Andar por Santa Cruz, em fins de tarde de Setembro, quase requer respiração assistida. Sufocamos de beleza. Ainda ontem... E eu só queria ver, VER, sentir a luz da tarde a brincar com as nuvens e o mar. Juro que não queria tirar fotografias. Olhar apenas. Porque isso é tudo, deve ser tudo, deveria bastar. Depois a noite cerraria cortinas e o que ficasse na memória dos olhos.
Não resisti. Sim, quantas vezes já olhei aquele penedo? Mas as ondas... as ondas nunca são iguais...Nem o sol a despedir-se das nuvens...
E de novo a memória de Kazuo Dan, o poeta que veio do Japão para dizer que nunca tinha visto poentes tão belos como aqui:
"Belo sol poente!
Ah! Pudesse eu ir buscar-te
Lá, ao fim do mar!"
Fotos © Méon