A conquista da estabilidade é o sonho de todo concurseiro! Correto? Nem
sempre, nem sempre, pode acreditar... Quer ver só? Não foi esse o motivo
que levou João Junio Filadelfo de Carvalho, de 24 anos, a cansar-se da
iniciativa privada e apostar as fichas profissionais na carreira
pública. Foi algo muito pessoal, que diz respeito inclusive ao seu
comportamento social. "Ao contrário de muitos, a estabilidade nunca foi
algo que me chamou atenção nos concursos, embora eu a considere um fator
ponderável. Em um primeiro momento, o que me motivou a fazer concursos
foram a objetividade e a transparência dessas seleções. A sensação de
que o resultado dependeria fundamentalmente do meu esforço e dedicação é
o que mais me atraía. Além disso, eu tinha muita dificuldade em me
expressar e causar uma boa primeira impressão nas entrevistas de
emprego. Fiz tantos processos seletivos para estágio que até perdi a
conta. Vi nos concursos uma forma de demonstrar o meu potencial".
E assim aconteceu. O jovem passou a dedicar-se às provas. De início,
inscreveu-se em quatro seleções. Conseguiu aprovação em algumas delas.
Não obteve grande êxito em investidas na Transpetro. Chegou a ser
classificado num concurso para a prefeitura de Armação de Búzios - mas
não pode assumir o cargo de administrador pois, na época, ainda não
havia concluído a faculdade de Administração de Empresas. "Antes desses,
meu primeiro concurso fora para o cargo de agente administrativo para a
Prefeitura de Cabo Frio. Na época, eu trabalhava de garçom no bar do
meu tio para comprar os livros da faculdade. Eram 209 vagas. Fiquei em
12° lugar. Foi aí que eu vi que era possível passar. Vi que a aprovação
em um concurso público não era coisa de outro mundo como muitos pregam.
Na época, eu tinha 19 anos", conta. A sorte lhe sorriu por completo,
então, em 2012. João participou do concurso para técnico bancário aberto
pela Caixa Econômica Federal naquele ano. Foi o primeiro colocado no
polo RJ-Niterói e também o primeiro no Macropolo RJ–Interior.
"Aquela foi uma situação muito curiosa, pois eu não planejava fazer o
concurso da Caixa de 2012. Na época eu era estagiário em um resort em
Búzios/RJ e existia a expectativa de efetivação quando eu completasse um
ano de trabalho. Ao final desse período, fui informado que não daria
para ser contratado como funcionário, mas eles gostariam que eu
continuasse como estagiário. Frustrado, recusei a proposta, peguei o
dinheiro do meu último mês de estágio e me matriculei em um cursinho
preparatório. Isso num prazo de 60 dias antes da prova", recorda ele,
que hoje reside em Arraial do Cabo, na Região do Lagos, e trabalha no
município vizinho de Araruama. As cidades ficam a pouco mais de 50km uma
da outra. A pedido da FOLHA DIRIGIDA, O rapaz relembra como foi sua
preparação. E dá algumas dicas de estudo para os inscritos no atual
concurso da Caixa.
"Com o término do estágio, eu pude me dedicar quase que exclusivamente à
minha preparação. Eu fazia cursinho de tarde. Então, na parte da manhã
estudava a matéria sobre a qual teria aula naquele dia. Depois do curso
eu ia para a universidade e no dia seguinte a rotina se repetia. Como
fazia Administração, tinha bastante familiaridade com alguns assuntos
cobrados na prova, como Matemática Financeira, Mercado Financeiro e de
Capitais (os chamados Conhecimentos Bancários), além de Marketing (na
área de Atendimento). Logo, me dediquei mais às matérias de Português,
Ética, Legislação Específica, Informática e História da Caixa". Vale
lembrar que, cobradas em 2012, as duas últimas disciplinas citadas por
João Filadelfo não fazem parte do edital do concurso em curso.
"O principal fator para a minha aprovação foi a quantidade de provas
anteriores que eu resolvi. Acho que fiz praticamente todas as provas que
encontrei na internet de concursos já feitos pela Caixa Econômica. A
boa notícia é que não existe segredo... Basta fazer questões e mais
questões até as respostas começarem a saltar aos olhos. O nível
desejável é quando o candidato pega uma questão de prova anterior e diz:
'mas isso é muito óbvio, não deve cair assim na minha prova'. Por isso,
minhas dicas são basicamente duas. Primeiro: façam questões e mais
questões e então, a partir delas, principalmente das que forem fontes de
dúvidas, procurem o respectivo referencial teórico. Normalmente nós
revisamos o conteúdo apenas das questões que erramos, esquecendo que
algumas das que acertamos o fizemos com dúvidas. O ideal seria revisar
todas, exceto aquelas em que o conteúdo cobrado já está bem enraizado. A
segunda dica é não subestimar nenhuma matéria que será cobrada. Estudem
todas. Logicamente, em maior grau aquelas que possuem maior peso na
pontuação final ou dificuldade, mas não deixem nenhuma para trás. É
comum o candidato ver com desdém o conteúdo de Ética e Atualidades, por
exemplo. Lembre-se: uma única questão pode ser a responsável pela sua
não aprovação".
Como incentivo aos que estão no campo de batalha para o ingresso na
Caixa, João diz em quais aspectos a aprovação no concurso mudou a sua
vida. "A independência financeira foi minha primeira conquista. Em
relação à Caixa Econômica, desde a minha admissão eu guardo de 30% a 60%
do meu salário. Já juntei o bastante para a minha pós-graduação, só
estou esperando o momento certo para começar a cursá-la. Agora minha
meta é reformar a casa da minha mãe", revela o rapaz, que não descarta a
possibilidade de vir a participar de outras seleções públicas. Embora
faça questão de ressaltar que está realizado na instituição. O relato
das funções que já desempenhou confirma o quanto é dinâmica a carreira
dos que lá ingressam.
"Na Caixa eu comecei no atendimento à pessoa física. Nunca tinha
trabalhado em um banco e para mim, num primeiro momento, foi assustadora
a diversidade de tarefas desenvolvidas no dia-a-dia, indo desde uma
simples abertura de conta à utilização do FGTS para abater prestações de
um financiamento habitacional, passando por renegociação de dívidas,
avaliação de crédito, FIES, venda de seguros, previdência, habilitação
de seguro imobiliário e muito mais. Só a área habitacional é um mundo de
conhecimentos. Depois eu fui para o atendimento social, parte que
abrange basicamente assuntos relacionados ao FGTS, PIS, seguro
desemprego e bolsa família. E agora estou saindo do atendimento e indo
para o que chamamos de retaguarda. Este setor funciona como um
backoffice da agência, cuidando basicamente do cumprimento de normas
legais e regulamentares das operações desenvolvidas nos seguimentos
pessoa física, pessoa jurídica e social (atividades de compliance).
Estou muito animado com essa recente mudança".
É grande a possibilidade de João Filadelfo seguir carreira na Caixa
Econômica. "Aqui dentro existem inúmeras possibilidades para os mais
diversos perfis. Mas eu sigo estudando para outros concursos, mais
especificamente para a Petrobras e subsidiárias. Estou estudando para o
cargo de Administrador Jr. Faço um curso preparatório há pouco mais de
um ano, sempre aos finais de semana, na cidade do Rio de Janeiro. Como
moro no interior, tenho que sair de casa às 4h20, retornando apenas às
22h. Apesar de sacrificante, estou motivado com a possibilidade de um
bom edital para o final de 2014, início de 2015". É com toda essa
disposição e otimismo que ele deixa os votos finais para os milhares de
inscritos no atual concurso da Caixa. "Desejo foco, disciplina e
persistência a todos. Vale a pena, agora na reta final, se sacrificar um
pouco mais, se for mesmo este o seu sonho. Ainda que você fique lotado
distante de casa, ou em uma área que não possui o seu perfil, a Caixa
proporciona inúmeras possibilidades de atuação e lotação aos
funcionários. Sucesso a todos!", concluiu.
Fonte; Folha Dirigida