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Imagino que sobre nós virá um céu
de espuma e que , de sol em sol ,
uma nova língua nos fará dizer
o que a poeira da nossa boca adiada
soterrou já para lá da mão possível
onde cinzentos abandonamos a flor.
Dizes ... põe nos meus os teus dedos
e passemos os séculos sem rosto ,
apaguemos de nossas casas o barulho
do tempo que ardeu sem luz.
Sim , cria comigo esse silêncio
que nos faz nus e em nós acende
o lume das árvores de fruto.
Diz-me que há ainda versos por escrever ,
que sobra no mundo um dizer ainda puro.
Vasco Gato
de espuma e que , de sol em sol ,
uma nova língua nos fará dizer
o que a poeira da nossa boca adiada
soterrou já para lá da mão possível
onde cinzentos abandonamos a flor.
Dizes ... põe nos meus os teus dedos
e passemos os séculos sem rosto ,
apaguemos de nossas casas o barulho
do tempo que ardeu sem luz.
Sim , cria comigo esse silêncio
que nos faz nus e em nós acende
o lume das árvores de fruto.
Diz-me que há ainda versos por escrever ,
que sobra no mundo um dizer ainda puro.
Vasco Gato
Colin Fraser