11 de Março de 2020
Devido à epidemia de COVID-19, em cumprimento das decisões dos órgãos de governo da Universidade Nova de Lisboa (https://www.unl.pt/noticias/geral/10-de-marco-medidas-de-contingencia-covid-19), o congresso foi cancelado nas datas previstas. A Comissão Organizadora está activamente empenhada na sua realização no começo de Novembro do corrente ano. Daremos informação adicional sobre este assunto logo que possível.
Arquivos, História e Memória, da Era da Revoluções à Primeira Grande Guerra
Congresso internacional
Lisboa, Arquivo Nacional da Torre do Tombo/Colégio Almada Negreiros, Faculdade de Ciências Sociais e Humanas (NOVA FCSH), Universidade Nova de Lisboa, Campus de Campolide, 7 e 8 de Abril de 2020
Promovido pelo Instituto de História Contemporânea (IHC, NOVA FCSH), em colaboração com o Instituto de Estudos Medievais (IEM, NOVA FCSH) e o Arquivo Nacional da Torre do Tombo (ANTT)
Contexto histórico
No longo século XIX verificam-se quatro processos históricos de grande relevância: a modernização do Estado, a construção dos estados-nações, a independência das colónias europeias da América e a colonização da África e da Ásia. A modernização do Estado envolve o aumento da sua dimensão e do seu peso na economia e na sociedade, o alargamento das suas funções, a burocratização do seu aparelho administrativo e uma lenta democratização. Deste processo fazem parte a redução ou extinção dos poderes concorrentes, sejam eles da Igreja ou dos aristocratas. O Estado vai também ser o instrumento de consagração da propriedade privada, da livre iniciativa e, progressivamente, da liberdade de associação dos cidadãos. O Estado modernizado favorece e apoia ainda, de diversas formas, a construção do estado-nação.
Todo este processo dá origem a uma nova paisagem informacional e arquivística, em torno da qual se passarão a organizar a conservação da prova administrativa e a narrativa da história nacional. As transformações enunciadas não se limitam às metrópoles europeias, antes servem de modelo aos antigos territórios coloniais do continente americano. Nos novos estados, independentes, estes processos enfrentam os desafios da integração de povos de origem diversa e dos distintos estatutos sociais dos seus habitantes. Apesar de tudo, nestes territórios e bem assim nas metrópoles, largos sectores da população escapam às redes que o Estado vai tecendo e só palidamente estão reflectidos na documentação por ele produzida.
Objectivos, âmbito cronológico e geográfico
O congresso que ora se propõe tem como objectivo abrir um debate sobre estes processos, convocando, entre outras, áreas científicas da História, como a História dos Arquivos e da Informação, que, pelo seu desenvolvimento recente, têm sido menos consideradas. Simultaneamente, este congresso procura acolher os contributos de outras Ciências Sociais e Humanas, entre as quais a novel Ciência Arquivística/Ciência da Informação. O congresso está inserido no programa do Instituto de História Contemporânea do bicentenário da revolução liberal portuguesa de 1820, que representa um importante momento de viragem em relação aos processos acima descritos, no que a Portugal e às suas colónias diz respeito. Todavia, o colóquio está aberto à análise de um tempo longo, dos finais do século XVIII a começos do século XX, considerando as diferentes cronologias dos processos de desenvolvimento institucional, não só em Portugal e no seu Império, como noutros estados europeus e noutros espaços coloniais.
Secções, questões de análise e sugestões de temas
Secção I – A modernização do Estado e a nova paisagem informacional e arquivística
Como se reconfigurou a produção e a conservação da informação nas metrópoles europeias com a criação do Arquivo Nacional e com a transformação ou extinção de organizações até aí fortemente produtoras de arquivos?
Temas: do arquivo da coroa ao arquivo nacional; os arquivos da administração central e periférica; os arquivos municipais; os arquivos da Igreja; os arquivos de empresas; os arquivos de confrarias, misericórdias e associações; os arquivos de Casas e famílias
Secção II – Arquivar o Império
De que modo o arquivo colonial serviu os propósitos governativos da administração metropolitana e se relacionou com a prova e memória das populações locais? Como foi reconfigurado o arquivo histórico dos antigos espaços imperiais e o que sucedeu aos acervos das suas instituições?
Temas: os arquivos dos novos estados do continente americano; os arquivos dos espaços coloniais
Secção III – Processando o passado: arquivistas e historiadores em definição de fronteiras
Como evoluíram a profissão e a formação de arquivista e os seus saberes? Que papel tiveram os historiadores na criação da nova paisagem informacional e arquivística? Como se relacionaram os historiadores com os arquivos e que importância efectiva teve a documentação arquivística na História-ciência então nascente?
Temas: as transformações na profissão de arquivista e na arquivística; os intérpretes do passado: a escrita da História e os documentos de arquivo
Secção IV – Para além dos arquivos
Como documentar os grupos subalternos e os excluídos, cuja menor presença, ou mesmo ausência, dos arquivos de Estado, foi uma realidade apesar de toda a retórica da inclusão e da igualdade que presidiu à construção do Estado liberal?
Temas: documentar os subalternos e os excluídos; a oralidade e a tradição como formas de prova e de memória
Programa
Programa final pdf
Datas
Submissão de propostas de comunicação: até 22 de Novembro de 2019
Notificação da aceitação das propostas: até 20 de Dezembro de 2019
AVISO: as notificações foram enviadas por correio electrónico no dia 17 de Dezembro. Se não recebeu uma mensagem, sugerimos que verifique a pasta de spam
Línguas
Português, inglês, espanhol e francês
Inscrição (para participantes sem comunicação)
A inscrição é gratuita, mas os participantes que não apresentam comunicação têm de preencher o seguinte
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Informação útil
Local do congresso:
Dia 7 (manhã): Arquivo Nacional da Torre do Tombo, Alameda da Universidade, 1649-010 Lisboa;
Dia 7, (tarde) e dia 8 (todo o dia): Colégio Almada Negreiros (CAN), FCSH, Universidade Nova de Lisboa, Campus de Campolide, 1099-085 Lisboa
Alojamento:
Apresentamos uma lista de hotéis e respetivos preços aproximados. Alguns destes estão mais próximos do campus, outros mais afastados. A NOVA FCSH possui parcerias com alguns, das quais poderão usufruir realizando uma marcação direta com a pessoa de contato
Almoços
No Colégio Almada Negreiros existem alguns espaços para almoço:
- Cantina geral, onde o menu custa cerca de 6,5€, com tudo incluído;
- Restaurante, onde o menu custa 10€, com tudo incluído
Há ainda alguns restaurantes nas redondezas, cujos menus rondam os 10€. Todavia, nestes as refeições exigem deslocação a pé e algum tempo de espera, pois estes restaurantes costumam ter bastante procura
Publicação das comunicações
Depois do congresso, os participantes serão convidados a submeter o texto das comunicações para publicação num e-book após decisão positiva do painel anónimo de avaliação.
Organização
Comissão organizadora
Maria João da Câmara (CHAM, NOVA FCSH), José Maria Furtado (ANTT), Joana Vieira Paulino (IHC, NOVA FCSH), Maria de Lurdes Rosa (IEM, NOVA FCSH), Luís Espinha da Silveira † (IHC, NOVA FCSH)
Comissão científica
Ana Canas (ULisboa/FL), Paula Godinho (NOVA FCSH), Silvestre Lacerda (ANTT), Sérgio Campos Matos (ULisboa/FL), Paula Ochoa (NOVA FCSH), José Pedro Paiva (UCoimbra/FL), Ricardo Roque (ULisboa/ICS), Maria de Lurdes Rosa (NOVA FCSH), Carlos Guardado da Silva (ULisboa/FL), Luís Espinha da Silveira † (NOVA FCSH), António Sousa (ArqDistrital Braga), José Subtil (UAutónoma Lisboa), Luís Reis Torgal (UCoimbra/FL), Irene Vaquinhas (UCoimbra/FL)
Contactos: congahm@sapo.pt
Convocatória pdf