O fracasso foi inventado antes do sucesso na história da existência humana. Na desgraça de nos compreendermos, existe um pressuposto dado: nascemos tristes, chorosos, com um profundo sentimento de injustiça - nascer não é justo. Só instantes depois, no primeiro encontro externo com a mãe, conhecemos a possibilidade de um mundo afetivo. Saimos do fracasso da nossa condição para a constituição de uma ilusão, pois lá fora não vai ser viável perpetuar aquela sensação que o colo materno inaugurou. Demoramos uma vida inteira para construirmos um outro colo, uma outra possibilidade afetiva, que seja mais real.
As mulheres eliminam esse fracasso quando conseguem enfim a sua própria maternidade. A paternidade não absolve os homens. É preciso inventar um sucesso que não contradiga sua essencial condição de fracassado. Ou aprendemos a se alimentar do amor, que significa longos períodos famintos com pequenas ilhas de fartura que nos trazem, enfim, algum sentido nesse mares estranhos.
As mulheres eliminam esse fracasso quando conseguem enfim a sua própria maternidade. A paternidade não absolve os homens. É preciso inventar um sucesso que não contradiga sua essencial condição de fracassado. Ou aprendemos a se alimentar do amor, que significa longos períodos famintos com pequenas ilhas de fartura que nos trazem, enfim, algum sentido nesse mares estranhos.