sexta-feira, julho 31, 2009

Aquecimento global é nova religião

Desta vez, não é um blog adventista como o Minuto Profético ou o Diário da Profecia - nem mesmo este blog - que afirma algo como o título desta postagem. Deu no site Opinião e Notícia: "É o que diz um renomado geólogo australiano, para quem as alterações climáticas são uma farsa perpetuada por ambientalistas. Ian Plimer, que é professor de geologia da mineração na Universidade de Adelaide, chega mesmo a dizer que a ideia do aquecimento global virou a nova religião para as elites urbanas dos países ricos. Ele é um crítico do chamado 'aquecimento global antropogênico' — ou seja, produzido pelo ser humano — e da ortodoxia ambiental corrente, segundo a qual o fenômeno pode ser revertido por meio da redução da poluição atmosférica.

"Para Plimer, o aquecimento global é algo natural, com muitos precedentes na história do planeta. Ele não é o primeiro cientista renomado a dizer isso, mas dá mostras de que não irá se dobrar ante a pressão do 'jacobinismo ambiental'. Plimer acaba de publicar o seu mais recente livro sobre o tema do aquecimento global.

"Trata-se de Heaven and Earth — Global Warming: The Missing Science, no qual ele retoma muito de um livro seu de 2001. Plimer encontrou dificuldades para achar uma editora disposta a publicar seu último livro devido à intimidação do lobby ambientalista, mas Heaven and Earth já vendeu cerca de 30 mil cópias na Austrália e parece estar indo bem no começo das vendas na Grã-Bretanha e nos EUA.

"Basicamente, o geólogo australiano diz que o caráter dinâmico do clima da Terra sempre foi conhecido pelos geólogos, e essas mudanças são cíclicas e aleatórias, não sendo causadas ou significativamente afetadas pelo comportamento humano."

Nota: O que Plimer parece não saber é que o ambientalismo, também conhecido como ECOmenismo, está ajudando a unir movimentos, grupos e instituições tão díspares como o Vaticano e cientistas ateus em torno de um mesmo ideal: salvar a Terra da destruição. E eles têm até uma proposta: parar um dia na semana para que o planeta possa "descansar". Que dia será esse? Você já sabe. Se não, clique no marcador "ECOmenismo", logo aí abaixo.[MB]

Leia também: "ECOmenismo: você também está sendo envolvido!"

quinta-feira, julho 30, 2009

Governo inglês incita adolescentes ao sexo

Embora os índices de gravidez e aborto entre adolescentes estejam subindo na Inglaterra, o Ministério da Saúde inglês está dizendo aos adolescentes que “um orgasmo por dia mantém você longe do hospital”. Intitulado “Prazer”, um novo livreto planejado para distribuição em escolas públicas foi aprovado pelos maiores grupos governamentais promotores de sexo, a Brook e a Associação de Planejamento Familiar. O livreto, que foi distribuído para professores, pais e assistentes sociais de jovens na cidade industrial de Yorkshire, em Sheffield, diz que os adolescentes podem reduzir seu risco de ataque do coração fazendo mais sexo. O livreto pergunta: “Que tal fazer sexo duas vezes por semana? Os especialistas de saúde recomendam cinco porções de frutas e vegetais por dia e 30 minutos de atividade física três vezes por semana.”

O livreto foi feito para adolescentes acima de 14 anos, que são os principais alvos das tentativas do governo para reduzir o índice de gravidez. Diz que alguns especialistas focalizam demais em propaganda de “sexo seguro” e não enfatizam o prazer sexual.

O livreto aconselha que os professores e educadores “promovam masturbação para moças e rapazes. A masturbação pode ajudar a dar sensações boas e prazerosas e ajuda a explorar e descobrir o próprio corpo”.

O livreto continua: “Inicie debates com os jovens. Esses debates devem tratar da experimentação em relacionamentos sexuais para tentar dissipar o mito de que há só um jeito de ter sexo ‘adequado’ (isto é, penetração).”

Steve Slack, diretor do Centro de HIV & Saúde Sexual da Secretaria de Saúde de Sheffield, disse aos meios de comunicação que enquanto os adolescentes estão plenamente informados sobre sexo e estão fazendo decisões livremente como parte de seus “relacionamentos amorosos”, eles têm tanto direito ao sexo quanto os adultos.

Em 2006, quando Sheffield ficou conhecida por ter um dos índices mais elevados de gravidez entre adolescentes na Inglaterra, Slack disse aos meios de comunicação que “muitas iniciativas” haviam sido planejadas para reduzir concepções entre moças menores de idade. Ele disse que estava confiante em que a cidade cumpriria as metas estabelecidas em 1999 pelo governo de Blair para cortar seus índices de gravidez entre adolescentes em 2010.

Contudo, em 2006 os programas patrocinados pelo governo que envolviam mais educação sexual para idades mais novas, haviam provocado um aumento recorde de índices de gravidez entre adolescentes. Esse aumento foi registrado numa época em que outros municípios de Yorkshire estavam registrando índices mais baixos de gravidez de moças solteiras de menos de 18 anos.

O Dr. Trevor Stammers, diretor da Associação Médica Cristã, disse para o jornal Daily Mail: “É inacreditável que esse livreto esteja sendo enviado às escolas.” Falando em nome do grupo cristão de lobby Preocupação pela Família e pelos Jovens, o Dr. Stammers disse: “Gostaria de saber qual prova científica há para apoiar isso. Há um número enorme de assistentes sociais que promovem saúde. Esses assistentes, cujos salários são elevados e que mal têm o que fazer, estão obcecados com sexo.”

Incentivar sexo para menores de idade, disse ele, é “nada menos do que incentivar abuso contra as crianças”. “Se o Ministério da Saúde quer promover um coração saudável, como diz que quer no livreto, deveria investir o dinheiro na redução do consumo de álcool e fumo”, disse ele.

Mas Sue Greig, assessora de saúde pública da Secretaria de Saúde de Sheffield, repudiou as preocupações de que o livreto incentivará os jovens a ter sexo. Ela disse que em países em que há mais “abertura sobre sexo”, como a Holanda, os jovens aguardam mais do que os adolescentes ingleses antes de “ter sua primeira experiência”.

Apesar de tais garantias, a insistência do governo em incentivar sexo entre os adolescentes está começando a ser rejeitada pela esquerda e pela direita. Na semana passada, Yasmin Alibhai-Brown, colunista que se descreve como de “centro-esquerda”, escreveu no Daily Mail repreendendo o governo trabalhista por continuar sua rota “catastrófica de educação sexual mais e mais explícita para crianças novas que, disse ela, é um fracasso monumental”.

A decisão recente de introduzir educação sexual nas escolas primárias é “um sinal de desespero”, escreveu ela. Essa decisão institucionalizou a “sexualização das crianças novas, indiscutivelmente uma das razões principais para as alarmantes estatísticas de gravidez entre adolescentes”.

“As crianças inglesas já sabem o suficiente sobre sexo. O sexo grita para elas dos outdoors, sussurra-lhes nas revistas e jornais, as seduz na internet e na TV e as destrói em modernos livros para crianças, etc. O problema é que essa consciência sexual é recebida e digerida, mas sem nenhuma orientação sobre consequências, nem quaisquer costumes sociais preventivos.”

Aproximadamente 40.000 adolescentes ficam grávidas anualmente na Inglaterra, o índice mais elevado da Europa Ocidental. Recentemente, estatísticas divulgadas mostram que mais da metade das gravidezes de adolescentes inglesas terminam em aborto propositado.

(LifeSiteNews)

Religião e compromisso no relacionamento

A revista IstoÉ desta semana traz matéria em que analisa os fatores de risco para os casamentos. "Com o tempo e a rotina", diz a reportagem, "as divergências vêm à tona e nem sempre os casais estão preparados para lidar com os percalços. É o que revela o estudo 'O que o amor tem a ver com isso?', da Universidade Nacional da Austrália, divulgado na semana passada. Durante seis anos, os pesquisadores australianos observaram a rotina de 2.482 casais - casados de papel passado ou que moravam juntos. Descobriram qual o perfil de relação com maiores perspectivas de sucesso, as de maior probabilidade de fracasso e elencaram uma série de variáveis que sabotam as relações."

Alguns dados interessantes:

1. A taxa de separação entre homens de até 30 anos é de 19,8% (para mulheres nessa faixa etária é de 17,6%). Esses índices caem para 5% entre as pessoas com mais de 50. Ou seja, é melhor casar com maior maturidade.

2. 18% dos casais terminam antes de completar cinco anos de casamento. Relacionamentos com mais de 20 anos têm índice de separação de 4%. Portanto, a escolha sábia do cônjuge é fundamental.

3. A taxa de divórcio entre casais que experimentam o matrimônio pela primeira vez é de 10%. No segundo casamento, o índice sobe para 15% entre os homens e 17% entre as mulheres.

4. Casais que não dividiram o teto antes do matrimônio registram índice de divórcio de 7%. Quem morou junto antes de oficializar a relação se separa em 15% dos casos. Portanto, aquela história de que se tem que "experimentar antes" para dar certo é furada.

5. Pessoas que não bebem ou tomam, no máximo, dois drinques por noite registram uma taxa de separação de 8,9%. Entre os que costumam beber três doses ou mais, o índice sobe para 12% para os homens e 15% para as mulheres. Quando a mulher bebe mais do que o homem, é de 14%.

6. A taxa de separação é menor em casais não fumantes (7,8%). E maior quando ele fuma e ela não (17,4%).

7. A religião ajuda a manter o relacionamento. Quando nem o homem nem a mulher são religiosos, a taxa de separação é de 13,6%. Se apenas um é, o índice cai dois pontos percentuais. E, se ambos professam sua fé, a taxa de divórcio diminui para 8,1%.

Na mesma semana, a revista Mente e Cérebro publicou: "Casais que moram juntos antes do casamento apresentam maior risco de se divorciar que aqueles que esperam até a cerimônia – ou pelo menos até ficar noivos. A conclusão é de um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Denver, nos Estados Unidos. A pesquisa, publicada no Journal of Family Psychology, mostrou ainda que pessoas que foram morar juntas antes do noivado ou casamento demonstraram pouca satisfação em seus relacionamentos. Os pesquisadores estudaram ainda as razões pelas quais os casais decidem dividir o mesmo teto. De acordo com o estudo, a maioria se incomoda com namoros longos e teme a monotonia. A segunda razão alegada é a conveniência, inclusive financeira (na hora de dividir o aluguel). Em terceiro lugar foi citada a intenção de testar se a relação resiste a um tempo maior de convivência."

Nota: É interessante notar que boa parte dessas constatações (e muitas outras em inúmeras áreas) estão presentes acompanhadas de sábios conselhos num certo Livro milenar muitas vezes tido como ultrapassado...[MB]

quarta-feira, julho 29, 2009

Divórcio causa impacto permanente na saúde

Novo estudo mostra que a separação tem um longo impacto negativo na parte física, que nem mesmo um novo casamento pode reparar totalmente. Realizado em Chicago e contando com a participação de 8.652 pessoas com idades entre 51 e 61 anos, o estudo detectou que os divorciados têm 20% a mais de chances de desenvolver doenças crônicas, como o câncer, do que aqueles que nunca se casaram. A proporção cai para 12% quando os divorciados se casaram novamente mais tarde. Segundo os pesquisadores, isto significa que começamos a vida adulta com um “estoque de saúde” que pode ser mantido ou desgastado dependendo da nossa experiência conjugal.

(Opinião e Notícia)

Nota: Essa pesquisa chama atenção para duas coisas simples, porém negligenciadas: (1) a seriedade da escolha do cônjuge e (2) a manutenção do amor no casamento. No ótimo livro Mensagens aos Jovens, Ellen White afirma que devemos orar ainda mais quando estamos buscando um/uma companheiro(a) para a vida, tamanha a importância desse passo. E no livro O Lar Adventista, a mesma autora afirma que os cuidados e o carinho que caracterizam o período de namoro jamais deveriam cessar depois do casamento.[MB]

Darwin "explica" até crise econômica

Algum tempo atrás, li que a teoria darwinista poderia "explicar" até a origem do Universo, num tipo de "seleção natural cósmica". O que fizeram foi juntar a teoria dos multiversos (nunca empiricamente demonstrada) com a seleção natural que faria o trabalho de selecionar os universos mais "aptos" a sustentar vida. Assim, "resolve-se" a dificuldade de explicar como surgiu um universo tão finamente ajustado, com leis físicas precisas, cheio de evidências de teleologia (projeto). Se surgiram bilhões ou mais de universos e alguns deles foram selecionados, pelo menos em um deve ter surgido a vida, afinal, estamos aqui, não é? Simples assim. Nada de prova. Pura fé especulativa. Agora querem usar Darwin para explicar também a crise econômica, "provando" mais uma vez que o darwinismo é, para alguns, a "teoria explica tudo".

Deu no G1: "No ano em que se comemoram os 200 anos de nascimento do cientista britânico Charles Darwin e os 150 anos de sua obra-prima, A origem das espécies, o economista norte-americano Robert H. Frank [foto acima] defende que as ideias do naturalista se aplicam mais apropriadamente à economia do que as teorias de Adam Smith, 'pai' da teoria econômica clássica. [Assim como Darwin "explica" melhor cosmologia do que os cosmólogos, agora "explica" melhor economia do que o pai dessa ciência.]

"Economista, autor de livros e professor da Cornell University (EUA), Frank contesta o conceito da 'mão invisível' de Smith e diz que o que beneficia um indivíduo não necessariamente beneficia toda a sociedade. Crítico da intervenção estatal na economia, Smith defendia que, em um ambiente de livre concorrência, o bem-estar coletivo é decorrência da harmonização dos interesses dos indivíduos por meio da 'mão invisível' do mercado.

"Para Robert H. Franck, a teoria da seleção natural de Darwin, além de ajudar a explicar a crise financeira enfrentada desde o ano passado, pode apontar saídas para os governos das economias prejudicadas. 'A competição favorece qualidades e comportamentos de acordo com a maneira que eles afetam o sucesso de indivíduos, não de espécies ou de grupos', escreveu o economista em artigo publicado no jornal The New York Times.

Algumas ideias de Frank são até mesmo óbvias e ele usa Darwin, o aniversariante da hora, apenas para fazer brilhar suas (de Frank) opiniões. Note este exemplo que ele dá: "Você quer que seus filhos tenham uma educação acima da média. Então, todos trabalham mais para pagar por escolas melhores para os filhos. Mas quando todos gastam 20% a mais para pagar pela escola, todos ficam na mesma situação. Então, as pessoas trabalham mais horas ou pegam turnos extras ou novos empregos. Nesse caso, a mão invisível não leva ao melhor resultado, mas à pior consequência." Óbvio. Nem precisa apelar a Darwin para justificar isso.

Outro exemplo de hibridização teórica: "Quando o ambiente fica mais competitivo na versão darwiniana, o resultado pode ser cada vez pior. Por exemplo: quanto maior é a competição entre os alces machos na busca por parceiras, mais os chifres deles crescem. Isso é ruim para eles, como um grupo, porque eles ficam mais fáceis de serem capturados. Já a boa visão de uma águia é um bom exemplo do que o que é bom para o indivíduo também é bom para o grupo. Pode acontecer dos dois jeitos."

Agora a explicação darwinista de Frank para a crise: "Os investimentos mais arriscados ficaram cada vez mais populares porque as pessoas queriam ganhar mais, e as pessoas estavam dispostas a investir neles porque seus vizinhos investiam e eles queriam tanto dinheiro quanto os vizinhos. Todos investiram no risco, e todos perderam." [E viva o grande Darwin!]

Leia também: "Teoria-explica-tudo justifica pecado"

terça-feira, julho 28, 2009

Brasil - Vaticano: um acordo "gravíssimo"

Na contramão do mundo, o presidente Lula entra no campo religioso longe dos olhos da sociedade brasileira. Em novembro de 2008, ele foi a Roma e viu o papa. Foram 24 minutos de conversa privada no escritório privativo de Bento 16. "Muito obrigado, presidente, pelo acordo que será assinado hoje", agradeceu o representante de Deus na Terra [sic]. Não era um encontro de estadistas. Era uma reunião do chefe supremo da Igreja com o líder popular da maior nação católica do mundo (125 milhões de fiéis entre 190 milhões de brasileiros). O agradecimento tinha sentido porque o Brasil se rendia a anos de pressão do Vaticano para ampliar a força do ensino religioso nas escolas públicas do ensino fundamental. O papa não conseguiu tornar "obrigatório" o ensino, mas formalizou uma intrusão impensável nas escolas de um país que se diz laico e soberano.

O arcebispo Dominique Mamberti, chanceler das Relações Exteriores do Vaticano, tentou disfarçar: "Não são privilégios porque não se pode chamar de privilégio o reconhecimento de uma realidade social tão importante como é hoje em dia a Igreja Católica no Brasil." Diplomático, o bispo defendeu-se: "O acordo não afeta em nada os cidadãos de outros credos, já que garante o pluralismo religioso, assim como o laicismo saudável." O Brasil não se espantou com a condicionante, talvez por ter padecido muito tempo da "democracia relativa" dos militares, que guarda certa isonomia com o "laicismo saudável" dos padres.

O acordo de 20 artigos parecia inspirado pelos diabólicos atos secretos do Senado brasileiro: estranhamente, não foi discutido previamente com o principal interessado, a sociedade brasileira. "É uma autêntica Concordata com a Santa Sé que, além de ter sido preparada na clandestinidade, sem qualquer aviso ou debate, confronta o espírito da Carta Magna e os fundamentos de um Estado secular", protestou o jornalista Alberto Dines. "Por que o sigilo? Que tipo de pressão o governo sofreu? Como o presidente Lula faz isso sem abrir para a discussão?", perguntou a professora Roseli Fischmann, que coordena há 20 anos o grupo de pesquisa "Discriminação, Preconceito, Estigma" da Universidade de São Paulo (USP). Falando ao portal iG, Fischmann classificou o acordo de "gravíssimo" pelo que representa: "É uma violência à pluralidade de crenças da população, fere a democracia e cria cidadãos de segunda classe – o católico e o não-católico."

Por trás dos sorrisos de Bento e de Lula paira uma nuvem pesada, segundo a professora: "O acordo não contempla a liberdade de consciência. Não querer dar religião para os filhos é o direito da família. Isso não os torna menos cidadãos brasileiros. Ser ateu ou agnóstico é um direito de foro íntimo. É absolutamente estigmatizador e criará a cultura de que não é íntegro quem não teve ensino religioso."

Um dos maiores riscos, segundo a pesquisadora da USP, está no fim do documento, no Art. 18, que reza: "O presente acordo poderá ser complementado".

Fischmann traduz a ameaça ali inoculada: "Isso dá espaço para que a Igreja intervenha em questões como o aborto, casamento de pessoas do mesmo sexo, pesquisas com células-tronco, entre outras" [e aqui mora o perigo para outros cristãos não-católicos]. A professora deposita sua fé no Congresso Nacional, que precisa ratificar o acordo quase confessional firmado entre Lula e Bento 16: "Se ele passar no Parlamento, o Brasil dá poder à Igreja e veta a si mesmo. É preciso uma grande movimentação para que os parlamentares compreendam que o acordo contraria a Constituição e volta o Brasil 120 atrás, quando a República separou Igreja e Estado."

O jornal Correio Braziliense mostrou em três edições (12 a 14 de julho) que os temores insinuados em Roma já assombram as escolas brasileiras. Um estudo inédito – "Ensino religioso: qual o pluralismo?" –, financiado pela Universidade de Brasília (UnB) e pela Comissão de Cidadania e Reprodução, prova que a Igreja já transborda os limites da Lei de Diretrizes e Bases (LDB), que determina como facultativo o ensino da religião e limita suas aulas a alunos do ensino fundamental. Na prática, porém, só metade dos 27 estados brasileiros cumpre a lei, restringindo o ensino religioso às escolas da 1ª à 8ª série, sem incluir a disciplina na carga obrigatória de 800 horas anuais. Oito estados (entre eles RS, PR, BA e DF) estendem as aulas de religião ao ensino médio ou infantil, outros oito (entre eles SP, PE, CE e PA) contabilizam a disciplina na carga obrigatória, desrespeitando o caráter facultativo da lei.

(Parte o artigo "O Brasil entra em campo", publicado no Observatório da Imprensa)

Nota: Céticos, agnósticos e ateus se exasperam com esse acordo. Mal sabem eles que essa é exatamente a trilha por onde os eventos finais caminham. Já estava tudo bíblica e profetimente previsto. O Estado voltará a dar as mãos à Igreja Romana. Esse acordo com o Brasil é apenas um ensaio disso. Leia o livro O Grande Conflito, escrito há um século. Você terá algumas surpresas...[MB]

Meu texto no Observatório da Imprensa

O portal Observatório da Imprensa publicou meu artigo "Náufragos num mar de cosmovisões", no qual reajo ao texto "Deus e o jardim das delícias", do filósofo Hélio Schwartsman, da Folha de S. Paulo. Confira aqui e deixe seu comentário lá.

Afinal, conhecemos ou não o mecanismo evolutivo?

"Embora os cientistas estejam lançando luz sobre os mecanismos naturais que operam para modelar as espécies, muitas questões no campo estão sendo feitas nos bancos de laboratórios. E a pergunta original examinada por Charles Darwin — qual é o mecanismo que faz com que novas espécies evoluam — ainda está para ser explicada plenamente. E surge outra pergunta relativa: Quão importante são os eventos aleatórios, em contraposição à seleção natural, para modelar os organismos?" (Leia o texto completo, em inglês, aqui)

É uma matéria de rara humildade e sinceridade darwinista essa da Live Science. Bem diferente do tom ufanista de outras publicações como a Ciência Hoje deste mês (confira). Além disso, se conferirmos livros-texto de Biologia, vamos notar a linguagem afirmativa que tenta induzir os alunos a pensar que a evolução é fato comprovado empiricamente, cujos mecanismos são indiscutíveis. O MEC deveria acordar para isso. Se não querem ensinar criacionismo, que pelo menos ensinem darwinismo crítico e permitam (e incentivem) que sejam apontadas as insuficiências epistêmicas da "maior descoberta científica de todos os tempos".

Humanos emitem luz

O corpo humano literalmente brilha, emitindo luz visível em níveis extremamente baixos que aumentam e reduzem durante o passar do dia, descobriram cientistas. É uma luz visível diferente da radiação infravermelha, uma forma de luz invisível, emitida pelo corpo humano. Pesquisas anteriores já mostraram que o corpo emite luz visível mil vezes mais fraca do que os níveis visíveis a olho nu. É fato que virtualmente todos os animais emitem luz extremamente fraca, o que se pensa ser um subproduto de reações bioquímicas envolvendo radicais livres.

Para descobrir mais sobre essa forma fraquíssima de luz visível, cientistas japoneses utilizaram câmeras extremamente sensíveis capazes de detectar fótons individuais. Cinco voluntários jovens e saudáveis eram colocados em frente às câmeras sem camisa, em ambientes totalmente selados contra iluminação, durante 20 segundos a cada três horas, das 10h da manhã às 22h da noite.

Os pesquisadores descobriram que o brilho do corpo aumentou e caiu durante o dia, com o nível mínimo sendo às 10h da manhã e o pico às 16h, caindo gradualmente depois desse horário. Essas descobertas sugerem que as emissões de luz estão ligadas ao nosso relógio corporal, chamado de ciclo circadiano, e devem estar relacionadas às flutuações do ritmo metabólico ao longo do dia.

Os rostos brilhavam mais do que o restante do corpo. Isso pode ocorrer pelo fato de as faces serem mais bronzeadas do que o restante do corpo, pois são mais expostas à luz do sol. A melanina, o pigmento da pele, tem componentes fluorescentes que podem ampliar a minúscula produção de luz do corpo. (...)

(Hypescience)

Nota: Quando li essa matéria, me lembrei de duas coisas: (1) a tal "aura" espiritual pode se tratar de simples emissão de luz cientificamente explicável; (2) não seria essa luminescência um resquício da veste de luz que cobria o corpo de Adão e Eva e que perdemos por causa do pecado? Especulações, apenas...[MB]

Bico do tucano contraria ideia de Darwin e revela design

Há séculos os cientistas estão intrigados com a razão de o bico do tucano ser tão incrivelmente grande, mas agora uma equipe de pesquisa pensa ter encontrado a resposta. Na revista científica Science os pesquisadores afirmam que o enorme bico do tucano serve como um radiador. Com câmeras infravermelhas os cientistas observaram o animal dissipando calor através de seu bico, para ajudar a regular a temperatura de seu corpo. Darwin pensava que o bico do tucano era usado para atrair o sexo oposto e outras ideias recentes vão desde descascar frutas até depredação de ninhos e alertas visuais.

Para a investigação, pesquisadores da Universidade Estadual de São Paulo (Unesp) e da Universidade Brock, no Canadá, analisaram o tucano toco (Ramphastos toco), que tem o maior bico de todas as espécies de tucanos. Usando câmeras de infravermelho (visão térmica) para observar a ave, descobriram que a temperatura do bico dos tucanos varia de 10 a 35 graus celsius.

Se o ambiente esquentava, o bico dos tucanos se aquecia em questão de minutos, funcionando como um radiador que dissipa o calor do corpo da ave, permitindo que ela permaneça resfriada. O oposto também foi observado, pois quando as temperaturas são mais brandas pouco calor irradia através do bico, permitindo que a ave conserve o calor.

O bico do tucano tem uma rede de vasos sanguíneos que podem aumentar ou restringir o fluxo de sangue. Ao alterar esse fluxo na superfície do bico, os tucanos podem conservar ou liberar o calor corporal para se resfriarem.

A grande área do bico e o fato de ele não ser isolado significa que o fluxo de sangue ali leva à liberação de calor, resfriando a ave. Em seguida, o calor é dissipado no ar.

Outros animais também usam partes do corpo para regular a temperatura corporal. Elefantes e coelhos irradiam calor através das orelhas para se resfriar.

O estudo também mostrou que o tucano é extremamente eficaz para controlar a própria temperatura corporal com seu bico: o bico pode eliminar 100% do calor corporal ou apenas 5% caso o fluxo sanguíneo seja interrompido.

Os pesquisadores explicam que como as aves não suam, necessitam utilizar o bico para regular a temperatura corporal.

A equipe planeja estudar como outras aves regulam a temperatura corporal.

(Hypescience)

segunda-feira, julho 27, 2009

Criacionismo.com.br no Correio Braziliense

No fim do mês de junho, fui procurado pela jornalista Tatiana Sabadini, do Correio Braziliense, importante jornal do Distrito Federal. Sabadini foi bastante ética e se mostrou realmente interessada em conhecer os meandros da controvérsia entre o criacionismo e o evolucionismo. O resultado pode ser conferido na reportagem "Briga de titãs", publicada na edição dominical de 28 de junho (clique aqui para ler). Cada vez mais os criacionistas têm sido procurados para dar a razão de sua fé e convicções. Isso é bom, mas nos lembra de que é necessário o devido preparo - tanto em ciência quanto em teologia - para estarmos prontos para defender nosso ponto de vista não apenas com convicção, mas também com conhecimento, equilíbrio e respeito nascido do amor por aqueles a quem queremos apresentar o Criador e com quem queremos compartilhar nossa esperança.

Como na reportagem o link para a íntegra da entrevista que concedi não está apontando para o lugar correto, clique aqui e confira o que respondi à jornalista.[MB]

domingo, julho 26, 2009

Gripe suína atingirá todos os países do mundo

O vírus H1N1, da gripe suína, já se espalhou por 160 países, informou, nesta sexta-feira, a Organização Mundial da Saúde (OMS). “Há agora 160 países e territórios afetados de um total de 193, então esperamos que todos os países do mundo sejam afetados. Isso é o que é uma pandemia”, disse à BBC o porta-voz da OMS Gregory Hartl. Segundo ele, ainda não foi identificada nenhuma mudança no comportamento do vírus, mas a comunidade internacional precisa se preparar para a possibilidade de uma mutação que o torne mais letal. A OMS diz que é necessário o desenvolvimento de uma vacina o mais rápido possível, mas adverte que não deve haver dúvidas sobre sua segurança antes que ela possa ser utilizada.

Os primeiros casos reportados da doença ocorreram em março, no México, provocando temores sobre uma possível pandemia que poderia matar milhões em todo o mundo, mas, até agora, o vírus tem se mostrado menos letal do que se esperava. Com centenas de milhares de casos de infecção pelo H1N1 em todo o mundo, a OMS contabiliza cerca de 800 mortes pela gripe suína – 29 delas no Brasil, de acordo com o último boletim do Ministério da Saúde.

Apesar disso, a OMS adverte para a possibilidade de que uma mutação torne o vírus mais forte e diz que o mundo deve manter vigilância. “Os vírus da gripe são notoriamente instáveis e podem sofrer mutações a qualquer hora”, diz Hartl.

Atualmente, já há uma corrida para o desenvolvimento de uma vacina contra o H1N1. Nesta semana, a Austrália realizou os primeiros testes em humanos de uma vacina contra a gripe suína.

Autoridades de saúde e indústrias farmacêuticas estão tentando acelerar o desenvolvimento e a produção de uma vacina antes da chegada do inverno no hemisfério norte, quando se espera um aumento no número de casos.

Mas a OMS diz que a segurança das vacinas não pode ser comprometida pela velocidade de seu desenvolvimento, e adverte que pode levar mais tempo que o desejado para que ela esteja disponível para uso em larga escala.

Em 1976, uma vacina desenvolvida para tentar conter um surto de gripe nos Estados Unidos provocou mais mortes por conta de seus efeitos colaterais do que a própria doença.

Uma das maiores preocupações da OMS é o impacto que a pandemia de gripe terá sobre os países mais pobres do mundo. A organização diz que, quando a vacina estiver disponível, os países em desenvolvimento terão garantidas ao menos 150 milhões de doses.

(BBC Brasil)

Nota: Saiba mais sobre as implicações dessa epidemia clicando aqui.

sábado, julho 25, 2009

Celebridades criacionistas e o arrepio dos céticos

Deu no blog Laboratório, da Folha: "Fiquei intrigado hoje quando meu colega Eduardo Geraque me relatou ter assistido a uma entrevista da talentosa cantora Claudia Leitte, na qual ela se declara 'criacionista'. 'Não posso acreditar que tudo aquilo que existe veio apenas de poeira cósmica', teria dito a musa do axé à apresentadora Marília Gabriela, em seu programa de TV. Não vou entrar agora na discussão sobre se a vida e o Universo são fruto das leis da física ou obra do Criador. Acho apenas importante notar que o súbito interesse das celebridades na questão revela o quanto a discussão entre criacionistas e evolucionistas já permeou meios fora da academia. O que eu me pergunto é se o grau de publicidade que esse debate ganhou serviu para ensinar alguma coisa a alguém. A impressão que fica é que o quebra-pau acabou sendo apenas uma ferramenta de divulgação para o design inteligente e para outras ideias criacionistas pseudicientíficas.

"Todos sabem que esse é o tipo discussão em que ninguém entra para perder. Sobretudo quem tem uma fé a professar. Eu fico imaginando como seria o mundo se Richard Dawkins nunca tivesse escrito um livro de biologia molecular para tentar provar a inexistência de Deus. Não que Dawkins esteja errado. Ou certo. (O que, aliás, é indecidível). O problema é que essa estratégia acabou jogando o ônus da prova no colo dos cientistas - um lugar onde, definitivamente, ele não deveria estar.

"Agora, metade dos livros de divulgação de biólogos que chegam às livrarias não são mais livros 'sobre evolução', mas sim 'contra o criacionismo'."

Nota: A título de comparação, quando o contrário acontece, ou seja, uma celebridade se diz ateia, ninguém questiona se o grau de publicidade dado ao ateísmo atualmente o esteja beneficiando. Dois pesos, duas medidas...[MB]

sexta-feira, julho 24, 2009

Hollywood ajuda a propagar o último engano

Há muito tempo, o inimigo de Deus, o anjo caído conhecido como Satanás, vem semeando o engano neste planeta. Começou no Éden, afirmando que o ser humano poderia ser como Deus e que, mesmo que se rebelasse, como ele, Lúcifer, fez no Céu, não colheria o resultado desse afastamento do plano do Criador (Gn 3:4, 5). Mas as consequências da rebelião podem ser vistas em cada canto deste planeta e logo Deus dará um basta a tudo isso.

De lá para cá, a mentira básica – “certamente não morrereis” e “sereis como Deus” – apenas se sofisticou, adaptando-se às diversas mentalidades, amoldando-se aos padrões de épocas sucessivas, encaixando-se na maneira de pensar dos seres humanos ao longo dos séculos.

Para os mais politizados e distanciados de Deus, inspirou doutrinas políticas utópicas segundo as quais o homem (ou “super-homem”, como queriam) resolveria os problemas da humanidade por via revolucionária. Frustração.

Para os mais espiritualizados, alimentou a crença de que, independentemente do que seja feito com as poucas décadas que temos de existência, a vida continua no “além”. Afinal, a alma não é imortal? Vai-se para o Céu imediatamente, ou se reencarna, ou, na pior das hipóteses, acaba-se no inferno. Mas não há morte definitiva. Pior: para os crentes no “inferno eterno” em que “almas eternas” ardem sem ser destruídas, num tipo de milagre macabro de manutenção da vida – sim, porque só Deus tem vida em Si mesmo e a concede às criaturas –, Deus é apresentado como o maior tirano do Universo, capaz de sentenciar alguém à danação eterna por pecados cometidos no curto intervalo de uma vida. Das duas uma (e em ambas o inimigo sai ganhando): ou a pessoa fica do lado de Deus por medo ou se afasta completamente dEle, por considerá-Lo injusto ou irreal.

Bem, há também aqueles que aparentemente nada têm que ver com doutrinas políticas ou crenças espirituais, mas inconscientemente sofrem do mesmo "otimismo ateu". Para esses, o ser humano está destinado a evoluir e, se as condições planetárias permitirem, se aprimorar mais e mais.

“Sereis como Deus” (social, espiritual ou fisicamente) é a mentira básica. E há muita gente inocente, boa e sincera sendo envolvida por essa onda contagiante que hoje conta com o poderoso marketing das superproduções de Hollywood, capazes de “pregar” para as massas com uma eficácia capaz de causar inveja ao maior dos pregadores.

Um dos mais recentes filmes que se encaixa perfeitamente nessa descrição tem como título "Presságio" ("Knowing", em inglês), com o famoso astro Nicolas Cage. A produção faz parte da nova onda de “filmes apocalípticos” que têm invadido as salas de cinema e os lares em todo o mundo.

Agora note os paralelos de "Presságio" com outros equívocos doutrinários disseminados pelo inimigo com o mesmo e velho propósito de ofuscar a verdade:

1. No filme, crianças começam a ouvir “línguas estranhas” e passam a agir como “profetas”, prenunciando tragédias em número crescente.

2. O pai de uma dessas crianças, cético e cientista do MIT, descobre uma profecia numérica cifrada e escrita 50 anos antes por outra criança. Quando a decifra, ele começa a crer em tudo, como uma espécie de novo convertido.

3. Sobre as pessoas que morrem antes da realização da última profecia, é dito que “ficarão bem”.

4. O personagem de Cage descobre que uma tempestade solar incinerará a Terra e procura salvar o filho.

5. Finalmente, descobre-se que os homens misteriosos que estavam enviando as mensagens aos “profetas” e que davam pistas para salvar essas pessoas, são, na verdade, extraterrestres.

6. No momento da ascensão para a nave claramente inspirada no mecanismo de rodas mencionado pelo profeta Ezequiel (Ez 1:15-18), os “anjos” extraterrestres até exibem asas de luz.

7. Os escolhidos – as pessoas que eram capazes de ouvir a “língua estranha” – são arrebatados em naves espaciais. Os demais são deixados para trás.

8. Enquanto bilhões de seres humanos são queimados pelas labaredas solares, uma parte da humanidade aterrissa num planeta idílico e corre com roupas brancas em direção a uma... árvore cintilante! (Ap 22:1, 2).

Sei que você vai dizer que já viu esse filme antes. Não é déjà vu. Se conhece alguma coisa da Bíblia e a crença de grande parte dos evangélicos (especialmente pentecostais), você já viu/ouviu, sim, algo parecido. A diferença é que, no filme, Deus é excluído, as causas da destruição pelo fogo são “naturais” não associadas à volta de Jesus, e a “salvação” vem dos ETs e não do Criador. O resto está tudo lá, como numa paródia ateia dos livros da série “Deixados Para Trás”: arrebatamento, profecias, catástrofes e multidões deixadas para trás enquanto alguns vão para a “glória”.

O que se nota é que as opções vão se afunilando engenhosamente orquestradas pela mente astuta daquele que as originou e agora as alinhava. Arrebatamento sem volta de Jesus, aquecimento do Sol como fenômeno natural, salvamento feito por extraterrestres, vida eterna sem o Doador da vida. Chega o tempo em que tanto faz se você crê ou não. Ou será “salvo” da destruição por extraterrestres ou cairá no último engano de Lúcifer: a simulação da vinda de Jesus. A menos que perceba que tudo isso não se trata de teorias conspiratórias e que são coincidências demais para serem apenas isso, coincidências.

Mesmo os ditos céticos (como o astrofísico do filme) não estão imunes ao engano. Quando surgir em algum lugar uma nave espacial com seres luminosos, que pensarão aqueles que dizem ter "mente científica"? Dirão, mais uma vez, que contra fatos não há argumentos? Se Carl Sagan estivesse vivo, seria o primeiro a saudar os visitantes de "outro mundo", nesse contato imediato.

Note que a Bíblia é bem clara: Jesus voltará visivelmente (Ap 1:7), como Ele mesmo prometeu em João 14:1-3 e em centenas de outros textos; não pisará na Terra novamente e levará (arrebatará) para o Céu aqueles que estiverem vivos por ocasião de Sua vinda (1Ts 4:17), ressuscitará os mortos que aceitaram o oferecimento da salvação (1Ts 4:16) para que se unam ao grupo dos vivos e subam juntos ao Céu. Aí, sim, começará de fato a vida eterna. Nada se fala de inferno eterno, alma imortal ou reencarnação (clique também aqui para ver o que a Bíblia fala sobre isso).

O inimigo sabe que pouco tempo lhe resta, por isso está intensificando sua campanha de marketing mentirosa.

De que lado você quer estar: com aqueles que acreditam em propaganda enganosa ou com os que seguem a Verdade, custe o que custar?

Michelson Borges

quinta-feira, julho 23, 2009

A mensagem atual do livro de Hebreus

A última matéria deste penúltimo período de aulas do meu mestrado em Teologia é “Exegese de Hebreus” (agora faltam apenas as últimas matérias em 2010 e a dissertação). O mais fascinante em se estudar a Bíblia é que o conteúdo das aulas é mais que acadêmico – é pura inspiração! O livro bíblico de Hebreus, convincentemente atribuído a Paulo, assemelha-se mais a um sermão exortativo que a uma carta. Foi endereçado muito provavelmente a cristãos judeus que corriam o risco de desanimar em sua jornada e perder a fé. A semelhança com a situação de muitos cristãos nos dias de hoje não deve ser mera coincidência e, por isso mesmo, esse tremendo sermão de Paulo é mais atual do que nunca – como toda a mensagem bíblica, aliás.

Ao longo do livro, Paulo intercala quatro exposições teológicas com quatro exortações. Ele fala sobre o perigo de os leitores se desviarem ou negligenciarem o que aprenderam, de endurecerem o coração pelo engano ou pelos prazeres do pecado, de se rebelarem por deixar de considerar a herança prometida, de se tornarem “tardios em ouvir” e de negligenciarem a bênção de se reunir com outros cristãos. Em resumo, com o sermão de Hebreus, o apóstolo procura reanimar cristãos à beira da fraqueza espiritual, assediados pelas tentações da idolatria, da imoralidade, do amor ao dinheiro e dos falsos ensinamentos.

Na página 10 do livro A Luz de Hebreus (Unaspress), organizado por Frank Holbrook e indicado como uma das leituras para a matéria do mestrado, há a seguinte constatação: “A mesma mensagem que o inspirado autor de Hebreus transmitiu a seus leitores do primeiro século é novamente necessária nos últimos anos da história humana. Os cristãos dos últimos tempos, exaustos, de um lado pela fartura, e distraídos, de outro, devido às muitas preocupações, correm o risco de perder a fé enquanto esperam pela volta do Senhor. Há necessidade de se olhar novamente para o Cristo vivo, ou sumo sacerdote, no trono de Deus.”

Assim, o livro editado por Holbrook (que também é autor do ótimo O Sacerdócio Expiatório de Jesus Cristo, publicado pela CPB) ajuda a pontuar o propósito do livro/sermão paulino – propósito esse, como já disse, válido tanto para os cristãos do primeiro século quanto para os de hoje: devemos olhar para além do cansaço, do aparente atraso da volta de Jesus (Hb 10:37; 9:28), da oposição (que vai aumentar mais e mais) e focalizar os privilégios e as bênção de pertencer à comunidade cristã, de maneira a perseverar na fidelidade para alcançar a promessa da herança.

Aceite o apelo/desafio de Paulo. Creia em Jesus. Experimente o Cristo vivo e Seu caminho superior. Ele oferece uma vida plena aqui e a vida eterna logo adiante. Não é hora de desanimar, de perder a fé, de olhar para trás, de ser envolvido e cegado pelas luzes ofuscantes deste mundo. O mesmo Cristo que hoje intercede por nós no santuário celestial, tendo há dois mil anos derramado Seu sangue na maior demonstração do amor de Deus, logo virá para buscar aqueles que aceitaram Seu bondoso oferecimento de salvação, cujos méritos conquistados na cruz do Calvário nos são oferecidos gratuitamente.

Mais: Paulo não fala de uma fé vazia. Pelo contrário, ele a ancora em fatos objetivos: a divindade real de Jesus, a humanidade real dEle, um sacerdócio real e um ministério real num santuário real.

Hebreus tem muito mais a dizer para aqueles que o leem de coração e mente abertos. Que tal abrir sua Bíblia, fazer uma oração sincera e mergulhar no sermão de Paulo, como estou fazendo mais uma vez nesta semana? Isso poderá representar a cura para o desânimo, o conforto pela certeza de que Jesus nos ajuda continuamente – e neste exato momento – e a convicção de que, ainda que pareça demorar, logo Ele voltará!

Michelson Borges

Darwin em ritmo de aventura

Darwinismo e o pensamento político revolucionário russo

“Segundo [Aleksandr] Oparin, [Kliment Arkadievich] Timiryazev descreveu a evolução darwiniana e o pensamento político revolucionário [russo] como sendo tão intimamente conectados que os dois resultavam na mesma coisa. Nesse sentido, o darwinismo era materialista, demandava uma mudança em todas as esferas, era ateísta, era politicamente radical, e estava provocando uma transformação de pensamento e da política” (Loren Graham, historiador da ciência do MIT, escrevendo sobre a influência de Timiryazev sobre a pesquisa da origem da vida por Oparin, no livro Science and Philosophy in the Soviet Union, p. 262, 263; citado por Stephen Meyer in Signature in the Cell, p. 48).

Timiryazev era um ardente marxista e darwinista. Leia esta carta de Timiryazev sobre a visita que fez a Darwin. E tem gente na Nomenklatura científica querendo dizer o contrário de Darwin, Huxley, Timiryazev, Dawkins, Dennett et caterva, oops, et al é très chic...

(Desafiando a Nomenklatura Científica)

DVD Evidências, volume 2


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Psicóloga carioca pode ser cassada por tratar gays

O Conselho Federal de Psicologia está estudando se cassa ou não o registro profissional de Rosangela Alves Justino, psicóloga que encara a homossexualidade como doença e oferece terapias de conversão a clientes que buscam esse tipo de tratamento. A decisão do Conselho Federal de Psicologia será dada no dia 31 próximo. Se o registro da psicóloga for cassado, será a primeira decisão do tipo no Brasil. O Conselho proíbe há 10 anos que psicólogos tratem a homossexualidade como doença passível de cura. A referida psicóloga que agora será julgada afirma ter "atendido e curado centenas" de pacientes gays em 21 anos de atividades. Para ela, a homossexualidade é doença e causada "porque (os homossexuais) foram abusados na infância e na adolescência e sentiram prazer nisso". Rosangela é evangélica e orienta seus pacientes a buscarem orientação na igreja. A cassação de Rosangela foi pedida por associações gays e endossada por 71 psicólogos.

(Suporte 25 Horas)

Nota: "E, semelhantemente, também os homens, deixando o uso natural da mulher, se inflamaram em sua sensualidade uns para com os outros, homens com homens, cometendo torpeza e recebendo em si mesmos a recompensa que convinha ao seu erro" (leia todo o contexto dessa passagem em Romanos 1:18 a 27 para saber a que essa prática condenada nas Escrituras se assemelha, segundo Paulo).

Colaboração: Vanderlei Ricken

Leia também: "Gays nascem gays?"

Quem o consolará?

Tente imaginar esta cena: um menino chora freneticamente na calçada esperando consolo. Ele se afastou de sua mãe e não consegue mais voltar para casa. Não conhece o caminho e por isso está perdido. Necessita urgentemente de um guia, um orientador, um consolador. Você e eu também necessitamos de um Consolador que nos conforte nos momentos de tristeza e nos mostre o caminho. Esse Consolador existe. Jesus o prometeu antes de subir ao Céu. Ele disse: “E Eu rogarei ao Pai, e Ele vos dará outro Consolador, a fim de que esteja para sempre convosco” (João 14:16). E Ele mesmo O identificou como o Espírito Santo. “Mas o Consolador, o Espírito Santo, a quem o Pai enviará em Meu nome, esse vos ensinará todas as coisas e vos fará lembrar de tudo o que vos tenho dito” (João 14:26). Mas quem é o Espírito Santo? É uma força ativa de Deus? Uma energia? Um anjo? Ou o próprio Deus, a terceira pessoa da Trindade? [Leia mais]

quarta-feira, julho 22, 2009

O fim de um estado laico

Tramita na Câmara dos Deputados um acordo entre o Brasil e a Santa Sé, órgão máximo da Igreja Católica. Este acordo, chamado de Concordata, institui diversos privilégios para a Igreja Católica. Opa! Apenas para a Igreja Católica? Sim, isso mesmo, apenas para a Igreja Católica. Antes de entrarmos em maiores questões, vamos lembrar o parágrafo primeiro do artigo 19 da nossa constituição: “É vedado à União, aos Estados, ao Distrito Federal e aos Municípios: I - estabelecer cultos religiosos ou igrejas, subvencioná-los, embaraçar-lhes o funcionamento ou manter com eles ou seus representantes relações de dependência ou aliança, ressalvada, na forma da lei, a colaboração de interesse público;”

Assim sendo, chegamos à primeira e óbvia conclusão: O acordo é inconstitucional. Agora, podemos e devemos analisar outros pontos: O presidente Lula assinou este acordo, com o Papa Bento XVI, no final do ano passado, e curiosamente às escondidas. Não comunicou nem o Legislativo. Por quê?

Além da assinatura de Lula, o acordo ainda precisa ser aprovado na Câmara dos Deputados e, vejam só, os deputados aprovaram que a votação fosse em caráter de urgência. Por que a pressa? Será que para não ter muita discussão sobre o assunto? Quer mais uma curiosa situação? A imprensa não tem noticiado praticamente nada a respeito disto. Será que é algo sem importância? Então, vejamos um pouco as conseqüências da “dita” concordata:

1- A assinatura de uma concordata implica o compromisso do Estado de fornecer à Igreja Católica determinados privilégios legais e financeiros para sempre, a menos que a Igreja concorde em abrir mão deles. Leis e até constituições podem ser mudadas pelo Legislativo da Nação, mas concordatas nao podem ser alteradas nem revogadas sem consentimento da Santa Sé. Uma vez assinadas, elas pairam acima de qualquer controle democrático do País.

2- O acordo institui privilégios de diversas naturezas à Igreja Católica, apenas à Igreja Católica, naturalmente. Por exemplo: O não-cumprimento das normas da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) para com os funcionários que trabalham sob sua hierarquia; auxílio do Estado para a conservação do patrimônio católico; ensino religioso nas escolas públicas, etc. E peço uma atenção para este último, pois mesmo que o texto se refira ao “ensino religioso católico e de outras religiões” não é difícil imaginar o que acontecerá: as demais religiões, as minorias religiosas, especialmente as de matriz africana, as diversas faces do protestantismo e tantas outras manifestações religiosas do Brasil ficarão fora. Isso é o primeiro passo para que o catolicismo volte à condição de religião oficial novamente, com o Estado financiando a doutrinação católica de milhões de crianças brasileiras.

Onde está o respeito ao povo brasileiro? Onde está o respeito às outras religiões de nosso País? Onde está a transparência do presidente ao assinar algo tão impactante na vida da população brasileira? Onde está a imparcialidade dos grandes órgãos de imprensa? Tudo bem, não precisam responder. Estamos cansados de saber.

A verdade é que todos, até mesmo católicos, temos que nos posicionar contrários a essas medidas. Pois elas, além de desrespeitosas, de colocarem um nariz redondo e vermelho em todos nós, são inconstitucionais e vão contra a liberdade religiosa. E lembro aqui que a falta de liberdade religiosa é responsável, segundo a ONU, por 75% dos conflitos bélicos no mundo.

Agora, para encerrar definitivamente, analisemos um dos fundamentos expostos na Concordata: reconhecimento, das relações históricas entre a Igreja Católica e o Brasil e suas respectivas responsabilidades a serviço da sociedade e do bem integral da pessoa humana. Ah, por que não falou antes? Estou certo que estão se referindo ao tempo em que a igreja (católica) dizia que os negros não tinham alma, validando assim a escravidão, validando assim o verdadeiro Holocausto brasileiro. Aprovar a Concordata será um lastimável retrocesso na luta histórica pelo Estado Laico no Brasil.

(Ricardo Barreira é presidente do Instituto Umbanda Fest)

Nota: Barreira está coberto de razão, mas, por ser umbandista, não deve conhecer a profecia bíblica que anuncia a supremacia católica e a crescente supressão da liberdade religiosa. Aproveitemos o tempo de liberdade de que ainda dispomos para falar, escrever e anunciar a verdade bíblica, a fim de que as pessoas, usando de seu livre-arbítrio e agindo de acordo com os ditames de sua consciência (e não pelas imposições desse ou daquele líder político ou religioso) tomem sua decisão.[MB]

O homem que sonhava com a Lua

Há 40 anos, a humanidade, representada por três navegantes, chegava à Lua da mesma forma que o europeu chegava à América. No lugar das caravelas Pinta, Niña e Santa Maria, agora a nave espacial Apollo 11. Sai Colombo e entra Neil Armstrong, em vez do império ibérico, o império norte-americano. As testemunhas não eram mais os índios nativos, mas o embasbacamento de milhares de espectadores diante da transmissão ao vivo pela TV era semelhante. A carta de intenções também era igual: no século 15, a Espanha precisava aumentar o mercado e vencer a concorrência; no século 20, os Estados Unidos necessitavam vencer a concorrência e aumentar o mercado. Venceu a concorrência soviética de tal forma que até o mero termo "soviético" caiu em total desuso. [Leia mais]

Estudo bíblico sobre a morte

terça-feira, julho 21, 2009

Darwin e seu comprometimento com o materialismo

Stephen Jay Gould (1941-2002) foi um conceituado paleontólogo evolucionista americano e um dos maiores críticos do gradualismo, uma das premissas fundamentais dos neodarwinistas. Com a sua tese de "equilíbrio pontuado" (explosões evolutivas em períodos relativamente curtos de tempo, em populações isoladas, contrabalançados por períodos mais longos, de relativa estabilidade evolucionária), causou um certo frenesi no meio acadêmico. Gould é lembrado como um dos maiores popularizadores da ciência, dentre os de sua geração. Escrevia sobre ciência e seu impacto na sociedade atual. Escreveu inúmeros artigos sobre sua principal tese, o equilíbrio pontuado, e livros em que mostrava os pontos fracos do darwinismo clássico. Gould não professava qualquer tipo de religião, proclamava-se evolucionista e, aberta e corajosamente, escreveu sobre um assunto que ainda é tido por "inconveniente" para os mais ferrenhos defensores do darwinismo: o comprometimento que Darwin tinha com a filosofia natural (materialista) de seus dias. No seu livro Darwin e os Grandes Enigmas da Vida, Gould escreve:

"Dois extraordinários livros de anotações de Darwin podem conter a resposta para texto e comentários mais extensos. (...) Os chamados M e N notebooks foram escritos em 1838 e 1839, enquanto Darwin reunia as notas que formariam a base para seus ensaios de 1842 e 1844. Neles se acham os pensamentos de Darwin sobre filosofia, estética, psicologia e antropologia.

"Ao relê-los, em 1856, Darwin classificou-os como 'cheios de metafísicas sobre a moral'. Muitas de suas declarações mostram que esposava mas temia expor princípios de algo que sabia ser muito mais herético que a própria evolução: o materialismo filosófico — o postulado de que a matéria é tudo na existência e de que todos os fenômenos mentais e espirituais são subprodutos dela. Nenhuma noção poderia ser mais inquietante para as arraigadas convicções do pensamento ocidental do que a declaração de que a mente — por mais complexa e poderosa que seja — é um simples produto do cérebro. (...)

"As notas provam que Darwin se interessava por filosofia e que estava ciente de suas implicações. Sabia que a principal característica a distinguir sua teoria de todas as outras doutrinas evolucionistas era seu inflexível materialismo filosófico. Outros evolucionistas falavam em força vital, dirigismo histórico, luta orgânica, e na irredutibilidade essencial da mente — uma armadura de conceitos que a cristandade tradicional podia aceitar como meio-termo, já que permitia a um Deus cristão trabalhar pela evolução, e não pela criação. Darwin falava apenas em variação ao acaso e seleção natural.

"Nas notas, Darwin aplicou resolutamente seu materialismo à teoria da evolução de todos os fenômenos da vida, inclusive ao que ele próprio chamou de 'a própria cidadela' — a mente humana. (...)

"Essa crença era tão herética que Darwin chegou a contorná-la em The Origin of Species (A Origem das Espécies, 1859), onde aventurou-se apenas ao crítico comentário de que 'a origem do homem e sua história será esclarecida'. Só trouxe suas crenças à luz quando não pode escondê-las mais, em Descent of Man (A Descendência do Homem, 1871) e em The Expression of the Emotions in Man and Animais (A Expressão das Emoções em Homens e Animais, 1872). Alfred Rusell Wallace, o co-descobridor da seleção natural, nunca foi capaz de aplicá-la à mente humana, por ele considerada como a única contribuição divina à história da vida. Darwin, entretanto, transpôs 2000 anos de filosofia e religião no mais extraordinário epigrama do chamado M notebook..." (Editora Martins Fontes, p. 14. Fonte: Bio Gênesis).

Essa "aplicação do materialismo filosófico à perspectiva empírica de Darwin" é uma espécie de "pedra no sapato" dos resolutos defensores da teoria da evolução, pois, quanto menos "filosófica" a mesma for, para muitos, será ("automaticamente") mais empírica. Uma coisa nada tem a ver com a outra, mas tal ideal ainda permeia a mente de muitos cientistas. Qualquer teoria pode ter uma forte consistência empírica e ser completamente contraintuitiva, como é o caso da Relatividade Geral e Restrita. Adequar o que vivenciamos no mundo sensível a quaisquer perspectivas filosóficas é uma escolha deliberada nossa: um não "manda" no outro, embora os padrões básicos daquilo que se chama "ciência" seja algo nascido da Filosofia. O método científico (já estipulado por Galileu) passou pelo refinamento necessário por Popper, que acrescentou a característica da falseabilidade nos paradigmas científicos. Para ser científico, portanto, algo precisa ser falseável. Para ser falseável, por sua vez, precisa ser repetido e passar por testes (a priori) rigorosos, como a previsibilidade de resultados associados aos testes. Essas características fundamentais da ciência empírica NÃO são observadas na teoria da evolução (ao menos não foram quando esta foi estipulada, no século 19). Ainda não é hoje. A evolução não "prevê" nada, e, de todos os exemplos naturais (mesmo os mais contraintuitivos) retira um "quê" de evolucionismo, chegando ao absurdo de ser aplicada até em explicações de formações de planetas, sistemas solares e galáxias. É óbvio, portanto, que a crítica filosófica à teoria da evolução deveria surgir, e surgiu, de expoentes de dentro e de fora do meio das ciências naturais. Creio ser inegável o fato de que o pensamento naturalista (filosófico) direcionou (se não todo, ao menos parte) do trabalho de Darwin, tornando suas conclusões inelutavelmente filosóficas... E "filosofia" não se "prova", prezado leitor, se aplica ou não (contradiz-se ou não). Assim, por ter os auspícios de um pensamento que está acima da própria ciência (observe se não exatamente assim que tratam a teoria evolucionista), a TE torna-se incriticável, uma verdade aceita, premente, imune a quaisquer tipos de análises críticas... e já venho chamando a atenção há tempos sobre isso. Somente os darwinistas não veem que, em todo o seu afã anticriacionista, tornaram-se os maiores baluartes do paradigma que eles mesmos dizem abominar - aqueles que possuem uma "fé cega".

(Blog do pastor Artur Eduardo)

Nota: É bom lembrar também a nova estratégia adotada pelos darwinistas: Darwin e as religiões são compatíveis e somente os "fundamentalistas" é que não aceitam isso. Mas Darwin disse que se a teoria dele precisasse de "ajuda externa" (leia-se Deus), sua teoria seria "refugo".

segunda-feira, julho 20, 2009

Náufragos num mar de cosmovisões

No dia 16, o filósofo Hélio Schwartsman publicou na Folha de S. Paulo o artigo “Deus e o jardim das delícias”. Ele dispara já de início: “Convenhamos que religião e nosso conhecimento do mundo não andam exatamente de braços dados. De um modo geral, virgens não costumam dar à luz (especialmente não antes do desenvolvimento de técnicas como a fertilização “in vitro”) e pessoas não saem por aí ressuscitando. Em contextos normais, um homem que veste saias e proclama transformar pão em bife sempre que dá uma espécie de passe seria prudentemente internado numa instituição psiquiátrica. E não me venham dizer que a transubstanciação é apenas um simbolismo. ...”

Schwartsman comete o erro banal de confundir cristianismo com catolicismo. Embora o nascimento virginal e a ressurreição de Jesus constem nos Evangelhos (e é claro que não podem ser aceitos por uma mente naturalista que exclui a priori qualquer evento sobrenatural), a transubstanciação é um dogma católico não-bíblico, afinal, homens não têm poder de “criar” Deus a cada missa. O pão, segundo o próprio Jesus, é símbolo de Seu corpo e não literalmente Sua carne.

Agora, se Jesus realmente era quem dizia ser, ou seja, Deus, qualquer evento miraculoso relacionado com Ele não deve ser nada espantoso. Afinal, o que é caminhar sobre as águas, curar cegos de nascença, ressuscitar mortos para quem criou todas as coisas (João 1:3) a partir do nada? Jesus era Deus encarnado. Caso não tenha sido, não passaria de um lunático ou mentiroso – mas não conheço ninguém que pense isso dEle, nem mesmo entre os ateus de bom senso.

Schwartsman acha “oportuno lembrar que a própria pluralidade de tabus ritualísticos depõe contra a noção de Verdade religiosa”, como se o fato de haver muitos credos significasse que não existe um verdadeiro. Na verdade, as diversas manifestações religiosas confirmam o fato de que, como dizia C.S. Lewis, fomos criados para outro mundo. O próprio Richard Dawkins, ateu empedernido incensado pela mídia, disse ter sentido vontade de se ajoelhar diante da exuberância de beleza “supérflua” do Pantanal com vontade de adorar o Criador – não fossem as ideias darwinistas que lhe povoam a mente insistindo como num mantra naturalista: por mais que pareça haver design inteligente na natureza, lembre-se, é só aparência. Deus não pode existir.

“Se existe mesmo um Deus monoteísta, o que ele quer de nós?”, pergunta Schwartsman. “Que guardemos o sábado, como asseguram judeus e adventistas; que amemos ao próximo, como asseveram alguns cristãos; que nos abstenhamos da carne de porco, como garantem os muçulmanos e de novo os judeus; ou que não façamos nada de especial e apenas aguardemos o Juízo Final para saber quem são os predestinados, como propõe outra porção dos cristãos?”

Simples: basta analisar as relações de causa e efeito. Estudos sobre o biorritmo indicam que funcionamos melhor em ciclos de seis dias de atividade e um de repouso. A Bíblia afirma que Deus criou a vida neste planeta em seis dias e reservou o sétimo (o sábado) para celebrar a criação com Seus filhos. Amar ao próximo nos ajuda a viver melhor – com o próximo e com nós mesmos. Abster-nos de carne de porco (e, hoje em dia, de qualquer tipo de carne) promove mais saúde. Portanto, viver à luz das regras de saúde e convivência propostas por Deus na Bíblia nos leva a uma vida mais plena, saudável e feliz. Respondendo ao Schwartsman, é isso que Deus quer que escolhamos, usando o dom do livre-arbítrio.

"Talvez devamos eliminar os intermediários e extrair a Verdade diretamente nos livros sagrados”, prossegue o filósofo da Folha. “Bem, o Deuteronômio 13:7-11 nos manda assassinar qualquer parente que adore outro deus que não Iahweh; já 2 Reis 2:23-24 ensina que a punição justa a quem zomba de carecas é a morte. Mesmo o doce Jesus, fundador de uma religião supostamente amorosa, em João 15:6, promete o fogo para quem não ‘permanecer em mim’.”

Schwartsman “resolve” tudo assim, sem se preocupar com contextos literários e históricos, como se os textos que cita tivessem sido escritos no Brasil, há uma semana. Duvido que faça o mesmo quando lê obras clássicas dos tempos da Grécia antiga, por exemplo. O fato é que o Deus da Bíblia Se relaciona e Se comunica com os seres humanos dentro de seu contexto histórico, a fim de ser compreendido e fazer as pessoas entenderem que o caminho que Ele propõe é o único que leva à vida plena aqui e à vida eterna no porvir. Os deuses dos povos pagãos – dos quais Yahweh queria separar os hebreus para depois salvar esses mesmos povos pagãos com a mensagem que deveria ser levada a eles pelos hebreus reeducados – eram divindades antropomórficas até piores do que os próprios homens que as criaram. Moloque “exigia” o sacrifício de crianças indefesas em seus braços de metal incandescente. Outros cultos envolviam orgias degradantes e sacrifícios humanos. Como um Deus de amor poderia tolerar que tais tipos de cultos se alastrassem pela Terra? Em Deuteronômio 17:7, é dito que os primeiros a tomar parte na eliminação do mal entre o povo escolhido deveriam ser aqueles que testemunharam o mal, e isso era feito de maneira pública a fim de se prevenir futuras apostasias. Israel tinha sido avisado claramente com respeito aos privilégios e deveres de ser a nação escolhida para levar a Verdade do Deus Criador a todos os povos e Deus fez todo o possível para mantê-los à altura dessa missão.

O que muitos críticos da fé esquecem é de mencionar atitudes misericordiosas de Yahweh, quando havia arrependimento. É o caso da cidade assíria de Nínive. Com a pregação do profeta Jonas, todo aquele povo se arrependeu de seus pecados e foi poupado da destruição condicionalmente prevista. É o caso também da prostituta Raabe, de Jericó, que decidiu se unir ao povo hebreu, foi poupada da destruição juntamente com sua família, casou-se com um israelita e passou a fazer parte de genealogia de Jesus. Deus sempre foi justo e misericordioso. Sempre quis o bem da raça humana e muitas vezes teve que “falar grosso” com Seus filhos teimosos e ignorantes, acabando por ser mal compreendido por isso.

Quanto a 2 Reis 2:23 e 24, antes de mais nada, é bom que se explique que as palavras traduzidas como “rapazinhos” (no hebraico nearim qetannin) significam “homens jovens”, não se tratando, portanto, de crianças irresponsáveis. As palavras “sobe, calvo”, segundo o Comentário Bíblico de Moody, faziam eco às palavras dos discípulos dos profetas a Eliseu: “O Senhor levará (para cima) o teu mestre” (v. 3, 5). Essas palavras tinham o seguinte significado: “Suba, para que possamos nos ver livres de você (e possamos continuar imperturbados pelos nossos maus caminhos)!” Uma cabeça calva ou rapada era sinal de lepra e indicava desgraça (Is 3:17). Embora Eliseu provavelmente não fosse calvo ainda, o epíteto mostra que os jovens o consideravam um “pária”, como um leproso. Desprezavam o profeta de Deus. A zombaria desonrava a Deus. Por isso a promessa de julgamento divino. Eles violaram a aliança divina ridicularizando seu superintendente. E a violação da aliança produz castigo/punição. Além disso, o tamanho do grupo dá a impressão de que a zombaria foi pré-arranjada.

Outra confusão do Schwartsman: “A Bíblia é relativamente econômica na descrição do Paraíso, mas o nobre Corão traz os detalhes. Lá já não precisamos perder tempo com orações e preces, poderemos beber o vinho que era proibido na terra (Suras 83:25 e 47:15), fartar-nos com a carne de porco (52:22) e deliciar-nos com virgens (44:54 e 55:70) e ‘mancebos eternamente jovens’ (56:17). O Jardim das Delícias parece oferecer distrações para todos os gostos, mas, se banquetes, prostíbulos e saunas gays já existem na Terra, por que esperar tanto... - poderia perguntar-se um hedonista empedernido.”

Deus não tem culpa se alguns só pensam no Céu em termos de prazeres proibidos e que, de fato, não trazem felicidade. A Bíblia não recomenda o consumo de bebidas alcoólicas (embora registre que alguns a consumiram por sua conta e risco) porque, como pesquisas confirmam, mesmo uma única dose de álcool já prejudica a capacidade de pensar corretamente e afeta especialmente o cérebro. A Bíblia também afirma que Deus criou o ser humano para ser monogâmico, uma vez que nessa relação de intimidade com apenas um cônjuge reside a verdadeira felicidade, relação essa tão profunda que servia até mesmo para representar a aliança de Deus com Seu povo. Portanto, paraíso com virgens, bebedeira e comilança é uma distorção do paraíso bíblico que nos aguarda, no qual voltaremos a consumir frutos e sementes (como era no Éden), não haverá mais morte (o leão habitará com o cordeiro), doenças, dor e poderemos conviver face a face com o Criador e com as pessoas que amamos e que aceitaram os termos da aliança, os méritos salvadores de Jesus.

“Volumes e mais volumes podem ser escritos para apontar as incoerências e desatinos dos chamados textos sagrados”, acusa Schwartsman. “Se acreditamos que um Deus pessoal chancelou ou ditou cada uma dessas obras, temos, na melhor das hipóteses, um Ser Supremo com transtorno dissociativo de identidade, também conhecido como personalidade múltipla.”

Aí é que está o problema do pensamento relativista pós-moderno. Relativizam tudo, menos o relativismo. Não existem verdades absolutas, exceto a verdade absoluta de que não existem verdades absolutas. Mas não pode ser assim e Schwartsman, talvez sem perceber, se deu conta disso. Não podem existir duas verdades diferentes e excludentes. Por isso, cristãos crêem que existe apenas uma Verdade absoluta e ela está com Aquele que disse ser Ele o caminho, a verdade e a vida – Jesus. Sei que isso pode soar meio (ou bastante) arrogante, vindo de um cristão. Por isso mesmo, Deus não força, mas convida: “O Senhor Deus diz: ‘Venham cá, vamos discutir este assunto’” (Isaías 1:18, NTLH). O caminho, então, é se lançar na busca, na comparação e análise de mente aberta, a fim de descobrir que Verdade é essa. Deus está disposto a conversar e Se revelar. Mas o ser humano está disposto a investir tempo e energia nessa busca? Para alguns, parece mais fácil se acastelar no preconceito, julgando o mundo à luz de meia-dúzia de verdades acalentadas às quais se agarram como tábua de salvação.

Conforme escreveu Phillip Johnson, no prefácio do ótimo livro Verdade Absoluta, de Nancy Pearcey, “compreender como são formadas as cosmovisões e como guiam ou limitam o pensamento é o passo essencial para entender tudo o mais. ... Em geral, não vemos nossa própria cosmovisão, mas vemos tudo olhando por ela. Em outras palavras, é a janela pela qual percebemos o mundo e determinamos, quase sempre subconscientemente, o que é real e importante, ou irreal e sem importância”.

Segundo a cosmovisão materialista de Schwartsman, religião é assunto irreal e sem importância. Só que, mesmo assim, volta e meia está escrevendo sobre o tema, sem ao menos tentar compreender a cosmovisão do vizinho. É como um náufrago num mar de cosmovisões.

Michelson Borges

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E o monstro esperançoso se fez cãs

Na Folha de S. Paulo do dia 16, o articulista Hélio Schwartsman publicou o texto "Deus e o Jardim das Delícias". O leitor Marco Dourado enviou um e-mail para o bacharel em filosofia, cujo conteúdo publico abaixo, com autorização:

Caro Hélio,

Em sua última coluna na Folha, “Deus e o Jardim das Delícias”, você se declarou um “ímpio contumaz”. Data venia, prezado. Contumaz, talvez; ímpio, nem por brincadeira. Você obviamente aplicou contra si um juízo apocalíptico – acredito que por galhofa, a julgar pelo encômio moral que você se dedicou há alguns anos. Hélio, não se superestime. É preciso muito suor, muita hora-extra – em suma, um esforço literalmente dos diabos para se atingir o status da impiedade. Por algumas de suas colunas na Pensata, você, quando muito, mereceria do seu provável ascendente, o rei Davi, a pecha de néscio ("Diz o néscio no seu coração: Não há Deus. Os homens têm-se corrompido, fazem-se abomináveis em suas obras; não há quem faça o bem." Salmo 14:1).

Mas eu falava de esforços. O ímpio é, antes de tudo, diligente. Abnegado. Não sabe o que é desídia, ao menos a desídia intelectual. Logo, para juntar-se ao conselho dos ímpios, você deveria demonstrar essa diligência ímpia ao longo de seus textos. Parece-me que tal não ocorre. Permita-me desenvolver o raciocínio.

Em tempos idos, mais precisamente 11/1/2007, você escreveu o artigo “Santa Ilusão” a respeito do livro Deus, Um Delírio, de Richard Dawkins. À época, não me dispus a ler o “delicioso libelo”, como então você o definiu. Apeteceu-me mais o breve, elegante e bem conduzido Deus Existe, que conta a decisão aristotélica do filósofo Antony Flew de abraçar o teísmo após setenta anos de ateísmo. Por que “aristotélica”? Porque Flew, desde a adolescência, se dispôs a seguir o argumento até aonde ele o levasse. E o livro é um road movie desse trajeto.

Contudo, mesmo não conseguindo Dawkins me induzir à copromancia (falar nisso, por onde andará o Paulo Betti?), ainda assim confiei em seu juízo quando você se dispôs a resenhar o fecaloma editorial do renomado zoólogo. Ao menos quanto à pertinência da argumentação do bufo sacrílego, julguei que você a dissecaria segundo seus critérios de filósofo. Daí, por decorrência, imaginei que, malgrado as grosserias levianas do autor, haveria algum mérito lógico nas ideias ali defendidas. Ledo e ivo engano. Hoje pela manhã me repassaram um vídeo em que o filósofo, teólogo e historiador do Novo Testamento, William Lane Craig, disseca o argumento considerado central pelo próprio Dawkins em seu “delicioso libelo”. Repasso-o, meio que de memória.

Para começar, a edição brasileira do Delírio, sem querer, comete uma graça: o argumento central do livro começa à página 1-7-1.

Craig argumenta que se o cerne do livro de Dawkins falhar, como aquele mesmo propôs, suas conclusões a respeito da inexistência de Deus se esfacelam.

Citemos as palavras do livro:

1) Um dos grandes desafios para o intelecto humano, ao longo dos séculos, vem sendo explicar de onde vem a aparência complexa e improvável de design no Universo.

2) A tentação natural é atribuir a aparência de design a um design verdadeiro.

3) A tentação é falsa, porque a hipótese de que haja um propósito suscita imediatamente o problema maior sobre quem projetou o projetista.

4) O guindaste mais engenhoso e poderoso descoberto até agora é a evolução darwiniana, pela seleção natural.

5) Não temos ainda um guindaste equivalente para a Física.

6) Não devemos perder a esperança de que surja um guindaste melhor na Física, algo tão poderoso quanto o darwinismo é para a Biologia.

Conclusão: "Deus, quase com certeza, não existe."

Salta aos olhos que a conclusão brota do vento. Qual theo ex-machina, ela desce de paraquedas; não resulta de nenhuma das seis premissas anteriores. Não é preciso ser um estudante de filosofia para perceber que se trata de uma falácia non sequitur (ou como você bem traduziu uma vez: besteira da grossa).

Falácia permanece falácia mesmo quando todas as suas premissas se mostram verdadeiras. Elas são? Vejamos.

Poderíamos, sob a batuta de Quine, apelar para a generosidade (embora quando se trate de Dawkins eu ache melhor pautar-me por Goya – aquele que pintou um quadro de nome “o sono da razão gera monstros”). Nesse caso, diríamos não se tratar de premissas mas de um conjunto de afirmações cuja consecução um tanto saltitante resultaria na conclusão da inexistência de Deus.

Pergunta a um filósofo: “Existe alguma regra lógica que permita, de maneira válida, chegar à conclusão de Dawkins partindo de suas seis 'afirmações'?”

Parece que nem blindada pela caridade a conclusão se sustenta. No máximo, considerando-se verdadeiras cada uma das seis afirmações, não se poderia afirmar a existência divina com base no “aparente” design do Universo. Daí a negá-la resulta que o eminente queniano atolou-se até o pescoço no monturo de seus preconceitos.

Melhor, a “aparente” complexidade do Universo não confirma a existência de Deus – mas também não a inviabiliza. Na verdade, essa “suposta” impressão de design mais apoia que desmente a existência de Deus. O crente pode, a partir dela, crer justificadamente em Deus – ainda que dispense argumentos cosmológicos, ontológicos, morais ou, por que não, desconsidere qualquer argumento. Ele pode basear-se talvez em experiências religiosas estritamente pessoais. Até mesmo, quem sabe, na própria Revelação Divina. Não seria incoerente; um dos pilares cristãos vem justamente de a fé ser um dom divino, imprescindível para o perdão dos pecados e a salvação da alma.

Portanto, a rejeição para o argumento do design para a existência de Deus de modo algum implica que Ele não exista. Nem sequer invalida essa crença. Muitos dos cristãos que conheço rejeitam diversos argumentos em favor da existência de Deus (alguns rejeitam até o design) e isso não faz com que levem a sério o ateísmo ou o agnosticismo.

Voltando aos seis passos de Dawkins, percebe-se que alguns deles são flagrantemente falsos:

Passos ou premissas 5 e 6:

Neles, Dawkins se refere ao improvável, quiçá miraculoso, ajuste fino para que as condições iniciais do Universo viessem a propiciar o surgimento e desenvolvimento da vida. Tais condições são tão complexas e de tal forma excludentes a alternativas que muitos cientistas se assombram a ponto de chamarem-nas de “sintonia fina do Universo para a vida”.

Pois não é que Dawkins admite justamente isso no argumento 6? Não há equivalente à Teoria da Evolução para explicar essa sintonia. Logo, mesmo se o neodarwinismo fosse bem sucedido (e não é) para explicar a origem da vida mais a sua complexidade em planos estanques de reinos, filos, classes e ordens, não há teoria que explique o improbabilíssimo emaranhado de combinações pró-vida decorrentes do tal Big Bang.

Desse modo, o famigerado livro de Richard Dawkins, tão incensado, tão badalado, possui em seu miolo um buraco impossível de ser preenchido apenas com entulhos falaciosos.

Para cobrir tal lacuna, ele recorre ao velho tapa-buracos do otimismo: “Não devemos perder a esperança de que surja um guindaste melhor na Física, algo tão poderoso quanto o darwinismo é para a Biologia.” Obliquamente, o evangelho dawkinsiano sequestra uma metáfora de Richard Goldschmidt: “Eis que o monstro esperançoso se fez cãs e foi esvoaçá-las no campus de Oxford.”

Mas há como o nosso etólogo travesso se superar. Tomemos o passo 3 de seu argumento:

“A tentação é falsa, porque a hipótese de que haja um propósito suscita imediatamente o problema maior sobre quem projetou o projetista.”

Quer dizer: não há justificativa para inferir design a partir da complexidade do Universo porque o problema seria apenas deslocado para mais adiante.

Primeiro: para que uma explicação seja satisfatória não há necessidade da explicação da explicação. Isso é elementar em filosofia da ciência. Exemplo: se em alguma das luas de Júpiter forem recolhidos maquinários de lavra desconhecida não seria justificável negar-lhes origem alienígena apenas por não se conhecer os seres extraterrenos que os possam ter produzido – sobretudo não havendo a mínima ideia de como chegaram àquele astro ou mesmo quem eram (Aquiles, Brás Cubas, Papai Noel?).

Segundo: exigir uma explicação anterior leva a uma regressão infinita: qual a explicação da explicação? Qual a explicação da explicação da explicação? E por aí segue, ad eternum... Pode até parecer um bom recurso para avacalhar uma infindável linhagem teogônica. Acontece que pau que dá em Pinto dá em Jacinto: de igual modo, nenhuma explicação científica seria definitiva e a ciência colapsaria. Esse é o lado Bin Laden de Dawkins: para acabar com Deus ele não titubeia em pôr em risco as torres gêmeas da ciência. Por que tamanha temeridade? Para não conceder ao leitor que a explicação do “aparente” aspecto de projeto do Universo não implica em descartar o projetista.

Terceiro: em outra parte do texto, Dawkins defende que a explicação da origem do Universo, no caso, o projetista, precisa ser pelo menos tão complexa quanto a coisa a ser explicada. Ora, isso em nada avançaria a explicação. Mais: Dawkins não parece ter uma relação epistêmica saudável com o critério de simplicidade para ponderação de hipóteses. Particularmente, não considero esse critério nem descartável nem soberano. Poderíamos citar outros critérios como o “poder explanatório”, o “escopo explanatório”, o grau “ad hoc” naturalidade/artificialidade, a plausibilidade, etc. Todos eles devem ser considerados balanceadamente ao se comparar hipóteses.

Quarto: um projetista não precisa ser tão ou mais complexo que o Universo projetado por ele. Sendo incorpórea, a mente divina se revelaria consideravelmente simples; até onde podemos supor, ela não possui secções, não é multicomposta. Incorpórea, frisemos, ela pode tranquilamente ser monolítica e ainda possuir as propriedades características de uma mente: autoconsciência, racionalidade e vontade. Isso é muito simples, ao contrário da complexidade de um universo contingente formado de quantidades de matéria e energia balizadas por inúmeras constantes e propriedades, além de uma inexplicável aparência de design. Comparados, a mente divina é inegavelmente mais simples que o Universo. Sem contar que a simplicidade de tal mente não a impede de formular ideias complexas, até imperscrutáveis para a nossa compreensão. Para ela, o cálculo infinitesimal, por exemplo, poderia ser tão trivial quanto somar 2 com 2. Dawkins, propositadamente ou não, desconsidera que a complexidade de uma ideia não é incompatível com a simplicidade da mente que a formulou.

Por fim, a verdadeira questão: Por que um biólogo doutorado em uma das mais renomadas universidades do planeta comete uma falácia tão bisonha? Pior: Por que tamanha falácia não é desmascarada pela maioria dos que se arrogam a faculdade de bem pensar?

Tenho um palpite, mas fica para a próxima.