N
Neste blog por vezes escreve-se segundo a nova ortografia, outras vezes nem por isso.
terça-feira, 5 de janeiro de 2016
segunda-feira, 4 de janeiro de 2016
O GANG E O SILÊNCIO
Depois de uma vitória clara e
inequívoca sobre um perdido e desmiolado Porto, o gang (sim, é exactamente disso
que se trata!) que comanda os destinos do Sporting, decidiu de forma concertada
levar a cabo o enésimo ataque contra o Benfica.
Tudo começou na conferência de
imprensa, onde, imagine-se, Judas veio em defesa de Lopetegui (curiosamente,
agora já sabe dizer o nome…) mas apenas com o intuito de uma vez mais atacar e
rebaixar Rui Vitória.
Seguiram-se as habituais atoardas
facebookianas do chefe de claque que gosta de brincar aos presidentes.
O ramalhete ficou composto com as
declarações sobre a arbitragem de Xistra (e logo eles a falarem de Xistra…) desse
traste sem dignidade, coluna vertebral ou nível chamado Inácio generosamente
asilado por Rui Santos, esse paladino do anti-benfiquismo mais cego e primário.
É bom que entendamos o que está a
acontecer: nos últimos meses está em curso a mais vil campanha a que já assisti
contra o Benfica e sei do que falo porque assisti à ascensão do Porto de Pinto
da Costa.
É uma campanha baseada na
propaganda reles e falsa, na pura manipulação dos factos e na intoxicação duma
opinião pública amorfa e acrítica usando para tal uma comunicação social
servil, rasteira e sem qualquer nível.
A tudo isto tem respondido o
Benfica com o silêncio e não creio que a estratégia se altere.
Em entrevista recente, Vieira
falava da decisão dos tribunais, o que sinceramente me deixa pouco tranquilo.
Sabemos todos que não adianta
discutir com idiotas: rebaixamo-nos ao nível deles e acabam por nos
ganhar pela experiencia.
Por outro lado, Bruno e capangas
mais não têm feito do que incendiar o ambiente e insuflar ódio no futebol
português.
É esta a estratégia deles e
percebo que o Benfica queira seguir um caminho diferente.
Resta saber se temos ainda margem
para aguardar.
Sobre a celeridade da justiça
portuguesa, estamos conversados e sobre a forma como o Benfica tem sido tratado
estaremos todos de acordo: atingiu-se o limite,
É este o dilema.
O Benfica não pode, na
comunicação e na defesa imediata dos seus interesses desportivos e estratégicos
ser uma extensão daquilo que por vezes tem sido em campo: amorfo, sem ideias,
nem rumo aparente.
Creio que chegou o momento de
responder à letra a cada provocação, a cada manobra de diversão, a cada acto de
intoxicação ou manipulação da opinião pública desportiva.
Custe o que nos custar em termos
de imagem e não falo, obviamente de respeito, seriedade ou credibilidade: estes
são valores intocáveis e que fazem parte do nosso património histórico enquanto
clube.
Quanto ao resto(leia-se meios) é uma questão de
escolhas mas já Maquiavel dizia que mais vale ser temido do que amado...
RC
domingo, 3 de janeiro de 2016
Ó ZUCKERBERG, DESLIGA LÁ ISSO QUE A MALTA JÁ NÃO AGUENTA!...
«Isto é o Grande Sporting Clube de Portugal!
Obrigado a todos os sportinguistas que esgotaram o Estádio José Alvalade, pela
primeira vez, sendo o 12 jogador que faz realmente a diferença!», começou por
escrever Bruno de Carvalho nas redes sociais.
Posteriormente, o líder leonino dedicou também uma mensagem à equipa de ciclismo que foi apresentada no intervalo do jogo.
«Dia de grandes emoções. Hoje foi apresentada oficialmente a equipa de ciclismo Sporting Clube de Portugal - Tavira. Vamos voltar a ter Leões a pedalar pelas estradas de Portugal. Mais uma modalidade histórica de regresso. Somos a Maior Potência Desportiva Nacional!
Posteriormente, o líder leonino dedicou também uma mensagem à equipa de ciclismo que foi apresentada no intervalo do jogo.
«Dia de grandes emoções. Hoje foi apresentada oficialmente a equipa de ciclismo Sporting Clube de Portugal - Tavira. Vamos voltar a ter Leões a pedalar pelas estradas de Portugal. Mais uma modalidade histórica de regresso. Somos a Maior Potência Desportiva Nacional!
Facebook do Trinca-bolotas em 02.01.2016
«Factos são factos!
São pênaltis atrás de pênaltis. Expulsões perdoadas atrás de expulsões perdoadas. Não sou eu quem diz, são os especialistas!
Será que a nota do árbitro do Guimarães - Benfica também vai aparecer na comunicação social?
Isto no futebol não pode valer tudo! Arrastam a questão dos vouchers por receio e pouca vontade de fazer justiça e jornada após jornada em vez de dignificarmos o futebol e a arbitragem são casos atrás de casos (ou factos atrás de factos) sempre a beneficiar os mesmos.
O nosso rumo está traçado e a nossa memória não é curta!
Podem inventar os processos que quiserem e fazer as contas dos negócios como quiserem que dois números nunca deixarão de existir: 515 milhões de euros; 1120 vouchers de jantares oferecidos a árbitros, delegados e observadores (por época).»
São pênaltis atrás de pênaltis. Expulsões perdoadas atrás de expulsões perdoadas. Não sou eu quem diz, são os especialistas!
Será que a nota do árbitro do Guimarães - Benfica também vai aparecer na comunicação social?
Isto no futebol não pode valer tudo! Arrastam a questão dos vouchers por receio e pouca vontade de fazer justiça e jornada após jornada em vez de dignificarmos o futebol e a arbitragem são casos atrás de casos (ou factos atrás de factos) sempre a beneficiar os mesmos.
O nosso rumo está traçado e a nossa memória não é curta!
Podem inventar os processos que quiserem e fazer as contas dos negócios como quiserem que dois números nunca deixarão de existir: 515 milhões de euros; 1120 vouchers de jantares oferecidos a árbitros, delegados e observadores (por época).»
Facebook do Trinca-bolotas em 03.01.2016
RC
PIZZI OU A ARMA DE ARREMESSO MAIS À MÃO
Andy Carroll, lembram-se?
Avançado possante, goleador de excelência
e uma das grandes esperanças do futebol inglês há uns anos.
Deu nas vistas no Newcastle onde
marcava golos como quem bebia pints (esse aliás, foi um dos problemas do rapaz…)
e nos últimos dias de 2011 foi transferido para o histórico Liverpool por
módicos 35 milhões de libras.
Uma lesão e alguns outros
episódios menos ortodoxos, transformaram a sua passagem no Liverpool num verdadeiro
fracasso.
Um ano depois era emprestado ao
West Ham por 2 milhões de libras e acabou por ser vendido ao clube londrino
por 15 milhões de libras.
Sem o brilho de outrora, lá
permanece, mas por uma dessas cruéis ironias em que o futebol é fértil, ontem marcou
o 2º golo da vitória dos Hammers sobre o Liverpool, conforme podemos ver na
BTV2.
O que tem isto a ver a ver com o
Benfica ?
Aparentemente nada, já que não me
parece que Caroll esteja nos projectos de Vieira ou Vitória.
E no entanto tudo, agora que o
Benfica comprou os restantes 50% do passe de Pizzi e o mundo quase veio abaixo.
É certo que há negócios estranhos
com o Atletico de Madrid: para além do já citado, os 9 milhões por 50% do passe
de Raul Jimenez parecem algo despropositados.
Em sentido contrário é também
verdade: 16 milhões por um guarda-redes que estava em ruptura com o clube foi
um autêntico maná. Falo, evidentemente, de Oblak.
O futebol sempre foi um mundo
estranho e um pouco à parte, no que ao bom senso e à lógica se refere.
Desde que vi um rapaz chamado
Carlos Secretário ser contratado pelo Real Madrid, passei a não ter dúvidas
sobre a lógica própria que rege o futebol.
Os últimos tempos, então, foram
pródigos em dislates do género, com destaque para os 40 milhões que o City
pagou por um matacão com olhos de nome Mangala, que aliás, semana-sim semana-não
se encarrega de enterrar a defesa do City.
Algumas dezenas de exemplos envolvendo clubes como o Real Madrid ou qualquer clube de topo da Premier League, só reforcariam a ideia da espécie de selva em que o mundo do futebol se deixou envolver.
Tudo isto ainda e sempre a
propósito de Pizzi.
Pizzi é inequivocamente um bom
jogador; aliás, de momento é mesmo um dos nossos melhores jogadores, o que de
resto pode ser sintomático em relação à real valia do plantel do Benfica.
Transformar o preço
desproporcionado que se pagou por Pizzi, em arma de arremesso contra a direcção
ou até contra o próprio jogador, carregando-lhe nos ombros uma pressão
adicional, é algo que não tem pés nem cabeça.
Isto já para não falar nas
habituais teorias da conspiração que ciclicamente o mesmo grupo de visionários
se entretém a lançar nos blogs do costume.
É que já cansa.
RC
sábado, 2 de janeiro de 2016
PIZZI – E DE REPENTE UM FERRARI
Dois mil e catorze, talvez o
melhor ano do futebol do Sport Lisboa e Benfica dos últimos cinquenta.
Campeonato, Taça, Taça da Liga, Supertaça, final europeia. Dois mil e quinze,
talvez o melhor ano desportivo de sempre de um clube português, mais de 80 títulos
e troféus coletivos. Damos valor, temos orgulho, mas não nos deve cegar.
Estes 8 milhões por metade do
vulgar Pizzi são apenas a ponta do icebergue das negociatas tolas que esta Direção
tem feito. Nem sequer necessita de explicação. Para ter o jogador e fazer a
vontade ao treinador da altura, é obvio que o Benfica ficou de dar este valor à posteriori. É óbvio que estes 8
milhões vão muito mais além que o negócio Pizzi encerra. Vai acontecer o mesmo
com o Ola John. Insistências descabidas.
O certo é que “oficialmente” adquirimos
o Pizzi por 14 milhões, quase o valor de venda do Bernardo Silva. Efetivamente
um péssimo negócio. Um autêntico absurdo para um jogador que nem sequer é muito
jovem. Tão mau que a comunicação, de algo já definido, teve de ser escondida
entre as festas de Natal e passagem de ano. Uma Direção com algum sentido
democrático, já se devia ter apressado em justificar ou mesmo pedir desculpas.
Uma massa associativa minimamente ativa já as devia ter exigido
sonoramente.
As coisas são como são e, sem
esperar, hoje vamos ter em campo um jogador que nos custou 14 milhões. De um momento
para outro vamos entrar em campo mais fortes.
JL
terça-feira, 29 de dezembro de 2015
TODOS COMIDOS
Os três clubes grandes a comparar
pilinhas, uma imagem decadente porque já não são nenhuns meninos. São centenários
cuja ereção dificilmente passa as nossas fronteiras. Nenhum dos negócios é bom,
é o possível e até disso tenho dúvidas. Hipotecaram-se receitas e limitaram-se
gestões futuras. Comparamos receitas de tostões que são facilmente encurtadas
com os Djuricic e Ola John desta vida.
Obviamente que o do Benfica é menos mau, porque não vende tudo e o que vende é
por menos tempo. O que se realça deste carnaval é a inaptidão e lentidão da comunicação
do Benfica. Neste campo somos mesmo comidos de cebolada. Comidos, e a cru, são
os sócios que em pleno século XXI, no tempo das SAD, auditorias e CMVM, cada
vez sabem menos do seu clube.
JL
domingo, 27 de dezembro de 2015
O COLINHO
Aproximam-se jogos difíceis e isto não está tão fácil como
parecia. Vamos lá adoçar a boca a quem manda nas notícias. Miguel Prates, José
Manuel Freitas, Rui Pedro Braz, João Bonzinho e José Ribeiro, tudo ao beija-mão.
Há meninas que são mais caras. Ainda se admiram do homem ter tão boa imprensa. Aqui.
segunda-feira, 21 de dezembro de 2015
DEVE SER FÍGADO
Olhando para esta foto não sei qual dos animais está com pior aspeto, se o vivo, se o embalsamado. Aconselho uma consulta com o bebedolas do
Dr. Barroso. Quanto à referida “sustentabilidade dos ciclos de vitória”, e como
são pequeninos, aconselho o Daniel Sampaio. Uns e outros ficam bem servidos.
JL
domingo, 20 de dezembro de 2015
QUARTO PODRE PODER
O Sport Lisboa e Benfica fechou
um contrato com a NOS pelos direitos dos seus jogos em casa e pela distribuição
do seu canal de televisão. Este contrato só devia dizer respeito, em primeira
ordem, ao Benfica e à referida empresa, ou seja, aos associados do primeiro e
aos acionistas da segunda. Obviamente que, devido aos valores e às instituições
envolvidas, é normal que o negócio seja noticiado, comentado e avaliado nos órgãos
de comunicação, nomeadamente os de teor desportivo e económico.
O que não é normal é o clima que
se instalou de, conforme o lado da barricada, de pânico ou excitação. Desde o
desmesurado regozijo das nossas hostes, às ridículas análises dos aziados do costume,
tudo foi desproporcional. A título de exemplo, o palhaço pobre que escreve no
semanário angolano Sol, José Lima, conseguiu torturar de tal forma os números que
apresentou que eles acabaram por ceder mas completamente ao contrário do que
próprio pretendia. Vale a pena ler para rir.
O que não é exemplar e de difícil
aceitação é o profundo silêncio de toda gente, salvo raríssimas exceções, sobre
mais um perdão de divida ao Sporting por parte do BCP e do Novo Banco. Se a
ação do primeiro diz respeito essencialmente aos seus acionistas e aos seus empregados,
estes últimos alvo de uma constante politica de downsizing pressionados para aceitar propostas pornográficas de rescisões
de contratos por mutuo acordo, a do segundo tem contornos inexplicáveis, pela
mediatização da intervenção estatal que o Banco sofreu.
Este desnivelamento de tratamento
mediático entre um legítimo contrato entre entidades privadas e um forte chuto numa
divida de 55 milhões, atirando-a para as calendas gregas, por parte de uma
entidade sustentada pelos contribuintes, traduz a podridão que reina no quarto
poder em Portugal. Importante pelos vistos, são os seguranças dos inocentes Jesus
e Trinca-Bolotas, ameaçados de crucificação, no quente Natal de 2015.
JL
quarta-feira, 16 de dezembro de 2015
FUNCHAL GEMINADO COM AROUCA
O União vinha de uma derrota trágica.
Aliás, vinha de um score negativo de 0 – 10 nos últimos dois jogos, até por
isso o Benfica não podia entrar assim no jogo, mas como em Arouca foi feito
tudo ao contrário. Aqueles 45 minutos iniciais foram inacreditáveis. Em vez de avassaladores,
foram amorfos. Em vez de rigorosos, foram desleixados. Houve uma enorme falta
de seriedade. Quando assim é, não merecem mais. O problema é que o Benfica
somos nós e não eles.
Se o jogo de hoje tivesse sido na
data inicial esta exibição até podia ser tolerada á luz do estado de espirito
de então, neste momento é um enorme passo atrás.
Uma pequena nota para Rui
Vitória: Nem sempre o que resulta num jogo tem necessariamente de resultar noutro.
Os adversários são diferentes, logo a receita também deve ser diferente. E
hoje, após uma série de jogos, em poucos dias, sempre com mesmo onze, impunha-se
soluções diferentes. O treinador não soube fazer essa leitura.
JL
terça-feira, 15 de dezembro de 2015
UMA CHINELADA VINDA DO SEIXAL
Suponham uma criança, nascida nos
anos 70, 80 ou até 90. Agora é um homem feito, ou uma mulher feita. Por razões
familiares, de amizade, de azar, decide ser do Sporting. É convencido pelo pai,
irmão, vizinho ou colega de carteira que o Sporting é o maior clube do mundo.
Ele não desconfia, as sucessivas derrotas são fruto de uma conjuntura adversa,
explicam. Nem sempre foi assim, garantem. O tempo passa e vão surgindo sinais, cada
vez mais fortes, que há um quiproquó. O clube fundado para ser um dos maiores da
Europa, não só passa completamente despercebido no velho continente, como até
trocam o seu nome com frequência, como se fosse aquele colega da empresa que trabalha
no armazém, na cave, que só vemos na festa de Natal.
Pior, o Sporting de Portugal – ou
de Lisboa como é chamado no resto do mundo – não é sequer o maior de País. E já
nem é o segundo. E, azar dos Távoras, nem sequer é o maior da sua cidade, nem da
rua dele, porque mais à frente na segunda circular mora o enorme Sport lisboa e
Benfica. Imaginem a frustração.
É por esta razão, humanamente aceitável,
que o Sportinguista se torna lagarto. Uma metamorfose inversa à da lagarta que
se transforma em borboleta. Uma revolta biológica contra o equívoco que sofreu.
Quando sai do casulo, transformado em lagarto, o ex-sportinguista acredita
piamente nas coisas mais inverosímeis desta vida. Não que seja ingénuo ou pacóvio,
mas por necessidade, para que a sua vida faça sentido.
Acredita, por exemplo, na glória mundial
de um Joaquim Agostinho, mediano ciclista a nível europeu, cujas grandes
vitórias internacionais foram com a camisola de clubes franceses e belgas. Acredita
que uma garagem em Leiria cheia de chinesices se pode chamar de museu. Acredita
que vitórias internacionais de atletas que representam outros emblemas, também
são do Sporting só porque estes são associados ou já passaram pelo clube. Acredita
no embuste do clube mais eclético de Portugal e segundo da Europa, mesmo
contrariando os números da história e da atualidade.
Por fim, enaltecia orgulhoso o facto
de, ao menos, serem os melhores a formar jogadores de futebol. Esta era uma verdade
inabalável, apesar de que olhando para os resultados desportivos e financeiros,
deveriam ser também os que menos se aproveitavam desse facto e nesse aspeto,
dou o braço a torcer, eram mesmo dos melhores do mundo.
Contudo, há sempre um dia que o
nosso mundo nos foge dos pés e esse dia é hoje. A notícia surge de rompante: o
Sport Lisboa e Benfica vai ser distinguido na 7.ª edição dos Globe Soccer
Awards, em cerimónia a realizar no próximo dia 28 de Dezembro, no Dubai, com o
prémio “Best Academy of the year”, pelo trabalho desenvolvido no Caixa Futebol
Campus.
O ex-sportinguista, agora lagarto,
não desarma. Que importância é que isso tem? Jovens? Formação? Temos o Jesus, somos
campeões da supertaça e trivencedores do dérbi. São assim os nossos vizinhos. Como
uma melga no escuro do nosso quarto. É abrir a luz e usar o chinelo.
JL
sábado, 12 de dezembro de 2015
RÁDIO BENFICA (2)
Quando se prevê o retorno da BTV
a Benfica TV, ou seja, à sua configuração original, é provável que toda a sua
estrutura sofra uma espécie de downsizing.
Surge assim uma oportunidade de reconverter alguns dos profissionais de
comunicação e técnicos do canal para outro projeto do clube que
desesperadamente vamos aguardando e que já foi aqui referido.
JL
quinta-feira, 10 de dezembro de 2015
A CHAMPIONS, OS TUBARÕES E OS CARAPAUS DE CORRIDA
Não é coisa pouca: em 6 épocas de
Jesus, fizemos jogos europeus brilhantes, fomos a duas finais europeias mas deliberadamente esquecemos,
ostracizamos, excluímo-nos da Champions League.
Era (é) assim o nosso
ex-treinador: intuitivo e por vezes brilhante mas provinciano e pequeno perante
os grandes palcos onde só os maiores têm lugar e se disputam, de facto, as
grandes decisões.
Por isso, fugiu da Champions como o demo da
cruz, temendo a derrota, a humilhação: fraco perante os fortes, é disso que se
trata.
Esta postura cobarde e pequenina
fez escola entre uma comunicação social tendencialmente ignorante, sabuja e
também ela provinciana, para quem o futebol actual se resume aos recordes,
birras, trejeitos e tiques de Cristiano Ronaldo ou aos seus supostos duelos com
Messi.
Tudo isto a propósito do próximo
sorteio da Champions.
Ficamos em 2º no nosso grupo e a consequência
será jogarmos com um dos primeiros classificados dos outros grupos.
É este o formato da Champions,
uma competição sem o glamour e o fascínio da velhinha e saudosa Taça dos Campeões
Europeus, mas cujas regras são conhecidas.
E o que faz a imprensa desportiva
portuguesa?
Pois bem, acena com papões,
visões dantescas, enchendo a boca e alma com supostos tubarões que nos
trucidarão sem dó nem piedade.
Abdicando pura e simplesmente do
seu papel formativo e informativo, a jornalada escrita e palrada, limita-se a
propagandear, a manipular, a condicionar e a quase aterrorizar o Benfica e os
benfiquistas.
Já levo uns anos disto e já vi o
Benfica defrontar o grande Bayern de Sepp Maier, de Franz Beckenbauer, de
Breitner, de Müller e de tantas outras estrelas.
Empatamos na Luz e levamos 5 em
Munique: o Benfica continuou a ser grande, respeitado, admirado.
E o que dizer daquela terrível
noite de Março de 1984 em que o mítico Liverpool de Souness, Dalglish, ian Rush
& Co. dizimou completamente o grande Benfica de Eriksson ?
Acaso deixou o Benfica de ser
enorme, admirado, respeitado, quase venerado em Inglaterra?
É pois isso, que temos de evitar:
este clima de quase histeria em que nos querem envolver, condicionando-nos logo
á partida e derrotando-nos ainda antes de qualquer sorteio.
Sabemos das nossas
possibilidades, e conhecemos as nossas limitações; não nos deixemos porém
abater por meia dúzia de carapaus de corrida, por muito que nos falem em
tubarões.
RC
DA RENOVAÇÃO DE GAITÁN
O Benfica renovou com Nico Gaitán
e ainda que esta renovação seja provavelmente uma espécie de antecâmara da venda, não deixa
de ser uma boa notícia.
Sobretudo se, como espero, servir
para estabilizar a cabeça de um jogador que embora genial, dotado e por vezes
brilhante, tem demasiadas intermitências.
Os últimos jogos foram, aliás,
sintomáticos: vimos um Gaitán desconcentrado, a amuar com os árbitros, a
insistir em toques de calcanhar e outro tipo de habilidades circenses que à
equipa trouxeram…nada.
Gaitán é o melhor jogador do
Benfica e não sei até que ponto não será esse o nosso drama.
Este rapaz argentino tão distante na
pose dos raçudos guedelhudos que sempre me habituei a ver no futebol das pampas,
alterna com demasiada frequência a genialidade pura com a ausência da mente ou
com o inútil número de circo.
Precisaríamos talvez de um Gaitán
por vezes menos exuberante tecnicamente mas mais presente fisicamente, mais
empenhado no jogo e no seu (fundamental) papel na equipa.
É pois isto que espero deste momento
pouco mais que simbólico: que a renovação com Gaitán seja também e acima de tudo uma certa renovação
de Gaitán e aí sim, será um jogador assombroso e decisivo.
RC
NOTÍCIA SEM FUNDAMENTO, ESPERANÇAS INFUNDADAS
Acordámos no feriado com uma boa notícia. O Benfica tinha finalmente acertado
o naming do estádio. É daqueles negócios onde é difícil encontrar defeitos. O
estádio chama-se Estádio do Sport Lisboa e Benfica, mas ninguém utiliza esta
denominação, toda agente chama, e sempre chamará, Estádio da Luz. É um
verdadeiro negócio das arábias, vender algo que não se tem ou não se utiliza. Ainda
mais por bom dinheiro.
Quando começávamos a ir moralizados para o estádio ver a champions o
mestre da comunicação do clube, o Senhor Gabriel, apressou-se a desmentir. “Não
tem qualquer fundamento”. Com tanta mentira que se escreve na impressa sobre o
Benfica, acho engraçado este sentido de oportunidade e prioridade. Isto é que é saber gerir expectativas.
Do jogo já muito se disse e escreveu, decorreu dentro do possível. No entanto,
olhamos para o relvado e vemos os esforçados André Almeida, Eliseu, Pizzi - muito uteis contra as Académicas desta vida,
mas nestes jogos são apenas esforçados (adjetivo que tenho dificuldade em ligar
ao Gaitan) - e pensamos nos milhões da
marca de pneus. Como fomos parar ao lago dos tubarões, o meu receito de um naufrágio
não é de todo infundado. Está visto que precisamos de umas boias lá para
janeiro.
Pena que os milhões da marca de pneus não têm fundamento.
JL
quarta-feira, 9 de dezembro de 2015
O VERBO FORMAR NÃO JUSTIFICA TUDO
Não é desta época. A equipa B está muito abaixo das suas possibilidades.
Já o tinha escrito aqui. Qualquer equipa, com alguma organização tática,
consegue bater o pé ao Benfica B, cheio de craques e promessas do nosso
futebol. Num projeto que dizem apostar muito na formação e em que o ano zero já
vai bem longe, as três equipas da fase final do percurso – Juniores, Equipa B e
Equipa Principal – estão longe, muito longe dos seus objetivos nos respetivos campeonatos.
Isto não fará pensar os responsáveis? Podem ser várias as causas: Inadequação das
equipas técnicas, jogadores mal distribuídos pelos três escalões, empréstimos mal
feitos e outros por fazer, despensas abusivas. Uma coisa é certa, são demasiados
os maus resultados. E não me venham falar que o importante é formar, não
estamos a falar propriamente de iniciados.
JL
domingo, 6 de dezembro de 2015
O NOSSO FUTURO (PARA ALÉM DO ÓBVIO)
É óbvio que o nosso futuro passa
por uma equipa de futebol altamente competitiva, que ganhe três em cada quatro
campeonatos e a passe com frequência a fase de grupos da Liga dos Campeões, sustentada
financeiramente por um conjunto de receitas ordinárias. O sobe e desce de
investimento, para além de ser mais arriscado desportivamente, pode causar fissuras
no clube, tanto ao nível da sua estrutura técnica, como a nível económico-financeiro.
Contudo, não chega. E não chega
porque o mercado em que o Benfica está instalado é minúsculo. Sofremos uma espécie
de claustrofobia competitiva. Vejamos os ataques dementes do trinca-bolotas. Em
outra dimensão seria uma anedota de rodapé, aqui faz capas de jornais. Cada vez
que o trinca-bolotas abre a boca é como um peido num elevador. E é desse elevador
que temos de sair.
O futuro tem de passar impreterivelmente
por novos mercados. Algo já há muito detetado pelos maiores clubes europeus e
muitos deles não têm a nossa diáspora, nem à disposição a enorme paixão ainda
vivida nos países de expressão portuguesa.
Mas não só. Deve ir para além do futebol.
É difícil, vivemos num país em que o desporto extra futebol é mesmo paisagem. No
entanto, é um caminho que tem ser feito e se for com o Benfica a liderar tanto
melhor.
O ecletismo do Benfica, apesar de
mediaticamente mal tratado (por culpa nossa), é único no mundo. Nenhum clube
tem tanta expressão. Essa vantagem deve ser trabalhada à séria e passa por três
modalidades que à primeira vista podem parecer improváveis: Futsal, Ciclismo e Rugby.
O Futsal é a modalidade de
pavilhão com maior crescimento. Talvez pela velocidade, pela incerteza dos
resultados ou pela analogia com o futebol. Acresce que é uma modalidade onde temos
reais hipóteses de ganhar na europa e no mundo. Se juntarmos o facto da fase
final do Nacional se realizar já com todas as competições paradas, ou seja, com
a quase exclusiva atenção de todos os agentes, concluímos da importância do
sucesso na mesma.
O Ciclismo tem um peso mediático gigantesco.
As provas, que se realizam, na sua maioria, durante o período de defeso do
futebol, são essencialmente um enorme espetáculo televisivo. Com as comunidades
portuguesas espalhadas por essa europa considero que não seria impossível encontrar
um patrocínio que garantisse a participação do nosso clube nas maiores provas
europeias. A volta a França, por exemplo, é vista mundialmente. Da América ao Oriente.
Três anos de sucesso no Tour valeriam para a promoção do nosso nome como uma
Liga dos Campeões.
O Rugby é um desporto com
futuro. Moderno, urbano, em crescimento. Os seus praticantes e adeptos são na
sua larga maioria filhos das classes média-altas, estudantes universitários,
quadros superiores. Dela pode surgir uma importante base de apoio para o clube.
O Benfica não pode continuar a olhar para a secção das sedas como uma estrutura
autónoma. Apesar de SAD, é nossa e tem uma história centenária. Não deve definhar
na segunda divisão.
JL
quinta-feira, 3 de dezembro de 2015
JOGOS DO BENFICA? OBVIAMENTE NO ESTÁDIO
Ainda é muito cedo para grandes
conclusões sobre o negócio Benfica /Nos. Nem embandeirar em arco, nem criticar
sem apelo, nem agrado. O anúncio é feito em grande: 400 milhões, mas depois vem
as letras pequeninas: contrato por 3 anos, podendo ser renovável até 10, com montantes
anuais progressivos. Assim, as explicações são muito necessárias, nomeadamente no
que diz respeito ao acesso ao canal Benfica.
A este propósito é importante recordar
dois aspetos fundamentais:
Primeiro, os objetivos iniciais do
canal do Benfica, que seriam a divulgação da atividade do clube, promover o benfiquismo,
defender os nossos ideais e especialmente alargar a marca nos PALOP, nas
comunidades portuguesas no mundo e em novos mercados.
Segundo, a forma como o Benfica é
tratado na Sport TV. Basta assistir a uns minutos de qualquer jogo da nossa
equipa transmitido pelo canal do Oliveira, seja ele nacional ou de uma
competição europeia, para verificarmos o elevado nível de antibenfiquismo que corre
naquela estação. E não me refiro apenas aos comentários, as imagens selecionadas,
as repetições, tudo tem um objetivo de ataque ao nosso clube. Esta foi a principal
razão para que a BTV assumisse as transmissões. Será que a isenção está assegurada
neste novo contrato ou vamos continuar a ser enxovalhados?
De qualquer forma, ontem já se perguntava:
“ onde vamos assistir aso jogos do Benfica?”
Resposta óbvia: No estádio,
claro.
JL
quarta-feira, 2 de dezembro de 2015
A ARTE DO CHOCALHO
O que foi tornado património mundial
foi arte do fabrico do chocalho, não o ato de chocalhar. Contudo, num país de rebanhos
e varas é este último que dá resultados. O som estridente do chocalho vence a
música do trabalho sério.
Olhando para as contas
trimestrais dos três grandes percebe-se agora o barulho insistente e contínuo
do trinca-bolotas. Tinha de ser assim, não podia ser de outra forma. Citando Primo
Levi, “compreender é justificar” e nada justifica os absurdos ataques que temos
sofrido. Devemos responder à barbárie com civilidade. O ponderado mas firme
comunicado de ontem pareceu-me um bom início de conversa. Todo cuidado é pouco,
se vamos deixa-los a chocalhar em direção ao abismo, não podemos ir agarrados a
eles. Ainda os salvamos, como já aconteceu no passado.
terça-feira, 1 de dezembro de 2015
SUN TZU AO JANTAR
Muito deve ser do agrado do nosso
treinador a citação de frases da Arte da Guerra. “A habilidade de alcançar a vitória mudando e adaptando-se de acordo
com o inimigo é chamada de genialidade.”
Até enfim que contra equipas que se aproximam
do nosso nível Rui Vitória resolveu preencher o meio-campo. Não digo que em
casa, contra volumosos autocarros, não seja fundamental ter vários homens com vocação
ofensiva em campo, mas quando se prevê que parte do jogo de desenvolva no meio-campo
que sentido faz partir a equipa? Um dos mitos mais imbecis do futebol é pensar
que quanto mais atacantes melhor.
O Benfica não esteve sempre bem, chegou
a estar encostado às cordas no início da segunda parte, teve dificuldades em
efetivar as possibilidades de contra-ataque que o Sporting de Braga
generosamente lhe proporcionou, mas acabou o jogo a controlar. Uma vitória
justa, importante e saborosa.
Da arbitragem mais do mesmo. Dualidade
de critérios, amarelos ridículos aos nossos, vista grossa a penalidades do
tamanho do Sameiro. Cheira a anos noventa que tresanda.
O Benfica pode ter iniciado aqui um
novo ciclo. Depois da bonança que foi o bicampeonato e da tempestade que tem sido
este início de época, podemos estar perante um novo despertar.
“Como a felicidade pode se
transformar na insatisfação, assim o desespero pode sumir no despertar de uma
nova primavera. Com cada dia pode nascer um outro entendimento de nosso estado
e dos nossos objetivos.” Outra vez o nosso Sun Tzu.
JL
PS: Um Benfica à Benfica não equipa
de preto, amarelo ou roxo, equipa de vermelho e branco ou de vermelho ou de branco.
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