Rumamos à nossa serrinha, onde já não íamos desde à muito tempo. A convite do Sérgio Duarte e companhia, que nos esperava ao pé da lagoa comprida.
Pouco depois, a cerca de 5 minutos do carro, demos com um sector com fissuras à la carte.
Cerca de 20 vias de auto-proteção, a maioria com topes equipados, o que aliado ao entorno e à aproximação curta, fazem este sector muito apetecível e confortável, e certamente será bastante frequentado.
É de salientar o excelente trabalho de abertura e limpeza realizado, as linhas estão impecáveis, foram abertas de baixo e não existem pontos fixos, o que fazem uma ou outra via mais "apimentada". Mas a grande maioria são de fácil e abundante proteção.
O Ambiente no encontro estava bastante animado, quando chegamos encontramos várias cordadas penduradas e aproveitamos para cumprimentar malta que já não víamos há bastante tempo.
Começamos pela via: "Pé de Cabra", que é um diedro com duas fissuras "contra-viradas", o que permite uma escalada algo diferente e bastante interessante.
De seguida fomos à via "Ovelha Choné", que é uma placa tombada, com uma série de fissuras diagonais.
foto: Sérgio Duarte
foto: Sérgio Duarte
Nesta via que achei espetacular reparei numa linha imediatamente à direita, que apresentava uma estrutura parecida, uma série de fissuras entremeadas com placa. Com a ideia de uma ascensão rápida e em libre, atiramos-nos a esta linha, que não sei se por ser demasiado "entremeada" de placas, se por ter as fissuras ainda com terra, não saiu muito rápido nem em livre. "O pastor desassossegadamente carbonizado" está lá para a primeira ascensão em libre.
De seguida encordei com o Alcino e fomos à "Tí Luis", talvez a melhor via do sector, uma fissura que permite uma proteção fácil, mas que a escalda se faz por uma série de reglêtes e pequenas prateleirinhas horizontais, que apesar de suavemente extraprumada, permite nalguns momentos descansos completos. De seguida novamente com a Natália fomos provar o diedro "em busca do tesouro perdido".
foto: Pedro Santos
Cansados mas não consolados, porque várias linhas com muito bom aspecto ficaram por provar, regressamos à estrada para ir jantar à praia fluvial mais alta do pais, o "vale do rossim", onde dormimos.
No Domingo, depois de um pequeno almoço reforçado voltamos à carga. O sector estava bem mais deserto, talvez devido à ameaça de chuva. Aquecemos motores na: "Aquece-mos", uma via que desiludiu em relação à qualidade das outras, esta apresenta um granito tipo broa de milho que se esfarela um pouco e é bastante irregular. Depois vendo melhor o croqui constatamos que seguimos por uns blocos à direita que já não faziam parte da via. Não poderíamos deixar de ensarilhar um pouco.
Com bastante húmidade relativa, visibilidade zero e as paredes a ficar molhadas ainda fomos à "Sonhos", que é algo mantida e tem um final agridoce. Já cheios de reumatismo, moncos no nariz e húmidos até aos ossos, fomos com o MC e o Filipe C. rumo a sul, e depois de um planalto cheio de sebastianismo messiânico demos com uma pedra do urso soleada e bastante agradável, para a prática das "lapadas nas pedrinhas".
Voltamos ao norte com a pele gasta já de noite mas iluminados. Que boa é a vida no mato!