Quando o treinador do Rapid Viena apelidou o Porto de Villas Boas de um "mini Barcelona", não deixou de ter o seu sentido lógico. É que as semelhanças entre uma equipa e outra parecem surgir pela forma como o Porto joga em largura e profundidade e, sobretudo, no momento da transição ofensiva onde o seu tridente ofensivo é extremamente forte.
Continuo a dizer que o Porto vale, sobretudo, pela sua capacidade de jogar em transição e dos seus jogadores ofensivos terem metros para correr e decidir no individual sem serem colocados em situações de demasiada inferioridade numérica que tenham de recorrer a um ataque mais organizado.
A grande diferença está - com toda a gente a ter entendido a grande força do Porto -, a eficácia com que o FC Porto destrói as equipas contrárias nas situações que consegue dar uso às suas principais armas. Jogar num bloco médio em transição ofensiva faz parte do seu quotidiano, incrível sim a forma como as vezes que o fazem, mais de 50% conseguem jogar em contra-ataque ou ataque rápido em situações variadas de 3x4. Aqui, Hulk e Varela pela sua velocidade e capacidade de aceleração, ganham relevância pois com Falcão, as hipóteses de golo são bem mais do que a percentagem normal de qualquer outro jogador em Portugal nos últimos anos.
Para isto não esquecer a dimensão que Moutinho ganhou no meio-campo do Porto pela qualidade de equilíbrio e de decisão que dá ao FC Porto na zona de construção, tal como Belluschi pela capacidade de penetração e de jogar nas entre-linhas do adversário saindo muitas vezes da sua posição natural para explorar zonas fracas da equipa adversária.