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segunda-feira, 15 de março de 2021

A fascistização dá mais um passo na Educação

Por Altamiro Borges

Apesar de Jair Bolsonaro e de seus filhotes não saberem nem onde enfiam a máscara, o projeto de fascistização segue em curso no país. Na semana passada, o ministro-pastor Milton Ribeiro indicou uma fanática militante de movimentos de extrema-direita para o cargo de coordenadora de materiais didáticos do Ministério da Educação.

Como aponta o editorial da Folha, "Sandra Ramos é adepta do Escola sem Partido, movimento de íntima associação com o bolsonarismo. A escolha se insere numa teia de disputas internas no MEC, em vitória da ala ideológica da pasta, liderada pelo secretário de Alfabetização, Carlos Nadalim".

Carlos Nadalim é discípulo do filósofo de orifícios Olavo de Carvalho, guru da famiglia Bolsonaro. Foi seu aluno e divulga as suas fake news. Ele já havia alterado o edital do Programa Nacional do Livro Didático, incluindo a retirada de menção à agenda da não violência contra a mulher. Agora, garante um carguinho para sua aliada no MEC.

A Folha ainda tem dúvida?

sexta-feira, 19 de fevereiro de 2021

Estados Unidos: educação miserável

É natural se pensar que os Estados Unidos, maior potência capitalista do mundo, possuam boas condições materiais para a sua população, inclusive a mais carente. Uma lenda. O capitalismo não se importa com nada que não seja os seus próprios lucros. Prova disso é o sistema público educacional dos Estados Unidos, que é altamente defasado.

Em primeiro lugar, é complexo falar de educação pública igualitária nos Estados Unidos. Na educação básica, o financiamento educacional é distrital. Ou seja, as escolas que estão em regiões de maior renda são muito mais beneficiadas do que as que estão nas regiões periféricas. Dessa forma, se mantêm os privilégios dos mais ricos. 

segunda-feira, 8 de fevereiro de 2021

Bolsonaro para os pobres, Paulo Freire para os ricos

 Acervo Online | Brasil

por José Ruy Lozano

7 de dezembro de 2017


A elite brasileira, que adora odiar Freire, compra a peso de ouro para seus filhos o ingresso em colégios influenciados por ele. Aos filhos dos pobres, resta a disciplina escolar do século XIX

Pipas de várias cores enfeitam o céu. Alunos observam algumas subirem e outras caírem, enquanto tentam compreender como a direção do vento influencia o movimento, além de verificarem na prática conceitos científicos como aerodinâmica, resistência do ar e força da gravidade. Tudo na base da experiência concreta, envolvendo tentativas e erros.

Voltando à sala de aula, professor e alunos discutem, organizados em círculo, o que se aprendeu com aquela vivência. A diferença hierárquica entre mestre e estudantes se dilui, e o professor mostra-se mais como um mediador ou um facilitador do processo de aprendizagem.

Pano rápido. Vamos nos deslocar para outra realidade.

sexta-feira, 16 de outubro de 2020

Antonieta de Barros, a parlamentar negra pioneira que criou o Dia do Professor

Uma das três primeiras mulheres eleitas no Brasil, sua bandeira política era o poder revolucionário e libertador da educação para todos



ALINE TORRES
Florianópolis - 15 OCT 2020 - 12:14 BRT

Um menino no interior do Maranhão comemora o 15 de outubro, assim como uma menina gaúcha. O dia do professor é celebrado em todo o Brasil. Sabem esses estudantes quem é a extraordinária heroína brasileira que criou a data? Seus feitos, sua história? Sabem os professores destes estudantes algo sobre ela? Ou será que esta personagem fantástica, mulher e negra, foi invisibilizada?

quinta-feira, 13 de fevereiro de 2020

Perguntas que os alunos fazem!!!!!!

Acredito que todos professores passaram por situações como a da figura abaixo. E o pior é que o professor tem que escutar essas perguntas sem questionar!!!!!



Texto original: DEBATENDO A EDUCAÇÃO

domingo, 2 de fevereiro de 2020

Analisando a Grade Curricular

Por Antônio Carlos Vieira

         É comum, no início do ano se fazer uma reunião, chamada Pedagógica (eu sempre digo que é administrativa), para se discutir os problemas passados do colégio e como se resolve-los no futuro. Um dos temas que geralmente são discutidos é a Grade Curricular. Essa grade é quem defini a quantidade de aulas por disciplinas para cada série, observando a carga horária mínima obrigatória.  Na decisão de equacionar a grade curricular podemos observar duas situações:

  1. quando a grade já vem pronta da secretaria (é imposta aos professores);  
  2. quando se discute na Reunião dita Pedagógica.

segunda-feira, 27 de janeiro de 2020

Aulas aos sábados!!! Os alunos freqüentam?

Por Antônio Carlos Vieira

 Recentemente li em alguns jornais e na internet algumas críticas (algumas pessoas defendiam) o início do Ano Letivo de 2011 depois do carnaval (metade do mês de março). O interessante é que em anos anteriores o ano letivo sempre se iniciou no mês de fevereiro (as vezes antes do carnaval) e por que este ano no mês de março e depois do carnaval?
          Qualquer pessoa que pegue o calendário anual e faça uma distribuição pelos dias letivos irá perceber que o ano sempre extrapola o mês de dezembro para janeiro do ano seguinte. Os professores enfrentam dificuldades pelo fato de (dezembro é um mês de festas) muitos alunos não retornam para o encerramento do ano letivo em janeiro. Para que isso não aconteça são lecionadas algumas aulas no dias de sábados. Só que, colocando o inicio das aulas no meio do mês de março, todos os sábados terão que ter aulas para compensar o atraso no início das aulas deste ano. A pergunta que não quer calar: atualmente os alunos assistem as aulas nos dias de sábado?

sexta-feira, 14 de junho de 2019

O papel da Educação na erradicação do trabalho infantil

por Denise Cesario*
“Imenso é o desafio da Educação brasileira e seus profissionais no combate ao trabalho infantil: identificar e notificar os casos, sensibilizar as famílias e a comunidade, manter o interesse das crianças e dos adolescentes na escola e somar esforços com a rede de proteção social”, afirma Denise Cesario

No processo de educar o ser humano, leva-se em consideração a Educação familiar, onde são transmitidos os valores e costumes daquele núcleo, e a Educação formal, responsável por transmitir os ensinamentos curriculares, desenvolver competências e promover o desenvolvimento pessoal e social. A evolução da espécie Homo sapiens ocorreu dada a sua diferenciada capacidade cognitiva, que possibilitou superar todos os obstáculos durante a Pré-história e tornar-se a espécie humana mais hábil no processo evolutivo.

quinta-feira, 25 de abril de 2019

Ensino domiciliar é mais um instrumento de privatização da educação

A escola tem importância na convivência social e democrática e na proteção da criança e do adolescente. Despojar o estudante disso é destituí-lo do próprio direito à educação


Por Madalena Guasco Peixoto

Há quase duas semana começou a tramitar no Congresso Nacional o Projeto de Lei 2401/2019, que altera o Estatuto da Criança e do Adolescente e a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional, para instituir o ensino domiciliar no âmbito da educação básica.
A intenção inicial do Ministério da Educação era editar uma Medida Provisória até o dia 15 de fevereiro, mas, adiado, o PL, assinado por Jair Bolsonaro no último dia 11, acabou se tornando um dos marcos dos cem dias do governo empossado.

sexta-feira, 18 de janeiro de 2019

A TECNOLOGIA DO PARÁGRAFO

O governo está distribuindo tablets para
professores e alunos
Um dos grandes problemas no Brasil era conseguir alfabetizar a população. Alfabetizar está colocado no sentido da pessoa saber ler e escrever. Nos censos, de 40 ou 50 anos atrás, o número de pessoas que não sabiam ler e escrever era algo de se ver para acreditar. Mas as pessoas que aprendiam a escrever conseguiam elaborar cartas e textos com mais de uma página. Hoje é fácil encontrar as pessoas lendo e escrevendo com facilidades, só que estranhamente as pessoas não conseguem escrever e interpretar um texto longo com mais de uma lauda! O que ocorreu com o passar do tempo?
Para tentar responder a pergunta, do parágrafo anterior, vou fazer uma descrição das tecnologias existentes no período que estudava sendo alfabetizado.

sexta-feira, 11 de maio de 2018

Quais as consequências da aquisição da Somos Educação pela Kroton?

Em artigo, educadores falam sobre a descaracterização da educação como direito do cidadão e dever do Estado e a criação de mercados educacionais diversos

 
A aquisição do SOMOS Educação pela Kroton evidencia mais uma consequência da equivocada política de desregulamentação da oferta educacional por grupos privados efetivada pelo governo brasileiro que induz a presença de corporações associadas ao capital financeiro como fornecedores prioritários, tanto da oferta direta da educação, quanto na de insumos educacionais, descaracterizando a educação como direito do cidadão e dever do Estado e alimentando a criação de mercados educacionais diversos.

terça-feira, 7 de março de 2017

A EDUCAÇÃO ADEQUADA

Por Antônio Carlos Vieira

Observando alguns colégios, recordei-me do passado, de como era o ambiente em que estudava quando ainda garoto e também na adolescência (década de 70 do século XX). 



Tínhamos espaços para correr a vontade, as janelas não tinhas grades, os jardins possuíam flores e até mesmo o portão de entrada era em um muro que cercava todo o colégio. Não existia portão nem grades na área em que ficava as salas administrativas e salas de aulas.

domingo, 12 de fevereiro de 2017

Educadores sob controle !

Público de Educação, é necessário retornarmos ao passado e fazer uma retrospectiva de como era alguns itens na organização deste sistema.

Entre os itens necessários, podemos citar: como eram contratados os professores, a carga horária e quais disciplinas eram lecionadas.

A contratação dos professores


No período do Regime Militar, não existia a figura do concurso público e os professores nem sempre eram graduados em licenciatura. Eram pessoas da comunidade de notável saber que eram contratadas por indicação do diretor do colégio. Claro que essas pessoas só eram contratadas se houvesse indicação do chefe político que colocou o diretor (a) no colégio. Estranhamente, apareciam professores empossados que sequer tinham terminado a graduação e eram recém aprovados no vestibular do ano anterior! Dessa maneira eles controlavam que podiam lecionar e ainda conseguiam votos do indicado juntamente com familiares.

quinta-feira, 10 de março de 2016

O TEMPO DA SOCIEDADE E O TEMPO DA NATUREZA


As transformações impostas pelos fenômenos da natureza e pelas ações humanas às paisagens terrestres possuem, historicamente, temporalidades muito diversas. Os seres humanos passaram a transformar as paisagens apenas há alguns milhares de anos. No entanto, essas alterações tornaram-se significativas com o advento da atividade industrial, há cerca de dois séculos, quando algumas sociedades européias alavancaram o processo de apropriação de áreas cada vez mais extensas do espaço mundial.

Por outro lado, muitos dos processos transformadores desencadeados pela natureza podem ter sua origem em épocas longínquas. Alguns deles recontam aos primórdios da formação de nosso planeta, alguns bilhões de anos atrás. Esse é o caso, por exemplo, do ciclo da água, da formação dos continentes e do aparecimento dos primeiros seres vivos.

Para tornar mais claras as diferenças temporais que existem entre as transformações ocorridas no decorrer das histórias da Terra e da humanidade, foi criada uma escala temporal que distingue o período de ocorrência do eventos naturais, denominado tempo geológico, do período de ocorrência dos eventos humanos, chamado tempo histórico.

A fim de visualizarmos as dimensões temporais de cada etapa da evolução da Terra e da sociedade humana, ordenaremos os eventos ocorridos em duas tabelas,m uma para os acontecimentos geológicos e outra para aos eventos históricos. 


DADOS BIBLIOGRÁFICOS:
BOLIGIAN, Levon, GEOGRAFIA : Espaço e Vivência: Volume único: ensino médio / Levon Boliban, Andressa Turcatel Alves Bolivan, - São Paulo: Atual, 2004.

quarta-feira, 22 de julho de 2015

PROF. PÉRICLES -FOGO, AMOR E OUTRAS REVOLUÇÕES


O amigo e colega Professor Péricles é lá do extremo sul do Brasil. Da conhecidíssima Porto Alegre (RS), um Estado abençoado com uma cultura rica e única.
Formado em Ciências Sociais com licenciatura em história. Um extraordinário conhecimento adquirido com a experiência de estar lecionando história a quase 30 anos (trabalhando todas as áreas: Brasil, Geral, Rio Grande do Sul).

Apesar da distância, nos tornamos amigos devido a proximidade criada pela tecnologia da internet.
 
Temos em comum a profissão de professor da área de Ciência Humanas. Eu sendo professor de Geografia e ele professor de História. Coincidentemente, escolhemos o mesmo modelo para nossos blogs e que pode ser visto neste endereço: http://www.profpericles.blogspot.com.br/

Como todo brasileiro, é um apaixonado pelo futebol e gremistas  roxo.

Ideologicamente se define como anarquista.
Seu grande sonho é ver uma sociedade mais justa, mais fraterna e menos competitiva e excludente.
 
Ainda não li todos os textos do professor Péricles (a grande maioria de autoria do próprio), mas certamente chegarei até lá. Pelos poucos textos que li foi perceptível um com vocabulário de simples entendimento, leitura de fácil análise e de conclusões pertinentes. Para visitar o blog do Professor Péricles:


Vou encerrar a apresentação utilizando as próprias palavras do professor:
Além disso, nós dois estendemos nosso olhar sobre a paisagem política de nosso tempo com aquela ânsia de vermos se consolidar no Brasil, uma sociedade mais justa e mais fraterna.
Diriam os conservadores como somos de “esquerda”. Mas discordo. Somos sonhadores e sonhadores não se rotulam pelo lado que olha, pois, todo olhar de sonhador sai assim, de revesgueio e navega livremente, pois é livre o olhar de quem ousa sonhar.
Somos amantes inveterados de nossa respectiva terra mãe. Eu apaixonado por minha Porto Alegre, ele, encantado por sua Itabaiana de seres e contos mágicos.
Não somos irmãos de carne, mas somos irmãos em esperança. Esperança num mundo de inclusão, de oportunidades, de igualdades e de progresso.
Entendemos que, enquanto Estado se define por território e soberania, pátria se define por povo, e é esse povo mais humilde que é a nossa pátria.
Por isso, peço a todos os meus amigos, leitores, alunos, companheiros. A todos os que navegam pelo nosso humilde Blog que, conheçam também o Blog de meu colega.
Tenho certeza que você irá gostar, e muito, dos textos que tem por aquelas bandas virtuais. Muitos de autoria do próprio e outros de textos selecionados de outros autores. (prof. Péricles)
Por enquanto, deixo vocês com “FOGO, AMOR E OUTRAS REVOLUÇÕES ”, de autoria de meu amigo.

Uma boa leitura:


Quando o homem descobriu o fogo, descobriu também uma arma, além de uma forma de tornar as noites geladas mais quentes.

E nunca mais parou de descobrir.

Foi o fogo que fez com que os indivíduos e indivíduas dos grupos sentassem lado a lado para se aquecer. Descobriram a prosa, e provavelmente, também foi quando nasceu a mentira.

Não precisar ficar olhando para todos os lados para não ser surpreendido pelos predadores (os animais temiam o fogo) permitiu que ele olhasse outras coisas, como a menina ao lado.

Foi quando nasceu o namoro.

Sem medo de surpresas indivíduo e indivídua puderam se dedicar a um sexo mais elaborado, abandonando a velha rapidinha e nesse fogo foi possível sobreviver a era glacial.

Sem dúvida o fogo foi revolucionário. A primeira grande revolução humana.

Quando o homem inventou a roda, inventou também outras coisas que vieram juntas.

E nunca mais parou de inventar.

O menor esforço para levar pesos a longas distâncias possibilitou o surgimento da pressa, e, em pouco tempo havia uma disputa entre os indivíduos de quem fazia a melhor e mais competente roda para impressionar as indivíduas.

Nasceu assim a ostentação e o Magal sem som, porque o rádio ainda levaria um tempo para ser inventado.

A descoberta da agricultura foi a segunda grande revolução humana.

Produzir o próprio alimento tornava o homem um produtor, o único do ecossistema planetário e superior aos demais animais eternamente dependentes da caça e da coleta.

O homem deixou de ser dependente do meio para virar um transformador do meio.

E nunca mais deixou de transformar.

Se olharmos nosso planeta com os olhos do tempo veríamos que hoje, a paisagem transformada é superior a paisagem primitiva.

O homem transformou tudo e bagunçou com tudo também.

Regrou terras inférteis, secou pântanos, subiu montanhas, ocupou desertos. Fez cidades e países cheios de gente que moram em outras transformações sobrenaturais que chamamos casas, ou apartamentos.

Com o advento da agricultura, nas comunidades mesolíticas surgiram coletividades que dividiam o trabalho por sexo e idade. Havia as tarefas para os homens, como preparar e limpar a terra cultivada de tudo que fosse inútil ao plantio e tarefas para as mulheres, como lançar a semente ao solo e depois colher o resultado.

Tudo era tão bem dividido e honesto que os historiadores chamam de “comunismo primitivo”.

Mas o tempo foi passando e o homem evoluindo (?).

Na Idade dos Metais, com o crescimento da população, surgem tarefas específicas. Surgem os especialistas. Militar, governo, comerciante, etc., e essa especialização deu origem as classes sociais.

Os indivíduos se apropriaram dos meios de produção e relegaram as indivíduas a uma situação de inferioridade social.
Não foi pela força que o homem se tornou senhor e a mulher satélite. Foi pela apropriação, da tecnologia (ferramentas) e da propriedade privada.

O comunismo primitivo e a divisão das tarefas por sexo e idades deram lugar a sociedades mais evoluídas sendo nelas o trabalho dividido de acordo com a especialização enquanto a posse deu origem a propriedade privada e as diferenças sociais.

A mulher, portanto, foi a primeira vítima da ideia de tornar as coisas de todos, algo de alguém.

Aliás, uma péssima ideia.

Outra ideia revolucionária foi a religião.

Como o homem não sabia de quase nada dos fenômenos naturais, criava deuses para explicar esses fenômenos.

Quanto mais descobertas mais deuses, e como o homem não parava de descobrir, a lotação de deuses foi inchando e tornando-se difícil lembrar das preferências de cada um deles e de suas “individualidades”.

Surgiu assim o clero, o sacerdote, o indivíduo que parou de produzir qualquer coisa útil para se tornar especialista em divindades, culto, exigências dos deuses e destino.

Foi outra apropriação indébita, a da fé pública que se tornou fé privada.

Foi então que as indivíduas, percebendo que os indivíduos usariam a posse dos meios de produção para explora-las, fizeram a terceira grande revolução humana, inventaram o amor.

Mas essa, já é outra história.

Prof. Péricles

terça-feira, 19 de maio de 2015

Onze erros comuns entre os professores de Geografia

Todos os profissionais estão sujeitos a erros e, com os professores, não é diferente. Portanto, a grande virtude de um profissional da área da educação não é a infalibilidade, mas a capacidade de procurar e reconhecer os próprios erros e dificuldades de modo a evitá-los e, assim, tornar-se cada dia melhor naquilo que faz.

O objetivo deste texto não é o de apontar erros como se fossem um defeito grave, mas sim o de enumerar os principais problemas dos professores de Geografia para que os educadores dessa importante área do conhecimento possam aperfeiçoar-se.

Confira, a seguir, os onze erros mais comuns cometidos entre os professores de Geografia:

1) Não esclarecer o conceito da Geografia e seus objetivos

Não são poucos os mitos e enganos sobre o que é, especificamente, a Geografia. É claro que essa questão não possui uma definição única e precisa, haja vista que é amplamente debatida pelos principais pensadores da área e, eventualmente, redefinida. No entanto, cabe sempre ao professor de Geografia o esclarecimento sobre o que é a Geografia e o que ela estuda e, por extensão, o que ela não é e o que ela não estuda.

O grande erro dos professores de Geografia é realizar essa tarefa em apenas uma aula, durante um período específico do ano. Sempre que possível e necessário, é preciso lembrar aos alunos que a Geografia é a ciência que estuda o espaço geográfico, que aborda os seus aspectos naturais e humanos e que se baseia em importantes conceitos, como o de paisagem, espaço, lugar, região, território e muitos outros.

Não são raros os estudantes que se perguntam: como pode uma mesma disciplina estudar, por exemplo, as configurações geopolíticas do planeta e, ao mesmo tempo, as dinâmicas das formas de relevo? Para o professor de Geografia, cabe a missão de explicar que esses temas fazem parte de um mesmo conjunto socioespacial que está diretamente relacionado com as práticas humanas.

2) Não contextualizar informações e conceitos

Esse não é um erro exclusivo dos professores de Geografia, mas de várias áreas do conhecimento. É amplamente sabido que um conceito ou tema qualquer, explicado de forma isolada, é muito mais dificilmente compreendido do que se a sua explicação fosse realizada a partir de um contexto.

O aluno consegue assimilar melhor um determinado assunto quando ele vê que aquele conhecimento não foi apresentado em sala de aula de forma aleatória, mas que existem debates e discussões sobre esse tema. Então, antes de introduzir uma determinada matéria ou até um conceito muito específico, é bom apresentar uma contextualização, que pode ser uma matéria de jornal, um artigo de opinião, uma reportagem na TV ou até a fala do próprio professor sobre uma história, uma curiosidade, entre outras inúmeras opções.

3) Colocar os alunos para decorar as capitais dos estados e dos países

É verdade que esse procedimento é realizado cada vez mais raramente, mas ainda ocorre. Um professor não deve colocar os seus alunos para decorar aleatoriamente as capitais de países, o que se relaciona, diretamente, com o item anterior. Afinal, essa metodologia para ensinar um conhecimento, que é até eventualmente útil, apresenta-se de forma mecânica e descontextualizada.

Mais do que decorar quais são as capitais dos países e dos estados brasileiros, é importante ensiná-las de forma transversal, ou seja, ao longo dos diferentes temas. Por exemplo, quando estudamos os aspectos regionais da região Nordeste, apresentamos as capitais dos estados dessa região de maneira interligada com as demais características, o que pode gerar um maior aprendizado.

4) Esvaziar a crítica dos temas ou se limitar a criticar

Embora exista certa polêmica sobre uma possível doutrinação dos professores de Geografia em sala de aula, é errado pensar que os conteúdos devam ser trabalhados sem uma análise crítica dos fatos, o que inclui a abordagem de todas as críticas existentes sobre um determinado aspecto da realidade. Afinal, a própria crítica serve como aprendizado, pois alimenta a contextualização defendida no item 2.

Outro problema, no entanto, estabelece-se quando o professor aborda um determinado assunto somente a partir da sua crítica, privando os alunos de conceitos básicos. Um exemplo clássico: aulas sobre as disputas árabe-israelenses sem o devido aproveitamento das informações sociais e naturais da região, apenas com a opinião do professor ou com as críticas existentes sobre o caso.

Portanto, é preciso encontrar um meio-termo entre a aula não crítica e a aula somente crítica.

5) Realizar críticas e opiniões sem conhecimento ou propriedade sobre os assuntos

Ainda sobre a questão da crítica na Geografia, é importante considerar um fato: o professor não deve opinar ou realizar críticas sobre qualquer coisa se não possuir propriedade para tal. Em alguns casos, cabe mais a humildade do “não saber” do que a arrogância do “achar que sabe” para realizar considerações opinativas perante os estudantes.

Um dos erros mais comuns dos professores de Geografia é não resistir a opiniões fáceis, geralmente vinculadas ao senso comum e amplamente difundidas, mas, muitas vezes, enganosas ou reducionistas. É claro que o professor não precisa ser um “pós-doutor” sobre tudo aquilo que deseja opinar, mas é importante o mínimo de conhecimento para evitar enganos.

Aliás, uma das missões dos professores – principalmente em Ciências Humanas – é combater, entre os alunos, a difusão do senso comum, pois a maioria da população se pauta em informações vinculadas a esse tipo de saber, gerando uma série de problemas para a sociedade. Pode até dar trabalho, mas estar “por dentro dos fatos” é muito importante.

6) Trabalhar a produção e a leitura de mapas sem conteúdos e significados

Os temas de Cartografia, como se sabe, são bastante importantes para a Geografia. No entanto, alguns professores e muitos livros didáticos cometem o erro de trabalhar os mapas e os seus elementos de maneira descontextualizada. Mais do que aprender sobre os mapas, é preciso saber o que eles estão dizendo, pois o conteúdo e o significado, sem dúvidas, auxiliam uma correta leitura.

7) Não direcionar a aplicabilidade prática dos conteúdos

Em muitos casos, mais do que apresentar o contexto ou o significado de determinados assuntos e temas, os professores de Geografia precisam também demonstrar a aplicabilidade prática de alguns acontecimentos ou o porquê devemos apreendê-los. Isso não é, em muitas situações, uma tarefa fácil, mas é altamente necessária, tornando-se, assim, um desafio para quem ensina.

Muitos estudantes perguntam-se, por exemplo: “por que eu preciso estudar placas tectônicas?” Assim, nesse caso, o professor precisa esclarecer que o conhecimento sobre as placas tectônicas ajuda-nos a entender como se formam as cadeias montanhosas, por que acontecem terremotos e vulcanismos, além de explicar algumas diferenciações no relevo que interferem na nossa vivência direta.

8) Não utilizar mapas para espacializar as discussões

Se não apresentar conteúdos e conhecimentos relevantes durante o ensino de Cartografia é um erro, o mesmo pode ser dito em não apresentar mapas para espacializar os temas abordados em sala de aula. Os estudantes, quase sempre, precisam saber e entender corretamente a localização de um acontecimento para compreender melhor o que está sendo explicado.

Por exemplo: o professor afirma que o Oriente Médio é uma região onde existem muitos conflitos territoriais, políticos e também envolvendo recursos naturais, notadamente a água e o petróleo. Ao ouvir essas informações, o aluno pode perguntar-se: “Onde está o Oriente Médio?” Assim, utilizar mapas temáticos para esclarecer os diferentes pontos desse e de outros assuntos pode facilitar o aprendizado no sentido de diminuir o caráter abstrato que os conteúdos podem eventualmente adquirir.

9) Desvincular totalmente a Geografia Física da Geografia Humana

Para fins didáticos, é comum haver a separação entre a Geografia Física e a Geografia Humana no processo de ensino e aprendizagem. Até o currículo escolar, muitas vezes, apresenta essa característica. Mas isso não quer dizer que essas áreas estejam desconectadas ou, mais precisamente, que os saberes abordados por elas não estejam interligados.

A Geografia, afinal de contas, estuda, entre outras coisas, a relação entre sociedade e natureza, de modo que é impensável acreditar que os elementos antrópicos estejam desconexos dos elementos humanos. Assim, sempre que possível, o professor deve enfatizar essa complexa e abrangente relação.

10) Ignorar temas e acontecimentos atuais

O professor de Geografia não deve ignorar, em suas aulas, acontecimentos atuais, pois a realidade social é muito dinâmica. Assim, notícias e fatos – amplamente noticiados ou não – precisam ser abordados durante as aulas, nem que isso aconteça apenas de maneira introdutória. É bom também, por outro lado, que o professor consiga um equilíbrio, pois o excesso de comentários sobre notícias a acontecimentos pode atrapalhar o andamento das aulas e o atendimento do currículo escolar.

Além do mais, ao planejar uma aula sobre qualquer assunto, é bom que se pesquise a respeito de descobertas científicas ou acontecimentos recentes, pois isso pode auxiliar, mais uma vez, na contextualização defendida no item 2.

11) Ignorar fatores históricos e conhecimentos de outras disciplinas

Nos tempos atuais, a busca pela interdisciplinaridade é constante, muito embora a formação de professores e o processo de constituição das ciências apresentem limitações quanto a isso. Assim, é preciso que o professor de Geografia busque, ao máximo, romper com barreiras interdisciplinares existentes.

Nesse sentido, é importante apresentar os contextos e acontecimentos históricos de determinados assuntos, além de, ao menos, relacionar determinados temas e conceitos com conteúdos de outras disciplinas.

Esperamos que, com essa lista dos onze erros mais comuns entre os professores de Geografia, possamos contribuir para o aperfeiçoamento da prática docente dos profissionais dessa área. É claro que, em muitos casos, as falhas não são de responsabilidade exclusiva dos professores, haja vista que a falta de estrutura de algumas escolas, a má gestão ou a excessiva carga horária precarizam o trabalho docente. De toda forma, temos que considerar as nossas limitações – pessoais ou estruturais – como um desafio para melhorar não só o desempenho nas salas de aula, mas a educação em si.

Por Me. Rodolfo Alves Pena

Texto original:
Canal do Educador

domingo, 11 de julho de 2010

PROFESSOR, UMA PROFISSÃO!!!

Quando estava me inscrevendo para fazer o vestibular, fiz para Licenciatura Plena em Geografia, ouvi de vários amigos que não deveria fazer o vestibular para professor e sim para alguma profissão mais importante! Me falavam que esses cursos eram feitos por pessoas que não tinham capacidade para passar no vestibular em uma área concorrida. Então, percebi que a grande maioria das pessoas que faziam o vestibular, para professor, tinham menos preparo que em outros cursos e em termos, de importância, os cursos de licenciatura eram considerados de segunda categoria.