sexta-feira, julho 29, 2011

Soltam-se as amarras...

(imagem recolhida na internet)
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Soltam-se as amarras do desejo,
num tempo,
sem tempo ou memória,
arrebatando a alma.
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O delírio
envolve a fragrância do devaneio,
decapitando resistências.
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À flor da pele serpenteiam sabores.
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Os sentidos,
respirando trinados,
ecoam fantasias.
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No ar,
vazio de visões,
atropelam-se, agigantando-se,
ávidas emoções.
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No cume,
há impulsos piroclásticos
que abalam os corpos.
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No silêncio repousam quietudes.
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Vítor Cintra
Do livro: NAS BRUMAS DA MAGIA

segunda-feira, julho 25, 2011

ABANDONO

(imagem recolhida na internet)
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Cai a chuva, forte, fria
E ao romper a madrugada
Surge, à luz do novo dia,
A criança abandonada.
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O farrapo que lhe cobre
O corpinho, emagrecido,
Não servia a outro pobre,
De tão velho, tão poído.
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Sem amor de pai e mãe,
Sem cuidados, sem carinho,
Sem destino, nem caminho.
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Que futuro espera alguém
Tão pequeno e tão sozinho,
Co' o descaso por vizinho?
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Vítor Cintra
Do livro: PEDAÇOS DO MEU SENTIR

domingo, julho 17, 2011

As Mulheres

(imagem recolhida na internet)

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As mulher's são o diabo,

Quem de nós vai entendê-las?

Nem o demo, que é safado,

Conseguiu lidar com elas.

Mesmo assim, está provado,

Quem as tem não quer perdê-las.


Até pode ser loucura,

Mas se nelas há ternura,

Nenhum homem quer a cura.


Vítor Cintra

Do livro: FRAGMENTOS

quarta-feira, julho 13, 2011

EGOÍSMO

(imagem recolhida na internet)


EGOÍSMO

Sou pedra implantada à beira mar,
Sofrendo as investidas da maré,
Sentindo, lentamente, esboroar
A terra firme que me tem de pé.

Viver, a vida toda, em solidão,
Ter gente à volta mas vivendo só,
É ter, do mundo, toda uma visão
De tronco morto, que caiu no pó.

Gritar ao mundo, raiva, desespero,
Calando mortes, lágrimas e dor,
É grito tolo, grito de egoísmo;

É como ter, apenas, o que quero
Sem ter terra firma de amor
Que evite a queda certa no abismo.


Vítor Cintra

do livro “ Ao Acaso “

sábado, julho 09, 2011

MINHA AMADA

São belos os teus olhos, minha amada,
E terno o teu sorriso, refrescante;
Ao longe, o teu cabelo, esvoaçante,
Transforma-te em visão quase encantada.
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E quem te vê passar, mesmo apressada,
No teu andar ligeiro, cativante,
Não deixa de notar, no ar dançante,
Encanto de quem vive apaixonada.
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No porte, minha bela, esse encanto,
Que deixa toda a gente deslumbrada
E põe qualquer rival enciumada,
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Aumenta esta paixão, que cresce tanto,
Ao ponto de não ver, nem fazer nada,
Além de idolatrar-te, minha amada.
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Vítor Cintra
Do livro: FRAGMENTOS

terça-feira, julho 05, 2011

DISTÂNCIA

(imagem recolhida na internet)

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À distância dum momento

Ou, quiçá, da eternidade,

Se descobre a faculdade

De entender o sofrimento.

É com esse entendimento,

Que se tem facilidade

De saber que a liberdade

Vai além do sentimento.

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À distância dum momento

Ou, quiçá, da eternidade,

Ficam nomes, que a saudade

Nos deixou, qual documento;

Invadindo o pensamento

Vão, por acto da vontade,

Atestando que a verdade

Vai além do sentimento.

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Vítor Cintra

Do livro: PEDAÇOS DO MEU SENTIR

sexta-feira, julho 01, 2011

Fragrâncias

(imagem recolhida na internet)
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Fragrâncias de intimidade
transbordam desejos
que a sensualidade respira.
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Vestem-se de toques subtis, os sentidos,
despertando,
no limite dos suspiros insinuados,
o arrebatamento da paixão.
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No sublimar dos corpos em fusão,
o Universo pára, num curto infinito,
inebriado,
na visão das estrelas.
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Vítor Cintra
Do livro: NAS BRUMAS DA MAGIA