24 de jun. de 2009
Filosofia barata e cruel
Toda oportunidade representa um risco. Mas nem todo risco guarda uma oportunidade.
15 de jun. de 2009
Viagem
“Um homem precisa viajar. Por sua conta, não por meio de histórias, imagens, livros ou TV. Precisa viajar por si, com seus olhos e pés, para entender o que é seu. Para um dia plantar as suas próprias árvores e dar-lhes valor. Conhecer o frio para desfrutar o calor. E o oposto. Sentir a distância e o desabrigo para estar bem sob o próprio teto. Um homem precisa viajar para lugares que não conhece para quebrar essa arrogância que nos faz ver o mundo como o imaginamos, e não simplesmente como é ou pode ser. Que nos faz professores e doutores do que não vimos, quando deveríamos ser alunos, e simplesmente ir ver.”
Amyr Klink
Amyr Klink
9 de jun. de 2009
Próximo
De um lado, o amigo rude, dono das verdades cortantes. Se a sinceridade legitimasse nossas ações, aquele seria um sujeito completo. Mas não é o caso, e o mote "só falo a verdade" pode esconder uma crueldade que pede distância. Ou pelo menos que se estabeleça algum tipo de pacto no vínculo: até aqui, compartilhamos verdades. Daqui em diante, seguimos em mentiras separadas. Vidas separadas. Provavelmente bons conselhos saem daquela boca. Mas como é díficil ouvi-los quando o objetivo daqueles verbetes serve mais para sua auto-afirmação do que para se aproximar do outro.
E do outro lado o irmão que não sabe onde colocar as mãos. Não sabe onde colocar as palavras. Toda aquela ternura desmedida, que não sabe pegar o metrô e chegar ao outro. Perde-se pelo caminho. O amor é sempre uma cidade estrangeira, então ele se apega as pequenas vitórias, como chegar até a padaria da esquina e conseguir pedir um café. Chegar ao outro e dizer-lhe do seu afeto, do seu amor, seria praticamente como chegar em Nova York com aquele inglês da escolinha e na primeira noite estar ouvindo versos apaixonados de uma artista "experimental" no jardim botânico do Brooklyn. E apenas com olhares, deixá-la plena em sua volúpia. Não é um exagero. Aquele era um sujeito do bem, apesar de suas doses exageradas de bom mocismo e essa sina de querer carregar o peso do mundo nas costas. Muitas vezes conseguimos supor o quanto aquela pessoa provavelmente deve gostar da gente. Mas, nesse quesito afetivo, digo com a pior das propriedades possíveis, suposições não enchem barriga.
E do outro lado o irmão que não sabe onde colocar as mãos. Não sabe onde colocar as palavras. Toda aquela ternura desmedida, que não sabe pegar o metrô e chegar ao outro. Perde-se pelo caminho. O amor é sempre uma cidade estrangeira, então ele se apega as pequenas vitórias, como chegar até a padaria da esquina e conseguir pedir um café. Chegar ao outro e dizer-lhe do seu afeto, do seu amor, seria praticamente como chegar em Nova York com aquele inglês da escolinha e na primeira noite estar ouvindo versos apaixonados de uma artista "experimental" no jardim botânico do Brooklyn. E apenas com olhares, deixá-la plena em sua volúpia. Não é um exagero. Aquele era um sujeito do bem, apesar de suas doses exageradas de bom mocismo e essa sina de querer carregar o peso do mundo nas costas. Muitas vezes conseguimos supor o quanto aquela pessoa provavelmente deve gostar da gente. Mas, nesse quesito afetivo, digo com a pior das propriedades possíveis, suposições não enchem barriga.
O primeiro diz: tem que meter a boca mesmo. Falar umas verdades.
O segundo retruca: não, cara, tem que ajudar, o que falta é alguém pra ajudar.
Esse que vos escreve diz: Mais "verdades" só vão causar mais repulsa. E ajudar? Você não é nenhuma madre teresa.
Ao invés disso: Aproxime-se.
6 de jun. de 2009
Há um ano atrás
Em 2008, primeiro projeto pela TV1, para o Dia dos Namorados: Radiola do Amor, da Brasil Telecom.
Ser e estar
Existem esses momentos em que precisamos enfrentar certos desafios de frente.
Mas quando estar sozinho passa a ser um desafio, confesso que fraquejo.
Sempre lidei bem com isso. Já vão quase dez anos de desacolhida, de vôo além-ninho.
O problema, veja bem: Não é ser sozinho. Disso, me construi. O problema é estar sozinho.
- Foi assim que ele me explicou. E partiu.
Mas quando estar sozinho passa a ser um desafio, confesso que fraquejo.
Sempre lidei bem com isso. Já vão quase dez anos de desacolhida, de vôo além-ninho.
O problema, veja bem: Não é ser sozinho. Disso, me construi. O problema é estar sozinho.
- Foi assim que ele me explicou. E partiu.
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