domingo, 31 de outubro de 2010

EXPO 2010 - Pavilhão de Portugal


O arquitecto português Carlos Couto disse hoje à agência Lusa sentir-se "satisfeito e honrado" com o prémio de design e arquitectura atribuído hoje, em Xangai, ao pavilhão de Portugal na Expo 2010 pelo Bureau International des Exhibitions (BIE).
Portugal foi distinguido entre os 42 pavilhões alugados do certame, enquanto nos 40 pavilhões construídos de raiz pelos participantes ganharam o Reino Unido (mais de 4000 metros quadrados) e a Finlândia (entre 2000 e 4000 metros quadrados).
Trata-se de um prémio que avalia a fachada e decoração exterior do pavilhão, o desenho arquitectónico, as técnicas de construção usadas e a sua relação com o tema da Expo2010, "Better City, Better Life" (Melhor Cidade, Melhor Qualidade).
Portugal ficou em primeiro lugar no grupo que reunia os países com pavilhões construídos pelos organizadores e depois alugados ou construídos pelos participantes mas com áreas inferiores a 2000 metros quadrados.
"É um prazer receber este prémio. Representa um reconhecimento, e sobretudo é importante pelo material utilizado na construção do pavilhão, que tem muito a ver com Portugal", comentou o arquitecto sobre o edifício inteiramente revestido de cortiça.
Carlos Couto - que liderou uma equipa de 12 pessoas, quase a totalidade do próprio atelier - disse ainda que este foi o projecto que mais prazer lhe deu nos últimos 20 anos.
"É raro ter a possibilidade de fazer um pavilhão neste género, e, por outro lado, é fabuloso o número de visitantes que esta Expo teve. Tem a ver com o facto de ter decorrido na China", avaliou, referindo-se ao facto de o certame, que encerra domingo, ter recebido mais de 72 milhões de visitantes.
Desde a abertura do certame, a 1 de Maio, o pavilhão de Portugal foi visitado por quase cinco milhões de pessoas, um recorde na história da participação portuguesa em exposições universais.
O arquitecto salientou ainda que a escolha da cortiça "foi uma boa aposta para divulgar este material pouco conhecido na região".
A cortiça suscitou grande curiosidade sobretudo nos visitantes chineses, que tocavam e cheiravam o material e chegavam a retirar pedaços de cortiça dos painéis que revestiam o pavilhão, indicou Carlos Couto.
"Tivemos que substituir painéis várias vezes por estarem tão desgastados. Chegou-se a um ponto que desistimos de o fazer", observou.
A Expo 2010 foi a maior exposição universal de sempre, com mais de 240 países e organizações internacionais, e também a mais concorrida.
O anterior recorde de afluência (64 milhões) durava desde a Expo de Osaka, em 1970.
in, Público, 31/10/2010

terça-feira, 26 de outubro de 2010

Noite sangrenta


Noite Sangrenta é o último dos projectos de ficção da RTP para assinalar o centenário da implantação da República. Mas é também um episódio quase desconhecido da história portuguesa. E os intervenientes da minissérie são disso exemplo. "De toda a equipa só uma pessoa, que tinha 80 anos e veio fazer uma figuração especial, é que sabia o que era a Noite Sangrenta", resume o argumentista Tiago Rodrigues, assumindo que ele próprio desconhecia este acontecimento até começar a investigar.
Os actores Isabel Abreu, Gonçalo Waddington e Nuno Lopes, protagonistas da história, também admitem que nunca haviam ouvido falar deste episódio. "Inicialmente achei que era um problema meu, que não tinha estudado bem a história. Depois, percebi que não. Provavelmente, 90% dos portugueses não sabem o que é a Noite Sangrenta", comenta a actriz, que interpreta Berta da Maia, a personagem central do projecto, a mulher que leva a cabo uma investigação por conta própria para descobrir o mandante do assassínio do marido, Carlos da Maia, e de outros heróis da República na noite de 19 de Outubro de 1921.
"É uma mulher à frente do seu tempo. É alguém que vai contra tudo e contra todos, é uma mulher muito à frente", analisa Isabel Abreu, que se surpreendeu quando leu o livro que Berta da Maia escreveu. "Tem ali um tom que se deve à época e à posição da mulher na época", explica, realçando o contraste dessa autocomiseração com a força desta mulher. "Acho que o que ela fez e o que ela era não é aquilo que ela escreve", sublinha.
Apesar disso, o livro foi, segundo Tiago Rodrigues, silenciado. "A segunda edição foi tirada de circulação, já o marechal Carmona era presidente da República. Ele que fora o procurador do caso e que parece ter feito uma investigação forte", lembra o argumentista, que também faz uma participação como actor no papel de Fernando da Maia, o cunhado de Berta da Maia, o homem que a acompanha apesar de achar que "nada daquilo vale a pena".
Gonçalo Waddington interpreta Abel Olímpio, o marinheiro chefe da milícia que é julgado pelo crime, mas que se recusa sempre a divulgar o nome dos mandantes.
As cenas foram gravadas no tribunal militar do Campo de Santa Clara, em Lisboa, local exacto onde ocorreram os acontecimentos há 89 anos. "Encontraram-se fotos e ele era ainda mais magro do que eu", sorri Gonçalo, mostrando o dente de ouro que colocou para compor o personagem.
Vestido de marinheiro, Nuno Lopes admite que o figurino o ajuda a situar-se no ambiente dos anos 1920. "É sempre divertido imaginarmo-nos a viver nesta época", admite o actor.
Noite Sangrenta foi apenas um de quatro projectos de época produzidos praticamente em simultâneo, o que acabou por complicar as coisas.
"As armas foram alugadas na Alemanha pelos quatro projectos, mas isso foi um acordo entre as produtoras. Sei que no guarda-roupa houve alguma competição e que algumas produtoras, quando chegaram a Espanha para alugar a roupa, esta já estava alugada por outras. E que na marcação de filmagens em algumas ruas de Lisboa ou em alguns palácios houve alguma confusão, porque para projectos diferentes e em dias diferentes havia o mesmo espaço, a mesma rua, o mesmo palácio", conta São José Ribeiro, directora adjunta de programas da RTP. "Mas são projectos completamente diferentes. A única coisa que os une é que contam histórias à volta de 1910", acrescenta, referindo-se a República, O Segredo de Miguel Zuzarte e A Noite do Fim do Mundo, já emitidos. "Foi um grande, grande, grande investimento. É, talvez, e estou há sete anos na RTP, o maior investimento em produção histórica que a RTP fez nos últimos anos", admite a responsável da estação. De valores não fala, mas remata: "São projectos muito caros."
in, Diário de Notícias
Nota: confesso a minha ignorância sobre o assunto, pelo que a emissão desta mini-série feita pela RTP tenha toda a importância. Obrigado.

O 19 de Outubro de 1921 foi o fim da 1ª República. Formalmente ela continuou até 28 de Maio de 1926. Pelo meio, alguns episódios grotescos de um regime em degenerescência: as governações de António Maria da Silva, o carbonário tornado o chefe todo poderoso do PRP e dos respectivos caciques, directas ou por interpostos testas de ferro; a eleição de Teixeira Gomes para a Presidência da República, uma manobra de Afonso Costa para tentar regressar ao poder; a renúncia de Teixeira Gomes quando percebeu que nem conseguia o regresso de Afonso Costa, nem passaria de um títere nas mão do odiado chefe do PRP: renunciou e abandonou o país no primeiro barco que zarpou da barra de Lisboa com destino ao estrangeiro.
Entre o assassinato de Sidónio Pais e os massacres de 19 de Outubro de 1921, Portugal, teoricamente um regime parlamentar, viveu sob uma ditadura tutelada pelos arruaceiros e rufias dos cafés e tabernas de Lisboa e pela Guarda Nacional Republicana, uma Guarda Pretoriana do regime, bem municiada de artilharia e armamento pesado, concentrada na zona de Lisboa e cujos efectivos passaram de 4575 homens em 1919 para 14 341 em 1921, chefiados por oficiais «de confiança», com vencimentos superiores aos do exército. A queda do governo de Liberato Pinto, o principal cacique e mentor da GNR, em Fevereiro de 1921, colocou as instituições democráticas na mira dos arruaceiros e pretorianos do regime a que se juntaram sindicalistas, anarquistas, efectivos do corpo de marinheiros, etc.. O governo de António Granjo, formado a 30 de Agosto, era o alvo.
O nó górdio foi o caso Liberato Pinto, entretanto julgado e condenado em Conselho de Guerra por causa das suas actividades conspirativas. Juntamente com o Mundo, a Imprensa da Manhã, jornal sob a tutela de Liberato Pinto, atacavam diariamente o governo, tentando provar, através de documentos falsos, que o Governo projectava o cerco de Lisboa por forças do Exército, para desarmar a Guarda Nacional Republicana. No Diário de Lisboa apareceram, entretanto, algumas notas relativas ao futuro movimento. Em 18 de Agosto, um informador anónimo dizia da futura revolta: «Mot d’ordre: a revolução é a última. Depois, liquidar-se-ão várias pessoas».
O coronel Manuel Maria Coelho era o chefe da conjura. Acompanhavam-no, na Junta, Camilo de Oliveira e Cortês dos Santos, oficiais da G. N. R., e o capitão-de-fragata Procópio de Freitas. O republicanismo histórico do primeiro aliava-se às forças armadas, que seriam o pilar da revolução. Depois de uma primeira tentativa falhada, em que alguns dos seus chefes foram presos e libertos logo a seguir, o movimento de 19 de Outubro de 1921 desenrolou-se num dia apenas, entre a manhã e a noite. Três tiros de canhão disparados da Rotunda pela artilharia pesada da GNR tiveram a sua resposta no Vasco da Gama. Passavam à acção as duas grandes forças da revolta. A Guarda concentrou os seus elementos na Rotunda; o Arsenal foi ocupado pelos marinheiros sublevados, que não encontraram qualquer resistência; núcleos de civis armados percorreram a cidade em serviço de vigilância e propaganda. Os edifícios públicos, os centros de comunicações, os postos de comando oficiais caíram rapidamente em poder dos sublevados. Às 9, uma multidão de soldados, marinheiros e civis subiu a Avenida para saudar a Junta vitoriosa. Instalado num anexo do hospital militar de Campolide, o seu chefe, o coronel Manuel Maria Coelho, presidia àquela vitória sem luta.Em face da incapacidade de resistir, às dez da manhã, António Granjo escreveu ao Presidente da República: «Nestes termos, o governo encontra-se sem meios de resistência e defesa em Lisboa. Deponho, por isso, nas mãos de V. Ex.a a sorte do Governo...» António José de Almeida respondeu-lhe, aceitando a demissão: «Julgo cumprir honradamente o meu dever de português e de republicano, declarando a V. Ex.a que, desde este momento, considero finda a missão do seu governo...» Recebida a resposta, António Granjo retirou-se para sua casa. Eram duas da tarde.O PR recusou-se a ceder aos sublevados. Afiançou que preferiria demitir-se a indigitar um governo imposto pelas armas. Às onze da noite, ainda sem haver solução institucional, Agatão Lança avisou António José de Almeida que algo de grave se estava a passar. Perante tal, conforme descreveu depois o PR, «Corri ao telefone e investi o cidadão Manuel Maria Coelho na Presidência do Ministério, concedendo-lhe os poderes mais amplos e discricionários para que, sob a minha inteira responsabilidade, a ordem fosse, a todo o transe, mantida». Passando a palavra a Raul Brandão (Vale de Josafat, págs. 106-107), «Depois veio a noite infame. Veio depois a noite e eu tenho a impressão nítida de que a mesma figura de ódio, o mesmo fantasma para o qual todos concorremos, passou nas ruas e apagou todos os candeeiros. Os seres medíocres desapareceram na treva, os bonifrates desapareceram, só ficaram bonecos monstruosos, com aspectos imprevistos de loucura e sonho...».Sentindo as ameaças que se abatiam sobre ele, António Granjo buscou refúgio na casa de Cunha Leal. Cunha Leal tinha simpatias entre os revoltosos (tinha aliás sido sondado para ser um dos chefes do movimento, mas recusara) e Granjo considerou-se a salvo. Todavia, a denúncia de uma porteira guiou os seus perseguidores que tentaram entrar na casa de Cunha Leal para deter António Granjo. Cunha Leal impediu-os, mas a partir desse momento ficaram sem possibilidades de fuga porque, pouco a pouco, o cerco apertara-se e grupos armados vigiavam a casa. Apelos telefónicos junto de figuras próximas dos chefes da sublevação, que pudessem dar-lhes auxílio, não surtiram efeito.
Perto das nove da noite compareceu um oficial da marinha, conhecido de ambos, que afirmou que levaria Granjo para bordo do Vasco da Gama, um lugar seguro. Cunha Leal vacilou. Granjo mostrou-se disposto a partir. Cunha Leal acompanhou-o, exigindo ao oficial da marinha que desse a palavra de honra de que não seriam separados. Meteram-se na camioneta que afinal não os levaria ao refúgio do Vasco de Gama, mas ao centro da sublevação.A camioneta chegou ao Terreiro do Paço onde os marinheiros e os soldados da Guarda apuparam e tentaram matar António Granjo. Cunha Leal conseguiu então salvá-lo. A camioneta entrou, por fim, no Arsenal e os dois políticos passaram ao pavilhão dos oficiais. Um grupo rodeou Cunha Leal e separou-o de Granjo, apesar dos seus protestos. Os seus brados levaram a que um dos sublevados disparasse sobre ele, atingindo-o três vezes, um dos tiros, gravemente, no pescoço. Foi conduzido ao posto médico do Arsenal.
Entretanto, vencida a débil resistência de alguns oficiais, marinheiros e soldados da GNR invadiram o quarto onde estava António Granjo e descarregaram as suas armas sobre ele. Caiu crivado. Um corneteiro da Guarda Nacional Republicana cravou-lhe um sabre no ventre. Depois, apoiando o pé no peito do assassinado, puxou a lâmina e gritou: «Venham ver de que cor é o sangue do porco!» A camioneta continuou a sua marcha sangrenta, agora em busca de Carlos da Maia, o herói republicano do 5 de Outubro e ministro de Sidónio Pais. Carlos da Maia inicialmente não percebeu as intenções do grupo de marinheiros armados. Tinha de ir ao Arsenal por ordem da Junta Revolucionária. Na discussão que se seguiu só conseguiu o tempo necessário para se vestir. Então, o cabo Abel Olímpio, o Dente de Ouro, agarrou-o pelo braço e arrastou-o para a camioneta que se dirigiu ao Arsenal. Carlos da Maia apeou-se. Um gesto instintivo de defesa valeu-lhe uma coronhada brutal. Atordoado pelo golpe, vacilou, e um tiro na nuca acabou com a sua vida.
A camioneta, com o Dente de Ouro por chefe, prosseguiu na sua missão macabra. Era seguida por uma moto com sidecar, com repórteres do jornal Imprensa da Manhã. Bem informados como sempre, foram os próprios repórteres que denunciaram: «Rapazes, vocês por aí vão enganados… Se querem prender Machado Santos venham por aqui…». Acometido pela soldadesca, Machado Santos procurou impor a sua autoridade: «Esqueceis que sou vosso superior, que sou Almirante!». Dente de Ouro foi seco: «Acabemos com isto. Vamos». Machado Santos sentou-se junto do motorista, com Abel Olímpio, o Dente de Ouro, a seu lado. Na Avenida Almirante Reis, a camioneta imobiliza-se devido a avaria no motor. Dente de Ouro e os camaradas não perdem tempo. Abatem ali mesmo Machado Santos, o herói da Rotunda.
Não encontraram Pais Gomes, ministro da Marinha. Prenderam o seu secretário, o comandante Freitas da Silva, que caiu, crivado de balas, à porta do Arsenal. O velho coronel Botelho de Vasconcelos, um apoiante de Sidónio, foi igualmente fuzilado. Outros, como Barros Queirós, Cândido Sotomayor, Alfredo da Silva, Fausto Figueiredo, Tamagnini Barbosa, Pinto Bessa, etc., salvaram a vida por acaso.Os assassinos foram marinheiros e soldados da Guarda. Estavam tão orgulhosos dos seus actos que pensaram publicar os seus nomes na Imprensa da Manhã, como executores de Machado Santos. Não o chegaram a fazer devido ao rápido movimento de horror que percorreu toda a sociedade portuguesa face àquele massacre monstruoso. Mas quem os mandou matar?
O horror daqueles dias deu lugar a uma explicação imediata, simples e porventura correcta: os assassínios de 19 de Outubro tinham sido a explosão das paixões criadas e acumuladas pelo regime. Determinados homens mataram; a propaganda revolucionária impeliu-os e a explosão da revolução permitiu-lhes matar. No enterro de António Granjo, Cunha Leal proclamou essa verdade: «O sangue correu pela inconsciência da turba - a fera que todos nós, e eu, açulámos, que anda solta, matando porque é preciso matar. Todos nós temos a culpa! É esta maldita política que nos envergonha e me salpica de lama». No mesmo acto, afirmaria Jaime Cortesão: «Sim, diga-se a verdade toda. Os crimes, que se praticaram, não eram possíveis sem a dissolução moral a que chegou a sociedade portuguesa».
Com o tempo, os republicanos procuraram outras explicações. Não podiam aceitar a explicação simples que teria sido a sua acção, o radicalismo da sua política, a imundície que haviam lançado desde 1890 sobre toda a classe política, a sua retórica de panegírico aos atentados bombistas (desde que favoráveis), aos regicidas, a desencadear tanta monstruosidade. Significava acusarem-se a si próprios. Outras explicações foram aparecendo, sempre mais tortuosas, acerca dos eventuais culpados: conspiração monárquica; Cunha Leal (apesar de ter sido quase morto); Alfredo da Silva (apesar de, nessa noite, ter escapado à justa e tido que se refugiar em Espanha) uma conspiração monárquica e ibérica; a Maçonaria (a acção da Maçonaria sobre a Guarda, impelindo-a para a revolução, era constante, mas isso não significa que desse ordens para aqueles crimes).
Os assassinados na Noite Sangrenta não seriam, entre os republicanos, aqueles que mais hostilidade mereceriam dos monárquicos. Eram republicanos moderados. O furor dos assassinos liquidara homens tidos, na sua maior parte, como simpatizantes do sidonismo. Não se tratava de vingar Outubro de 1910, mas sim Dezembro de 1917. Carlos da Maia e Machado Santos foram ministros de Sidónio Pais. Botelho de Vasconcelos, coronel na Rotunda, às ordens de Sidónio Pais. Se as matanças de 19 de Outubro de 1921 foram uma vingança terão de ser referenciadas à República Nova e não ao 5 de Outubro. Aliás, num gesto significativo, os revolucionários libertaram o assassino de Sidónio Pais.
Há na Noite Sangrenta factos que se impõem de maneira evidente. A 20 de Outubro, a Imprensa da Manhã reivindicou para si a glória de ter preparado o movimento, mas repudiou as suas trágicas consequências, especialmente a morte de Granjo. Ora anteriormente, dia após dia, aquele diário havia acusado e ameaçado Granjo, injuriando-o sistematicamente. Como podia agora lavar as mãos da sua morte? Aliás, a atitude dos assassinos foi concludente: depois de matarem Machado Santos, dirigiram-se na camioneta da morte à Imprensa da Manhã para lhe agradecerem o apoio e para aquela publicar os nomes dos que tinham fuzilado o Almirante. Um deles confessou mais tarde que Machado Santos havia sido localizado por informações de jornalistas da Imprensa da Manhã. Os assassinos procuravam a satisfação e a glória de uma obra realizada, no diário matutino onde se proclamara a necessidade dessa realização.Os assassinos nunca esperaram ser castigados. Mesmo durante o julgamento sempre esperaram a absolvição. Quando foram condenados, entre gritos de vingança e de apoio à «República radical», alguns acusaram altos oficiais de não terem autoridade moral para os condenarem, pois estavam por detrás da carnificina. Os assassinos tinham, de certo modo, razão: eles tinham agido dentro da lógica que o republicanismo tinha instilado neles. Em todos os regimes que nascem e se sustentam no crime e no terror (por muito justa que a causa possa ser), há sempre o momento (ou os momentos) em que a revolução devora os próprios filhos.
Para terminar é de salientar que nem Manuel Maria Coelho, nem nenhum dos «outubristas», conseguiu formar um governo estável. O horror fez todos os nomes sonantes recusarem fazer parte de um governo de assassinos. Menos de dois meses depois da revolução, António José de Almeida, em 16 de Dezembro de 1921, entregou a chefia do ministério a Cunha Leal.A GNR foi pouco a pouco desmantelada e reduzida a uma força de policiamento rural.A república ficara ferida de morte.

domingo, 24 de outubro de 2010

Função Pública

Coitadinhos?!?

Há razão para algumas lamentações, é verdade, mas também há razão para algumas queixas. Eu, por exemplo, estou à espera da substituição da carta de condução há quase 3 meses. Por que será?!? O problema é sempre o mesmo: "paga o justo pelo pecador"!!!

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Bolero

Lição chilena

As lições que nos chegam do Chile, da “Operação Resgate dos Mineiros de S. José”.

Este país vulgarmente dito da “América Latrina” deu várias lições ao mundo que convém não ignorar.

O Chile:
Saído do Pinochet, refez-se. Tem feito contas com a história.
Saído de um tremendo sismo e tsunami, refez-se. Sem choradinhos.
Agora a “Operação Resgate” onde se viu a braços com um salvamento nunca antes feito noutra parte do mundo. Sacar 33 homens encurralados numa mina a 700m de profundidade.
Vamos começar pela lição de amor aos seu mineiros, em contraste com os russos, por exemplo, no caso do submarino onde deixaram morrer mais de 100 marinheiros da forma mais vil.
Não esqueço uma mulher a ser injectada em plena demonstração de repulsa, pela forma como o governo desprezou os seus homens, pelo estúpido segredo militar.
Não esqueço os mineiros chineses que morrem como toupeiras encurraladas.
Não esqueço os mineiros portugueses que são esquecidos nas suas doenças.
A “Operação Resgate” teve um planeamento exemplar. Não anunciaram um salvamento para amanhã, para depois ser adiado para o próximo mês e para o próximo ano, como sucederia cá. Não, foi anunciado para o Natal e antecipado dois meses. Brilhante!
Na “Operação Resgate” não enriqueceu nenhum político. Nem mesmo vai acontecer nenhuma derrapagem financeira. A empresa mineira viu as suas contas congeladas para não se furtar às responsabilidades como pretendia fazer.
A “Operação Resgate” foi de tal forma planeada que não se viu ninguém, atropelar ninguém. Todos sabiam perfeitamente bem… o que fazer. Engenharia perfeita como dizia a BBC. Todo o mundo irá beber na experiência e na lição Chilena. Todo o mundo está vergado.
Na “Operação Resgate” os jornalistas estiveram sempre arredados da zona de trabalhos, com a sua bancada construída para o efeito. Mais de 2000.
Na “Operação Resgate” não se viram molhadas de polícias ou militares para conter a turba de familiares, jornalistas, curiosos e alcoviteiros.
Na “Operação Resgate” nenhum chefe de bombeiros, médico, engenheiro, ou penetra… deu entrevistas idiotas para a televisão.
Na “Operação Resgate de S. José” falou-se pouco e trabalhou-se muito e bem.
Na “Operação Resgate” nada foi deixado ao acaso. Tudo foi previsto, tudo foi calculado.
O joelho só serviu para dobrar a perna e não como mesa de trabalho.
O mundo está rendido à eficácia dos Chilenos.
Deixem de dizer “América Latrina” e olhem para o lameiro que está à porta.

Curiosidades linguísticas

O que é um Palíndromo?

Um palíndromo é uma palavra ou um número que se lê da mesma maneira nos dois sentidos.
Exemplos: OVO, OSSO, RADAR.
O mesmo se aplica às frases, embora a coincidência seja tanto mais difícil de conseguir quanto maior a frase; é o caso do conhecido: SOCORRAM-ME, SUBI NO ONIBUS EM MARROCOS.
Aqui estão alguns dos melhores palíndromos da língua de Camões...
ANOTARAM A DATA DA MARATONA
ASSIM A AIA IA A MISSA
A DIVA EM ARGEL ALEGRA-ME A VIDA
A DROGA DA GORDA
A MALA NADA NA LAMA
A TORRE DA DERROTA
LUZA ROCELINA, A NAMORADA DO MANUEL, LEU NA MODA DA ROMANA: ANIL É COR AZUL
O CÉU SUECO
O GALO AMA O LAGO
O LOBO AMA O BOLO
O ROMANO ACATA AMORES A DAMAS AMADAS E ROMA ATACA O NAMORO
RIR, O BREVE VERBO RIR
A CARA RAJADA DA JARARACA
SAIRAM O TIO E OITO MARIAS
ZÉ DE LIMA RUA LAURA MIL E DEZ

Então e Tautologia, sabe o que é?
Tautologia é o termo usado para definir um dos vícios mais comuns de linguagem. Consiste na repetição de uma ideia, de maneira viciada, com palavras diferentes, mas com o mesmo sentido.
O exemplo clássico é o famoso 'subir para cima' ou o 'descer para baixo'. Mas há outros, como pode ver na lista a seguir:
- elo de ligação
- acabamento final
- certeza absoluta
- quantia exacta
- nos dias 8, 9 e 10, inclusive
- juntamente com
- expressamente proibido
- em duas metades iguais
- sintomas indicativos
- há anos atrás
- vereador da cidade
- outra alternativa
- detalhes minuciosos
- a razão é porque
- anexo junto à carta
- de sua livre escolha
- superávit positivo
- todos foram unânimes
- conviver junto
- facto real
- encarar de frente
- multidão de pessoas
- amanhecer o dia
- criação nova
- retornar de novo
- empréstimo temporário
- surpresa inesperada
- escolha opcional
- planear antecipadamente
- abertura inaugural
- continua a permanecer
- a última versão definitiva
- possivelmente poderá ocorrer
- comparecer em pessoa
- gritar bem alto
- propriedade característica
- demasiadamente excessivo
- a seu critério pessoal
- exceder em muito
Todas estas repetições são dispensáveis. Por exemplo, "surpresa inesperada". Existe alguma surpresa esperada? É óbvio que não.
Devemos evitar o uso das repetições desnecessárias. Fique atento às expressões que utiliza no seu dia-a-dia.

E, assim, se fala em bom português
No popular diz-se: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho carpinteiro'
Correcto: 'Esse menino não pára quieto, parece que tem bicho no corpo inteiro'
'Batatinha quando nasce, esparrama pelo chão.'
Correcto: ' Batatinha quando nasce, espalha a rama pelo chão.'
'Cor de burro quando foge.'
Correcto: 'Corro de burro quando foge'
'Quem tem boca vai a Roma.'
Correcto: 'Quem tem boca vaia Roma.' (isso mesmo, do verbo vaiar).
'Cuspido e escarrado' - quando alguém quer dizer que é muito parecido com outra pessoa.
Correcto: 'Esculpido em Carrara (Carrara é um tipo de mármore)
'Quem não tem cão, caça com gato.'
'Correcto é: 'Quem não tem cão, caça como gato' (ou seja, sozinho!)

AOS PAIS

A importância de saber chegar a casa a horas.

Mário Cordeiro, pediatra, disse na semana passada numa conferência organizada pelo Departamento de Assuntos Sociais e Culturais da Câmara Municipal de Oeiras, que muitas birras e até problemas mais graves poderiam ser evitados se os pais conseguissem largar tudo quando chegam a casa para se dedicarem inteiramente aos seus filhos durante dez minutos.
Ao fim do dia os filhos têm tantas saudades dos pais e têm uma expectativa tão grande em relação ao momento da sua chegada a casa que bastava chegar, largar a pasta e o telemóvel e ficar exclusivamente disponível para eles, para os saciar. Passados dez minutos eles próprios deixam os pais naturalmente e voltam para as suas brincadeiras. Estes dez minutos de atenção exclusiva servem para os tranquilizar, para eles sentirem que os pais também morrem de saudades deles e que são uma prioridade absoluta na sua vida. Claro que os dez minutos podem ser estendidos ou até encurtados conforme as circunstâncias do momento ou de cada dia. A ideia é que haja um tempo suficiente e de grande qualidade para estar com os filhos e dedicar-lhes toda a atenção.
Por incrível que pareça, esta atitude de largar tudo e desligar o telemóvel tem efeitos imediatos e facilmente verificáveis no dia-a-dia.
Todos os pais sabem por experiência própria que o cansaço do fim de dia, os nervos e stress acumulados e ainda a falta de atenção ou disponibilidade para estar com os filhos, dão origem a uma espiral negativa de sentimentos, impaciências e birras.
Por outras palavras, uma criança que espera pelos pais o dia inteiro e, quando os vê chegar, não os sente disponíveis para ela, acaba fatalmente por chamar a sua atenção da pior forma.
Por tudo isto e pelo que fica dito no início sobre a importância fundamental que os pais-homem têm no desenvolvimento dos seus filhos, é bom não perder de vista os timings e perceber que está nas nossas mãos fazer o tempo correr a nosso favor.

in Boletim de Julho da Acreditar

segunda-feira, 4 de outubro de 2010

Dulce Pontes

Dulce José Silva Pontes (Montijo, 8 de Abril de 1969) é uma das cantoras portuguesas mais populares e reconhecidas internacionalmente. Canta canções pop, música tradicional portuguesa (fado e folclore incluído), bem como música clássica.
Costuma definir-se como uma artista da world music. Também compõe alguns dos temas que canta. A sua actividade artística contribuiu para o renascimento do fado nos anos noventa do século passado. Dulce distingue-se principalmente pela sua voz, que é versátil, dramática e com uma capacidade invulgar de transmitir emoções. É uma soprano dramática com uma voz potente, versátil e penetrante. É considerada uma das melhores artistas dentro do panorama musical português.
Já atuou em palcos como o Carnegie Hall e ao lado de nomes como Enio Morricone, Andrea Bocelli e José Carreras.
Discografia:
Álbuns
Lusitana (CD, Edisom, 1992)
Lágrimas (CD, Movieplay, 1993)
A Brisa do Coração - Ao Vivo No Coliseu do Porto (2CD, Movieplay, 1995)
Caminhos (CD, Movieplay, 1996)
O Primeiro Canto (CD, Universal, 1999)
Best Of (Compilação, Movieplay, 2002)
Focus (CD, Universal, 2003) (com Ennio Morricone)
O Coração Tem Três Portas (2CD, ZM, 2006) Lançado no Recente e Modernizado Coliseu da Cidade de Elvas que contou com cerca de 6000 espectadores.
Momentos (2CD, Farol Música, 2009)
Singles
Tell Me (Single, 1991)
Colectâneas
7 Cidades - 7 Cidades/Idade D'ouro/Baía Do Silêncio
La Luz Prodigiosa - La Luz Prodigiosa
Colaborações
Carlos Guilherme - Quando o Coração Chora
Paulo de Carvalho (1994) - Pomba Branca
Adelaide Ferreira (1998) - Papel Principal
Carlos Nuñez (1996) - Lela
Andrea Bocelli (1999) - O Mare E Tu
Uxia (2000) - A Rula
Kepa Junkera - Sódade / Maitia nun Zirá
Daniela Mercury (2003) - Milagres do Povo
Janita Salomé (2003) - Senhora do Almortão
George Delaras (2005)- Live at the Herodium (Atenas)
Ennio Morricone (2005)- DVD Arena di Verona

Canção Do Mar

Composição: Frederico de Brito / Ferrer Trindade
Fui bailar no meu batel
Além do mar cruel
E o mar bramindo
Diz que eu fui roubar
A luz sem par
Do teu olhar tão lindo

Vem saber se o mar terá razão
Vem cá ver bailar meu coração

Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E nem lhe digo aonde eu fui cantar
Sorrir, bailar, viver, sonhar contigo

Vem saber se o mar terá razão
Vem cá ver bailar meu coração

Se eu bailar no meu batel
Não vou ao mar cruel
E nem lhe digo aonde eu fui cantar
Sorrir, bailar, viver, sonhar contigo


Lusitana Paixão

Composição: José da Ponte - Fred Micaelo
Fado
Chorar a tristeza bem
Fado adormecer com a dor
Fado só quando a saudade vem
Arrancar do meu passado
Um grande amor

Mas, não condeno essa paixão
Essa mágoa das palavras
Que a guitarra vai gemendo também
Eu não, eu não pedirei perdão
Quando gozar o pecado
E voltar a dar de mim
Porque eu quero ser feliz
E a desdita não se diz
Não quero o que o fado quer dizer

Fado, soluçar recordações
Fado, reviver uma tal dor
Fado, só quando a saudade vem
Arrancar do meu passado um grande amor

Mas, não condeno essa paixão
Essa mágoa das palavras
Que a guitarra vai gemendo também
Eu não, eu não pedirei perdão
Quando gozar o pecado
E voltar a dar de mim
Eu sei desse lado que há em nós
Cheio de alma lusitana
Como a lenda da Severa
Porque eu quero ser feliz
E a desdita não se diz
O fado
Não me faz arrepender

ALENTEJO

A Região do Alentejo é uma região portuguesa, que compreende integralmente os distritos de Portalegre, Évora e Beja, e as metades sul dos distritos de Santarém e Setúbal, sendo assim a maior região de Portugal. Limita a norte com a Região Centro a noroeste com a Região de Lisboa, a leste com Espanha, a sul com o Algarve e a oeste com o Oceano Atlântico. Área: 31 551,2 km² (33% do Continente). População (2007): 760 933 (7,5% do Continente). As estimativas de (2009), quanto à população do Alentejo é de cerca de 820 000 habitantes. O Alentejo compreende 59 concelhos e 376 freguesias.
As maiores cidades do Alentejo são: Beja (23 000 habitantes), Elvas (18 000 habitantes) Évora (41 000 habitantes), Portalegre (16 000 habitantes), Montemor-o-Novo (12 000 habitantes) e Sines (13 000 habitantes).
Note-se que esta divisão não coincide com a antiga região tradicional do Alentejo (que não constituía uma província por si, embora muitos se referissem ao Alentejo como a reunião das duas províncias do Alto e Baixo Alentejo), a qual era ligeiramente menor que a actual: incluía apenas os distritos de Évora e Beja (na sua totalidade), praticamente todo o distrito de Portalegre (excepto o concelho de Ponte de Sor, que fazia parte do Ribatejo), e a metade sul do de Setúbal (os concelhos desse distrito que fazem parte da actual região do Alentejo Litoral, a saber: Alcácer do Sal, Grândola, Santiago do Cacém e Sines).

Meu Alentejo


(Bento Caeiro / Joao Camilo)

Eu não sei que tenho em Évora
Que de Évora me estou lembrando
Quando chego ao rio Tejo
As ondas me vão levando

Abalei do Alentejo
Olhei para trás chorando
Alentejo da minh'alma
Tão longe me vais ficando

Ceifeira que andas à calma
Ai, e à calma ceifando o trigo
Ceifa as penas da minh'alma
Ceifa-as leva-as contigo

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Bilhete de Identidade

AVISO
A polícia recomenda que sempre que houver necessidade de entregar cópia / fotocópia de documentos pessoais em órgãos públicos, lojas, etc... devem colocar-se "duas linhas" paralelas  na cópia (cf. imagem junta), tal e qual como num cheque cruzado, e dentro desse cruzamento escrever ["entregue para (órgão público, loja,...)].
Isto ajuda a evitar que os seus documentos sejam utilizados para abertura de conta bancária, tomada de empréstimo, fraudes, etc...

Soneto quase inédito

"José Régio e o seu burro" - por Hermínio Felizardo

Surge Janeiro frio e pardacento,
Descem da serra os lobos ao povoado;
Assentam-se os fantoches em São Bento
E o Decreto da fome é publicado.


Edita-se a novela do Orçamento;
Cresce a miséria ao povo amordaçado;
Mas os biltres do novo parlamento
Usufruem seis contos de ordenado.


E enquanto à fome o povo se estiola,
Certo santo pupilo de Loyola,
Mistura de judeu e de vilão,


Também faz o pequeno "sacrifício"
De trinta contos - só! - por seu ofício
Receber, a bem dele... e da nação.
José Régio

AVES DO MUNDO

OS PÁSSAROS MAIS COLORIDOS DO MUNDO

Faisão Dourado
Foto: Márcio Cabral de Moura
O faisão dourado é um pássaro da ordem dos galináceos nativo das florestas das regiões montanhosas do oeste da China, mas populações selvagens também podem ser encontradas no Reino Unido e em alguns outros lugares do mundo.

Ave-do-Paraíso
Foto: ImageMD
A ave-do-paraíso pode ser encontrada nas regiões tropicais do Norte da Austrália, Nova Guiné, Indonésia e Ilhas Molucas. A espécie da Nova Guiné tem penas laterais alongadas que formam a plumagem ornamental dos machos, famosos pela sua beleza. Estas plumas brilhantes e coloridas já foram muito usadas como decoração de caríssimos chapéus femininos.

Arara Azul
Foto: SARhounds
Muito conhecidas no Brasil, as araras azuis são encontradas na parte central e leste da América do Sul. Ela é a segunda maior ave do grupo dos papagaios, perdendo apenas para o raríssimo kakapo, da Nova Zelândia. A popularidade destas araras como animais de estimação tem sido a maior responsável pelo declínio da população selvagem. Exemplares em cativeiro podem alcançar preços entre dez e treze mil euros.

Flamingo
Foto: Marco (É nóis no Flickr!)
Os flamingos são encontrados em ambos os hemisférios, leste e oeste. Estes pássaros frequentemente ficam parados sobre uma perna só e a razão desse comportamento ainda não é completamente entendida. Na Roma antiga a língua do pássaro era considerada uma iguaria e na região dos Andes os mineiros matavam flamingos por causa da sua gordura, porque acreditavam ser a cura para a tuberculose.

Scarlet Tanager
Foto: Whitevale Wonder
Este é um pássaro migratório americano que vive no leste da América do Norte e vai para o noroeste da América do Sul, passando pela América Central em Abril e em Outubro, mês em que retornam para o norte para procriar. Os machos adultos são de um vermelho bem vivo e asas pretas, bem diferentes das fêmeas que variam entre tons amarelados e esverdeados.

Northern Oriole
Foto: Fort Photo
O corrupião-de-baltimore tem um bico pontiagudo e barras brancas nas asas, mede 18cm e pesa 34g.Também migratório, passa o verão no hemisfério norte e no inverno vai para o sul. O macho tem coloração laranja no ventre e a fêmea adulta é amarelo-acastanhada no dorso com asas escuras e ventre alaranjado.

Mountain Bluebird
Foto: shyalbatross
Este lindo pássaro azul de porte médio tem a plumagem numa incrível tonalidade de azul-celeste e prefere lugares abertos, diferente de outros da sua espécie. Além disso, pode ser encontrado em lugares mais frios durante o inverno.

Cardeal
Foto: ehpien
O cardeal é encontrado principalmente nos Estados Unidos, México e também no Canadá, Guatemala e Belize. Os machos de tais aves possuem a plumagem inteiramente vermelha, com excepção da face e da garganta, que são negras. Esta espécie apresenta uma grande variação de cor entre sexos, com o macho apresentando um vermelho vibrante e a fêmea um escuro tom marrom-avermelhado.

American Goldfinch
Foto: Doug Greenberg
Também conhecido como eastern goldfinch ou canário selvagem este pássaro norte americano tem a sua plumagem amarela ainda mais brilhante durante a estação de procriação, para atrair a fêmea. O ritual da corte inclui manobras aéreas e exibições vocais por parte dos machos.

Wood Duck
Foto:law keven
O pato-carolino é natural da América do Norte e vive em zonas pantanosas da costa este dos Estados Unidos, a espécie foi introduzida na Europa como animal ornamental de jardins. O macho adulto desta espécie tem uma distintiva plumagem multicolorida e olhos vermelhos. A fêmea é um pouco menos colorida com partes brancas em volta dos olhos e na garganta.

Martim Pescador

Foto: jcoelho
Existem cerca de 90 espécies de martim-pescador, quase todas muito coloridas. O grupo está presente em todos os continentes, excepto nas regiões polares e na maioria das ilhas oceânicas. Diferente da maioria de outras espécies de pássaros, machos e fêmeas não apresentam grandes diferenças na coloração.

Arara Vermelha
Foto: van swearingen
As araras vermelhas são encontradas desde o Panamá espalhando-se pelo norte das florestas sulamericanas e são as mais comuns entre as araras de maior porte. São conhecidas como boas companheiras por serem muito dóceis o que as tornam alvo dos caçadores de animais silvestres que as vendem como animais de estimação.

Currupião
Foto: Peter Meenen
O currupião é o pássaro nacional da Venezuela. Ele constrói o seu ninho em cactos elevados, mas pode também apropriar-se de ninhos de outros pássaros. Extremamente territorial ele defende o seu ninho com ataques violentos contra os intrusos.

Blue Throated Bee-Eater
Foto: Lip Kee
Estes passarinhos caracterizam-se pela sua plumagem ricamente colorida, corpo delgado e penas alongadas na cauda. São encontrados em Hong Kong, Taiwan, China e outros países do sudeste da Ásia.

Painted Bunting
Foto: Dominic Sherony
Da família dos cardeais, o macho desta espécie é descrito como o pássaro mais bonito da América do Norte. A cabeça em azul-escuro, verde nas costas e a parte de baixo vermelha torna fácil indentificá-lo. A plumagem da fêmea e dos mais jovens é verde e amarela e serve como camuflagem.

Tucano de Bico Arco-Íris
Foto: Dan Irizarry
Esta ave é considerada o pássaro nacional de Belize e o que chama mais atenção é o seu grande bico colorido. SA sua plumagem é principalmente preta com o pescoço e o peito amarelos. As patas são azuis e  tem penas vermelhas no fim da cauda. O bico é verde na sua maior parte com detalhes em laranja e vermelho em ambos os lados.

Rainbow Lorikeet
Foto: aussiegall
Esta espécie de papagaio é encontrada na Austrália, leste da Indonésia, Papua Nova Guiné, Nova Caledônia, Ilhas Salomão e Vanuatu. Como sugere o seu nome, o Rainbow (arco-íris) Lorikeet é muito colorido. Quase todas as cores do arco-íris podem ser encontradas nas suas penas. Em cativeiro, ele tem um longo ciclo de vida, que pode chegar a 20 anos.

Arara Piranga
Foto: alumroot
Muitas vezes confundida com a arara vermelha, a arara piranga, é uma arara encontrada do México à Amazônia até o Norte do estado brasileiro do Mato Grosso, Sudeste do Pará, Maranhão e da Bolívia. Este é o pássaro nacional de Honduras.

Martim Pescador do Bico de Cegonha
Foto:Candle Tree
Esta espécie de martim pescador é nativa do sul da Índia e está amplamente espalhada pelas florestas tropicais de todo o sul da Ásia. Partindo da Índia e Sri Lanka até à Indonésia.

Pavão


Chama-se pavão a aves dos géneros Pavo e Afropavo da família dos faisões (Phasianidae). Os pavões preferem alimentar-se de insectos e outros pequenos invertebrados, mas também comem sementes, folhas e pétalas. Os pavões exibem um complicado ritual de acasalamento, do qual a cauda extravagante do macho tem um papel principal. As características da cauda colorida, que chega a ter dois metros de comprimento e pode ser aberta como um leque, não tem qualquer utilidade quotidiana para o animal e é um exemplo de selecção sexual. Quando o processo é bem sucedido, a pavoa põe entre 4 a 7 ovos, que chocam ao fim de 28 dias.
A cauda dos pavões gerou o interesse de várias culturas, pela sua exuberância de cores e beleza das penas, e justificou a sua criação em cativeiro. Já foram criadas diversas variedades por selecção artificial que apresentam plumagem branca, negra, púrpura, entre outras cores.
Na América do Sul, principalmente no Brasil, há uma espécie de pavão raro e em extinção conhecido como pavão Michalick, que possui a plumagem loira, e é muito cobiçada pela sua raridade e beleza.
No acasalamento da espécie Michalick, sempre há uma competição dos machos pelas fêmeas, já que nessa espécie há mais machos. Por esse motivo, a espécie está em extinção.

Colibri


O colibri é um género de beija-flor que se encontra na América Central e do Sul. O grupo inclui quatro espécies, três das quais existentes no Brasil. Habitam zonas de floresta montanhosa.
Os beija-flores do género Colibri têm entre 12 e 14 cm de comprimento e são relativamente grandes para o seu grupo. A sua plumagem é à base de verde brilhante menos o beija-flor-castanho. Todas as espécies do grupo têm uma mancha de penas tufadas, de cor violeta atrás dos olhos. A cauda é larga e arredondada e o bico é rectilíneo. As fémeas distinguem-se pelas manchas violetas de menores dimensões.
Estes beija-flores são aves sedentárias, menos a espécie Colibri thalassinus, que migra até às regiões Norte dos Estados Unidos da América. São muito territoriais e agressivos e é comum atacarem outros beija-flores em zonas de alimentação.