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Afirmas que brigámos. Que foi grave.
Que o que dissemos já não tem perdão.
Que vais deixar aí a tua chave
e vais à cave içar o teu malão.
Mas como destrinçar os nossos bens ?
Que livro? Que lembranças? Que papel ?
Os meus olhos, bem vês , és tu que os tens.
Não te devolvo - é minha! - a tua pele.
Achei ali um sonho muito velho,
não sei se o queres levar , já está no fio.
E o teu casaco roto , aquele vermelho
que eu costumo vestir quando está frio ?
E a planta que eu comprei e tu regavas ?
E o sol que dá no quarto de manhã ?
É meu o teu cachorro que eu tratava ?
É teu o meu canteiro de hortelã ?
A qual de nós pertence este destino ?
Este beijo era meu? Ou já não era ?
E o que faço das praias que não vimos?
Das marés que estão lá à nossa espera?
Dividimos ao meio as madrugadas?
E a falésia das tardes de Novembro?
E as sonatas que ouvimos de mãos dadas ?
Que o que dissemos já não tem perdão.
Que vais deixar aí a tua chave
e vais à cave içar o teu malão.
Mas como destrinçar os nossos bens ?
Que livro? Que lembranças? Que papel ?
Os meus olhos, bem vês , és tu que os tens.
Não te devolvo - é minha! - a tua pele.
Achei ali um sonho muito velho,
não sei se o queres levar , já está no fio.
E o teu casaco roto , aquele vermelho
que eu costumo vestir quando está frio ?
E a planta que eu comprei e tu regavas ?
E o sol que dá no quarto de manhã ?
É meu o teu cachorro que eu tratava ?
É teu o meu canteiro de hortelã ?
A qual de nós pertence este destino ?
Este beijo era meu? Ou já não era ?
E o que faço das praias que não vimos?
Das marés que estão lá à nossa espera?
Dividimos ao meio as madrugadas?
E a falésia das tardes de Novembro?
E as sonatas que ouvimos de mãos dadas ?
De quem é esta briga ? _ Não me lembro _ .
Rosa Lobato Faria