PRÉMIOS 2007 – Prémio «A Trombeta de Sócrates» direitinho para o comentador de assuntos económicos António Peres Metelo; Prémio «A Inutilidade do Ano» para a Ministra da Cultura pela sua acção decisiva na instalação do Museu Berardo; Prémio «Melhor Agente Secreto» para Augusto Santos Silva, pela forma como deu oportunidade à saída de quadros da RTP para a SIC; Prémio «Qual é o meu papel aqui?» para Vítor Constâncio e o Banco de Portugal.
O ABUSADOR - O destino tem coisas curiosas: a fotografia da capa do «Diário de Notícias» da passada terça-feira valia por mil palavras: nela se via o Inspector-Geral da ASAE, António Nunes, a fumar num local fechado, já no dia 1 de Janeiro. Questionado, o homem que é suposto fazer cumprir a legislação que regulamenta o consumo de tabaco, achou que estava dentro da Lei, contrariando pareceres de outras entidades sobre o assunto. O caso é revelador do personagem: em vez de dar o exemplo, prefere o seu prazer pessoal. Este é o verdadeiro carácter do homem que comanda a ASAE e que propõe como alternativa para os seus opositores que emigrem e deixem Portugal – sim, leram bem: «se não quisermos viver nesta sociedade temos a hipótese de emigrar» - são palavras deste monumento de arrogância e prepotência mascarado de zeloso funcionário, numa entrevista publicada na semana passada pelo «Sol». Espero que ele emigre, depois de se demitir. Sempre duvidei de quem justifica actos burocráticos irracionais com o estrito cumprimento de leis e ordens. Como se comprova o zelo é bom para os outros, não para o próprio. O Senhor Ministro Manuel Pinho, que é suposto tutelar este funcionário, importa-se de dizer o que pensa sobre tudo isto?
COINCIDÊNCIAS – Há uns meses o Primeiro Ministro José Sócrates cedeu ao Comendador Berardo uma parte do CCB e fez com ele um negócio – no mínimo estranho em valor e substância – sobre a colecção de arte daquele investidor. O Comendador falou de alto, impôs regras próprias no espaço, faz uma contabilidade imaginativa dos visitantes do museu que agora tem o seu nome. Eu não sou dado a conspirações, mas não posso deixar de registar que todo o movimento que levou à crise no BCP foi desencadeado pelo comendador Berardo e não posso deixar de notar que foi ele o impulsionador de uma proposta que entrega o destino do Banco ao ex-Presidente do Banco do Estado, a CGD, um gestor próximo do PS, e a destacados socialistas que até há pouco tempo reduzida experiência tinham em gestão. Posso, nesta conjugação de coincidências, ser levado a pensar que o bom negócio que Sócrates proporcionou a Berardo com a sua colecção de arte tem agora uma contrapartida no papel de Berardo a facilitar a tomada de posições por parte do PS no maior banco privado português. Ele há estranhas coincidências. Mas também há curiosas alianças. E curiosíssimas formas de fazer negócio.
LER – A edição deste mês da revista «Atlântico» merece uma leitura atenta. António Carrapatoso, José Miguel Júdice e Rui Ramos escrevem sobre Portugal na transição de 2007 para 2008. Vasco Pulido Valente imaginou um concurso com perguntas inesperadas e prémios para as melhores respostas. Carrapatoso, escreve que o Governo ainda não apresentou uma visão estruturada para o futuro de Portugal, avisa que as perguntas fundamentais sobre o papel e a organização do Estado continuam a não ter uma resposta estruturada e consistente e alerta, com dados e númertos, para o facto de a despesa pública estar de facto a crescer sem beneficiar a coesão social ou a criação de oportunidades para todos.
OUVIR – Em 1982 o pianista Friederich Gulda gravou o ciclo das sonatas de Mozart, mas só parte delas foram editadas. A Deutsche Grammophon, que promoveu a gravação e edições originais, aproveitou o ano Mozart, em 2006, para editar uma remasterização cuidada dea parte dessas gravações que tinha tido uma edição original há 25 anos.. Surge agora, pela primeira vez, a parte nunca antes editada desses registos, São seis sonatas interpretadas por Gulda e nunca antes editadas. Apesar de algumas pequenas imperfeições na captação sonora (e que foram responsáveis pela sua não divulgação até agora), estes trabalhos comprovam a enorme capacidade do pianista e a forma única como foi capaz de interpretar a música de Mozart. - «The Gulda Mozart Tapes II, 6 sonatas», CD Deutsche Grammophon, FNAC.
ASSUKA SEM GRAÇA - Algumas pessoas acham que a comida é tudo num restaurante. Engano. A comida, a boa comida, é uma parte importante de um restaurante. Mas o serviço é outra parte com uma boa dose de relevo, e o ambiente completa o leque das variantes a ter em conta. A pior coisa que pode acontecer a um restaurante é cair na moda e não estar preparado para lidar com isso. É o que se passa no japonês Assuka, em Lisboa. Empregados desatentos, serviço demoradíssimo, falta de coisas básicas como imperial ou atum fresco (estamos num restaurante japonês, caramba!), bajulação dos empregados a estrelas de telenovela que falam alto e encanitam os outros clientes, tudo isto deu cabo num instante da qualidade da comida do Assuka. Tão cedo não volto ao nº153 da Rua de São Sebastião da Pedreira.
BACK TO BASICS – O segredo para ser maçador é dizer tudo o que nos apetece, Voltaire
O ABUSADOR - O destino tem coisas curiosas: a fotografia da capa do «Diário de Notícias» da passada terça-feira valia por mil palavras: nela se via o Inspector-Geral da ASAE, António Nunes, a fumar num local fechado, já no dia 1 de Janeiro. Questionado, o homem que é suposto fazer cumprir a legislação que regulamenta o consumo de tabaco, achou que estava dentro da Lei, contrariando pareceres de outras entidades sobre o assunto. O caso é revelador do personagem: em vez de dar o exemplo, prefere o seu prazer pessoal. Este é o verdadeiro carácter do homem que comanda a ASAE e que propõe como alternativa para os seus opositores que emigrem e deixem Portugal – sim, leram bem: «se não quisermos viver nesta sociedade temos a hipótese de emigrar» - são palavras deste monumento de arrogância e prepotência mascarado de zeloso funcionário, numa entrevista publicada na semana passada pelo «Sol». Espero que ele emigre, depois de se demitir. Sempre duvidei de quem justifica actos burocráticos irracionais com o estrito cumprimento de leis e ordens. Como se comprova o zelo é bom para os outros, não para o próprio. O Senhor Ministro Manuel Pinho, que é suposto tutelar este funcionário, importa-se de dizer o que pensa sobre tudo isto?
COINCIDÊNCIAS – Há uns meses o Primeiro Ministro José Sócrates cedeu ao Comendador Berardo uma parte do CCB e fez com ele um negócio – no mínimo estranho em valor e substância – sobre a colecção de arte daquele investidor. O Comendador falou de alto, impôs regras próprias no espaço, faz uma contabilidade imaginativa dos visitantes do museu que agora tem o seu nome. Eu não sou dado a conspirações, mas não posso deixar de registar que todo o movimento que levou à crise no BCP foi desencadeado pelo comendador Berardo e não posso deixar de notar que foi ele o impulsionador de uma proposta que entrega o destino do Banco ao ex-Presidente do Banco do Estado, a CGD, um gestor próximo do PS, e a destacados socialistas que até há pouco tempo reduzida experiência tinham em gestão. Posso, nesta conjugação de coincidências, ser levado a pensar que o bom negócio que Sócrates proporcionou a Berardo com a sua colecção de arte tem agora uma contrapartida no papel de Berardo a facilitar a tomada de posições por parte do PS no maior banco privado português. Ele há estranhas coincidências. Mas também há curiosas alianças. E curiosíssimas formas de fazer negócio.
LER – A edição deste mês da revista «Atlântico» merece uma leitura atenta. António Carrapatoso, José Miguel Júdice e Rui Ramos escrevem sobre Portugal na transição de 2007 para 2008. Vasco Pulido Valente imaginou um concurso com perguntas inesperadas e prémios para as melhores respostas. Carrapatoso, escreve que o Governo ainda não apresentou uma visão estruturada para o futuro de Portugal, avisa que as perguntas fundamentais sobre o papel e a organização do Estado continuam a não ter uma resposta estruturada e consistente e alerta, com dados e númertos, para o facto de a despesa pública estar de facto a crescer sem beneficiar a coesão social ou a criação de oportunidades para todos.
OUVIR – Em 1982 o pianista Friederich Gulda gravou o ciclo das sonatas de Mozart, mas só parte delas foram editadas. A Deutsche Grammophon, que promoveu a gravação e edições originais, aproveitou o ano Mozart, em 2006, para editar uma remasterização cuidada dea parte dessas gravações que tinha tido uma edição original há 25 anos.. Surge agora, pela primeira vez, a parte nunca antes editada desses registos, São seis sonatas interpretadas por Gulda e nunca antes editadas. Apesar de algumas pequenas imperfeições na captação sonora (e que foram responsáveis pela sua não divulgação até agora), estes trabalhos comprovam a enorme capacidade do pianista e a forma única como foi capaz de interpretar a música de Mozart. - «The Gulda Mozart Tapes II, 6 sonatas», CD Deutsche Grammophon, FNAC.
ASSUKA SEM GRAÇA - Algumas pessoas acham que a comida é tudo num restaurante. Engano. A comida, a boa comida, é uma parte importante de um restaurante. Mas o serviço é outra parte com uma boa dose de relevo, e o ambiente completa o leque das variantes a ter em conta. A pior coisa que pode acontecer a um restaurante é cair na moda e não estar preparado para lidar com isso. É o que se passa no japonês Assuka, em Lisboa. Empregados desatentos, serviço demoradíssimo, falta de coisas básicas como imperial ou atum fresco (estamos num restaurante japonês, caramba!), bajulação dos empregados a estrelas de telenovela que falam alto e encanitam os outros clientes, tudo isto deu cabo num instante da qualidade da comida do Assuka. Tão cedo não volto ao nº153 da Rua de São Sebastião da Pedreira.
BACK TO BASICS – O segredo para ser maçador é dizer tudo o que nos apetece, Voltaire