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30.1.11

A cruz sem malta

Somente duas vezes eu cheguei a falar de futebol aqui neste blog, que é praticamente um blog literário. Como eu também sou praticamente uma vascaína, devo falar do meu adorável time e, ainda, fazer considerações. Praticamente vascaína significa: dizer que torço pelo time, mas não entendo nem o que ele faz dentro de campo, ou seja, não sei pelo quê está sendo jogado, para quê tanto suor e o porquê de querer gols. Outro detalhe: demorei muito a entender o que as pessoas queriam dizer com “nossa, como você é sofredora” após receberem a notícia de que meu escolhido time era o Vasco. A verdade é que eu sempre achei a cruz de malta tão bonitinha e aquelas caravelas muito originais.


Pois bem, atualmente a imensa torcida vascaína está abalada, eu diria. E só isso me fez dar mais atenção ao time – quer dizer, se ele estivesse ganhando todas, eu não estava nem aí. Para tentar melhorar a moral de nós, torcedores sofredores (desconhecedores), fui descobrir que o Vasco já ganhou 110 títulos. Não vem ao caso saber os títulos dos outros times, obviamente. Imagina que o time já esteve lá no fundo do poço (significa rebaixado, o que parece o pior dos castigos futebolísticos) e voltou com a corda toda. Ganhou a chiquérrima Copa Libertadores de 1998. Sem contar os incontáveis campeonatos brasileiros.



Por isso eu me pergunto: o que está acontecendo com o Vasco? A torcida já não fica no estádio até o final. Os fanáticos torcedores estão abandonando a cruz de malta. Coitadinhos. O que resta de um time sem torcida? A palavra “malta” significa “bando, multidão”. Então, estamos prestes a sermos apelidados de “a cruz sem malta”. Eu, torcedora incansável, estou abalada. Ok, confesso o meu hiperbolismo, mas vamos renovar essa cruz, ou melhor, cruzar os dedos para que ao menos a torcida continue cantando de coração que essa cruz de malta é mesmo nosso pendão.   


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