Não me lembro de ter feito promessas no começo de 2008. Mas suspeito que tenha falhado em grande parte ao cumprir as que ficaram subentendidas. (Inclua-se aí que não atualizei meu blog como quereria —mas vejam que aqui cumpri umas das minhas promessas, que era usar a conjugação "quereria" num texto—, deixei o pobre de lado por, sei lá, uns dois meses no total, o que é uma vergonha.)
Não vou desfiar aqui um terço de lamentações abusando da boa vontade de quem me lê. Mesmo porque não sou de chorar o leite derramado. Nem eram coisas assim tão importantes; tudo vaidade, no fim das contas, que o Eclesiástico estava bem certo quando disse.
Por outro lado...
Em 2008 passei mais tempo com minha família. Joguei mais video game com meus irmãos. Assisti mais jogos de futebol com meu pai. Trouxe mais doces para minha mãe.
Em 2008, saí mais com meus amigos. Aprendi muito sobre cervejas, vodkas, uísques e cachaças. E queijos. E café espresso. E charutos. E tudo mais que não presta mas que é bom.
Li bastante livros. Nenhum best-seller, nenhum de auto-ajuda.
Ouvi muita música. Boa música.
Assisti bastante filmes. Clássicos.
Aprendi uma meia dúzia de coisas sobre as pessoas lá fora.
Aprendi uma meia dúzia de coisas sobre o cara aqui dentro.
É, concordo que é tudo muito vago, não sobra nada de palpável disso tudo. Tem gente que preencheria essa lista com "apliquei na bolsa", "investi em fundos rentáveis", "adquiri um imóvel", "troquei de carro", "fui promovido" e por aí vai. Eu não fiz nada disso. Termino o ano com saldo zerado no banco, declaração de bens no imposto de renda vazia, nenhuma mudança na carteira de trabalho.
Talvez por isso é que 2008 foi um ano feliz.
Em 2008, eu vivi. E isso é bom.