Está frio, muito frio… E é tão bom estar em casa, quentinha, e deixar os pensamentos irem daqui para ali, quase jogando às escondidas percorrendo caras, nomes, retalhos de outras vidas, de outras “eu”. De repente, entre o ronronar dos gatitos que se enleiam nas pernas e o tempo que passa, surge na memória um outro inverno, um outro frio, a cara de alguém, alguém de Novembro… Como a vida nos dá e tira tão facilmente, de tal maneira que, de repente, já passaram anos e aquela saia já não serve e a praia não é mesma… Mas é Novembro, de outro ano qualquer e as pessoas transformaram-se em fantasmas, onde apenas a imaginação e as lembranças as podem tornar reais. Olho para fotografias, talvez para não me esquecer das feições, para esboçar um sorriso e pensar o quão diferente podia ter sido…se eu tivesse voltado. Da Rússia com amor.