15 de mar. de 2012

Visita na maternidade - uma reflexão

Pelo o que entendi, o esquema é mais ou menos assim: A futura mamãe passa meses pesquisando as melhores opções de lembrancinhas para distribuir às visitas, algumas até decoram a ante sala da maternidade para receber os “convidados” em grande estilo. Devido aos agendamentos de cesária, é possível encomendar lembrancinhas comestíveis, que são entregues fresquinhas às visitas. Então o bebê nasce, alguém fica encarregado de espalhar a notícia e os destinatários da boa nova começam a dizer: “Preciso visitar o filho da fulana que nasceu”. "Preciso comprar um presentinho”. “Preciso arrumar um tempinho para passar na maternidade”.

Tenho a impressão de ouvir mais a palavra preciso, do que um quero muito. Aliás, quantas pessoas, senão os avós, tios e amigos muito próximo querem realmente ir até a maternidade, pagar uma fortuna de estacionamento, os olhos da cara pelo presentinho comprado às pressas e depois passar pela saia justa de chegar bem na hora da mamada, ou do berreiro daquele serzinho amassado de pele vermelhinha e enrrugada?

Na minha primeira gravidez não tive esta experiência de preparar lembrancinhas, tampouco recebi visitas na maternidade, Pedro nasceu às 4:18 e às 12:00 já estávamos em casa. O costume na Holanda é bem diferente – quando a mamãe vai para a maternidade, ou logo após “parir em domicílio”, as amigas da nova mamãe arrumam e decoram a casa com cegonhas e outras fofuras para acolher mamãe e bebê e ainda anunciar a vizinhaça da chegada do novo morador. Os amigos e vizinhos enviam, pelo correio, cartões celebrando o nascimento. Algumas semanas após o nascimento, os pais mandam cartões para os amigos mais próximos, comunicando os dados do nascimento (dia, hora, peso) e os convidam para uma breve visita, em dias e horários pré-agendados. O convite para a visita costuma ter horário de começo e fim, tipo das 15:00 às 16:00!

O Felipe vai nascer no Brasil, mas faltam 4 meses, por isto ainda não sei dizer se acho mais legal o estilo holandês ou o brasileiro. O que posso é afirmar que o modelo holandês foi muito saudável do ponto de vista físico e emocional para o Pedro e para mim. Eu não precisei fazer sala para ninguém. O Pedro não passou de colo em colo, tampouco teve que conviver com tumulto e falatório. Seus primeiros dias de vida foram tão ou mais silenciosos do que seus últimos dias intra uterinos. Eu tive total liberdade de ficar com os peitos de fora, colocar roupa feia e confortável e não sofri nenhum tipo de interrupção nas cruciais primeiras mamadas.

É verdade, eu não tenho nenhuma foto do Pedro todo lindo vestido naqueles conjuntinhos ultra mega fofos de golinha e botões nas costas que só as enfermeiras PhD sabem colocar. Também não lembro dele estar muito cheiroso nestes primeiros dias, já que eu penei uns bons dois dias para conseguir tirar todo o sanguezinho que grudou no cabelo dele durante o parto. E doeu muito não receber o abraço dos meus irmãos e amigas e de não sentir a emoção de vê-los segurando o Pedro tão pequenininho em seus braços amorosos.

Vivi intensamente e sem nenhum romantismo estes primeiros dias da minha maternidade. Não precisei fingir estar feliz, realizada, disposta e chique para ninguém. Fiquei exausta já nas primeiras horas de vida do Pedro e chorei muito de cansaço, desespero e frustração já na primeira noite. Porém, não tive o choque de chegar em casa depois de 3 dias de mimos, visitas, presentinhos e bebê cheiroso e me deparar com a minha cara pálida, 9 trocas de cocô e a solidão.

É fato, a tradição holandesa não tem um décimo do glamour brasileiro, mas só eu sei a emoção que sentia ao ler cada cartão, enquanto amamentava o Pedro no silêncio da minha casa. Os votos de felicidade e saúde que recebi via correio e e-mail tiveram o poder de um abraço bem apertado e encheram nossa casa de carinho, amor e respeito à este momento tão especial e nada social que foi o nascimento do Pedro.

Poderíamos então concluir que os holandeses se preocupam mais em acolher mamãe e bebê e os brasileiros se perderem um pouco com a conotação conturbada de evento social que demos ao nascimento de um bebê?

Talvez, mas aqui arrisco apenas um palpite: se você achar que precisa visitar um recém nascido, não vá! Mande um cartão bem carinhoso - vai te custar muito menos do que o estacionamento da maternidade e emocionará mamãe e bebê muito mais do que um fofo macacão de botão nas costas!

29 de fev. de 2012

Porque havia parado de blogar.

Minha vontade de escrever não cessou. Segui tomando nota de tudo, mas o compartilhar ficou difícil.

No Velho Mundo experimentei uma vida mais reservada; os europeus são discretos, há pouca curiosidade e quase nenhuma intromissão no comportamento do outro; o respeito à individualidade chega a parecer descaso. 

Então, naquele período, só compartilhei de minha vida aquilo que desejei. Via blog contei fatos e pensamentos sobre os quais eu queria que as pessoas comentassem, debatessem e discordassem.

Agora, já há um ano de volta à minha terra, penso que o não blogar foi uma forma de preservar um pouco minha intimidade. Diferente do europeu, que por conta do rígido, escuro e longo inverno está acostumado à reclusão, agasalhamento e introspecção, o brasileiro expõe sua pele, não precisa se agasalhar, nossos dias são longamente claros e quentes e a reclusão é quase um pecado. Talvez estes fatores nos convidem mesmo a abrir a porta de nossas casas, nos deixando também à vontade para entrar, comentar, opinar e até solucionar os problemas das casas dos outros. Penso serem estes fatores igualmente responsáveis pela dificuldade que temos de praticar a introspecção e reflexão sobre nossos próprios desejos e comportamentos.

Mas o fato é que demorei para me acostumar novamente ao hábito de expor mais minha vida e receber comentários sobre como deveria agir. Não posso negar que valiosos palpites me ajudaram a tomar muitas decisões importantes no ano passado, mas havia uma sensação de perda de privacidade que me incomodava. Precisei de tempo e não blogar foi uma forma estranha de me esconder. 

Quando já tinha organizado minhas idéias e estava pronta para voltar a escrever, com direito a esta ilustração linda da Lu, me descobri GRÁVIDA!

Meu Deus! Depois de viver a gestação e maternidade do Pedro de uma forma quase solitária, fazendo somente o que mandava o meu coração e do meu marido, comecei a experimentar a gestação quase reality show! Palpites, opiniões e desejos alheios invadiram minha gravidez e me perdi.

Comecei a imaginar que não seria capaz de ter a liberdade e paz que tive na maternidade européia, e que meu instinto materno já não seria mais tão puro. Precisei de tempo, terapia, homeopatia e reclusão para me blindar e aprender a viver e amar esta nova maternidade. Até mesmo os suspiros do "ai que legal ser for uma menina" me fizeram acreditar por alguns minutos que só é feliz a família margarina com papai, mamãe, filho, filha, cachorro, gato e piscina.

Mas hoje volto a blogar, cansando a beleza de vocês com um texto tão longo, para dizer que estou com o FELIPE na minha barriga, vivendo a alegria da gestar em dias longamente claros e quentes, ao lado da família, amigos e blogueiras, e com a porta da minha casa bem aberta, mas com protetor de tela para não entrar mosquito.

16 de set. de 2011

Ser bebê não tá facil não!

A gente sempre ouve e fala a frase: “Cara, ser mãe não é fácil não!”

Pois é, mas é só dar uma passada rápida pela livraria que você vai encontrar ao menos uns dez livros prometendo todas as dicas de como educar seu filho e ser o melhor pai/mãe do mundo.

Mas cadê que tem alguém ensinando nossos pequenos a “darem conta” de todos estes testes que andam fazendo com eles?

Brincadeiras à parte, acho que é isto mesmo; com tanta doutrina e pedagogia “bacana” e “inovadora”, mamãe e papai ficam perdidos, sem saber qual delas adotar, pra onde correr. Enquanto isto, os pequenos estão alí, pobres cobainhas humanas, em seus primeiros anos de vida, sujeitos à toda sorte de proposta pedagógica, que acabam por privá-los de sua necessidade mais primária, a de ser atendido, à sua demanda, pelo instinto de sua mãe.

Mamãe agora não recebe só palpite da vovó e da vizinha. Mamãe é bombardeada por toda sorte de profissionais experts em "encantar" e educar os filhos dos outros. Salvo se mamãe morar em uma caverna, não terá como escapar: os conselhos com a melhor técnica educacional voam rápido, de twitter, face, corrente que dá má sorte ou primeira classe e chegam até a mamãe. E a mamãe lê, se interessa, armazena na cabecinha e assim vai diminuindo o espaço antes destinado para o simples, acanhado, sensível e tímido instinto materno.

Não me entendam mal, leio muito, adoro uma novidade, aplaudo as descobertas e o desenvolvimento intelectual do mundo. Mas estou bem cansada e com medo de todos estes testes, desta insegurança que tantas informações me causam e com medo de estar “testando” estudos em meu filho. 

Este post é mesmo um apelo: colocar o instinto materno antes de toda e qualquer outra atitude perante uma criança em seus primeiros anos de vida. Primeiro avalia-se o que a mamãe sentiu, fez no impulso, o que a mamãe sugeriu. Se passada esta hipótese ainda houver algo mais a fazer, deixem o instinto da mamãe decidir qual teoria adotar, beleza?

         “O anjo da guarda de uma criança: o instinto do coração materno”. (Janusz Korczak)

15 de ago. de 2011

Minha mãe que disse

Hoje acordei com esta surpresa delicia! As meninas do Minha mãe que disse republicaram um post meu!

Para quem não conhece o  Minha mãe que disse PRE-CI-SA ir agora lá! É o melhor blog da blogsfera materna!
E os vídeosque elas estão fazendo?! Tarantino já está de olho!

Obrigada Roberta e Flávia! E depois desta republicação confesso que bateu muita insperação para eu voltar a escrever e contar como está a vida de volta ao novo mundo!


Beijão e até já já!

23 de jun. de 2011

Nostalgia de Vienna

Vienna foi o primeiro destino da Vida Nova no Velho Mundo. Já conhecia a cidade e a idéia de poder morar lá não poderia ser mais romântica.

Ao pisar em Vienna na qualidade de moradora desejei viver lá pelo resto da minha vida.

Meses depois a visão romântica da vida vienense foi se enevoando pela falta de agito da cidade, e, somada à necessidade de mudarmos para Holanda, fui obrigada a desapaixonar-me de Vienna. Mas os ventos sopravam em nosso favor, e durante mais de um ano pude voltar todos os meses à minha bela adormecida cidade.

Conheci esta música do Billy Joel logo que cheguei em Vienna. Para ele, Vienna é a metáfora do "resto de sua vida". Para mim, Vienna é a minha opção de vida simples, calma, mais lenta e real;  é a concepção do meu primeiro filho, é a opção de vida que fiz aos 31, é a vida que quero levar para o resto de minha vida, aonde quer que eu esteja ...slowing down crazy child me!

Billy, CER-TE-ZA que você escreveu esta música para mim!



13 de jun. de 2011

Uma história emocionante

A caminhada da Bruna não está sendo fácil. Mas esta menina é tão doce e iluminada que vocês vão virar leitores assíduos do Mulher de força e fé , e não vão conseguir passar nem mais um dia sem mandar muita energia positiva para ela!

9 de jun. de 2011

Vida profissional: pouquinho de fome e culpa nenhuma

Vocês perguntaram, vou responder. Voltar à vida profissional está sendo muito melhor do que eu imaginava!  Fiz ponderações, pensei muito e acredito ter feito a melhor escolha.

Nas primeiras semanas o mais difícil foi passar o dia todo fechada em um mesmo lugar, sem sentar no chão, sem trocar fralda, sem carregar 10kg o dia todo no braço esquerdo, sem sentir aquele cheirinho... E a fome?! Cadê os restinhos de bolacha, maçã, sopinha e leitinho para eu petiscar o dia todo?

Mas e a culpa? Até agora teve não! Tem dias que bate uma saudade absurda. Ligo, recebo fotinhos do berçário, respiro fundo e logo chega a hora de estarmos juntos novamente. Já teve o dia de sair correndo no meio do expediente para buscá-lo no por conta de febre. Já teve o dia de pedir para o marido trabalhar em casa pois não poderia faltar de uma reunião importante e o pequeno estava com suspeita de conjuntivite. Mas tudo deu certo, e sério, não teve culpa alguma.

Estudar, escrever, aprender, ensinar, me arrumar para sair de casa, conversar com queridos amigos todos os dias tem me feito um bem danado. Tenho me esforçado para cumprir o propósito de não perder o equilíbrio entre o pessoal e profissional. Resultado: nunca estive tão motivada profissionalmente. 

17 de mai. de 2011

Retomando...

Eu sei, sumir assim sem deixar rastro não é nada legal, mas impressão minha ou mesmo as mais assíduas blogueiras andam menos constantes nos blogs?! Haveria uma sazonalidade de inspiração cibernética ou os filhotes estão em provas, ou estamos treinando para os segundinhos e terceirinhos?!

No meu caso estava entrando nos eixos. Recuperando o senso de pertencer que eu havia perdido desde mais ou menos outubro do ano passado, quando começou o volta ou não volta para o Brasil e depois toda a adaptação a esta terra que sempre foi minha mas demorou um pouco para me reconhecer na multidão.

Nada como o tempo para colocar as coisas no eixo e nossa casa voltar a ter nosso cheiro.

De volta a vida profissional, Pedro adaptado na escolinha que não custa milhões por mês, não é bilíngüe, tampouco estimula logaritmos. É uma escolinha com cara de casa de avó, e dá toda a segurança, conforto e carinho que meu pequeno está adorando!

Tenho passado bom tempo reparando em São Paulo, nas várias faces da cidade. Os ambulantes do metrô que tem o melhor senso de oportunidade deste mundo: café com bolinho de manhã, milho na espiga e churros no final do tia, tem precedentes uma coisa desta?! Também reparo os executivos da Avenida Paulista, nas pessoas correndo sem tempo para respirar, naquelas que tem todo o tempo do mundo para servir e sorrir e nos ogros consomem o trânsito. Observo, me assusto, me emociono, me identifico e me policio para não perder o estilo de vida simples que me trouxe tanta felicidade nestes últimos dois anos.

Com uma nostalgia absurda deste espaço, penso em como seguir com este blog, qual tema seria mais legal. Talvez vir aqui para colocar algumas linhas sobre minhas impressões da cidade, aprendizados...vamos ver no que dá, não quero perder a possibilidade de me expressar!

29 de mar. de 2011

Tormento de idéias...

...está é minha tradução para a linda palavra do mundo corporativo brainstorming e nem venham falar que minha tradução está incorreta, pois não vou aceitar!

enfim, aí vai o tormento das minha idéias quase dois meses de volta ao meu ninho:

Tá calor, delicia! Delicia, tá calor! Delicia, é outono, mas tá calor! 15 dias de filhote dodoi. Tudo bem, a médica é vizinha e fala português!

R$2.500,00! 2.800,00 e fecha as 17h30! E quem busca as 17h30? Os motoristas com as babás, claro! E como o Pedro vai explicar que a mãe dele optou por não ter carro se os amiguinhos tem um carro para cada dia da semana?
Achei um preço mais razoável, e amei! Matriculei! Começa semana que vem!
Semana que vem? Ah, tranquilo, vou chorar CER-TE-ZA, mas aproveito para desencaixotar a mudança! Cadê a mudança?! Em Santos! Está lá há 30 dias. E?  Não sei, não chega! Cadê TUDO? Acampamento, acampamento! Mas tá calor. Delicia, tá calor! Mas não tenho roupa, não tenho TV, não tem banheira boa para o bebê! Não tem quadros, não tem sofá, não tem mesa, não tem cadeira, não tem tapete, não tem berço!

Não pára empregada, não gosto de nenhuma, não quero mais fazer faxina, nem lavar, nem passar! Quero botar roupa phyna e ter outros assuntos com o marido senão o sabão em pó, o veja e a cândida! Vai ser punk, quem vai embalar o pequeno na soneca da tarde?! Afe, afe! Mas tudo terá seu equilíbrio, tenho fé! Vou encontrar o equilíbrio, tenho fé, tá calor e todo mundo fala a minha língua!

E o preço das coisa, por favor! R$9.000,00 o metro quadrado dos aptos! R$ 32,00 o par de chupeta?! Aí tem que fazer mercado no Dia%! E lá encontro meu vizinho, Fernando Meligeni! Rá, tietei! E ele brincou com o Pedro! Ah! Eu tieto atleta mesmo! Altos papos no Dia% com o Fininho! Delícia, tá calor e todos falam português!

E o que fazer quando vc está sozinha e o filho vomita em vc e nele, e fica bem mal, triste, chorando e vc não tem ajuda. E as vizinhas não se abalam com seu pedido e dizem que não podem vir te ajudar. (Aposto que a mulher do Fininho me ajudaria, mas eles não moram no meu prédio...moram perto!) Então vc afaga o bebê até ele se acalmar, coloca ele sentadinho do seu lado, vc tira a sua roupa, enche a banheira dele, dá um banho bem gostoso nele, enquanto vc fica ali, enrolada na toalha toda vomitada! Dá água para o filhote, deixa ele bem calminho, afaga, embala até ele dormir. Só então vc toma um banho voando, com um pouco de cândida para tirar o fedor do vomitão impregnado, e a noite o marido faz um carinho e encontra restos de golfo no seu cabelo! E o clima? Tá calor minha gente, é outono, estamos acampados, mas tá calor!

24 de mar. de 2011

Relembrando

Vim dar uma espiada no blog, reli alguns dos meus textos e os comentários carinhosos de vcs.
Não está certo ficar tanto tempo sem dar notícias para pessoas queridas como vcs! (será que vcs ainda vem aqui?).
Mas só consigo escrever quando estou inspirada, senão não fica legal! E Inspiração não tem me visitado com frequência...e se vem não a ofereço nem um café! Estou em um esquema assim: quando tenho um tempinho, tomo um banho! Estou bem mais européia aqui do que quando eu estava lá!
Só vi que o Obama estava no Brasil quando ele já tinha chegado no Chile!
A casa em reforma, a mudança parada em Santos, meu marido ainda cruzando o Atlântico como quem cruza a Paulista, o Pedro não para um minuto, assim como não para uma empregada aqui em casa....
Mas devo voltar a escrever, acho que de alguma forma este blog ainda faz sentido...

P.S. Pedro fez 1 ano no último dia 12! A festinha foi petit, e foi delícia! Mas as fotos ainda não ficaram prontas!

15 de fev. de 2011

live from Brazil

Estamos aqui, são e salvos. Mais salvos do que sãos.

O que é que acontece comigo quando chego em São Paulo. O que é esta coisa que acelera o coração, esta sensação de que estou atrasa para alguma coisa, que eu deveria estar correndo e não andando, trabalhando e não blogando.

Ainda não encontrei a inspiração para escrever o que estou sentindo. Felicidade, emoção, ansiedade, pressa?!

Estou em outro ritmo, e assim quero permanecer, mas a minha "memória muscular" de São Paulo parece estar procurando o gatilho para vida corrida e sem tempo. Me atrapalho no banho do Pedro, no fazer a comidinha. Desmaio com o preço das coisas! O que significam os preços dos supermercados?! Como assim R$14,00 uma mini lata de leite em pó?! (isto para a mais barata que encontrei!)

Não encontro as coisas na minha própria casa,  o barrulho das freadas dos ônibus me atordoam. As janelas anti ruído fazem a gente assar dentro de casa, a solução é deixar o vento e as buzinas entrarem...e não vou reclamar do calor!

Saber que estamos próximos daqueles que amamos traz um conforto enorme. Ouvir nossa língua e os ensaios da Pérola Negra na esquina de baixo fazem o Pedro sorrir e é só isto que eu preciso agora!

16 de jan. de 2011

Como será? (... já li este título antes!)

....eu sei, estou em falta com todas, mas por favor, me perdoem...tá bolinho não!

Tenho tanta coisa para contar...mas não estou conseguindo organizar as idéias...

É fácil contar que chegamos do Brasil quarta-feira passada e estava tudo divino por lá! Pedro fez 10 meses, já bate palma, fala mama, memé e batata!, fica em pé, faz oi e tchau, dança ao som de qualquer música e tem cinco dentinhos!

Difícil está organizar e colocar em palavras o fato de que falta muito pouco para voltarmos à Velha Vida no Novo Mundo! Passaram-se os dois anos. Este sempre fora o prazo acordado e chegou a hora de voltar.

E como voltar à Velha vida se na Velha vida eu não era mãe! Eu era estressada, falava rápido, comia as palavras, ofegava, dirigia, buzinava; não cozinhava, não lavava, não passava e não achava graça em nada disto!

Será que a Velha vida vai aceitar uma Patricia ainda mais branca, mais sardenta, mais quieta e mais velha? Será que o Novo Mundo aceita uma Patricia menos consumista, menos preocupada, menos vaidosa e menos ambiciosa? Será que a Patrícia vai se deixar corromper? (Manicure semanal e faxineira 2x por semana é estar corrompida?)

Lá no Novo Mundo tem um montão de gente que não consigo mais viver longe. Lá também têm muitos mini humanos com os quais quero que o Pedro cresça. Será que a Velha vida vai deixar a gente conviver intensamente? 

Enquanto essas e outras perguntas borbulham em minha cabeça, preciso empacotar dois anos em cinco malas e me despedir do lugar que me transformou na mãe do Pedro...

27 de dez. de 2010

Caos aéreo, amigo secreto e cheirinho de bebê

Deveríamos ter partido de Amsterdam rumo a São Paulo no dia 18/12, mas tínhamos uma escala em Paris e parece que até hoje os vôos de Amsterdam não partiram para lá.  Depois de 2 noites em hotel conseguimos um vôo direto e chegamos em São Paulo no dia e20/12 às 22h00 e até agora estamos sem nossas malas. Pensem passar estes dias no hotel sem nenhuma roupa extra para papai e mamãe, e bem pouca roupar ao o Pedro! Mas pelo menos conseguimos chegar para o Natal e não passamos frio nem fome!
Mas tudo beleza, vamos levando, sem mala, sem nada, mas curtindo todo o calor desta terra maravilhosa!

E o que foi delicia chegar na casinha em Sampa e receber o presente do amigo secreto! A querida Rafaela tirou o Pedro nos enviou um livro de fábulas fabuloso! A mamãe aqui já leu todos os contos e está lendo eles para o Pedro dormir e ele tem adorado!! E que cartinha mais linda a mamãe Roberta escreveu para o Pedro. Roberta sou fã de você e do seu blog há muito tempo. Muito obrigada pelo carinho e pelo super presente!
Já Sei Ler - 20 Fábulas de La Fantaine
Ainda não tirei muitas fotos pois o Pedro teve uma virose...o que mais esperar de um bebê que sai de temperatura de -10 para +40! Mas agora ele já está melhor e suando em bicas aqui no deserto de S.J do Rio Preto!

E vcs não sabem que coisa engraçada: mas eu nunca tinha sentido cheiro de bebê no Pedro, e não é que aqui, com todo este calor e transpiração eu sindo aquele cheirinho delicioso de bebê no meu molequinho! Sempre achei que os bebês holandeses não tinham cheirinho, mas é porque eles pouco transpiram! Viva o CALOR!

7 de dez. de 2010

Pelejar traz felicidade?

Catorze horas de carro só para passar um final de semana com temperatura de -5C, muita neve e chuva! Conseguem imaginar o pelejo de se fazer isto com um bebê de 8 meses?

Pois é, se fosse para chegar em qualquer lugar do mundo isto seria sinônimo de programa de índio, na certa. Mas e se o destino for Paris? Ah, aí o pelejo vai te trazer muita alegria no coração, altas gargalhadas e um bebê feliz, mesmo totalmente fora de sua rotina!

Única dica: Paris não foi feita para se andar com carrinho de bebê. Ou você leva junto um marido e um tio para carregarem o carrinho nas escadas de todos os lugares (metro, estacionamento, restaurantes, museus) ou você amarra a cria no sling e boa!
pronto para ver a Torre?

tem mais um dentinho apontando aí em cima?

2 de dez. de 2010

O que houve? "re-postando?!"

Eu tinha feito um post e ele sumiu?! O que será que aconteceu?! Perdeu...snif


Enfim, era mais ou menos para dizer que, se vc tem medo de colocar seu filhote para dormir no seu quarto, se tem medo dele ficar mal acostumado por conta de colo ou de mama à livre demanda, está aí o que eu  fiz até agora e os resultados:


- Nunca forcei horários de mamada, de brincadeira ou de descanso.

- Dei peito à livre demanda por seis meses. Agora com quase 9 meses Pedro mal pede o peito. Mama mesmo só de manhã. Continuo oferecendo em outros horários, mas muitas vezes ele mesmo mostra que não quer. Ou seja, estou confirmando a tese que quem desmama é o bebê da mãe, e não o contrário.

- Não deixei chorar sozinho no quarto. Ele dormiu no nosso quarto até os 7 meses. Quando já estava dormindo a noite toda, passei para o seu quartinho. E ele está lá, dormindo a noite toda!

 - Dei e dou muito colo. Os 3 primeiros meses ele praticamente passou pendurado no sling. Hoje ele brinca super bem sozinho, quando cansa eu vou lá, converso, e qdo ele estende os bracinhos eu pego e pronto.

Mas não vou teimar e dizer que é fácil. Fazer isto demanda muito tempo, paciência e me priva de um montão de coisas. Tem dias que dá vontade de chorar de cansaço, e eu choro.

Se eu pudesse teria alguém para me ajudar com as coisas da casa, isto é o que mais me cansa fisicamente.

Há muito pouco ou quase nenhum glamour nesta fase da vida. Não faço as unhas, não voltei para a academia. Em todas as fotos do Pedro estou com o cabelo "a lá Marina Silva", com uma das minhas quadro blusinhas de amamentação e olheiras 
pelamor. 


Tenho vontade de pegar um cineminha, fazer umas compras sozinha e só consegui fazer isto uma única vez em 9 meses. É frustante, mas não é o fim do mundo, dá para viver feliz com menos hidratação capilar e menos horas de sono. É dificil, mas não troco minha materna-idade por nenhuma outra!

E vcs, amigas blogueiras, saibam que seus relatos foram fundamentais para que eu pudesse seguir meus instintos e não ceder as pressões e terceirização da minha maternidade!

bjs
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