Há cinquenta e seis anos, também era Domingo.
Às três horas e quarenta e oito minutos - hora registada minuciosamente pelo pai- uma criança nascia, num quarto de uma casa , numa rua da cidade de Faro.
Era uma menina. Furaram-lhe as orelhas e chamaram-lhe Cristina.
Era eu.
Estou grata a Deus pela vida. Estou grata à vida por estes anos sem percalços.
Estou grata à minha mãe Celeste, por me ter posto no mundo, por me ter criado e cuidado com zelo.
Estou grata ao meu pai Manuel, por me ter feito sentir o poder do amor durante os 28 anos que estivemos juntos, por me ter mostrado o significado do carácter, da integridade e dos mais altos valores de um ser humano.
Estou-lhes imensamente grata, por me terem indicado caminhos, e, feito de mim, a pessoa que sou hoje.
Estou grata à família que criei: ao meu marido António, que comigo partilha muito mais que a vida, comigo partilha o Ser, há quase trinta e três anos, estou grata à minha filha Ana, estou grata ao meu filho António, estou grata à minha filha Teresa, estou grata à minha filha Beatriz , por todos os dias colorirem e perfumarem o jardim paradisíaco onde caminho, por darem sentido a este percurso, e, por serem a força que impulsiona o meu sorrir.
Estou grata a tudo e a todos, porque tudo e todos, fazem parte da minha existência...
Estou grata a esta menina que habita em mim, que me faz ver o mundo colorido, que acredita que o sol só se esconde para dormir, e que as fadas existem nos bosques...
Parabéns para mim, porque sim, e porque mereço...
(eu)