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sábado, 7 de julho de 2018

Viagens - crónicas radiofónicas

Foto by Aníbal C. Pires






Do arquivo das crónicas radiofónicas na 105FM

Hoje fica o texto da crónica emitida a 14 de Abril de 2018 que pode ser ouvida aqui







Viagens
À semelhança da passada semana trago-lhe de novo, velhas palavras.
Não que faltem temas da atualidade regional, nacional e internacional sobre os quais tenho alguma reflexão feita e opinião própria. Mas os cenários, em particular, o panorama internacional é tão complexo, preocupante e enquistado de manipulação, como não tenho lembrança.
Assim proponho-lhe que fique com estas palavras escritas em 2009. Trata-se de uma viagem de avião entre o Faial e S. Miguel com escala na ilha Terceira.

Foto by Aníbal C. Pires
Jornada pelo céu das ilhas
Naquela manhã de sol apenas ponteavam algumas nuvens no celeste azul que a vista alcançava. O mar e a terra refulgiam em matizes de cerúleo que a transparência e a tranquilidade dos elementos exaltavam.
Logo após a descolagem no aeroporto do Faial percebi que a rota para a Terceira me iria proporcionar uma visão renovada da montanha do Pico. Íamos pelo Sul.
As caldeirinhas por detrás do Monte da Guia, a cidade da Horta escalando pelo anfiteatro natural que lhe está sobranceiro e a abriga dos ventos de Oeste passaram rapidamente. Em poucos minutos ganhamos altitude e atravessamos o canal.
Sobrevoamos a ilha maior. Ao longe os ilhéus da Madalena. A Candelária vai ficando atrás e a majestosa montanha aproxima-se, a suavidade dos pastos e a monumental paisagem da vinha dá lugar à encosta íngreme e negra. Bem no topo do vulcão adormecido, um planalto de onde emerge um pequeno cone que remata o recorte da montanha do Pico, qual pináculo de uma catedral. Para minha surpresa e agrado a aeronave roda para a esquerda e proporciona uma visão diferente da montanha e, numa suave diagonal aproximamo-nos de S. Jorge.


Foto by Aníbal C. Pires
A visão desfruta a magnífica paisagem da costa Sul da ilha de Francisco Lacerda, desde os Rosais à Calheta, para logo dar lugar à não menos excelsa costa Norte onde pontificam a Caldeira do Santo Cristo e a Fajã dos Cubres. Mais além… para Norte, recortada no horizonte, a Graciosa.
Na jornada para Oriente espera-nos uma breve escala na ilha de Jesus Cristo. A escolha de navegação é, uma vez mais, pelo Sul, passamos ao largo de S. Mateus e de Angra. Para lá do ilhéu da Cabras estendo a vista para Norte e descortino o porto oceânico da Praia da Vitória e o casario da urbe que viu nascer Nemésio que, na aproximação ao aeroporto das Lajes, iremos sobrevoar.
Saímos rumo ao aeroporto João Paulo II passados que foram os habituais 20 minutos de escala. O que seria apenas mais uma viagem entre a Terceira e a ilha do Arcanjo e um olhar repetido, mas sempre desejado, sobre a costa Sul de S. Miguel, dos Mosteiros a Ponta Delgada, não aconteceu. O voo cruzou os céus da ilha sobre o maciço das Sete Cidades dando a ver aos viajantes a majestade das lagoas que, num tempo não muito distante, já foram de azul e verde.
Ponta Delgada, 17 de Maio de 2009
Fique bem.
Volto no próximo sábado.

Aníbal C. Pires, Ponta Delgada, 14 de Abril de 2018

segunda-feira, 21 de dezembro de 2015

viagens

Foto - Aníbal C. Pires





Fragmento de um texto de 2008. Viagem marítima (Corvo/Flores) na lancha "Estrela"







"(...) o dia estava cinzento e, ao que sempre ouvi dizer, naquele profundo canal de águas escuras a vaga parece que nunca mais acaba.
A viagem demorou cerca de 55 mn. O mar não estava mau mas… sentei-me à popa com as duas mãos a procurar a segurança do banco e de um apoio na amurada de estibordo. Nem a água que a quilha da “Estrela” a momentos atirava no ar e vinha cair aos salpicos sobre mim me fizeram levantar, nem desgrudar as mãos do amparo a que me tinha estribado logo no início da viagem.
Ao aproximarmo-nos das Flores a vaga modificou-se pela “abrigada” de terra e aí levantei-me para entrar no Porto das Poças, em Santa Cruz das Flores, com pose de grande marinheiro. (...)

segunda-feira, 17 de junho de 2013

Notas de viagem

Viagens (*)

Pairo sobre o estuário
Procuro sinais das musas
Onde andais, ninfas do Tejo
Onde estais Tágides que vos quero minhas
Receosas despontam, insinuam-se 
No espelho azul de água
Na proa de uma falua
No voo de uma gaivota
No casario que se espraia pelas colinas
Mas não passam além do Bugio
Habitam o Tejo
Amam Lisboa

Sigo o Sol 
No bojo dum metálico milhafre azul
Vou para Ocidente
Para trás, a cidade, o rio e as ninfas refugiam-se na luz do crepúsculo
Sulco os céus do Atlântico
Carrego a saudade
E amores apartados
Amores divididos entre partidas e chegadas

Abeiro-me do meu destino
Avisto a minha ilha na vastidão Atlântica
Ao longe a cidade cinzenta
Recortada por gradientes de verde
Moldada por vulcões e terramotos
Conformada pela vontade dos Homens

Desce à procura do poiso
Encontra o ninho do milhafre
Envolvido por espessas neblinas
A instantes vê o sinal que indica o trilho seguro
A instantes a densa bruma o encobre

A névoa ofusca a visão
Usa os olhos da audácia
No momento da decisão clareou o caminho
E a mestria dos navegadores dos céus
Pousou segura e suavemente o metálico milhafre azul
Acariciado pela densa bruma
Rolou até ao abrigo, imobilizou-se
Abriu o bojo
De lá brotaram mulheres e homens 
Traziam estampado no rosto a alegria da chegada, e respeito
E afeição pelas mulheres e homens que, em terra e no ar
Unem este povo disperso pelas ilhas, 
Disperso pelo Mundo

Horta, 16 de Junho de 2013

(*) A propósito do voo S4 129 do dia 15 de Junho de 2013 e dedicado ao Comandante e à sua briosa tripulação.
As condições de visibilidade eram quase nulas, já no solo e de dentro do A320 da SATA Internacional não se avistavam os edifícios que ladeiam a pista do aeroporto de Ponta Delgada.

sábado, 5 de março de 2011

Insularidades (1)

Uma versão instrumental do "regresso do boémio", de Nelson Gonçalves. Podem encontrar aqui a versão original.
As fotos e o texto que dei o nome insularidades são produto meu.



(1) O texto insularidades foi publicado aqui

domingo, 15 de agosto de 2010

Percursos de aprendizagem

Em 2006 durante um projecto educativo que durou dois anos escrevi o texto que podem encontrar aqui para constar de um folheto de divulgação de uma exposição dos alunos do 6.º 8 da EBI Canto da Maia.
Durante a viagem que culminou o projecto escrevi um texto, para o Açoriano Oriental, que não está publicado no "momentos" pois à altura ainda não tinha aderido à blogosfera mas que vou disponibilizar ainda hoje.


Passaram 3 anos sobre esta viagem. Esta actividade foi uma das últimas boas recordações que tenho da Escola, não pela viagem em si mesmo mas por tudo quanto foi feito para que ela fosse possível.
A Graça, a Madalena e as raparigas e rapazes do 6.º 8 da EBI Canto da Maia merecem esta pequena prenda que hoje torno pública.

sábado, 21 de novembro de 2009

No Sul da Macaronésia

Dos céus da Macaronésia(*) em viagem do Sul ficam alguma imagens aéreas.


Cabo Verde, Ilha do Sal, após a descolagem do Aeroporto Internacional Amílcar Cabral, vista para Palmeira.


Cabo Verde, Ilha do Sal, costa Norte, rumo às Canárias.


No sobrevoo da Gran Canária, vista para Tenerife e mais além La Gomera.


Canárias, sobrevoando a Gran Canária.

Canárias, sobrevoando a Gran Canaria rumo a Norte.
(*) Os arquipélagos da Madeira, Açores, Canárias e Cabo Verde constituem esta região dispersa pelo Atlântico Norte que, para além da insularidade, têm em comum algumas características geográficas, geológicas e biológicas que estiveram na origem da sua ‘classificação’, como região da Macaronésia (Ilhas Afortunadas - Nome resultante do grego – makáron => feliz, afortunado; nesoi => ilhas – a designação é atribuída ao geógrafo e botânico inglês, Philip Baker Webb, no século XIX.
A geografia e a biologia ditaram a designação da região da Macaronésia. A construção política, económica e social deste espaço insular atlântico está na agenda dos responsáveis políticos da República de Cabo Verde, dos Governos da Regiões Autónomas dos Açores e Madeira e do Governo da Comunidade Autónoma das Canárias.
A geografia, por um lado, e a história do seu povoamento, por outro, tornaram estas plataformas atlânticas, que constituem as ilhas da Macaronésia, em importantes pontos de chegada e partida de migrantes. A contemporaneidade traz-nos, em tempo real, imagens da importância destas ilhas, nomeadamente as que se localizam a Sul, nas migrações de desespero e dos dramas que lhe estão associadas.

sábado, 10 de outubro de 2009

Dia de reflexão (3)

Contemplar para ajudar à reflexão.


Aspecto de um dos muitos lagos que salpicam a floresta (Kiruna, Suécia, 2006)


Com a luz do sol da meia-noite (Kiruna, Suécia, 2006)

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Marcas do Tempo

Marcas do tempo e dos homens.

Capadócia - Turquia


Capadócia - Turquia


Antalya (Museu) - Turquia



Antalya - Turquia

domingo, 3 de maio de 2009

Turquia - Síntese possível











Ásia Menor

Um imenso território

Subjugado por impérios

Aqui ruíram
Aqui germinaram

Civilizações

Rota de caravanas

Vindas do oriente

De onde vem o Sol

Os gregos assim a baptizaram

Anatólia

História e fronteira de culturas

Miscigenadas

Planícies férteis

Montanhas míticas

Chaminés de fadas

E o mar

Aqui Mediterrâneo

Mas de Marmara,

também Egeu

e Negro

Negro como um véu de mulher

De um povo

Nativo de muitos povos

Uma cultura

Moldada em seculares culturas