25 DE ABRIL. SEMPRE.
LIBERDADE
Ontem
Olhavas e fingias que não vias.
Os órfãos e viúvas de guerras inglórias
O desespero dos emigrantes clandestinos
As terras abandonadas pelo terror da fome
A força sacrifício dos ideais feitos homens
Encerrados e torturados nas prisões do meu país
Acordaste numa manhã de Abril
Espantado
Porque nas nossas mãos
A revolta era cravo rubro
Nas nossas gargantas
O medo era um hino à Liberdade
Nos nossos braços enlaçados
A força da esperança no futuro.
Acordaste...
E como quem muda de camisa
Puseste-te ao nosso lado.
Era o tempo
de fingires ser democrata...
Com a Liberdade por companheira
Entre avanços e recuos
Fomos fazendo a nossa história
Mas como joio insidioso,
Abafando o trigo
Ias minando a caminhada
Encerrando escolas,
Fechando fábricas.
Cortando subsídios
Aumentando o desemprego
Empurrando-nos para a emigração
Aprisionando os nossos sonhos,
No desespero e desencanto.
Fomentavas a descrença
Para desunir o Povo
Podes continuar a tentar.
Tal como a noite tenta todos os dias
apagar o esplendor do sol
Porque hoje
O povo tem mais
Do que o sonho e a esperança
Conhece o sabor da Liberdade
Reconhece o sabor a sal
Das lágrimas
O odor do sangue derramado
Daqueles que por ela, deram a vida.
E não se deixa enganar!
elvira carvalho