Entrei
aqui e encontrei uma menina de sorriso aberto, cara de criança e que, no auge
dos seus 20 anos, achava que já tinha vivido o suficiente pra escrever um
livro.
Cheguei
e vi uma menina tão boba que eu quase quis gritar com ela… mas não posso.
Encontrei
com uma menina que achava que amar era ruim.
Ela
tinha suas razões... Amor sem amor não faz equação certa. Dói.
Encontrei
uma menininha intensa, que se mordia só de achar que não tava vivendo a vida na
sua plenitude.
Um
pouco traumatizada - mas quem não é?
Encontrei
uma menina que ficou por dois anos longe daqui.
Não
de si.
Mas
do que era.
Em
dois anos, fez muito do que jurou nunca fazer.
Prometeu
coisas que sabia, em algum lugar dentro dela, que não poderia cumprir.
Machucou
pessoas.
Sua
casca grossa esbarrou sem querer, oras!
Engraçado
pensar na menina de dois anos atrás.
Ela
era incapaz de machucar alguém.
Ela
não tinha casca que pudesse bater sem querer.
Mas
ainda tem tudo dela dentro da menina blindada.
Nenhuma
delas engoliu as palavras,
mesmo
quando não foram escritas.
Elas
se expõem.
Aquela,
ardentemente, passionalmente.
Essa,
nas entrelinhas.
Talvez
esse seja o motivo de dois longos anos ausente.
As
duas são histéricas, neuróticas, impulsivas, falantes, persistentes,
desastradas, curiosas.
As
duas se doam. As duas se doem.
Uma
lida melhor com as novas cicatrizes. Porque as antigas, com toda sua
profundidade, a ensinaram assim.
A
outra, ainda ali dentro, não sabe se foram as cicatrizes que a ensinaram tanto.
Acha que talvez aprendeu através do amor. Não de amar. Mas aprendeu sendo
amada.
Ela
também pode.
As
duas concordam
Não
precisam mais tanto de palavras.