sexta-feira, 31 de janeiro de 2014
segunda-feira, 7 de outubro de 2013
Andrómeda
segunda-feira, 17 de junho de 2013
Monstros simpáticos, II
"Olhe, escreva já aí que foi tudo sem querer. Ainda hoje ninguém acredita e eu tenho cansado as vistas a escrever cartas a todas a pedir desculpa. Que eu ainda penso nelas como vizinhas e amigas. E chamaram-me de tudo. Até no jornal do crime eu apareci. Veja lá bem. Eu a pensar que só ia aparecer no jornal quando me pusessem o retrato na necrologia, confiando que o meu Renato se lembrasse de tanto, e afinal... Não é que eu agora esteja à espera que ele se lembre. Manda-me um postal pelo Natal e apareceu cá uma vez com o meu netinho. É a coisa mais engraçada, havia de ver. Tenho uma fotografia mas está lá dentro, nem me lembrei de trazer. Mas também, olhe, se continuar com a pouca saúde que aqui tenho tido, não será preciso que ele se rale com o que há-de ser da mãe quando daqui sair. Falta-me o ar para tudo e não tenho articulação que não grite. E a minha cabeça também já esteve melhor. Olhe, ainda se vai rir: hoje acordei com um bocado de temperatura e não é que, estando eu muito convencida de que tinha o termómetro na cova do braço, não é que reparo, quando o tiro, que era o Predictor da minha colega de quarto? Ai, ainda se rimos as duas. Também lhe digo, não sei para que raio quer ela o Predictor aqui mas eu não sou pessoa de me meter na vida dos outros. Nunca fui. E chamaram-me de tudo... Ó filha, não bata assim com a caneta no bloco que me faz lembrar o meu advogado. Quer que lhe conte como foi, não é? Já estava quase desabituada, depois de tantos meses a repetir a mesma história a toda gente. Agora já ninguém quer saber. Nem o meu Renato, tão pouco. E olhe que foi quase tudo por causa dele. Dele e do meu Raúl que Deus tem, que já não faltará tudo para me juntar a ele. Escreva aí que o meu Renato foi criado com disciplina, que não era nenhuma criança estragada com mimo. O meu marido era escriturário na serração, que ao tempo era uma empresa grande, e eu olhava pela papelaria, que não dava muito mas pagava a renda e pouco mais. Com dez anos, o meu Renato já ajudava e já me ficava ao balcão, depois das aulas. Nunca teve uma grande queda para as letras mas era tão certinho com os números como o pai. Foi mais por ele que eu me comecei a entusiasmar. Ele não quis estudar quando acabou o liceu e também não o quiseram na tropa. Mas escreva aí que ficou apurado, que ele é uma bela figura. Nunca lhe faltámos com nada. Bom, chegam-se os 19 anos e o rapaz fica ali mais ou menos encostado à papelaria. E eu via que aquilo não lhe enchia as medidas. Uma mãe sente estas coisas que eu nem precisava de lhe tocar para saber que ele estava com febre, 'ai Renato José que andaste outra vez a jogar à bola e transpiraste e enxugaste a roupa no corpo e agora a mãe que te faça o xarope de piteira'. Bom, o rapaz só falava de duas coisas, noite e dia, que parecia a canção da Madalena Iglésias. Era a ideia de vender máquinas de escrever eléctricas na papelaria, que o rapaz ateimava que era coisa de futuro, e era o carro. Morria e estalava por ter um carro. Ora o meu Raúl parecia o filho mas do avesso e só havia duas coisas em que ele era ainda mais teimoso do que no seu apego ao PPD, que era 'não enterrar nem um tostão na papelaria', como ele dizia, e não ser com o dinheiro dele que o meu Renato comprasse uma máquina que o podia matar. Que o meu sogro, que eu não cheguei a conhecer, morreu na nossa África num desastre de automóvel. O meu Raúl era um homem muito sério, que nunca ninguém teve coisa alguma que lhe pudesse apontar, mas lá no fundo era uma pessoa meiga. Só que teimoso como um muro. O meu Renato nunca foi de fazer fitas nem de mostrar má vontade. Continuava a trabalhar na papelaria, sempre certinho e educado e nunca houve nenhum problema de caixa. E olhe que o que se via pela mocidade em Tomar, naquela altura, era de dar graças a Deus por ele ser tão sossegadinho. Até a droga por lá havia, mesmo ali na nossa rua, que é uma rua boa. Chegou para lá um casal que tinha estado emigrado na França ou na Suíça, sei lá eu, e abriram um café... um antro!, não tinha quase luz nenhuma e só lá ia ter o refugo. Também, aqui para nós, lá a emigrada dizia que tinha sido empregada a fazer camas em hotéis mas havia muito quem desconfiasse que o mais certo é que tivesse ganho o dinheiro para o café a desfazê-las. O meu Renato nunca lá pôs os pés. O meu Raúl não bebia café por causa da azia e eu só punha uma colherinha de Tofina nas minhas sopas de leite, de manhã. Toda a vida me pelei por umas sopinhas de leite. O meu Renato gostava era da Farinha Pensal, que desbastava uma caixa por semana. Mas isso foi antes do... Ó filha, lá está você com a caneta. Desculpe-me mas uma pessoa aqui nem sempre tem oportunidade de conversar assim à vontade. Olhe, não é preciso ir muito longe: a minha colega de quarto. O mais das vezes responde a uma pessoa com quatro pedras na mão e depois escarnece de eu ser de Tomar e de estar aqui pelo que estou. Bom, mas então foi por essa altura, pelos dezanove anos do meu Renato, que eu comecei também a vender umas coisinhas da Tupperware. Costumava ser a Dona Idalina mas desde que o marido foi descoberto a fazer desfalques no Borges e Irmão ela achou melhor deixar-se disso e eu pensei para comigo 'ó Dores, tu já conheces quase todas as senhoras, que vem tudo à papelaria para comprar a TV Guia; tens uma casinha remediada mas graças a Deus com muito asseio, ferves uma pouca de água com erva príncipe, usas o Limoges que te deu a madrinha e ainda juntas para uns alfinetes'. Assim foi, juntava-se quase sempre o mesmo grupinho e eu lá ia vendendo uma coisa ou outra. Foi também por esta altura que o Rui da Graziela ganhou o Citroën nos sorteios do Cola-Cao, no 1,2,3. Aquilo foi como uma morte para o meu Renato, que ele conhecia o rapazito, que vivia duas ruas abaixo. Que ele nunca foi de remoques, o meu Renato, mas de cada vez que eu o ouvia ao jantar a dizer entre duas colheradas de juliana 'Hoje vi o Rui da Graziela no carro novo', aquilo era como quem jogava sal grosso numa ferida entre ele e o meu Raúl. O meu Raúl também era de gancho e só lhe dizia 'Zarolho como ele é, mais depressa o estampa.' Andou toda a vida de carreira e a pé, o meu Raúl. Não sei porque não tinha ele medo que o autocarro também se estampasse mas eram só os carros que lhe metiam aflição. Tudo isto para morrer de um escorregão na banheira, olhe que ele há coisas... A canetinha?... Obrigado, filha. Vai daí que eu, em segredo e em má hora, comecei de conluio com o Sr. Antunes do mini-mercado a comprar Cola-Cao por atacado com o dinheirinho que juntava da Tupperware. O que uma mãe não faz para ver um filho contente, não é? Perdi o conto às dezenas de rótulos que mandava. Perdi o conto e a compostura, que o carro não havia maneira de sair. O dinheiro da Tupperware acabou-se-me, cheguei a tirar da caixa da papelaria, fiquei com um grande calote com o Sr. Antunes... Eu, que tinha levado sempre uma vida tão sossegada, filha, que nunca ninguém foi pessoa de dizer que a Dores isto ou que a Dores aquilo, que o meu marido nem nunca me viu nua, só de combinação, e de repente isto. Comecei a pedir dinheiro adiantado às clientes da Tupperware e depois sugeri que fizéssemos a reunião em casas diferentes. Comecei a ir-lhes aos guarda-jóias, tudo isto ao mesmo tempo que corria a cidade inteira de madrugada a largar caixas de Cola-Cao sem rótulo em cada contentor do lixo que encontrava. E o carro não saía, filha. O meu Renato esmorecia, umas olheiras, um ar pesado, que eu cheguei a desconfiar que ele se andasse a... sabe, o que os homens sozinhos fazem... assim com a mão... mas graças a Deus não, que eu nem nunca uma manchinha lhe encontrei na roupa interior e quando lhe mudava os lençóis ao fim de uma semana era como se ninguém lá tivesse dormido. Eu também estava um farrapo. Não dormia, mal comia, a menopausa consumia-me e era uns nervos, uns nervos, uns nervos... As vizinhas começavam a falar das jóias que tinha levado sumiço e foi numa reunião em minha casa, quando elas começavam a juntar dois mais dois quanto às datas e assim, que eu fechei as janelas e abri o gás... Coitadinha da Dona Gina, era a mais fraquinha, foi a única que não resistiu antes de o meu Renato chegar.
quinta-feira, 16 de maio de 2013
quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013
Monstros Simpáticos, I
Depoimentos de criminosos improváveis
terça-feira, 29 de janeiro de 2013
IRRVMATIO ROMANA
Críton de Halicarnasso enrolou o papiro que estava a ler e esfregou os olhos, fatigado. Era o décimo volume das Filípicas, de Cícero, um conjunto de diatribes escritas contra Marco António que o primeiro apresentara no Senado. A influência que Críton pudesse ter nos destinos da República era indirecta, pois o seu senhor, Orestes Túlio Mumio, tribuno do povo, ouvia sempre a sua opinião antes de subir à Rostra para discursar. Orestes tinha sido um feroz defensor de Catilina e era odiado pelos Optimatae em geral, incluindo os patrícios e os Equitate . Por isso, a sua posição, apesar do apoio que tinha dos mais pobres de Roma, era efectivamente de risco pessoal, sempre que descia a Rampa para o Fórum ou atravessava o Campo de Marte para as votações.Os defensores de Marco António juraram-lhe pela pele e por isso, nunca saía sem um contingente de guarda-costas ou estes abandonavam a porta da sua casa na Subura. Naquele fim de tarde, Critón ouviu um alarido pouco habitual vindo do jardim no peristilo. Eram uma espécie de urros. Levantou-se e deixou a biblioteca. Lá fora, Orestes zurzia o traseiro de uma escrava enquanto revirava os olhos, babava-se e resfolegava. Isto era uma cena comum, pelo que Critón passou indiferente e se dirigiu para a cozinha onde estava Aemilia, a cozinheira. ‘Ó Aemilia, também ouviste…?' Nisto, já a cozinheira, sem o deixar acabar a frase, lhe abocanhava o nabo até aos colei e abanava a cabeça freneticamente para trás e para diante enquanto segurava um rábano que se preparava para estufar com figos, papas de milho-paínço, azeite, garum, nabos e fígados de javali, para o jantar. A verpa (pichota) de Critón amassava com brutalidade a epiglote de Aemilia e as peles e as outras merdas que as gajas têm na garganta. Ela emitia uns espasmódicos sons de engasgo, enquanto se lhe esbugalhavam os olhos e os leites de Critón escorriam pelos cantos da boca, descendo pelo queixo e pingando no decote. As tetas de Aemilia abanavam, badalhocas, sob a túnica encardida e cheia de nódoas. Nisto, entrou Orestes, que parou por uns instantes, mas sem hesitar, tirou o rábano das mãos de Aemilia e besuntou-o com garum , o famoso molho de pasta de peixe fermentado com sal, esfregando com ele a sobressaliente landica (grelo da cona, clitóris) da cozinheira, enquanto agarrava a mentula (a picha) de Críton, que deu um guinchinho amaricado. Numa fração de segundo, já o traseiro de Críton albergava o grosso tarôlo do seu senhor, Orestes, que se esborratava pernas abaixo de gozo. O ânus fresco de Critón encantava-o. Entretanto, Aemilia rapava a pintelheira com uma faca da cozinha, aplicando na depilação uma pasta de cinza, salitre, urina e garum, pois os romanos desconheciam o sabão. Ela também se borrava pelas pernas abaixo, deixando um rasto nas lajes da cozinha até ao triclinium (sala de jantar). Aí estava Menelau, o porteiro, que se entretinha a despejar mel na glande, na qual colava varejeiras sem asas. Aemilia abocanhou, de supetão, a mentula e os colei de Menelau, pelo que ficou com a boca cheiíssima e com umas bochechas enormes por causa de ter um colhão de Menelau em cada uma delas. Tinha dificuldade em respirar e mais, as varejeiras zumbiam-lhe nos gargomilos e no esófago e ela estava com ânsias, pelo que – naturalmente – se vomitou toda de esguicho na tomateira de Menelau, sendo que este ficou deveras enfadado com o sucedido e a zurziu por trás à bruta, arrebentando-lhe pelo menos doze pólipos do intestino grosso. Até houve um que ficou mesmo enfiadinho na entrada da ureta de Menelau, como se fosse uma rolha. A bem dizer, a uretra de Menelau tinha muito que se lhe dissesse. Era porca e mal lavada; tinha grumos de meita seca pelo meio, o que fazia uns altos a meio da mentula, que a juntar ao enorme quisto sebáceo com pelos na raiz do pénis, lhe dava um aspeto repugnante e ascoroso. Nada disso importava a Aemilia, que esguichava sucos da próstata, que por acaso ela também tinha porque, no final de contas, era um gajo. As cuecas de Aemilia estavam ensopadas naquilo e os bichos sobrenadavam no feltro das cuecas que está encostado ao cunnus (cona). Esta peça de tecido estava amarelecida e ressequida da urina e tinha um pequeno coágulo menstrual esquecido na costura que o prendia ás cuecas. Isto a juntar aquele que tinha argamassado no clitóris, que Menelau teve de retirar, espantado, pois tinha um buraco que era o contra-molde do clitóris de Aemilia. Era assim uma espécie de carapucinha castanha-avermelhada com pelos e umas peles brancas secas pelo meio. Estas mesmas eram um pouco intrigantes. Talvez fossem restos de cera dos ouvidos, com a qual Aemilia tinha por hábito lubrificar os labia interiora, para melhor se manipular nas noites frias de inverno, quando não tinha garum à mão. Nisto, vzzzzzzzzzttt!!... Orestes introduziu-lhe o indicador no reto e ela acusou o toque porque largou de imediato uma copiosa e amarelenta larada que escorreu pelo antebraço de Orestes e pingou na pia do garum
. Iulia, a esposa de Orestes fiava no peristilo, junto á estátua de Minerva atrás da qual um escravo, Dirceu, ‘tocava à alvorada’ mirando as tetas da sua senhora que sobressaiam do decote justo da túnica, apertadas por uma fíbula de oiro e pedrarias, com motivos egípcios. FIMterça-feira, 11 de dezembro de 2012
BALADA DE HILL STREET
Miss Davenport levou a mão ao enchumaço que sobressaía da coxa do capitão Furillo. Tratava-se da sua Magnum 44 e não da sarda do capitão, que era minguada, mole, pequenina, mirrada, atrofiada, tinha varizes e peladas que lhe causavam pruridos. O testículo esquerdo, mesmo ao lado do quisto e que parecia um terceiro testículo, era enfezado e também varicoso, com pústulas malcheirosas e que vertiam um líquido amarelado. O períneo do capitão era uma badana encarquilhada, que quando atingia o ânus se transformava numa espécie de monco de peru e fazia a transição para a enorme hemorróida cronicamente inflamada e cheia de fezes secas. Miss Davenport suspirou e decidiu passar ás enormes mamas que o capitão tinha mor de uma desregulação hormonal grave. Normalmente era alvo de chacota na esquadra porque lhe ofereciam soutiens de copa 'A' no Natal e gritavam-lhe nas costas 'ó Furillo, faz-me aqui uma à espanhola!'. Ele até já tinha frequentado, em tempos, um grupo de apoio de homens com mamas. Miss Davenport tinha a sensação de estar a bater pratos com Silvia, a carcereira dos calabouços da esquadra de Hill Street, prática a que se dedicava quando sentia falta de um orgão sexual túrgido que lhe preenchesse o canal vaginal. Silvia tinha um clitóris hipertrofiado por causa das hormonas que Silvester, o dono da loja de suplementos para culturistas, lhe passava por debaixo do balcão. Nesse dia, na esquadra, uma das agentes, Rose Fernandez tinha acidentalmente adoçado o a café com um pó branco que a carcereira Silvia guardava no seu cacifo decorado com recortes da Hannah Montana. Tratava-se de testosterona cem por cento pura sonegada do laboratório ilegal que Silvester tinha na cave, onde também escravizava os chineses. Este composto, como se sabe, tem fortíssimos efeitos no nível da libido feminina. Rose começou por comer Edwart McThynney, o rececionista tetraplégico, ao que se seguiu Tim, o agente hiperobeso e um outro que era um monhé fuínha. A seguir foi para a rua onde se envolveu num gangbang com os 'Los tacos de cerdo', um bando de portoriquenhos, seguido das 'enchilladas de mierda', um bando de mulheres deliquentes adolescentes lésbicas e viciadas em metanfetaminas; depois comeu os 'nachos de polla', um bando de emigrantes de Trinidad & Tobago; depois fez uma geraldina aos mexicanos do bando 'los cuenas mueles'e ficou a escorrer um líquido pastoso das partes que parecia guacamole. Com a vagina lassa como um trapo velho, com as badanas ao dependuro, lá foi ela apresentar-se ao serviço para a ronda do dia. Passava o capitão Furillo e Miss Davenport que iam a caminho de uma audiência na companhia de um delegado do Ministério Público que era secretamente um psicopata torcionário de freiras carmelitas descalças e viciado em heroína fabricada por Silvester num armazém de conservas de peixe no cais de Manhatan onde trabalhavam uns paquistaneses escravizados. Os paquistaneses eram seviciados por capatazes búlgaros enquanto enchiam as sacas de droga à pazada e as carimbavam com um selo que dizia 'bananas of USA'. Por isso, os paquistaneses tinham grandes problemas, nomeadamente aqueles que resultavam da lassidão do esfíncter anal, pelo que se borravam nas ruas de Nova Iorque e era uma vergonha e um nôjo e toda a gente lhes cuspia em cima e os desprezava. Eles, como eram emigrantes ilegais,
aguentavam tudo com estoicismo hindu enquanto mascavam uma chamuça. FIMsábado, 3 de novembro de 2012
O gajo que queria ir ao cu da mulher...
...e não sabia como a levar à certa!!!
Era uma vez um gajo que queria enrabar a mulher, mas...
Ó caralho, AHAHAHAHAHAHAH não consigo contar, desmancho-me a rir, ó ca...raças AHAHAHAHHAHAHAHAHAH... Fónix, desculpem lá, não consigo!!!
sexta-feira, 14 de setembro de 2012
quinta-feira, 23 de agosto de 2012
segunda-feira, 30 de julho de 2012
MARTELO DE BIFES
terça-feira, 24 de julho de 2012
segunda-feira, 25 de junho de 2012
Notas de crítica literária I: exegese de um personagem.
Foi Assento da Sanita, pseudónimo de um regular pai de família, fazendo sair, de forma casuística, uma peculiar e distorcida visão da vida na aldeia sob a forma de saga picaresca. Isto num blogue francamente aos caídos. No entanto, não se perdem esses exercícios de escrita e interessa ora analisar as condições da real biografia do blogger que levaram à criação deste peculiar universo. Estarão na posse do autor ainda mais umas centenas de páginas, mistas de diário, mas tergiversando livremente. Da análise desse espólio é patente que Adozinda é inspirada na sua mulher-a-dias vestida de traços de Maria Papoila. Queixa-se várias vezes de esta levar porcos à socapa lá para casa e mesmo encetar descabidas práticas agrícolas pelos cantos da casa e a ter surpreendido em divagações auto-manipulativas com peixes comprados na loja de congelados: safios, pargos e peixes-espada. Difícil de dissuadir, foge ao patrão, que entretanto se fascinou pelo seu espírito simples mas profundamente livre. Uma página do diário diz assim: ‘ Vanessa [Adozinda] acoitou-se na dispensa e eu tentei convencê-la a deixar-me vê-la a introduzir no bordedo uma garoupa de cinco quilos e meio, besuntada com mel e pasta tandoori. Só consegui convencê-la depois de lhe garantir que não reclamaria a lata de goiabada que introduzira no recto e que agora tinha dificuldade em expulsar. Prometi-lhe sigilo e propus-lhe certas práticas inconfessáveis. A primeira consistia na adoração do bidé, com os seus vários anos de sarro junto ao bordo superior, do lado de dentro, enquanto eu vestia as roupas dela e ela usaria as minhas cuecas ensopadas em piri-piri logo após rapar os pêlos púbicos com uma lâmina de barbear já muito romba. Corri a anotar no meu diário literário que ‘trepou pela parede de azulejos acima e só largou o candeeiro dos lavabos após mangueiradas prolongadas’. Entretanto, descurara o trabalho doméstico e a roupa, loiça suja e porcaria em geral, amontoaram-se pela casa, a ponto de termos dificuldade em circular com facilidade. Vanessa parecia regozijar-se com o factos singelos como o esmagar com o pé, um triângulo de queijo ‘la vache qui rit’ amolecido do calor, quando inadvertidamente pisou umas truces minhas com coraçõezinhos e com os elásticos já à mostra que o continha por desleixo. À noite sossegava e contava-me como era perseguida por um burro, ou talvez por um tio – não se lembra bem – lá na aldeia, que era pirómano e incendiava as matas por gozo, mas que estava sempre a pedir-lhe que o acompanhasse a beber uma ‘malga dele’, sendo que o que ele queria era apanhá-la e forçá-la ao coito ano-rectal. Não percebi se logrou o seu intento, esse tio ou burro, mas certo é que as torcidas de Vanessa eram grossas como paus de eucalipto e ela largava-os frequentemente, pois já não ‘se segurava’. E era em qualquer lado: no tapete da sala, enquanto passava a ferro ou puxava lustro às alpacas. Os meus dias de solidão tinham sido preenchidos por Vanessa, que estou sinceramente a pensar desposar’. Assento acabou por não casar com Vanessa pois esta fugiu com a cobradora da electricidade que lá foi a casa na véspera do matrimónio. Teve AdaS de cancelar o faustoso casamento e até tinha limpo a casa. ‘Se é lésbica, o melhor é não casar, pois certamente se veria numa situação de infelicidade e aparência apenas por conveniência social’ – conclui AdaS no seu diário.