Amiga, achei importante, tanto para mim como para ti, deixar-te aqui a minha versão da noite. Da tua noite. Vou-te confessar que a minha disposição era escassa, sexta foi uma noite que se prolongou mais que o pretendido, dormi pouco e o cansaço era inevitável, quando quis parar um bocado para ver se dormia, já tu me mandavas mensagens, já tu me esperavas. Cheguei tarde por ir a pé, fui sozinha, mas em nenhum momento vacilei ou pensei duas vezes. O meu dever era vender os livros, mas rapidamente arranjaste quem me substituí-se, de certa forma obrigada, tentação muito grande ter tanto dinheiro no bolso num sábado à noite (como é obvio estou a brincar). Achei particularmente engraçado confiares tal tarefa ao Fênix, ao fim e ao cabo tinhas acabado de o conhecer, gostei dele, gostei de conhecer quem se escondia atrás de outros blogues que me entretinham, não sei se eu viria de numa terrinha afastada a um lançamento de um livro cuja autora apenas conhecida pelo seu blogue. É preciso certa coragem para nos infiltrarmos assim num meio. Como pretendias senti-me no meu habitat, não houve olhares de canto, nem pessoas indesejáveis, apoderei-me do champagne, sinceramente nem gosto muito mas o nervosismo na barriga crescia já que tencionava ler o teu texto das “Hormonas”, texto esse que não cheguei a ensaiar, o que não implica que não soubesse ler. Quando me disseste que não dava tempo era suposto sentir-me aliviada, mas não, fiquei mais desconsolada. Como fui para lá sozinha, sentia-me um bocado perdida, por isso, à primeira boleia que surgiu vi-me embora. Sabes que este nosso amigo, o que não me quis levar lá, também não se disponibilizou a trazer-me e olha que ambos fomos parar ao mesmo sitio! Do jantar gostei, gostei muito, achei-o um bocado dividido, houve quem classifica-se logo os grupinhos, o que me deu muita vontade de rir. Já para não falar do peixinho, que estava óptimo! Estou segura de que o segredo se encontrava no molho.
E logo a seguir ao jantar, já não houve fome para a sobremesa, cansei-me um bocado de lá estar tanto tempo, por estar ansiosa ou apática. De todas as formas a ti, vi-te nas tuas sete quintas, acho que nem sabias muito bem com quem falar, por estar tanta gente à que tens tanto a dizer. Achei certas personagens do jantar deveras curiosas, e a muitas olhava e me perguntava “que tem este para ser seu amigo?” Mas como não se deve julgar ninguém pela aparência, acho que me comportei muito bem para quem se dedicou à bebida finalizando o tal peixinho delicioso.
Depois andei desaparecida, fomos ate outro lado, e ao chegar a Braga novamente voltamo-nos a encontrar. Andavas eufórica, como te conheci, sabes, aquela criaturinha loira, da que tu não gostas, vou-te confessar que também não vou muito com a cara dela, simplesmente é daquelas pessoas com as quais obrigatoriamente me tenho de relacionar e prefiro dar-me bem do que mal. A sua constante preocupação com as unhas, ou o top é deveras cansativa, já para não referir que tem o odioso costume de se empoleirar (literalmente) em quem não deve, mas cheguei a uma conclusão sobre ela, a caminho de casa viemos a discutir sobre ela e chegámos à conclusão de que a miúda simplesmente é carente. Coitada.
E sobre o teu livro, gostaria de te dizer algo que ainda não tenha dito ninguém, mas deduzo que “vai ser o primeiro de muitos” e “felicidades” tenha sido do que mais ouviste ao longo da tua noite.
Um beijo grande
A de 18