio na linha número um, fixou os olhos na linha até ver a composição.
-Olha mãe, vem ali... Está a chegar! - gritava de entusiasmo. - Não acreditooooo! Mãe, mãe, o comboio vem em marcha atrás e tem MUITO BOM!!! 

quarta-feira, 15 de maio de 2019

Onde está... o Zé?

Hoje lembrei-me desta história no caminho para o trabalho e ri-me tanto como quando aconteceu.
Tinha macaquito aí uns 4 anos e meio e durante umas boas semanas falava muito num "Zé" que às vezes era "José" e outras "Senhor Zé". Ninguém sabia quem era o Zé, ele não conseguia explicar mas o pormenor da coisa é que o "Zé" vinha cá a casa muitas vezes. Quando? Querem saber quando?
-Quando a mamã vai tomar banho!!
A dada altura comecei a ficar atrapalhada com esta conversa, tentei indagar, tentei que me explicasse de todas as maneiras e mais algumas mas não conseguia perceber. Até que um dia, descobri quem era o "Zé".
-Olha mamã, o Zé!
O Zé era, naturalmente, o José Rodrigues dos Santos que apresentava o telejornal, programa preferido de macaquito na altura, ali estava ele... todos os dias...na minha cozinha... não no chuveiro.

sexta-feira, 26 de abril de 2019

Um dia deixo de o levar à rua

Fui beber um café e levei macaquito, sentei-me na esplanada e ele entrou para se meter com o dono do estabelecimento. Após uma catrefada de disparates que eu ouvia-a perfeitamente de onde me encontrava, apercebe-se que ainda não meteu conversa com um dos senhores presentes, apesar de não o conhecer.
-Bom dia cavalheiro, então como está o meu caro amigo? - pergunta no seu tom mais formal.
-Bom dia, olha, mais ou menos, estou mais ou menos. - responde-lhe o interpelado.
-Então, o que se passa? A sua esposa não o faz feliz? 

domingo, 17 de março de 2019

Melhor padrinho de sempre

No meu trabalho tínhamos três coelhos anões que, por serem duas fêmeas e um macho e por se reproduzirem que nem coelhos, já vão em treze. Tenho o hábito de tirar fotos e fazer vídeos dos nossos animais para mostrar aos miúdos e o resultado foi que macaquita se apaixonou por um dos coelhinhos da última ninhada e está farta de me pedir que o traga para casa.
Hoje ao deitar, estava na palhaçada com macaquito e veio à baila a história do coelhinho cinzento que a irmã tanto quer, e perguntei-lhe o que lhe havíamos de chamar:
-Huuummm, já sei! Ventoinha?! Não espera... Hélice!
-Hélice?- pergunto eu.
-Sim, o melhor na amigo da Alice é um coelho!
Portanto se algum dia convencermos o pai a trazer um coelho cá para casa, chamar-se-á Hélice in Wonderland.

quinta-feira, 6 de dezembro de 2018

Juro que o tento educar melhor...

Enquanto arrumava o meu quarto percebi que macaquitos se desentendiam na sala, a forma de resolver os problemas entre eles é desviar o foco do assunto que, a maioria das vezes, é tão complicado como decidir qual o canal de desenhos animados que cada um quer ver.  Opto quase sempre para chamar apenas um e desviar a atenção do não assunto.
-Macaquito, chega aqui à mamã. - chamo do quarto.
-Sim mãe?!
-Ajuda-me aqui a fazer a cama para eu me despachar mais depressa.
-Ok, vou aqui para o lado do papá. - começou a puxar o lençol mas puxa sempre na direcção dele próprio e não da cabeceira da cama. Dei a volta e ajudei a consertar o lençol e o edredão, ficou apenas a dobra do lençol por fazer, voltei ao meu lado e dobrei pedindo-lhe que fizesse o mesmo mas puxou tanto a dobra que desmanchou quase tudo.
-Macaquito, que trapalhada. Eu não acredito que um rapaz com 11 anos ainda não sabe fazer a cama. - digo-lhe em tom de brincadeira.
-Não te preocupes com isso, quando eu crescer vou arranjar uma namorada e será ela a fazer a cama!