Eu te bendigo,
Neruda,
Por tua
poesia
Sincera e
aguda.
Te
bendigo,
Poeta
solidário
Com a vida
do povo
Explorado
e oprimido,
Te bendigo
Por tua
poesia
Carregada
de denúncia
Salgada de
brisa e maresia,
Mas também
incendiada
de
esperança, de amor e alegria.
Te
bendigo, sobretudo,
Por tua
coragem e rebeldia,
Por tua
conduta
De poeta
de luta, com ideologia.
Te bendigo
Por tua
crítica ácida
Aos poetas
nefelibatas
Que
negligenciam a luta
Pela
liberdade e a justiça.
Eu te
bendigo, Neruda,
Por nos
ensinar
Que a
poesia não deve
Ser
omissa.
Te
bendigo,
Poeta dos
Andes,
Que
sobrevoou,
Com asas e
olhos de condor,
A América,
com suas agruras...
E das
alturas
Cantou a
beleza de sua flora
E de sua
fauna
E mais
ainda:
Cantou o
povo
E sua alma
Em teu
Canto General,
Epopeia
moderna e universal.