De
pé, sobre um andaime, a pouca altura,
Ou
ao redor, no chão, onde a pousou,
Macete
na mão firme, mão segura,
O
homem, pouco a pouco, a trabalhou.
A
golpes de cinzel surge a figura,
Que
ao longo de milénios habitou
Na
pedra da montanha, tosca, dura,
Até
vir o artista, que a talhou.
Mas,
findo esse trabalho de escultura,
Na
praça, ou no jardim, onde ficou,
A
gente para e olha a formusura.
E
mesmo que perdido, na lonjura
Do
tempo, caia o nome, que a criou,
Na
pedra restou arte, que perdura.
Vítor Cintra
No livro: PASSAGENS