Parafraseando a Dr.ª Rute Remédios, as opiniões são como as vaginas: cada uma tem a sua e quem quiser dá-la, dá-a. Neste blog, Julie D´aiglemont dá a sua. Opinião, claro. E nem sempre da forma mais respeitosa. Isso ofende a vossa sensibilidade? Então, ide, ide. Ide ler o programa de um qualquer partido de extrema esquerda, que de certeza é mais consentâneo com vossos princípios morais.





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terça-feira, 3 de abril de 2012

Estou rica e vou deixar de trabalhar

Como, Julie, saiu-te o Euromilhões? - pergunta o desocupado leitor.
Bem, não, mas quase. Eu explico.
Então, não é que na correspondência do escritório me apareceu uma carta endereçada da África do Sul, país com o qual eu não tinha quaisquer relações!


Não tinha, mas vou passar a ter, porque dentro do envelope estava uma pungente carta, que, não só apelava para a minha bondade e honestidade, como prometia fazer de mim uma mulher rica:
Começa logo por dizer que isto pode constituir uma surpresa para mim. Qual quê! Depois de ter recebido uma carta de Espanha a informar-me que ganhei o El Gordo porque alguém jogou por mim, já nada me surpreende.
Diz que se chama Mr. Mohammed Okon - ora, se há coisa que aprecio é uma pessoa cujo 1º nome é senhor. Eu própria, quando me perguntam o nome, costumo intitular-me dr.ª Julie ou menina Julie. Já para não falar da confiança que me transmite um nome de origem muçulmana (sim, sou preconceituosa em relação a credos que encaram as mulheres como lixo).
Diz-se filho do falecido Mr. Dan Okon - epá, já podias ter dito! O famoso Mr. Dan Okon! Quem não conheceu!
Esclarece que obteve o meu endereço na África do Sul durante a sua busca por uma pessoa honesta, com quem pretende manter relações comerciais. Eu sabia que as pessoas com quem me relaciono me têm na conta de pessoa séria. Mas desconhecia que essa fama de honestidade tivesse transposto as fronteiras deste jardim à beira mar plantado e corressem mundo. Os meus pais vão ficar tão orgulhosos da esmerada educação que me deram!
Depois narra a triste situação dos membros da oposição a Robert Mugabe, presidente do Zimbabwe, facção a que pertencia o seu pai.
Pelos vistos, o paizinho era menos escrupuloso do que eu, porque antes de lhe ser ceifada a vida tratou de enviar dinheiro para a Suíça. Era menina para o avisar que em Portugal esse truque já foi tentado, mas com resultados nem sempre agradáveis (que o diga Isaltino).
Pretende ele que eu o deixe usar a minha conta privada para onde os 15 milhões de Dólares devem ser transferidos. Em troca, prometem-me 25% dessa quantia.
Isso dá mais de 3 milhões de Dólares.
Portanto, estou rica, adeus advocacia. Vou já comprar um bilhete para o Trans Siberiano, a minha viagem de sonho.