As raízes mais superficiais desta Tília prateada, por acção dos últimos vendais, cederam um pouco, mas, aparentemente, a Tília continuava na sua postura normal:
Claro que, como se esperava a solução encontrada pela CML só podia ser esta:
Foi chamado algum perito independente para verificar a estabilidade da árvore? Foi colocado o necessário aviso do abate? Não.
O jardim fica mais despido, ainda mais despido? Fica, mas isso pouco importa.
A Tília ao lado sofreu estragos?
Sofreu, mas isso também não tem importância. Se calhar será a próxima a ser abatida.
A Tília que agora foi cortada estava a poucos metros do Plátano classificado. O ICNF foi chamado para dar a sua opinião e vigiar o abate? Não vi ninguém do ICNF no local.
Parabéns à vereação dos espaços verdes. Em menos de 4 anos conseguiu descaracterizar completamente este pobre jardim.
Estou quase a decidir deixar de ir ao Príncipe Real diariamente porque não aguento a tristeza da destruição constante. Só quem cresceu aqui consegue perceber como em poucos anos um lugar que era mágico ficou reduzido a um descampado árido.
ResponderEliminarObrigado Inês pelo seu comentário certeiro: o jardim está aos poucos a transformar-se num descampado árido.
ResponderEliminarGostava de saber o que é que a sonsa da Bárbara Reis que utilizou o Público para defesa do que se ia fazer ao jardim e tentar limitar o direito de resposta de quem - como nós - o tentámos defender teria a dizer ao fim destes anos. Desafio o Público a obter novas declarações de quem tanto defendeu o projecto há 4 anos para ver se continuam alegremente contentes com os resultados.
ResponderEliminarQuanto a Fernando Catarino, está sempre pronto a servir o poder. Quando a Liga dos Amigos do Jardim Botânico de Lisboa fez frente aos ridículos projectos que a UL apresentava para o jardim, com enormes perdas patrimoniais se levado a cabo, o sr. Fernando Catarino que nunca pagou um euro de cota de associado da Liga fez questão de anunciar publicamente que se demitia, que se distanciava do trabalho que a Liga estava a fazer. Foi o maior elogio que a LAJB recebeu. Nunca percebi nem irei perceber a 'reverência' que tanta gente mostra por uma pessoa que deixou o jardim degradar-se enormemente nos muitos anos em que foi director e que nunca conseguiu inverter a degradação, mas longe de alguma vez apresentar a sua demissão em protesto, o seu estatuto era muito mais importante.
Também a encomenda para a televisão pela CML para defender a intervenção no Príncipe Real por alguém que nada sabia sobre o que se passava foi triste. No final da sua intervenção perguntei-lhe se já tinha dado a graxa toda que queria dar e o senhor, habituado a ser tratado com pinças, fez-se de muito alterado e que me dava porrada se não retirasse o que dizia. Agarrou-me num braço e levantou-me a outra mão e ameaçou que me batia se não retirasse imediatamente o que lhe tinha dito. Não retirei, reiterei-o, e perguntei-lhe se não era verdade, se não tinha sido ali chamado para fazer um frete, e acusei-o de estar ao serviço do poder sem saber nada do que se discutia ali. Deu meia volta e foi-se embora.
Enfim. Acho que devia ser mais cínico na vida, mas tenho dificuldade.
Toda esta degradação resulta de incúria e negligência. Tudo foi avisado, tudo foi previsto, o Sá Fernandes não quis ou quer saber tão convencido está do seu 'génio' e os 'barões' do regime apoiaram-se uns aos outros.
O mais triste é que podiam manter uma atitude pública mas aprender alguma coisa. Mas pelo que se vê pelos ataques que continuam a fazer à auracária, estão-se nas tintas.
A pobre auracária começa a ter novos rebentos ao longo de todo o tronco, num sinal claro do stress a que está a ser exposta. Se sobreviver será uma sombra do que já foi. Estava no auge da sua pujança, era um marco de referência de muitos locais de Lisboa em que o Príncipe Real era facilmente localizado pela altura e beleza desta árvore.
É agora quebrada às mãos de brutos e de conivências. Brutos são os tempos que vivemos.
Tempos tristes para o jardim.
Pedro Lérias