Um pouquinho de mim...
Hoje estava pensando a vida é meia estranha,todo mundo nasce pra ser feliz,uns passam a vida toda lutando por isso,outros nem precisam já nasceram com o bendito cujo virado,to brincando mas é verdade!
Eu por exemplo passei por faces nada fácil,mas nunca desisti da vida não,sempre lutei e acreditei que tudo poderia ser diferente,jamais entreguei os pontos.
Minha infância foi bem legal,diferente de hoje que as crianças vivem trancadas em casa,devido a violência,mas em compensação,tive um outro lado...
Anos atrás,deveria ter uns 9 anos,grudada com a cara no vidro da janela,um tempo ruim,abril sempre meio nublado,com um ventinho chato, e eu ali olhando de 5 em 5 minutos,era meu aniver,e nada de meu pai,mas um ano,ele sempre fora de casa,viajava muito ,mas quando estava em casa sumia,era mais forte que ele,precisava achar um bar,isso mesmo meu pai era alcoolatra.
Desde que me conhecia por gente ele era assim,dizia que mudaria,mas não conseguia,mas quem sofria na verdade era eu,era uma criança que brincava mas minha cabeça estava sempre ocupada,preocupada,não conseguia relaxar.
Minha mãe e ele iriam se separar,não tinha como conviver com uma pessoa assim,eu comecei a ter vergonha dele,quando o encontrava na mesma calçada,sem ele perceber atravessava a rua,eu vindo da escola com meus amigos,pra uma criança era algo terrível,meu coração se espedaçava de tanta dor,mas tinha esperança que ele iria sair disso,era um cara bom ,trabalhador,mas quando se tratava de alcool,ninguém o segurava.
Quantas vezes passei por cada perrengue,eu ficava sozinha minha mãe estudava,burra deixou emprego e estudos pra casar,porque meu pai não queria,aí depois dos acontecidos,resolveu correr atrás do perdido,enquanto isso eu sofria e tentava ajudar-lo.
Não sei da onde tirava tanta força com a pouca idade que eu tinha,sempre me lembro de um dia já era noite,eu estava vendo tv,mas preocupada de como iria chegar meu pai,escutei o cachorro latir,e vi uma cena,meu pai não conseguia caminhar direito,tinha 4 degraus até a porta,e agora?eu sozinha,não iria conseguir arrastar ele,pra dentro de casa,chorava,mas sentia pena dele,ele se destruía e a mim tbm,pedi a DEUS que me ajudasse,e consegui puxa-lo pra dentro.
No outro dia ele se envergonhava,chorava e me pedia desculpa,mas nunca acreditei em suas promessas,ele era fraco,tentou tratamento,mas logo voltava tudo de novo, eu sempre que podia ficava fora de casa,na casa de uma amiga,pra ver se esquecia um pouco da minha vida naquela casa.
Com passar doa anos eles se separaram,minha mãe queria eu bem longe dele,nem pensão ela queria,pra não haver mais contato,mas que nada eu sempre o procurava,pra tentar ajudar,minha infâcia e pedaço da adolecencia vivi em função dele,não podia virar as costas,eu o amava muito,só um filho mesmo faria o que eu fiz por ele,mais velho ele começou a mudar,tinha largado de vez a vida que ele levava,casou de novo,e quando achou que iria viver bem,apareceu um câncer no estômago dele,esse era o fim,ele lutou muito,me pediu desculpas por tudo que fez eu passar,correu pra conhecer a neta(minha filha)que tinha nascido,lembro dele entrando no meu quarto,já não tinha mais cabelo ,devido a quimio,choramos e nos abraçamos muito,era nossa despedida...
Não sei porque escrevi tudo isso,mas senti um alivio,acho que está perto do dia dos pais,e senti aquela saudade...
Não é nada fácil uma pessoa lutar contra um vício,ainda mais se não tiver alguém que ajude e acredite ,muito acompanhei e levei meu pai ao A.A,fiz tudo que estava ao meu alcance,pelo menos tentei.