Era Novembro, o Inverno ainda não tinha chegado mas a efervescência da revolução em Portugal ainda não tinha arrefecido os ânimos. A minha “Dona” prestava serviço num hospital de província e só às quartas-feiras deitávamos o olho um ao outro.
Com muito regularidade, dávamos um salto a Cáceres – Espanha e regressávamos sempre ao por do sol. Até que um dia resolvemos ficar, dado haver festa na cidade e querermos aproveitar a experiência de ver usos e costumes da região.
Quando chegou a hora da deita, fomos procurar hotel e a todos onde batemos à porta estavam esgotados. Fomos ao Montijo, terra que fica a poucos km e o resultado foi o mesmo. A “Dona” desesperava e eu, sem o demonstrar, estava desanimado. Como último recurso, optamos para sair da estrada e ficar dentro do carro, em campo aberto, com receio de algum assalto. Entrei num campo com os médios acesos, apaguei-os, passámos para o banco de trás, coloquei os sapatos debaixo do carro para arejarem e com o intuito de ter os pés à vontade, aninhamo-nos e batemos talvez duas a três horas de sono. Quem já dormiu dentro de automóvel sabe que assim que o dia começa a raiar acordamos. Abri os olhos, esfrego as pálpebras, e que vi eu? Senti um arrepio, que nem sei se foi espinha pela abaixo ou pela espinha acima.
Tínhamos dormido em pleno acampamento de ciganos, estávamos rodeados de carroças, toldos, mulas, burros, enfim a caravana completa. Nem abri a porta para passar ao meu lugar no volante, passei por cima do banco e guiei até chegar à estrada, só aí reparei que tinha deixado os sapatos para trás.
Durante muito tempo, sempre que no meu caminho se cruzava um cigano, olhava imediatamente para os seus pés, para confirmar se tinha os meus sapatos calçados.
Com muito regularidade, dávamos um salto a Cáceres – Espanha e regressávamos sempre ao por do sol. Até que um dia resolvemos ficar, dado haver festa na cidade e querermos aproveitar a experiência de ver usos e costumes da região.
Quando chegou a hora da deita, fomos procurar hotel e a todos onde batemos à porta estavam esgotados. Fomos ao Montijo, terra que fica a poucos km e o resultado foi o mesmo. A “Dona” desesperava e eu, sem o demonstrar, estava desanimado. Como último recurso, optamos para sair da estrada e ficar dentro do carro, em campo aberto, com receio de algum assalto. Entrei num campo com os médios acesos, apaguei-os, passámos para o banco de trás, coloquei os sapatos debaixo do carro para arejarem e com o intuito de ter os pés à vontade, aninhamo-nos e batemos talvez duas a três horas de sono. Quem já dormiu dentro de automóvel sabe que assim que o dia começa a raiar acordamos. Abri os olhos, esfrego as pálpebras, e que vi eu? Senti um arrepio, que nem sei se foi espinha pela abaixo ou pela espinha acima.
Tínhamos dormido em pleno acampamento de ciganos, estávamos rodeados de carroças, toldos, mulas, burros, enfim a caravana completa. Nem abri a porta para passar ao meu lugar no volante, passei por cima do banco e guiei até chegar à estrada, só aí reparei que tinha deixado os sapatos para trás.
Durante muito tempo, sempre que no meu caminho se cruzava um cigano, olhava imediatamente para os seus pés, para confirmar se tinha os meus sapatos calçados.
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