quinta-feira, 31 de janeiro de 2008

Estilhaços de Tristeza


És um poço de indecisão, tanto levantas o teu olhar como o baixas com a mesma rapidez. Tens segredos que jamais desvendarás cuja composição é estranha, sombria e incompreensíveis ao olhar de um mero e simples mortal. Mas isso não te preocupa… Emporcalhas a alma dos que te acompanham, seguem, veneram porque deles tiras a tua força, porque deles consegues a liberdade, a supremacia do teu ser. Censuras a bondade. As tuas exigências são odiáveis. És um ausente em ti e adoras contemplar o sofrimento que provocas com esse efeito indecente e sombrio. Não te contentas com as conquistas porque simplesmente já foram conquistadas por ti. Atropelas quem te cai aos pés mas em contrapartida amas os que te resistem mas tudo por uma questão de tempo, pois acabarão em conquistas. Mundano, atrevido, encaras a vida como uma noite negra de horrores.
Sinto um nó na garganta só de pensar que existe alguém assim como tu, porque um dia eu conheci-te por dentro e tu rias, tu eras dócil, fiel, carinhoso… é difícil acreditar que nada disto existe mais. Eu ainda sinto a tua presença doce no meio de tanto negrume.
Lembro agora aquelas palavras que me segredaste ao ouvido com tanta ternura, que ainda hoje, só de lembrar, ateiam a chama do meu coração porque saíam do fundo de ti. Lembro o teu toque suave sobre o meu rosto que de tão leve e de tanta delicadeza me arrepiava a alma. Os melhores momentos da minha existência foram vividos a teu lado, como vou eu agora viver? O meu olhar procura nessas profundezas maquiavélicas o que resta do ser maravilhoso que me brindou com tanta felicidade, mas tu estás fechado, já não corre sangue quente nesse coração… quando te olho é mais que evidente que mergulhaste na amargura, na fraca luz. A tua voz não soa mais a melodias agradáveis, apenas ecoa agonia. A música parou.
Porque viraste tu as costas á vida? Que medo te inspira a fugir da tua sina? Porque deixaste de viver? As lágrimas escorrem pelo meu rosto pálido e gélido de tanta desilusão, porque tu prometeste que voltarias a dançar comigo… se ao menos tu pudesses sentir!!
Era tão bom quando passeávamos alegremente pelas ruas coloridas e banhadas pelo sol que nos brindava sempre… sempre, não acredito mais nesta palavra. Gostava tanto de sentir o teu olhar quente, ternurento. O que me causa espanto é que tu sempre foste corajoso, o que falhou?
Vivíamos com tanta naturalidade e ríamos daqueles que levavam a vida tão a peito. Éramos descontraídos. Agora em ti só vejo sofrimento e é com alguma dificuldade que relembro como um dia nos beijamos e acariciamos com tanto amor face a essa tua expressão. Quando nos abraçávamos o mundo parava, lembras? Meu rosto entristece só de imaginar que talvez nem lembres mais… Meu Deus, como estás indiferente… pareces um corpo sem alma.
Derrama sobre mim novamente a tua luz para que eu possa ver os meus passos, volta que ilibo-te de todas as tuas culpas, o que não posso é continuar a viver assim, sem ti. És o meu destino e sem ti sou prisioneira desta infelicidade que me aperta o coração, me esmaga a alma e me impede de seguir.
Permaneces imóvel, já não te consigo comover… As minhas palavras já não chegam á tua alma.
Estarei sempre aqui, poderei ter as minhas ideias, os meus sentimentos voltados em outras direcções, mas lembra, este amor não vai ser de mais ninguém…
O teu rosto ergue-se e nele duas lágrimas escorrem… voltas as costas e partes…sem mais. Desde esse dia tornei-me num ser igual e voltei também eu as costas…

quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

§Fantasia§


Reparei que estavas muito atento.



Estavas com a mesma expressão de sempre, os olhos rasgados, com aquelas sardas que te caracterizam tão bem.



Caminhavas até mim e num instante estavas sentado a meu lado.



Parecia impossível aquele momento tão aguardado - como se fosse irrepetível, daí a sua natureza especial e única.



Firmavas os teus olhos no fundo do nada e quando me falavas viravas-te fixando-me.



Incrédula fui incapaz de enfrentar uma única vez o teu olhar.



Nas minhas veias corria o calor ou a chama que despertavam e apuravam todos os meus sentidos.



Por momentos senti a ilusão do calor do teu corpo em mim, dos teus braços que me cercavam em toda a sua extensão.
(...)



Por momentos senti a ilusão.





terça-feira, 29 de janeiro de 2008

My Secret 4U

Sempre que me mostras a tua alma eu leio-a em silêncio porque nunca fui boa com as palavras, porque estas nem sempre manifestam da melhor forma aquilo que sinto.
Contigo aprendi que muito pouco posso fazer para mudar a minha vida e por isso aguardo...

Sei que nunca saberás mas tenho firme certeza de que sentirás.

missU

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Impressão


Tardava em chegar. O momento. As hastes que apontam as horas diminuem de intensidade. Cessam. Contrariam a minha vontade. Como anseio ver-te… Sentir-te. Achar-te. És coisa digna de admiração. Por isso.

No cruzamento de consciências individuais tento ver algo que se assemelhe a ti. Não tem piada. Tu és sem igual. Libertas-me. Deixas-me em harmonia. Comigo. Contigo.

(Fecho os olhos. “Como queria abraçar-te agora…. Sentir todas aquelas sensações.” Abro os olhos)

Contemplo-te. Não é difícil. O campo desfoca. Menos a tua imagem. Permaneces no foco. No centro.

A sensação é sempre boa!! Palavra simples. De facto. Mas carregada. Sou capaz de permanecer aqui. Deste jeito. Assim. Tu sabes. Tranquila. Contigo. Comigo. Os dois.
Os olhares seguem a mesma direcção. Não se querem cruzar. Não podem. Temem.
Ouvem-se gritos inocentes. Alegrias e Felicidades sem filtros. A ingenuidade.

São momentos. Pequenos. Mas… são momentos. Os meus. Os teus. Os nossos momentos. Não. Já não são. São as minhas. As tuas. As nossas recordações. Sim.

quinta-feira, 24 de janeiro de 2008

Vontade irrevogável


Em cada palavra, procurei a tua...

A cada erguer de olhos, era os teus que queria encontrar...

Em cada ombro, o teu seria aquele... o encaixe perfeito para largar as minhas lágrimas.

Em cada gesto, imaginei o teu...


Agora aqui, fecho os olhos e...

...queria que estivesses perto. Mais perto ainda!! E me desses a tua mão...

terça-feira, 22 de janeiro de 2008

Regeneração

Andei fria. Distante. Incapaz de contactos humanos. Reservada na medida exacta em que o pretendia ser. Superficialmente delicada.

Caí num silêncio pensativo. Refugiei-me. Numa concha. Fui invadida por frequências de terror. Terror doentio. Terror de gente que não tem civilização. Olhei o fundo…


Pouco a pouco fui mostrando a minha fragilidade interior… pouco a pouco fui cedendo… cedi!!
Leva-me de novo a sentir os turbilhões. Os movimentos. A ter consciência das sensações perfeitas.


Não quero mais estes gritos inarticulados em mim.


Faz-me rodopiar…


Faz-me sentir… viver…


Faz.

quinta-feira, 17 de janeiro de 2008

quarta-feira, 16 de janeiro de 2008

Fascínio


Adoro olhar as pessoas. Sempre gostei. Desde pequenina. A um canto… Adoro observá-las e tento imaginar aquilo que estarão a pensar.


Há pessoas tão estranhas!!


No meio de tantas personalidades, personagens, figurinos e marionetas (esta ouvi no outro dia! E adorei!) destacam-se algumas individualidades. Estas deslumbram-me. Pela originalidade. Unicidade. Singularidade. Excentricidade. Exclusividade. Excepcionalidade. E outras ‘dades’ que andam por aí.


Caramba… há meses que não me deslumbro. (E nunca deixei de olhar…)

terça-feira, 15 de janeiro de 2008

Discurso ausente


Um dia conheci um rapaz. Falava como ninguém de sentimentos. Não tinha crenças em seres superiores. Racionalizava quase tudo. Um dia tentará racionalizar tudo. Um dia deixará de falar como ninguém de sentimentos. Um dia deixará de sentir…

domingo, 13 de janeiro de 2008

O meu dia


Hoje faço anos. Tenho um gato à janela. Um bolo. Gargalhadas. Cumplicidades. Amizades. Na cabeça um turbilhão de pensamentos. Memórias.
Pensamentos e memórias de uma noite. De gargalhadas. De cumplicidades. De amizades. No coração transporto uma série de sentimentos. Sensações.
Sentimentos e sensações de uma insignificante vida. A minha vida.

Cada presença é crucial. Fundamental. Incomparável. Marcante. A cada segundo agradeço estes 'marcadores vivos'.

sábado, 12 de janeiro de 2008

Raro Momento

Um local de multidões. São rostos que se cruzam com o meu olhar. Concentro-me no meu ritual. Não posso deixar passar aquilo que tanto procuro. É complicado ficar indiferente ás emoções que ali se vivem e praticam. Vejo-te…

Alívio e bem-estar é tudo o que sinto e tudo quanto basta é ter-te assim, aqui. Trazes um rosto igual ao de sempre, carregado, mas com aquele sorriso que lhe dá toda a vida necessária, que faz brilhar o meu olhar e que enche o meu coração de amor. O momento esperado. Um abraço.

Num aperto de corpos deixa de existir pluralidade para nós. Sempre nos limitamos a viver sem necessidade de dizer esta ou aquela palavra que melhor descrevia o que estávamos a sentir. Sempre acreditamos que poderíamos simplesmente viver sentindo e sentir vivendo. Com gestos, com olhares, com… Caminhamos pausadamente como quem quer enganar o tempo. Respiramos alegria e isso é tudo o que agora importa. Sem pensamentos ex-ante. No local que sempre nos acolheu, reúnem-se histórias, memórias, vidas…

O tempo é raro para nós. Sei que partirás em breve. Não importa. Contigo vivi e senti momentos que jamais alguns, numa vida inteira partilhada, conseguirão viver e sentir.