Se um homem encara a vida de um ponto de vista artístico, seu cérebro passa a ser seu coração.
24.9.06
BABADO FORTE - Famoso jogador se divertia com amigos de sua antiga comunidade, em uma boate da Barra, quando foi abordado pelos “homens”. Revista daqui, dali, bingo! Dois de seus companheiros (um deles, um procurado chefão do tráfico) estavam com “as coisas”. Após longa e ameaçadora negociação, o boleiro escapou do flagra. Mas perdeu a BMW X-5, que tinha estacionada na porta, os “ouros” (relógio, cordões e pulseiras)e “pedras” (brincos de diamante). “Morreu” ainda em US$ 100 mil (levados às pressas por seu advogado) e (em sociedade com o traficante) ficou devendo R$ 300 mil ao “credi-Crime”. Prejuízo avaliado entre R$ 700 mil e R$ 1 milhão. Aconteceu na madrugada de 14 para 15 de maio. Pouco antes de a seleção embarcar para Weggis...
Chupa essa manga! A nota acima, exatamente da forma como está escrita, foi publicada na coluna do cronista esportivo Renato Mauricio Prado, no jornal O Globo. Agora que contou o milagre o jornalista tem a obrigação de contar o santo: Ronaldo Fenômeno. Já que a imprensa tem essa informação, o assunto merece ser apurado. Nos vestiários do Maracanã o que se comenta é que a boate na Barra citada na nota na verdade é uma termas onde estava sendo realizada uma suruba. Pensam que é só a Daniela Cicarelli que é baixa?
O que será que a polícia encontrou com os amigos de Ronaldo Fenômeno, a ponto de ele pagar um suborno avaliado entre R$ 700 mil e 1 milhão? Fica claro nessa história que ele entrou de gaiato. Armaram pra cima dele. Confiantes que o atleta não ia querer se envolver num escândalo um dia antes de embarcar para a Copa pessoas mal intencionadas resolveram dar um golpe no atleta-otário. Certamente esses seus amigos estavam mancomunados com os policiais. Essa história precisa ser apurada. Não tanto pelo Ronaldo, mas, principalmente, pelos policiais.Que história essa de “credi-crime”? Que polícia é essa que achaca um jogador da seleção brasileira um dia antes dele viajar para a Copa do Mundo?
Como é que o Ronaldo dá um mole desses? Que cabeça ele teria para liderar a Seleção Brasileira depois de viver uma baixaria dessas? E, pensando bem, que atleta vagabundo que ele é! Participar de uma suruba numa termas. Que homem vulgar! Não saber ser rico. Não sabe ser famoso. Espero que ele nunca mais seja escalado para jogar na seleção. O problema do Ronaldo Fenômeno é que ele saiu da favela, mas a favela nunca saiu dele...
VIDA MUNDANA – O melhor da noite de autógrafos do livro de receitas de Carla Pernambuco foi encontrar personagens da vida carioca como Luiz Fernando Borges e Eduardo Logullo. Cultos e inteligentes, eles têm bom papo e estão sempre envolvidos com arte e cultura. Luiz Fernando foi amigo de Renato Russo e escreveu o roteiro do filme sobre o vocalista do Legião Urbana. Ele contou das raridades que possui na sua coleção de discos de vinil: o primeiro solo de Ney Matogrosso, álbum dos Mutantes, Vímana, David Bowie... Logullo, que escreveu o texto do livro da Carla a partir das receitas dela, nos deu noticias de May East, aquela loira sensacional que era uma das Absurdettes do grupo Gang 90. Depois ela namorou Nelson Motta e Léo Jaime (não ao mesmo tempo) e gravou dois (ótimos) discos solo. Foi morar na Europa, casou com um sujeito do Greenpeace e hoje vive feliz numa paradisíaca fazenda na Escócia. Grande garota, a May. Falar em Léo Jaime, Logullo contou que o encontrou semana passada, numa festa em São Paulo e ficou impressionado como ele está gordo. O Léo está enorme! Repetia ele estarrecido. E ficamos lembrando como ele era gostoso, na época em que freqüentava o Posto Nove e era conhecido apenas como aquele menino de Goiânia. Na sua fase áurea Léo Jaime chegou a ser o garoto mais gostoso do Posto Nove. Ele tinha chegado de Goiania só com a roupa do corpo e estava disposto a conquistar o Rio. Sabia cantar, compor, tocar guitarra, escrever. E se isso não fosse suficiente ele tinha um corpo. E que corpo!!! As lembranças de Leo Jaime no Posto Nove provocaram muitas risadas no lançamento de Carla Pernambuco.
Quem também apareceu por lá foi uma emburrada Regina Casé, com aquele seu jeito de quem está sempre de mau humor. Sim, porque a Casé é uma das mulheres mais mal humoradas do Rio de Janeiro. Mais mal humorada que ela só Maria Carmem Barbosa. Aquele alto astral, aquela alegria que o público vê na TV só existe quando a câmera é ligada. Quando a câmera é desligada Regina é a pessoa mais insuportável do velho oeste. Cada vez que assisto esse programa sobre periferia, que ela apresenta na Globo, eu fico imaginando como aquelas pessoas humildes que contracenam com ela devem sofrer quando a câmera é desligada. Ave Maria! Mas, para compensar a tromba de Regina Casé, o lançamento de Carla Pernambuco teve a presença da grande estrela Mariana Ximenes. Mariana é doce, delicada, bem humorada. Sua presença deu brilho e vivacidade ao salão da livraria Argumento, cujas prateleiras estavam abarrotadas de delícias literárias. Mariana se destacava na tertúlia literária por ser tudo que a Regina não é: magra, elegante, linda e loira. La Ximenes é o tipo de atriz que tem aquilo que o Daniel Filho chama de star quality. A qualidade de estrela.
DECADENCE AVEC ELEGANCE – A versão para o cinema de O diabo veste Prada é uma agradável surpresa. O filme é muito mais divertido e inteligente que o livro. Os produtores foram brilhantes e transformaram Miranda Priestley, o alter ego de Anna Wintour, no grande personagem da trama. Souberam colocar Andréa Sachs, alter ego da autora Lauren Wiesberger no seu devido lugar. Mesmo assim, a exemplo do livro, quando mostra o cotidiano de Andréa o filme cai um pouco de produção. A vantagem, no caso do filme, é que isso passa rápido. No livro a autora fica páginas e páginas alugando o leitor com sua vida medíocre e provinciana, quando o que todos querem é o glamour e a frivolidade da revista Vogue. E o filme não economizou recursos para traduzir esse universo para as salas de cinema. Os diálogos são divinos, principalmente, para quem é familiarizado com o mundo da moda. Anne Hathaway, a estrelinha do filme Brokeback Mountain está engraçada como Andréa, uma jornalista com pretensões intelectuais que esnoba o mundinho fashion, pois o considera fútil, sem conteúdo e sem importância. A convivência com a gloriosa Miranda faz com que ela aprenda que o ser humano, do mais humilde ao mais nobre, é um reles escravo dos conceitos sobre o vestir estipulados pela revista Vogue. E ter consciência disso é algo fundamental para enfrentar as agruras do Século 21. Aliás, avaliar esse conceito foi a grande sabedoria do filme, que descartou a visão preconceituosa e infame que o livro passa sobre moda e sobre a Vogue.
Um título é tudo, me disse certa vez Ruiz Bellenda. Se alguém tiver um bom título nem precisa de uma boa história. Pois bem. A chave do sucesso dessa fábula sobre as idiossincrasias do mundinho fashion é o título: O diabo veste Prada é um título sensacional. Irresistível. Partindo daí tudo fica mais fácil. A entrada em cena de Miranda é triunfal e descreve o personagem de forma bem clara. Meryl Streep, numa das melhores performances de sua carreira, chega ao prédio onde trabalha, cheia de pose e a câmera dá um close na bolsa que ela carrega onde está escrito a palavra mágica: Prada. Bingo! Vale destacar Gisele Budchen, numa convincente pequena participação. Chico Buarque faz muito bem em querer a modelo para atuar na versão cinematográfica do seu livro Budapeste. No mais o filme O diabo veste Prada tem músicas da Madonna: Vogue e Jump. E cenas glamurosas de Paris e Nova York. É um filme para se ver dezenas de vezes.
THE CAPTAIN AND THE KID – Antes de desembarcar em Copacabana a turnê de Elton John faz uma série de shows na Austrália, em cidades como Melbourne, Perth, Brisbane, Adelaide e Sydney. Em 1986 Elton gravou um disco ao vivo com a Orquestra Sinfônica de Melbourne onde cantava, entre outras, Candle In The Wind, Your Song, Tonight Tiny Dancer e Take Me To The Pilot, essas duas últimas incluídas no set list da turnê que vem ao Rio. Quer saber o que Elton John vai cantar em Copacabana? A relação das músicas foi divulgada pelo site oficial do cantor e contém alguns dos seus grandes clássicos como Crocodile Rock, Daniel, Rocket man e Your song. E nove músicas do novo CD que está sendo lançado.
O repertório busca manter o clima do Elton John da primeira metade dos anos 70, época em que ele lançou o disco Captain Fantastic And The Brown Dirt Cowboy. É que no novo CD The Captain And The Kid Elton retoma o Capitão Fantástico da juventude para fazer uma reflexão sobre sua vida e sua trajetória. O concerto é essencialmente setentista. No set list apenas três músicas não são dos anos setenta: Believe, do álbum Made in England, de 1995; I Want Love, do CD Songs From The West Coast, de 2001; I Guess That's Why They Call It The Blues, do álbum Too Low For Zero, de 1983. Sendo assim o cantor começa o show tocando duas músicas seguidas do disco Goodbye Yellow Brick Road, o antológico álbum duplo lançado em 1973: Funeral for a Friend/Love lies bleeding e Bennie and the Jets. Do Captain Fantastic toca Someone Saved My Life Tonight , uma canção de arrepiar. Linda. Comovente. Vale destacar no repertório da nova turnê Sorry Seems To Be The Hardest Word, do álbum Blue Moves, de 1976.
Com uma lista de músicas como esta a pergunta crucial é a seguinte: o que ele Não vai cantar? A relação de não incluídas é de fazer chorar: Empty Garden, a canção que fez em homenagem a John Lennon; Skyline Pigeon uma canção marcante, muito popular no Brasil, único país onde fez sucesso. No show de 1995 o público presente ao estádio do Flamengo gritava pedindo Skyline Pigeon; As bichas nunca vão perdoá-lo por ele não cantar I Don´t Wanna Go On With You Like That. É uma música fantástica feita para arrasar na pista de dança. Ainda bem que eu tive o prazer de vê-lo tocando esse hit duas vezes na turnê de 95; Elton também não canta Blue Eyes. Agora só cortando os pulsos. E o que dizer de títulos como: Sad Songs, Nikita, I´m Still Standing (que abria o show de 95), Sacrifice, Little Jeannie, Pinball Wizard, Healing Hands, The One, Legal Boys, Spiteful Child, Island Girl ... Veja a seguir a íntegra do repertório do show. As músicas sublinhadas são as canções do novo CD The Captain And The Kid.
Funeral for a Friend/Love Lies Bleeding
Bennie and the Jets
Philadelphia Freedom
Goodbye Yellow Brick Road
Believe
Tiny Dancer
I Guess That's Why They Call It The Blues
Take Me To The Pilot
Someone Saved My Life Tonight
I Want Love
Postcards From Richard Nixon
Just Like Noah's Ark
Wouldn't Have You Any Other Way (NYC)
Tinderbox
Blues Never Fade Away
The Bridge
I Must Have Lost It On The Wind
Old '67
The Captain and The Kid
Mona Lisas and Mad Hatters
Sorry Seems To Be The Hardest Word
Rocket Man
Daniel
Levon
Crocodile Rock
The Bitch is Back
Saturday Night's Alright For Fighting
Don't Let The Sun Go Down On Me
Your Song
Chupa essa manga! A nota acima, exatamente da forma como está escrita, foi publicada na coluna do cronista esportivo Renato Mauricio Prado, no jornal O Globo. Agora que contou o milagre o jornalista tem a obrigação de contar o santo: Ronaldo Fenômeno. Já que a imprensa tem essa informação, o assunto merece ser apurado. Nos vestiários do Maracanã o que se comenta é que a boate na Barra citada na nota na verdade é uma termas onde estava sendo realizada uma suruba. Pensam que é só a Daniela Cicarelli que é baixa?
O que será que a polícia encontrou com os amigos de Ronaldo Fenômeno, a ponto de ele pagar um suborno avaliado entre R$ 700 mil e 1 milhão? Fica claro nessa história que ele entrou de gaiato. Armaram pra cima dele. Confiantes que o atleta não ia querer se envolver num escândalo um dia antes de embarcar para a Copa pessoas mal intencionadas resolveram dar um golpe no atleta-otário. Certamente esses seus amigos estavam mancomunados com os policiais. Essa história precisa ser apurada. Não tanto pelo Ronaldo, mas, principalmente, pelos policiais.Que história essa de “credi-crime”? Que polícia é essa que achaca um jogador da seleção brasileira um dia antes dele viajar para a Copa do Mundo?
Como é que o Ronaldo dá um mole desses? Que cabeça ele teria para liderar a Seleção Brasileira depois de viver uma baixaria dessas? E, pensando bem, que atleta vagabundo que ele é! Participar de uma suruba numa termas. Que homem vulgar! Não saber ser rico. Não sabe ser famoso. Espero que ele nunca mais seja escalado para jogar na seleção. O problema do Ronaldo Fenômeno é que ele saiu da favela, mas a favela nunca saiu dele...
VIDA MUNDANA – O melhor da noite de autógrafos do livro de receitas de Carla Pernambuco foi encontrar personagens da vida carioca como Luiz Fernando Borges e Eduardo Logullo. Cultos e inteligentes, eles têm bom papo e estão sempre envolvidos com arte e cultura. Luiz Fernando foi amigo de Renato Russo e escreveu o roteiro do filme sobre o vocalista do Legião Urbana. Ele contou das raridades que possui na sua coleção de discos de vinil: o primeiro solo de Ney Matogrosso, álbum dos Mutantes, Vímana, David Bowie... Logullo, que escreveu o texto do livro da Carla a partir das receitas dela, nos deu noticias de May East, aquela loira sensacional que era uma das Absurdettes do grupo Gang 90. Depois ela namorou Nelson Motta e Léo Jaime (não ao mesmo tempo) e gravou dois (ótimos) discos solo. Foi morar na Europa, casou com um sujeito do Greenpeace e hoje vive feliz numa paradisíaca fazenda na Escócia. Grande garota, a May. Falar em Léo Jaime, Logullo contou que o encontrou semana passada, numa festa em São Paulo e ficou impressionado como ele está gordo. O Léo está enorme! Repetia ele estarrecido. E ficamos lembrando como ele era gostoso, na época em que freqüentava o Posto Nove e era conhecido apenas como aquele menino de Goiânia. Na sua fase áurea Léo Jaime chegou a ser o garoto mais gostoso do Posto Nove. Ele tinha chegado de Goiania só com a roupa do corpo e estava disposto a conquistar o Rio. Sabia cantar, compor, tocar guitarra, escrever. E se isso não fosse suficiente ele tinha um corpo. E que corpo!!! As lembranças de Leo Jaime no Posto Nove provocaram muitas risadas no lançamento de Carla Pernambuco.
Quem também apareceu por lá foi uma emburrada Regina Casé, com aquele seu jeito de quem está sempre de mau humor. Sim, porque a Casé é uma das mulheres mais mal humoradas do Rio de Janeiro. Mais mal humorada que ela só Maria Carmem Barbosa. Aquele alto astral, aquela alegria que o público vê na TV só existe quando a câmera é ligada. Quando a câmera é desligada Regina é a pessoa mais insuportável do velho oeste. Cada vez que assisto esse programa sobre periferia, que ela apresenta na Globo, eu fico imaginando como aquelas pessoas humildes que contracenam com ela devem sofrer quando a câmera é desligada. Ave Maria! Mas, para compensar a tromba de Regina Casé, o lançamento de Carla Pernambuco teve a presença da grande estrela Mariana Ximenes. Mariana é doce, delicada, bem humorada. Sua presença deu brilho e vivacidade ao salão da livraria Argumento, cujas prateleiras estavam abarrotadas de delícias literárias. Mariana se destacava na tertúlia literária por ser tudo que a Regina não é: magra, elegante, linda e loira. La Ximenes é o tipo de atriz que tem aquilo que o Daniel Filho chama de star quality. A qualidade de estrela.
DECADENCE AVEC ELEGANCE – A versão para o cinema de O diabo veste Prada é uma agradável surpresa. O filme é muito mais divertido e inteligente que o livro. Os produtores foram brilhantes e transformaram Miranda Priestley, o alter ego de Anna Wintour, no grande personagem da trama. Souberam colocar Andréa Sachs, alter ego da autora Lauren Wiesberger no seu devido lugar. Mesmo assim, a exemplo do livro, quando mostra o cotidiano de Andréa o filme cai um pouco de produção. A vantagem, no caso do filme, é que isso passa rápido. No livro a autora fica páginas e páginas alugando o leitor com sua vida medíocre e provinciana, quando o que todos querem é o glamour e a frivolidade da revista Vogue. E o filme não economizou recursos para traduzir esse universo para as salas de cinema. Os diálogos são divinos, principalmente, para quem é familiarizado com o mundo da moda. Anne Hathaway, a estrelinha do filme Brokeback Mountain está engraçada como Andréa, uma jornalista com pretensões intelectuais que esnoba o mundinho fashion, pois o considera fútil, sem conteúdo e sem importância. A convivência com a gloriosa Miranda faz com que ela aprenda que o ser humano, do mais humilde ao mais nobre, é um reles escravo dos conceitos sobre o vestir estipulados pela revista Vogue. E ter consciência disso é algo fundamental para enfrentar as agruras do Século 21. Aliás, avaliar esse conceito foi a grande sabedoria do filme, que descartou a visão preconceituosa e infame que o livro passa sobre moda e sobre a Vogue.
Um título é tudo, me disse certa vez Ruiz Bellenda. Se alguém tiver um bom título nem precisa de uma boa história. Pois bem. A chave do sucesso dessa fábula sobre as idiossincrasias do mundinho fashion é o título: O diabo veste Prada é um título sensacional. Irresistível. Partindo daí tudo fica mais fácil. A entrada em cena de Miranda é triunfal e descreve o personagem de forma bem clara. Meryl Streep, numa das melhores performances de sua carreira, chega ao prédio onde trabalha, cheia de pose e a câmera dá um close na bolsa que ela carrega onde está escrito a palavra mágica: Prada. Bingo! Vale destacar Gisele Budchen, numa convincente pequena participação. Chico Buarque faz muito bem em querer a modelo para atuar na versão cinematográfica do seu livro Budapeste. No mais o filme O diabo veste Prada tem músicas da Madonna: Vogue e Jump. E cenas glamurosas de Paris e Nova York. É um filme para se ver dezenas de vezes.
THE CAPTAIN AND THE KID – Antes de desembarcar em Copacabana a turnê de Elton John faz uma série de shows na Austrália, em cidades como Melbourne, Perth, Brisbane, Adelaide e Sydney. Em 1986 Elton gravou um disco ao vivo com a Orquestra Sinfônica de Melbourne onde cantava, entre outras, Candle In The Wind, Your Song, Tonight Tiny Dancer e Take Me To The Pilot, essas duas últimas incluídas no set list da turnê que vem ao Rio. Quer saber o que Elton John vai cantar em Copacabana? A relação das músicas foi divulgada pelo site oficial do cantor e contém alguns dos seus grandes clássicos como Crocodile Rock, Daniel, Rocket man e Your song. E nove músicas do novo CD que está sendo lançado.
O repertório busca manter o clima do Elton John da primeira metade dos anos 70, época em que ele lançou o disco Captain Fantastic And The Brown Dirt Cowboy. É que no novo CD The Captain And The Kid Elton retoma o Capitão Fantástico da juventude para fazer uma reflexão sobre sua vida e sua trajetória. O concerto é essencialmente setentista. No set list apenas três músicas não são dos anos setenta: Believe, do álbum Made in England, de 1995; I Want Love, do CD Songs From The West Coast, de 2001; I Guess That's Why They Call It The Blues, do álbum Too Low For Zero, de 1983. Sendo assim o cantor começa o show tocando duas músicas seguidas do disco Goodbye Yellow Brick Road, o antológico álbum duplo lançado em 1973: Funeral for a Friend/Love lies bleeding e Bennie and the Jets. Do Captain Fantastic toca Someone Saved My Life Tonight , uma canção de arrepiar. Linda. Comovente. Vale destacar no repertório da nova turnê Sorry Seems To Be The Hardest Word, do álbum Blue Moves, de 1976.
Com uma lista de músicas como esta a pergunta crucial é a seguinte: o que ele Não vai cantar? A relação de não incluídas é de fazer chorar: Empty Garden, a canção que fez em homenagem a John Lennon; Skyline Pigeon uma canção marcante, muito popular no Brasil, único país onde fez sucesso. No show de 1995 o público presente ao estádio do Flamengo gritava pedindo Skyline Pigeon; As bichas nunca vão perdoá-lo por ele não cantar I Don´t Wanna Go On With You Like That. É uma música fantástica feita para arrasar na pista de dança. Ainda bem que eu tive o prazer de vê-lo tocando esse hit duas vezes na turnê de 95; Elton também não canta Blue Eyes. Agora só cortando os pulsos. E o que dizer de títulos como: Sad Songs, Nikita, I´m Still Standing (que abria o show de 95), Sacrifice, Little Jeannie, Pinball Wizard, Healing Hands, The One, Legal Boys, Spiteful Child, Island Girl ... Veja a seguir a íntegra do repertório do show. As músicas sublinhadas são as canções do novo CD The Captain And The Kid.
Funeral for a Friend/Love Lies Bleeding
Bennie and the Jets
Philadelphia Freedom
Goodbye Yellow Brick Road
Believe
Tiny Dancer
I Guess That's Why They Call It The Blues
Take Me To The Pilot
Someone Saved My Life Tonight
I Want Love
Postcards From Richard Nixon
Just Like Noah's Ark
Wouldn't Have You Any Other Way (NYC)
Tinderbox
Blues Never Fade Away
The Bridge
I Must Have Lost It On The Wind
Old '67
The Captain and The Kid
Mona Lisas and Mad Hatters
Sorry Seems To Be The Hardest Word
Rocket Man
Daniel
Levon
Crocodile Rock
The Bitch is Back
Saturday Night's Alright For Fighting
Don't Let The Sun Go Down On Me
Your Song
20.9.06
THE CAPTAIN AND THE KID – Os fãs de Elton John já se mobilizam para o show do cantor, em janeiro de 2007 na praia de Copacabana. João Melo, um cearense que mora em Manaus, leitor assíduo desse blog, enviou e-mail contando que já comprou a passagem de avião para vir assistir ao concerto do cantor. Certamente vai ser uma experiência inesquecível para João e para todos que forem à festa em Copacabana assistir a The Captain and the Kid, nome do show e título de seu novo disco, prestes a ser lançado no Brasil.
Assisti aos dois shows que Elton John fez no Brasil em 1995: um no Rio, o outro em São Paulo. Gosto tanto do Elton que viajei até Sampa apenas para vê-lo cantando seus maiores sucessos. No dia seguinte estava no campo do Flamengo, vibrando com a performance do Rio. O show não é tão agitado como o dos Rolling Stones, já que Elton fica o tempo inteiro sentado no piano. Mas a sua banda é sensacional. São músicos que tocam com ele desde a juventude, então existe uma harmonia muito grande no palco e o clima é totalmente rock´n roll.
No seu inesquecível concerto Elton cantou alguns dos seus maiores sucessos: Daniel, Your Song, Bennie and the jets, Sacrifice, Blue Eyes, Candle in the Wind, I guess that´s why they call it the blues, entre outras. Lembro que a platéia foi uma atração à parte. Famílias inteiras. Surfistas quarentões. Gays e lésbicas. Casais de namorados trocando beijos apaixonados. Havia um clima romântico muito gostoso que fez vibrar o superlotado estádio do Flamengo. Senti falta de algumas de minhas músicas favoritas como Skyline Pidgeon e Crocodile Rock, mas o repertório do Elton é tão grande e variado que é impossível cantar todas as músicas de sucesso. Em compensação, na apresentação do Rio, ele tocou uma de suas mais belas canções, Song for guy, um tema instrumental que gravou no disco A single man. Essa música ele não tocou em São Paulo. Mas o roqueiro fez o estádio dançar muito quando tocou hits como I´m still standing e a inacreditável I don´t wanna go on with you like that. Não vejo a hora de rever o mais gay dos ídolos do rock.
A turnê do show The Captain and the kid começou dia 15 de setembro em Sacramento, na Califórnia. No repertório nove das dez canções do novo CD. Portanto, é recomendável ouvir o bastante The Captain and the kid antes de ir se esbaldar em Copacabana. Para alegria dos velhos fãs, Crocodile Rock, que ele havia deixado de tocar quando aqui esteve em 95, faz parte do set list da nova turnê. Já vi que Copacabana vai enlouquecer com o velho Elton. A seguir, a letra que seu eterno parceiro Bernie Taupin fez para a canção The captain and the kid, nome do novo CD do cantor.
THE CAPTAIN AND THE KID
I've been out on this road some
Can't help feeling I've been showing my friends around
I've seen it growing from next to nothing
Into a giant eating up your town
Called up the tealeaves and the tarots
Asked the gypsy what she sees in the palm of our hands
She saw a mountain and wild deer running
A crazy kid becoming a better man
But we stuck around for the fireworks
Waiting to explode
Shaped our futures, you a tumbleweed
And me on a yellow brick road
Pleasing the people some of the time
For better or for worse
An urban soul in a fine silk Suit
And a heart out west in a Wrangler shirt
chorus:
And you can't go back and if you try it fails
Looking up ahead I see a rusty nail
A sign hanging from it saying "Truth for sale"
And that's what we did
No lies at all just one more tale
About the Captain and the Kid
We've been missing at times in action
Can't imagine what he said he might do for you
The devil got to come to the party sometimes
But he never got to wear our shoes
Oh we've conjured up what we created
Way back then when I was standing up in six-inch heels
Now you're riding off into the sunset
And I'm still spinning like a Catherine wheel
But we stuck around for the battle
Waiting for a plan
To turn you into the Brown Dirt Cowboy
And me into a rocket man
It pleases the people some of the time
Digging into our roots
But I got a brand new pair of shoes
And you're on a horse in old cowboy boots
THE CAPTAIN AND THE KID – Em seu novo CD Elton John, com seu fiel parceiro Bernie Taupin, retoma um personagem que criou num dos melhores discos de sua carreira: Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy. Captain Fantastic é uma obra prima, lançado no longínquo ano de 1975. É uma espécie de ópera-rock, certamente inspirada no Tommy, do The Who. Foi um trabalho concebido para ser mostrado num palco, no formato de uma peça, com cenários, efeitos especiais e cantores afinados. Mas essa pretensão nunca foi levada adiante. O trabalho ficou apenas no disco que, possivelmente, é o melhor de toda a carreira do roqueiro. São músicas grandiloqüentes, sinfônicas, algumas gravadas com orquestra e coral. É um disco belíssimo. É o momento mais "Beethoven" da carreira de Elton John. Um clássico indiscutível da fase áurea do rock´n roll. É desse álbum uma das mais belas canções do artista, Someone saved my life tonigh, que está incluída no repertório da turnê The Captain and the kid.
Em ambos os discos, todas as letras foram escritas por Bernie Taupin, o velho e inseparável parceiro. Os versos têm algo de nostálgico e pueril. É como se eles estivessem fazendo uma reflexão sobre a carreira e, ao mesmo tempo, sobre a própria vida e o tempo em que estão vivendo. Além de citar o Capitão Fantástico, as letras citam personagens pops como Tennessee Williams, Steve McQueen, Richard Nixon, Walt Disney e Brian Wilson. Lembram John Lennon, para quem Elton e Bernie compuseram uma de suas mais belas canções, Empty Garden, do álbum Jump Up, de 1982. Citam também Tiny Dancer, um antigo sucesso da dupla, lançada no disco Madman Across the Water, de 1971 e a Yellow Brick Road do disco homônimo de 73. A balada Old´67 é de uma nostalgia pungente com versos como:
Old '67 what a time it was
What a time of innocence, what a time we've lost
Raise a glass and have a laugh, have a laugh or two
Here's to old '67 and an older me and you
Sentimental twilight
Conversing on those virgin days
Laughing about how the two of us sound
Like a Tennessee Williams play
O DIABO VESTE PRADA – A editora Record está relançando O diabo veste Prada, em função do lançamento do filme no Brasil. Li o romance em 2004 e achei interessante, mas tenho algumas ressalvas. O livro é uma espécie de All about Eve que tem como personagem principal uma mulher inspirada em Anna Wintour, a todo-poderosa editora da revista Vogue América. Anna é uma figura lendária no mundo da moda internacional e, sobre ela, contam-se muitos babados e fofocas, algo muito corriqueiro nesse universo.
Anna Wintour tem fama de ser temperamental, exigente, tirana, presunçosa e má, assim como Miranda Priestly, a protagonista do livro. A autora, Lauren Weisberger, é uma garota do interior que, ao sair da faculdade, conseguiu o emprego dos sonhos de muitas mulheres do mundo inteiro: assistente da temida Anna Wintour. O diabo veste Prada é o relato da sua experiência profissional com a editora da revista Vogue, descrita como uma mulher voluntariosa, temperamental, histérica e arrogante. Ao mesmo tempo, o livro mostra Lauren como uma pessoa pura, ingênua, bondosa e bem intencionada, enquanto Anna é descrita simplesmente como uma mulher má. Mas, numa leitura mais atenta, vemos que a história não é bem assim.
A autora Lauren Wiesberger é uma pilantra. É uma sonsa, que se faz passar por boazinha, mas na verdade a má é ela. O diabo veste Prada é, na verdade, um golpe contra uma das mais talentosas personalidades do mundo da moda. Eu entendi o livro como a história de uma secretária mau caráter que dá um golpe na sua chefe, ao escrever um livro contando sua intimidade.
O livro é irregular, pois Lauren fala muito mais sobre ela do que sobre Anna. Quando fala sobre a editora da Vogue o livro é uma delícia. As descrições, os diálogos ferinos, as atitudes, os comentários sobre personagens do grand monde novaiorquino. Tudo isso é muito divertido e excitante para o leitor. Mas a autora comete o pecado de escrever muito sobre si mesma. Fala da sua família, das festas de natal com os parentes numa pequena cidade da Pensylvania, fala dos desencontros com seus namorados e amantes, da sua vida medíocre em Nova York. E quando fala de si mesma o livro torna-se chato, arrastado e desinteressante. Ela tenta criar uma empatia com o leitor, fazer com que ele torça pela sua personagem, mas não consegue. O interesse pelo livro só acontece quando ela entra no prédio da Conde Nast, a editora que publica a revista Vogue. Ali a história tem glamour, trama, charme e humor. E tem tudo isso por causa da personalidade e estilo de Mademoiselle Wintour. Pena que Lauren Wiesberger escreva mais sobre si do que sobre Anna.
Lauren é uma frustrada. Ela tem inveja de Anna Wintour. No fundo gostaria de ser como ela, ter o poder que ela tem, gostaria de entender de moda como Anna entende. Mas é apenas uma assistente que faz o trabalho que qualquer outra garota na sua idade faria. Ela não passa de uma pilantra medíocre, uma provinciana que saiu do interior e enxergou a grande chance da sua vida: escrever um livro sobre a grande dama da moda, aproveitando-se do fato de ter podido conviver com a intimidade da mulher, ao trabalhar como sua assistente.
GABEIRA SABE TUDO – A revista VEJA que em períodos pré-eleitorais costuma servir fartas doses de veneno aos seus leitores, surpreende esta semana e troca o veneno por mel. A capa da revista é o deputado Fernando Gabeira, que a publicação cita como um exemplo de político brasileiro. O texto da reportagem é só elogios para o deputado federal. Faz um resumo da sua biografia coerente e traça um perfil correto da sua trajetória de homem público. Nada de escândalos, nem gravações secretas, nem acusações de suborno, nem exemplos de corrupção... Ufa!
Assisti aos dois shows que Elton John fez no Brasil em 1995: um no Rio, o outro em São Paulo. Gosto tanto do Elton que viajei até Sampa apenas para vê-lo cantando seus maiores sucessos. No dia seguinte estava no campo do Flamengo, vibrando com a performance do Rio. O show não é tão agitado como o dos Rolling Stones, já que Elton fica o tempo inteiro sentado no piano. Mas a sua banda é sensacional. São músicos que tocam com ele desde a juventude, então existe uma harmonia muito grande no palco e o clima é totalmente rock´n roll.
No seu inesquecível concerto Elton cantou alguns dos seus maiores sucessos: Daniel, Your Song, Bennie and the jets, Sacrifice, Blue Eyes, Candle in the Wind, I guess that´s why they call it the blues, entre outras. Lembro que a platéia foi uma atração à parte. Famílias inteiras. Surfistas quarentões. Gays e lésbicas. Casais de namorados trocando beijos apaixonados. Havia um clima romântico muito gostoso que fez vibrar o superlotado estádio do Flamengo. Senti falta de algumas de minhas músicas favoritas como Skyline Pidgeon e Crocodile Rock, mas o repertório do Elton é tão grande e variado que é impossível cantar todas as músicas de sucesso. Em compensação, na apresentação do Rio, ele tocou uma de suas mais belas canções, Song for guy, um tema instrumental que gravou no disco A single man. Essa música ele não tocou em São Paulo. Mas o roqueiro fez o estádio dançar muito quando tocou hits como I´m still standing e a inacreditável I don´t wanna go on with you like that. Não vejo a hora de rever o mais gay dos ídolos do rock.
A turnê do show The Captain and the kid começou dia 15 de setembro em Sacramento, na Califórnia. No repertório nove das dez canções do novo CD. Portanto, é recomendável ouvir o bastante The Captain and the kid antes de ir se esbaldar em Copacabana. Para alegria dos velhos fãs, Crocodile Rock, que ele havia deixado de tocar quando aqui esteve em 95, faz parte do set list da nova turnê. Já vi que Copacabana vai enlouquecer com o velho Elton. A seguir, a letra que seu eterno parceiro Bernie Taupin fez para a canção The captain and the kid, nome do novo CD do cantor.
THE CAPTAIN AND THE KID
I've been out on this road some
Can't help feeling I've been showing my friends around
I've seen it growing from next to nothing
Into a giant eating up your town
Called up the tealeaves and the tarots
Asked the gypsy what she sees in the palm of our hands
She saw a mountain and wild deer running
A crazy kid becoming a better man
But we stuck around for the fireworks
Waiting to explode
Shaped our futures, you a tumbleweed
And me on a yellow brick road
Pleasing the people some of the time
For better or for worse
An urban soul in a fine silk Suit
And a heart out west in a Wrangler shirt
chorus:
And you can't go back and if you try it fails
Looking up ahead I see a rusty nail
A sign hanging from it saying "Truth for sale"
And that's what we did
No lies at all just one more tale
About the Captain and the Kid
We've been missing at times in action
Can't imagine what he said he might do for you
The devil got to come to the party sometimes
But he never got to wear our shoes
Oh we've conjured up what we created
Way back then when I was standing up in six-inch heels
Now you're riding off into the sunset
And I'm still spinning like a Catherine wheel
But we stuck around for the battle
Waiting for a plan
To turn you into the Brown Dirt Cowboy
And me into a rocket man
It pleases the people some of the time
Digging into our roots
But I got a brand new pair of shoes
And you're on a horse in old cowboy boots
THE CAPTAIN AND THE KID – Em seu novo CD Elton John, com seu fiel parceiro Bernie Taupin, retoma um personagem que criou num dos melhores discos de sua carreira: Captain Fantastic and the Brown Dirt Cowboy. Captain Fantastic é uma obra prima, lançado no longínquo ano de 1975. É uma espécie de ópera-rock, certamente inspirada no Tommy, do The Who. Foi um trabalho concebido para ser mostrado num palco, no formato de uma peça, com cenários, efeitos especiais e cantores afinados. Mas essa pretensão nunca foi levada adiante. O trabalho ficou apenas no disco que, possivelmente, é o melhor de toda a carreira do roqueiro. São músicas grandiloqüentes, sinfônicas, algumas gravadas com orquestra e coral. É um disco belíssimo. É o momento mais "Beethoven" da carreira de Elton John. Um clássico indiscutível da fase áurea do rock´n roll. É desse álbum uma das mais belas canções do artista, Someone saved my life tonigh, que está incluída no repertório da turnê The Captain and the kid.
Em ambos os discos, todas as letras foram escritas por Bernie Taupin, o velho e inseparável parceiro. Os versos têm algo de nostálgico e pueril. É como se eles estivessem fazendo uma reflexão sobre a carreira e, ao mesmo tempo, sobre a própria vida e o tempo em que estão vivendo. Além de citar o Capitão Fantástico, as letras citam personagens pops como Tennessee Williams, Steve McQueen, Richard Nixon, Walt Disney e Brian Wilson. Lembram John Lennon, para quem Elton e Bernie compuseram uma de suas mais belas canções, Empty Garden, do álbum Jump Up, de 1982. Citam também Tiny Dancer, um antigo sucesso da dupla, lançada no disco Madman Across the Water, de 1971 e a Yellow Brick Road do disco homônimo de 73. A balada Old´67 é de uma nostalgia pungente com versos como:
Old '67 what a time it was
What a time of innocence, what a time we've lost
Raise a glass and have a laugh, have a laugh or two
Here's to old '67 and an older me and you
Sentimental twilight
Conversing on those virgin days
Laughing about how the two of us sound
Like a Tennessee Williams play
O DIABO VESTE PRADA – A editora Record está relançando O diabo veste Prada, em função do lançamento do filme no Brasil. Li o romance em 2004 e achei interessante, mas tenho algumas ressalvas. O livro é uma espécie de All about Eve que tem como personagem principal uma mulher inspirada em Anna Wintour, a todo-poderosa editora da revista Vogue América. Anna é uma figura lendária no mundo da moda internacional e, sobre ela, contam-se muitos babados e fofocas, algo muito corriqueiro nesse universo.
Anna Wintour tem fama de ser temperamental, exigente, tirana, presunçosa e má, assim como Miranda Priestly, a protagonista do livro. A autora, Lauren Weisberger, é uma garota do interior que, ao sair da faculdade, conseguiu o emprego dos sonhos de muitas mulheres do mundo inteiro: assistente da temida Anna Wintour. O diabo veste Prada é o relato da sua experiência profissional com a editora da revista Vogue, descrita como uma mulher voluntariosa, temperamental, histérica e arrogante. Ao mesmo tempo, o livro mostra Lauren como uma pessoa pura, ingênua, bondosa e bem intencionada, enquanto Anna é descrita simplesmente como uma mulher má. Mas, numa leitura mais atenta, vemos que a história não é bem assim.
A autora Lauren Wiesberger é uma pilantra. É uma sonsa, que se faz passar por boazinha, mas na verdade a má é ela. O diabo veste Prada é, na verdade, um golpe contra uma das mais talentosas personalidades do mundo da moda. Eu entendi o livro como a história de uma secretária mau caráter que dá um golpe na sua chefe, ao escrever um livro contando sua intimidade.
O livro é irregular, pois Lauren fala muito mais sobre ela do que sobre Anna. Quando fala sobre a editora da Vogue o livro é uma delícia. As descrições, os diálogos ferinos, as atitudes, os comentários sobre personagens do grand monde novaiorquino. Tudo isso é muito divertido e excitante para o leitor. Mas a autora comete o pecado de escrever muito sobre si mesma. Fala da sua família, das festas de natal com os parentes numa pequena cidade da Pensylvania, fala dos desencontros com seus namorados e amantes, da sua vida medíocre em Nova York. E quando fala de si mesma o livro torna-se chato, arrastado e desinteressante. Ela tenta criar uma empatia com o leitor, fazer com que ele torça pela sua personagem, mas não consegue. O interesse pelo livro só acontece quando ela entra no prédio da Conde Nast, a editora que publica a revista Vogue. Ali a história tem glamour, trama, charme e humor. E tem tudo isso por causa da personalidade e estilo de Mademoiselle Wintour. Pena que Lauren Wiesberger escreva mais sobre si do que sobre Anna.
Lauren é uma frustrada. Ela tem inveja de Anna Wintour. No fundo gostaria de ser como ela, ter o poder que ela tem, gostaria de entender de moda como Anna entende. Mas é apenas uma assistente que faz o trabalho que qualquer outra garota na sua idade faria. Ela não passa de uma pilantra medíocre, uma provinciana que saiu do interior e enxergou a grande chance da sua vida: escrever um livro sobre a grande dama da moda, aproveitando-se do fato de ter podido conviver com a intimidade da mulher, ao trabalhar como sua assistente.
GABEIRA SABE TUDO – A revista VEJA que em períodos pré-eleitorais costuma servir fartas doses de veneno aos seus leitores, surpreende esta semana e troca o veneno por mel. A capa da revista é o deputado Fernando Gabeira, que a publicação cita como um exemplo de político brasileiro. O texto da reportagem é só elogios para o deputado federal. Faz um resumo da sua biografia coerente e traça um perfil correto da sua trajetória de homem público. Nada de escândalos, nem gravações secretas, nem acusações de suborno, nem exemplos de corrupção... Ufa!
16.9.06
Com seu livro Memórias de um sargento de milícias Manuel Antônio de Almeida deixou-nos a lição de que a alegria de viver não é coisa que se jogue aos cachorros, e de que é preferível rir dos homens a lamentá-los. Talvez a vida seja uma coisa cômica, e não cósmica. E nisso, nessa simples ausência de uma consoante, há de residir sua eternidade.
(Ledo Ivo, no livro As obras-primas que poucos leram.)
ARAÇA AZUL – Champanhe. Champanhe. Champanhe. Guilherme Araújo fez 70 anos e suas amigas Thereza Eugênia, Gilda Matoso e Claude Amaral Peixoto se reuniram e produziram uma festa para comemorar a data. Guilherme sempre foi um grande festeiro, promoveu festas antológicas na cidade, mas estava sem condições de organizar sua festa de aniversário, já que enfrenta problemas de saúde. O empresário sofre de senilidade precoce, mal que se agravou graças ao diabetes. Agora ele aparenta ter bem mais que seus 70 anos, tem dificuldades para se locomover e vive sob os cuidados de três enfermeiras. Nada disso tirou dele nem a alegria de viver, nem o seu espírito tropicalista.
A festa foi muito agradável. Comidinhas deliciosas, bebida farta, um interessante e divertido grupo de convidados, música e dança. Guilherme demonstrava muita felicidade ao se ver cercado de suas melhores amigas: Kiki Caravaglia, Noelza Guimarães, Tânia Caldas, Lea Millon, Ivone Kassu, Maria Alice Celidônio, Scarlet Moon, Vera Figueiredo e Dédé Veloso. Mulheres com quem ele teve um forte e apaixonado relacionamento. Elas foram musas das grandes festas e eventos que ele promoveu nos anos 70/80. E ao longo dos anos se tornaram suas amigas fiéis. Chega a ser comovente o carinho e a reverência que aquelas senhoras devotam ao homem que na juventude soube tratá-las como divas. Também estavam chez Guilherme Lúcia Veríssimo, Renata Arruda, Renata Deschamps, Zezé Motta, Serginho Amado, Lu Rocha, Paulinho Lima, Jorge Salomão, Maria Zilda, Amin Khader, Liége Monteiro, Rodrigo Argollo, além do grande Zuenir Ventura, o mito do jornalismo carioca, acompanhado de sua Mary.
Cada um que chegava trazia uma lembrança ou um buquê de flores e fazia um carinho no aniversariante que expressava sua felicidade com um franco sorriso no rosto. Não havia dúvida que o grande Guilherme estava feliz por estar ali, cercado por suas musas e seus amigos da vida inteira. Caetano Veloso, não se poderia deixar de dizer, foi a atração da festa. Bem humorado, o compositor foi todo carinhos com Guilherme e brincou com os convidados, contando piadas sobre os objetos de arte erótica que fazem parte da decoração da casa. Eu adoro essa xoxota, dizia ele, gozador, quando Rodrigo Argollo lhe mostrou um bibelô em forma de uma vagina.
Até dois dias antes da festa Guilherme estava no hospital. E isso foi um assunto muito comentado nas rodas de conversa. Ele passou mal depois de jantar sanduíche de mortadela com refrigerante grapette. Os amigos estavam todos indignados. O Guilherme é um homem rico. Ele não precisa comer mortadela com grapette, rosnava uma de suas musas, com uma echárpe chiquérrima em volta do pescoço, saboreando com muita classe sua taça de champanhe.
Champanhe, champanhe, champanhe...
O fato é que a saúde debilitada transformou Guilherme numa pessoa com necessidades especiais. Seus amigos gostariam que ele estivesse sendo mais bem cuidado. Amin Khader, que durante muitos anos trabalhou com Guilherme, ficava fazendo mil perguntas às enfermeiras. Vocês tem levado ele para chupar pau? Isso é importantíssimo garotas! As enfermeiras diziam que, uma vez por semana, levam Guilherme até a termas Estação, um puteiro de rapazes em Copacabana. Lá escolhem um garotão bem bonito para fazer um show privê para ele. Salve, salve! Mesmo doente Guilherme não deixou de se interessar por rapazes.
Quando fez 60 anos, Guilherme Araújo doou a casa maravilhosa onde mora, de dois andares, tombada pelo patrimônio histórico, para a prefeitura, com a condição que, depois de sua morte, o imóvel fosse transformado numa biblioteca pública. Isso sempre foi um grande sonho que ele externou inúmeras vezes aos seus amigos. O desejo de transformar sua casa numa biblioteca pública. A Biblioteca Guilherme Araújo é algo tão importante que ele convidou seus maiores astros, Caetano Veloso e Maria Bethânia, para serem testemunhas da doação. Na ocasião, todos os jornais do Rio registraram a assinatura do termo de doação.
Champanhe, champanhe, champanhe...
(Ledo Ivo, no livro As obras-primas que poucos leram.)
ARAÇA AZUL – Champanhe. Champanhe. Champanhe. Guilherme Araújo fez 70 anos e suas amigas Thereza Eugênia, Gilda Matoso e Claude Amaral Peixoto se reuniram e produziram uma festa para comemorar a data. Guilherme sempre foi um grande festeiro, promoveu festas antológicas na cidade, mas estava sem condições de organizar sua festa de aniversário, já que enfrenta problemas de saúde. O empresário sofre de senilidade precoce, mal que se agravou graças ao diabetes. Agora ele aparenta ter bem mais que seus 70 anos, tem dificuldades para se locomover e vive sob os cuidados de três enfermeiras. Nada disso tirou dele nem a alegria de viver, nem o seu espírito tropicalista.
A festa foi muito agradável. Comidinhas deliciosas, bebida farta, um interessante e divertido grupo de convidados, música e dança. Guilherme demonstrava muita felicidade ao se ver cercado de suas melhores amigas: Kiki Caravaglia, Noelza Guimarães, Tânia Caldas, Lea Millon, Ivone Kassu, Maria Alice Celidônio, Scarlet Moon, Vera Figueiredo e Dédé Veloso. Mulheres com quem ele teve um forte e apaixonado relacionamento. Elas foram musas das grandes festas e eventos que ele promoveu nos anos 70/80. E ao longo dos anos se tornaram suas amigas fiéis. Chega a ser comovente o carinho e a reverência que aquelas senhoras devotam ao homem que na juventude soube tratá-las como divas. Também estavam chez Guilherme Lúcia Veríssimo, Renata Arruda, Renata Deschamps, Zezé Motta, Serginho Amado, Lu Rocha, Paulinho Lima, Jorge Salomão, Maria Zilda, Amin Khader, Liége Monteiro, Rodrigo Argollo, além do grande Zuenir Ventura, o mito do jornalismo carioca, acompanhado de sua Mary.
Cada um que chegava trazia uma lembrança ou um buquê de flores e fazia um carinho no aniversariante que expressava sua felicidade com um franco sorriso no rosto. Não havia dúvida que o grande Guilherme estava feliz por estar ali, cercado por suas musas e seus amigos da vida inteira. Caetano Veloso, não se poderia deixar de dizer, foi a atração da festa. Bem humorado, o compositor foi todo carinhos com Guilherme e brincou com os convidados, contando piadas sobre os objetos de arte erótica que fazem parte da decoração da casa. Eu adoro essa xoxota, dizia ele, gozador, quando Rodrigo Argollo lhe mostrou um bibelô em forma de uma vagina.
Até dois dias antes da festa Guilherme estava no hospital. E isso foi um assunto muito comentado nas rodas de conversa. Ele passou mal depois de jantar sanduíche de mortadela com refrigerante grapette. Os amigos estavam todos indignados. O Guilherme é um homem rico. Ele não precisa comer mortadela com grapette, rosnava uma de suas musas, com uma echárpe chiquérrima em volta do pescoço, saboreando com muita classe sua taça de champanhe.
Champanhe, champanhe, champanhe...
O fato é que a saúde debilitada transformou Guilherme numa pessoa com necessidades especiais. Seus amigos gostariam que ele estivesse sendo mais bem cuidado. Amin Khader, que durante muitos anos trabalhou com Guilherme, ficava fazendo mil perguntas às enfermeiras. Vocês tem levado ele para chupar pau? Isso é importantíssimo garotas! As enfermeiras diziam que, uma vez por semana, levam Guilherme até a termas Estação, um puteiro de rapazes em Copacabana. Lá escolhem um garotão bem bonito para fazer um show privê para ele. Salve, salve! Mesmo doente Guilherme não deixou de se interessar por rapazes.
Quando fez 60 anos, Guilherme Araújo doou a casa maravilhosa onde mora, de dois andares, tombada pelo patrimônio histórico, para a prefeitura, com a condição que, depois de sua morte, o imóvel fosse transformado numa biblioteca pública. Isso sempre foi um grande sonho que ele externou inúmeras vezes aos seus amigos. O desejo de transformar sua casa numa biblioteca pública. A Biblioteca Guilherme Araújo é algo tão importante que ele convidou seus maiores astros, Caetano Veloso e Maria Bethânia, para serem testemunhas da doação. Na ocasião, todos os jornais do Rio registraram a assinatura do termo de doação.
Champanhe, champanhe, champanhe...
Homem
não tenho inveja da maternidade
nem da lactação
não tenho inveja da adiposidade
nem da menstruação
só tenho inveja da longevidade
e dos orgasmos múltiplos
e dos orgasmos múltiplos
eu sou homem
pele solta sobre o músculo
eu sou homem
pêlo grosso no nariz
não tenho inveja da sagacidade
nem da intuição
não tenho inveja da fidelidade
nem da dissimulação
só tenho inveja da longevidade
e dos orgasmos múltiplos
e dos orgasmos múltiplos
eu sou homem
pele solta sobre o músculo
eu sou homem
pêlo grosso no nariz
Outro
você nem vai me reconhecer
quando eu passar por você
de cara alegre e cruel
feliz e mau como um pau duro
acendendo-se no escuro
cascavel
eriçada na moita
concentrada e afoita
eu já chorei muito por você
também já fiz você chorar
agora olhe pra lá porque
eu fui me embora
você nem vai me reconhecer
quando eu passar por você
Deusa urbana
com você eu tenho medo de me apaixonar
eu tenho medo de não me apaixonar
tenho medo dele, tenho medo dela
os dois juntos onde eu não podia entrar
com você eu tenho mesmo de me conformar
eu tenho mesmo de não me conformar
sexo heterodoxo, lapsos de desejo
quando eu vejo o céu desaba sobre nós
mucosa roxa, peito cor de rola
seu beijo, seu texto, seu queixo, seu pêlo,
sua coxa
menina deusa urbana, neta do sol
eu sou você e os meus rivais. sou só
mucosa roxa, peito cor de rola
seu beijo, seu texto, seu cheiro, seu pêlo,
cê toda
menina deusa urbana, neta do sol
eu sou você e os meus rivais. sou só
* Os poemas são de Caetano Veloso, as fotos são de Bruce Weber.
não tenho inveja da maternidade
nem da lactação
não tenho inveja da adiposidade
nem da menstruação
só tenho inveja da longevidade
e dos orgasmos múltiplos
e dos orgasmos múltiplos
eu sou homem
pele solta sobre o músculo
eu sou homem
pêlo grosso no nariz
não tenho inveja da sagacidade
nem da intuição
não tenho inveja da fidelidade
nem da dissimulação
só tenho inveja da longevidade
e dos orgasmos múltiplos
e dos orgasmos múltiplos
eu sou homem
pele solta sobre o músculo
eu sou homem
pêlo grosso no nariz
Outro
você nem vai me reconhecer
quando eu passar por você
de cara alegre e cruel
feliz e mau como um pau duro
acendendo-se no escuro
cascavel
eriçada na moita
concentrada e afoita
eu já chorei muito por você
também já fiz você chorar
agora olhe pra lá porque
eu fui me embora
você nem vai me reconhecer
quando eu passar por você
Deusa urbana
com você eu tenho medo de me apaixonar
eu tenho medo de não me apaixonar
tenho medo dele, tenho medo dela
os dois juntos onde eu não podia entrar
com você eu tenho mesmo de me conformar
eu tenho mesmo de não me conformar
sexo heterodoxo, lapsos de desejo
quando eu vejo o céu desaba sobre nós
mucosa roxa, peito cor de rola
seu beijo, seu texto, seu queixo, seu pêlo,
sua coxa
menina deusa urbana, neta do sol
eu sou você e os meus rivais. sou só
mucosa roxa, peito cor de rola
seu beijo, seu texto, seu cheiro, seu pêlo,
cê toda
menina deusa urbana, neta do sol
eu sou você e os meus rivais. sou só
* Os poemas são de Caetano Veloso, as fotos são de Bruce Weber.
Postagens mais vistas
-
G O LDEN GAYS 2010 OS GAYS MAIS IMPORTANTES DE 2010 – Dezembro é o mês das listas. Listas dos melhores do ano nas artes, na p...
-
GOLDEN GAYS 2008 – Assumir pra quê? 2008 foi o ano em que esse negócio de assumir que é gay se tornou um comportamento old fashion . É isso...
-
JÚLIO MACHADO: NU EM NOME DE CRISTO - O público vai se surpreender com o filme "Divino Amor", que estreia este ...
-
A Loba de Rayban falando no celular depois da estréia. Um abraço apertado no sobrinho Gabriel Mattar. Christiane com o marido, o filho o ...
-
O VERÃO 2009 – Que calor! Na Praia de Ipanema os meninos dizem que 2009 terá o verão mais quente da história. Olhando aqueles corpos tinind...