25 de novembro é dia de luta contra a violência Posted: 24 Nov 2013 06:42 PM PST O ano de 2013 tem sido marcado pelo crescimento dos índices de violência cometida contra as mulheres em todos os principais estados do País, sobretudo contra as mulheres negras e pobres. É possível perceber que as notícias sobre o tema abriram novas frentes de discussão e, neste mês de novembro, quando se relembra, no dia 25, a luta internacional pelo enfrentamentoà violência contra a mulher, muito há o que fazer. São muitos os casos de assassinatos violentos, agressões, estupros, polêmicas na mídia sobre a disseminação do ideário machista e diversos embates em que entram concepções religiosas que se impõem sobre a vida das mulheres. Não houve avanços na política prometida pelo Governo Federal para construção de creches, importante instrumento para garantir condições de independência econômica das mulheres impedidas de trabalhar por não terem com quem deixar os filhos. Não houve aumento significativo do número de delegacias especializadas no combate à violência contra as mulheres nem de casas-abrigos. Prova disso é que segundo o Ministério da Justiça, até agosto de 2012,havia 475 Delegacias ou Postos Especializados de Atendimento à Mulher em funcionamento no país para um total de 5,5 mil municípios existentes no Brasil. Afinal, até onde vai a violência contra as mulheres? Até onde elas serão consideradas objetos culpados por sua própria situação de opressão? Que fazer para combater a cultura machista, violenta e sexista? Não se calar! Unir-se, organizar-se e lutar contra a violência e sua causa, um sistema que coloca o lucro acima de tudo e quer transformar a mulher em objeto sexual e mercadoria. O dia 25 de novembro é o Dia Internacional de Luta pela Eliminação da Violência contra a Mulher. Organize-se e participe na sua cidade! Movimento de Mulheres Olga Benário |
Che Guevara nas camisas do Madureira Posted: 24 Nov 2013 01:32 PM PST O Madureira Esporte Clube, tradicional equipe de futebol do Rio de Janeiro, lançou recentemente a camisa do seu time de Futebol de 7. A novidade fica por conta do homenageado, Che Guevara. O clube carioca resolveu celebrar os 50 anos da expedição que fez a CUBA, quando foram recepcionados na Ilha Socialista pelo então Ministro da Indústria, Che Guevara. Na ocasião, o Madureira fez 5 jogos e venceu todos. A camisa de jogo é grená com gola polo e possui a imagem do revolucionário argentino na parte frontal à direita. Já a camisa de goleiro representa a bandeira de Cuba e também traz a famosa imagem clicada pelo fotografo Alberto Korda. Ambas as camisas trazem a famosa frase de Che: "Hasta La Victoria Siempre". A repercussão da nova camisa foi tão grande que a equipe de marketing do clube já pensa em utilizá-la para a equipe profissional de futebol de campo, que ano que vem completará 100 anos de fundação. O sucesso de vendas superou as expectativas dos administradores do clube. No Brasil, os pedidos são feitos de praticamente todas as regiões. Fora dele, o interesse também é grande. De acordo com a assessoria do clube, cerca de mil pessoas que desejam adquirir a camisa estão na fila de espera. Entre elas, moradoras da Espanha, Colômbia, Venezuela, Rússia, Itália, Turquia, Estados Unidos, Canadá, Inglaterra, Chile e Argentina. O preço da camisa é R$ 80,00, podendo ser adquirida na loja oficial do clube, que fica na Arena Akxe, Barra da Tijuca, no Rio de Janeiro. Pela internet, os pedidos são feitos através do email loja@madureiraec.com.br |
Um reino chamado Muquém Posted: 24 Nov 2013 11:54 AM PST O espetáculo de dança afro "Remanescentes: Um reino chamado Muquém", aprovado no edital Prêmio Funarte Petrobras de Dança Klauss Vianna 2012 na categoria circulação e que tem como fonte de pesquisa a comunidade quilombola Muquém. Descendentes de reis, dos guerreiros e guerreiras que lutaram, resistiram e instituíram o maior símbolo de organização política desse país: o Quilombo dos Palmares. Nesse contexto, o espetáculo mistura ficção e realidade, criando uma nova e possível versão para a existência de Dandara e de tantas outras mulheres do Quilombo dos Palmares que se refugiaram em Muquém, onde viveram por muito tempo no anonimato, instituindo, assim, um reino sem rainha. É nesse enredo lúdico, cheio de lendas, crenças e mistérios que a montagem se inspira e concebe um espetáculo cuja proposta é despertar no público o interesse em se questionar: O que, de fato, seria uma ficção ou realidade? Quem são nossos antepassados? A que lugar eu pertenço? Por que Muquém existe e seu povo ainda vive? O espetáculo de dança Muquém é uma prova viva da força e profundidade da nossa cultura popular. Redação Alagoas |
Mulheres no ritmo dos chocalhos Posted: 24 Nov 2013 11:47 AM PST Resgatando, de forma criativa, a tradição da presença feminina nas rodas de samba carioca, um grupo de mulheres, ativistas do movimento popular e sindical, encontrou no toque do chocalho, sua entrada e permanência nesse espaço de hegemonia da presença masculina. Fazendo alusão ao instrumento de percussão referente à cauda da cobra cascavel, o grupo se autodenominou "As Cascavéis" e, todo segundo sábado de cada mês, lá estão elas com seus instrumentos, seus gingados cadenciados e suas vozes em coro, na roda de samba do Bloco Carnavalesco Samba Brilha. O evento acontece, há oito anos, no entorno da Cinelândia, palco dos principais acontecimentos políticos, no Centro do Rio de Janeiro, e sempre com uma motivação política de esquerda: o jornal A Verdade, representando a imprensa popular, já foi homenageado pelos sambistas e, está sempre presente nas rodas de sábado à tarde. O grupo de chocalheiras começou com as quatro mulheres mais atuantes: Andréa Figueira, Márcia Leite, Irany Pinto e Carlinha. Hoje, já são dez ritmistas femininas garantindo seu espaço. Com exceção do componente Roberto, que é o único homem cascavel, E esse número cresce a cada roda. Como diz Andréa Figueira: "nós percebemos que em vários momentos os companheiros eram convidados a tocarem na roda, e as mulheres ficavam um pouco destacadas. Então, surgiu a ideia de nos aglutinarmos com nossos chocalhos, até por ser um instrumento leve e fácil de tocar". Numa roda de samba que prima pela preservação da cultura popular, esse grupo de mulheres homenageia, também, as antigas cabrochas dos sambas cariocas, mas afirma sua condição de chocalheiras. Dessa maneira, chamam a atenção para a presença feminina no Samba Brilha. Os homens podem e devem participar. Mas, o toque especial fica por conta das cascavéis. Denise Maia, Rio de Janeiro |
Crise e guerra no mundo Posted: 24 Nov 2013 11:40 AM PST Desde 2008, passamos por uma profunda crise econômica que tem abalado todo o mundo. Em meio a toda essa crise, mais uma vez, podemos ver os Estados Unidos da América (EUA) preparar terreno para mais uma intervenção militar, agora na Síria, um país com grandes fontes de uma matéria-prima essencial para o capitalismo, o petróleo. Nos últimos 30 anos, o mundo já passou por diversas crises econômicas, e, por diversas vezes, as medidas que os países imperialistas tomam para poder sair dessas crises mais fortalecidos têm sido as mesmas: arroxo salarial imposto aos seus trabalhadores, injeção monetária para salvar bancos falidos, corte de gastos do Governo com áreas sociais e aumento dos gastos governamental no setor bélico. Desde o final dos anos 1970, a economia dos EUA se baseia em um modelo de crescimento econômico da corrente monetarista formulada por Friedman, resumindo-se em cinco pontos principais que mais se parecem com um pentagrama[1]: juros altos, inflação de demanda, desemprego, recessão e corte do investimento público. Formando, assim, um verdadeiro inferno para a classe trabalhadora. Observando a taxa de variação do PIB[2] dos EUA de 1975 a 2005, notam-se três ciclos[3] distintos: 1) 1975 a 1983; 2) 1984 a 1992; 3) 1993 a 2002; em 1983, há a maior recessão da série, de 1,93%. Os outros anos de recessão foram: 1976 (0,19%), 1981 (0,22%), 1991 (0,16%) e a maior taxa de crescimento se dá em 1985 (7,18%). Observando sua média, o ritmo de crescimento do PIB norte-americano parece estancar-se em 3,5 e 4% ao ano. O que reforça a tese de Karl Marx que o crescimento econômico no sistema capitalista se dá após crises de superprodução, não conseguindo ser contínuo. No primeiro ciclo encontramos os períodos da queda do sistema de Bretton Woods e a segunda crise do petróleo; já o segundo ciclo, coincide com o período da crise da dívida externa do terceiro mundo; e no terceiro ciclo temos o processo de abertura econômica especialmente nos países da América Latina, com a expansão do neoliberalismo. Estes ciclos marcam a mudança de depressão-crescimento-depressão dessa economia, comprovando a falência desse sistema, que sustenta seu crescimento em gastos militares e espoliação de economias subdesenvolvidas. Todos os governos que passaram por esses ciclos, democratas e republicanos, adotaram as mesmas medidas anticíclicas do modelo de Friedman. Porém, os gastos públicos foram reduzidos principalmente nos setores de saúde e seguridade social, enquanto o Governo aumentava cada vez mais seus gastos militares em longas campanhas como a guerra Irã-Iraque, na guerra do golfo, a invasão da ilha Granada em 1983, e já nos anos 2000 nas campanhas "contra o terrorismo". Para entendermos esse processo de crise econômica e de intervenção militar é necessário saber quais são as principais características do imperialismo. Segundo Lenin, quando o capitalismo atinge o imperialismo ocorre a formação de grandes excedentes de capitais nos países industrializados, capitais esses que precisam ser exportados, tornando a exportação de capitais mais importante que a exportação de mercadorias. Além disso, outra característica do imperialismo é a necessidade de as grandes potências de garantir mercados e fontes de matéria-prima e a luta (por meio de guerra) pela repartição territorial das esferas de influência e das áreas coloniais e semicoloniais. Para que possamos resolver o problema das crises econômicas, é necessário resolvermos o problema do que fazer com o excedente econômico, termos um Estado soberano que planifique a economia, garantindo que mais recursos serão destinados a saúde, educação e geração de empregos dignos e por fim nesse sistema anárquico de produção capitalista, que se sustenta com a miséria dos trabalhadores, gerando guerras e crises. Para tanto, é necessário a união da classe trabalhadora de todos os países para que possam enfrentar os ataques do imperialismo. Emanuel Lucas de Barros, Maceió Referências Conferência Internacional de Partidos e Organizações Marxista-Leninistas (2013). A Situação Internacional. documentos 5º congresso PCR. Sandroni, P. (1994). Novo Dicionário de Econmia.São Paulo: best seller. Schincariol, V. E. (2009). Ensaios sobre a economia dos Estados Unidos. São Paulo: LCTE editora. Souza, L. E. (2009). A economia dos EUA, 1981-2005: uma visão agregada. São Paulo: LCTE editora. [1] Chamado por Luiz Eduardo Simões de Souza de pentagrama de Friedman em seu livro "A economia dos EUA 1981-2005 Uma visão agregada" ed. LCTE. [2] PIB: Produto Interno Bruto, soma das riquezas produzidas no país. [3] Ciclo Econômico: Flutuação periódica e alternada de expansão e contração de toda atividade econômica de um país ou de um conjunto de países. |
Privatização dos presídios avança no Brasil Posted: 24 Nov 2013 10:57 AM PST Por meio de uma parceria público-privada, o Governo do Estado de São Paulo (Geraldo Alckmin/ PSDB), está preparando edital para disponibilizar terrenos para a construção de unidades prisionais que serão administradas por empresas privadas. Inicialmente, o Governo pretende abrir 3,3 mil vagas para regime semiaberto e 7,2 mil vagas para regime fechado. A parceria consiste no seguinte: as empresas constroem, administram e fiscalizam, e o Estado paga. Ou seja: mais um negócio que vai beneficiar o interesse privado à custa dos cofres públicos. Mas esta não é a única experiência de privatização. Este ano foi inaugurado o Centro de Detenção de Ribeirão das Neves, na Região Metropolitana de Belo Horizonte, pelo governo de Antônio Anastasia (PSDB). Outros estados brasileiros também têm adotado esta política. O Estado do Paraná, por exemplo, chegou a ter seis unidades terceirizadas. A penitenciária de Guarapuava, inaugurada em 1999, a 300 km de Curitiba, era elogiada por oferecer trabalho, estudo, assistência jurídica e médica aos detentos. Em seguida, contrataram uma empresa de segurança terceirizada. Substituíram os carcereiros, que têm – ou deveria ter – um papel de ressocialização, por seguranças privados. O gasto público ficou muito superior e o sistema já não cumpria seu papel social. No início de 2006, o Estado do Paraná retoma a administração das unidades prisionais. Em 2013, o Cearátambém reassumiu três penitenciárias que haviam sido terceirizadas. A privatização é muito defendida pelos capitalistas, pois é uma forma de obter um lucro altíssimo à custa do investimento público. Mas, nesse caso, há um agravante, pois é dever do Estado não só fazer as leis, mas também aplicá-las. Privatizar os presídios é transformar o poder da Polícia do Estado em mercadoria, aumentando, assim a corrupção policial e judiciária. Temos visto que a Polícia do Estado não defende os interesses da população, e sim de alguns poucos. Porém, esta privatização significa que estes alguns poucos tomarão de vez em suas mãos esta tarefa. O objetivo do encarceramento, hoje, é tentar "ressocializar e educar o encarcerado", fazendo com que ele estude e trabalhe no período em que fica recluso. Porém, a realidade de quem vive na cadeia é bem diferente. As cadeias são superlotadas, a alimentação é de péssima qualidade e não há condições mínimas de higiene. O Estado deve, portanto, prestar um serviço de qualidade e que cumpra seu dever social e não fazer um contrato no qual o alvo é o encarcerado, para uma empresa ter lucro. A farsa do sistema prisional norte-americano Na lógica de um presídio privado, quanto mais tempo uma pessoa ficar detida, mais dinheiro a empresa consegue sugar do Estado. E quanto mais gente presa, mais lucro e mão de obra barata ela terá. Nos EUA a população carcerária passa de dois milhões e um a cada 37 americanos já foi preso. De cada quatro cidadãos negros, um está encarcerado. Este é o melhor exemplo de sistema criminalizador e racista que pune os pobres por ser pobres. E é justamente este sistema que é tido por muitos como referência, mesmo sendo acusado de usar trabalho semiescravo dos detentos, que recebem US$ 0,28/hora enquanto o salário mínimo é de US$ 5,00/hora. Ao mesmo tempo, ocorre que, no Texas, por exemplo, um preso que, em 1980, custava para o Governo US$ 13/dia, hoje custa US$ 45/dia. Por um sistema de inclusão eficiente e contra a militarização da Polícia Todas as privatizações têm, até agora, se mostrado ineficientes, pois seu único objetivo é satisfazer a ganância da burguesia. O Estado, no lugar de cumprir o seu papel, investindo em educação pública de qualidade, cultura, saúde e gerar emprego descente para a juventude, opta por uma política fascista de militarizar a Polícia, aumentando a repressão, principalmente à juventude negra, movimentos sociais e todo aquele que é contrário ao sistema. Com os usuários de drogas e moradores de rua o tratamento é semelhante ao da Ditadura Militar fascista. Até armas de choque elétrico são permitidas. Com os movimentos organizados e moradores das periferias não é diferente: acontecem despejos truculentos em defesa do capital privado, e a última novidade é chamar o Exército para garantir a privatização do nosso petróleo. Como vemos, a luta pelos direitos humanos deve estar na nossa pauta, pois, nem o sistema capitalista nem o Estado, que é controlado pelos capitalistas, estão preocupados com a vida de nenhum ser humano. Thainá Siudá, militante do MLB-SP |
Por que as pessoas se suicidam? Posted: 24 Nov 2013 10:52 AM PST Nossa sociedade está doente. Afirmamos isso com plena convicção. E quando falamos de doença não nos referimos "apenas" às patologias fisiológicas, falamos, sobretudo, do adoecimento psicológico e emocional que vivemos. E sabemos o que causou demasiado desajuste nas pessoas e nas suas relações: o sistema capitalista. Pode parecer que não, aos nossos olhos, pensamos que a sociedade está desse jeito porque as pessoas simplesmente foram sempre assim, mas, se lançarmos um olhar mais profundo sobre essa problemática, vamos compreender o porquê de estarmos tristes, deprimidos e insatisfeitos a todo o momento. O homem da atualidade está sofrendo pela porosidade de sua alma, de sua existência. O seu ser está sufocado pelo ter. Em nossa cultura ocidental prevalece a estética sobre a ética, há um culto à forma, à beleza, ao poder. Vivemos a ditadura do seja sempre melhor, seja excelente, mesmo que, para que isso ocorra, você precise pisar, esmagar, ser cruel e danoso com outro semelhante. O modelo político social vigente nas sociedades são os grandes causadores desse problema. O capitalismo potencializa o sofrimento humano. O psicanalista Charles Melman tem a seguinte premissa: "A relação com o outro se sustenta em uma concorrência agressiva, autorizando os golpes ao estado de violência atual: homens devorando homens". É isso que o capitalismo promove: antropofagia (comer carne humana) simbólica e real. O capitalismo, na sua ótica mercadológica, transforma tudo em mercadoria, como já dizia Marx, onde o que importa é ter, e, nessa lógica, tudo é comprável, inclusive o carinho, o afeto, a amizade de outras pessoas. O ser fica de lado, não importando quem você é, mas sim o que você tem. E nessa desvalorização do ser e na valorização do ter, a maioria das pessoas que não podem ter ficam nessa angústia de viver em uma sociedade na qual o que é valorizado elas não possuem. Várias são asfalsas saídas a esse modelo político-econômico, muitas delas trágicas para aqueles que estão na base desse sistema. O suicídio é infelizmente uma delas. O suicídio é um problema social e de saúde pública que tira a vida de um milhão de pessoas por ano, é uma vida a cada 40 segundos, em todo o mundo, segundo dados da Organização Mundial da Saúde (OMS). Um dado interessante é que a terceira causa de morte entre os homens jovens de 15 a 44 anos de países desenvolvidos e em desenvolvimento é o suicídio.É o que mata 26 brasileiros por dia, um número surpreendente e que nos leva a pensar porque isso ocorre. Essa taxa não é alta só no Brasil, mas em vários países do mundo e, com o passar dos anos, só tem aumentado. Uma lista¹ dos 10 países que apresentam os maiores índices de suicídio do mundo aponta em primeiro lugar a Coreia do Sul, com 31,7 pessoas a cada cem mil habitantes, em segundo lugar, a Lituânia, com 31,6, e em terceiro a Guiana, com 26,4. A China está em sexto, com um índice de 22,23, o Japão, que é uma das maiores economias do mundo, está em sétimo lugar, com 21,9. O Brasil não aparece entre os dez, mas tem um índice elevadíssimo como vimos acima. O modo de produção capitalista não proporciona as mínimas condições para a maioria da população do mundo e também do Brasil viverem. A maioria das pessoas não tem direito a moradia, a um trabalho digno e que traga satisfação e felicidade, a uma educação de qualidade, a saúde, a lazer, enfim, tantas coisas que deveriam estar presentes na vida das pessoas, mas não estão. É por essas carências que muitas pessoas desistem de viver. Sabemos que quando uma pessoa se suicida ela não quer acabar com sua vida, ela quer acabar com aquilo que lhe faz sofrer. O que faz uma pessoa sofrer no Brasil? Educação precária, saúde pública em estado deteriorado, pessoas que passam fome, patrões tirânicos, insatisfação e tristeza no trabalho, essas e muitas outras são a causa do sofrimento da classe trabalhadora brasileira. Por esses e outros sofrimentos que o capitalismo causa nas pessoas, precisamos nos organizar e lutar para acabar com esse sistema caduco que não nos serve mais e colocar no seu lugar o socialismo, que vai nos proporcionar uma vida mais digna na medida em que prioriza o ser humano e suas necessidades, acabando com a exploração do homem pelo homem e mudando os valores egoístas que hoje em dia são pregados nessa sociedade em que vivemos. Emanuela Nascimento e Tainan Amaral, estudantes de psicologia e militantes do MLC ¹Fonte: http://top10mais.org/top-10-paises-com-maiores-indices-de-suicidio-no-mundo/#ixzz2if3AeGPu |
Melhorar as cidades só é possível lutando pela reforma urbana Posted: 24 Nov 2013 10:31 AM PST O déficit habitacional brasileiro é de cerca de 5,4 milhões de moradias, de acordo com o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), estando as capitais São Paulo, Rio de Janeiro, Brasília e Salvador, respectivamente no topo do ranking. A pesquisa leva em conta quatro indicadores: moradias precárias, onde três pessoas ou mais dividem o mesmo cômodo, moradias cujo valor do aluguel ultrapassa 30% da renda familiar e coabitação, nas quais mais de uma família moram temporariamente na mesma casa. Este déficit é majoritariamente urbano, representando 81% do total. As famílias que recebem até três salários mínimos representam mais de 70% deste déficit. Pará e Maranhão são os primeiros quando olhamos apenas para o número de moradias precárias. Já em relação ao quesito aluguel, São Paulo permanece o primeiro, seguido do Rio de Janeiro, Minas Gerais e Bahia. O adensamento excessivo, que ocorre quando mais de uma família mora na mesma casa, também ganha em São Paulo em numero três vezes maior que o segundo colocado, Rio de Janeiro. Cabe lembrar que a pesquisa não leva em conta toda a população que vive de aluguel, mas apenas aqueles cujo valor do aluguel ultrapassa os 30% da renda familiar, ultrapassando dois milhões de famílias vivendo nessa condição. O Estado de São Paulo tem um déficit de mais de 1,3 milhão de moradias. São milhares de trabalhadores e trabalhadoras que moram precariamente. Comprar um imóvel está fora de cogitação. A maioria dessas famílias recebe até três salários mínimos, e em São Paulo o preço do solo aumentou 153% entre 2009 e 2012. No Rio, o aumento foi de 184%. Com esse aumento, os trabalhadores e a população mais pobre acabam tendo que ir morar cada vez mais longe dos centros. Por outro lado, e como parte do mesmo problema, na capital de São Paulo, segundo um levantamento realizado pelo do ImovelBid, existem cerca de 20 mil imóveis novos parados. Segundo o IBGE (2010) a região metropolitana de São Paulo tem mais de 61 mil imóveis vazios e 290 mil na capital. No entanto, segundo os movimentos de moradia da capital, esse número ultrapassa 400 mil. De um lado, temos milhares de trabalhadores e trabalhadoras sem casa, sofrendo com o alto custo do aluguel, morando de favor, dividindo um ou dois cômodos entre várias famílias. Do outro, temos os especuladores imobiliários, com centenas de prédios, casas e terrenos vazios e os empresários da construção civil. Para se ter uma ideia, o setor que mais tem crescido em São Paulo é o das empresas da construção civil. São estas as empresas campeãs em doações nas campanhas eleitorais. Nas eleições municipais de São Paulo em 2012, elas foram responsáveis por mais de 57% das doações feitas somente aos diretórios nacionais de partidos que elegeram os vereadores da cidade, segundo pesquisa realizada pela agência Repórter Brasil. Conforme apontam o Estatuto da Cidade e a Constituição, os imóveis urbanos devem cumprir sua função social e ao não cumprir podem ser desapropriados. Os números mostram que o problema, portanto, não é a falta de moradia, mas de concentração destas em algumas mãos, disponíveis apenas para a especulação. As cidades têm sido mais e mais privatizadas e elitizadas e quem não pode pagar pelo alto preço de nelas viver, que se mude. Em busca do crescimento das cidades, incendeiam-se favelas, matam-se jovens, internam-se e prendem-se usuários de crack, realizam-se despejos e fecham-se cortiços. O Programa Minha Casa, Minha Vida não tem resolvido o problema. Enquanto, construtoras e empresas receberam incentivos fiscais e crédito do Governo Federal, podendo aumentar consideravelmente seus lucros, somente uma parcela da população pobre tem sido atendida com moradias em regiões distantes, mal localizadas e sem infraestrutura adequada. O problema da moradia no Brasil não é a falta de terrenos. Também não é a falta de moradias já prontas, muito menos falta de dinheiro, já que para financiar a Copa do Mundo o governo gasta uma fortuna de mais de R$ 86 bilhões. O fato é que os interesses dos ricos, dos empresários da construção civil, dos especuladores e dos donos de terras são inconciliáveis com os interesses de milhares e milhares de trabalhadores sem teto. Não há como atender um sem mexer no interesse do outro. E até agora, os governos não têm atendidos a outros interesses que não os dos ricos. Por isso, o problema da moradia não será resolvido sem uma profunda reforma urbana e uma mudança profunda no sistema econômico. Carolina Vigliar, Diadema |
Jornada do MST luta por Reforma Agrária Posted: 24 Nov 2013 08:17 AM PST No dia 14 de outubro, foi deflagrada a Jornada Nacional Unitária de Lutas Pela Reforma Agrária e a Soberania Alimentar. A jornada, que teve a duração de uma semana, foi organizada pela Via Campesina, articulação internacional que, no Brasil, reúne o Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), a Comissão Pastoral da Terra (CPT), o Movimento dos Atingidos por Barragens (MAB), o Movimento de Pequenos Agricultores (MPA) e o Movimento dos Quilombolas. Em 20 estados foram realizadas marchas, fechamento de rodovias, ocupações de prédios públicos, refinarias, portos, etc., denunciando que a Reforma Agrária está completamente paralisada no Brasil. O movimento reivindica o assentamento das mais de 160 mil famílias acampadas no País. Na Paraíba, pode-se dizer que a jornada começou antes e se prolongou até o dia 24. É que no dia 05 de outubro, após várias ameaças durante a semana, três policiais militares entraram armados no Acampamento Wanderley Caixe, localizado às margens da BR-101, na cidade de Caaporã (divisa entre Paraíba e Pernambuco), buscando as lideranças locais sem qualquer mandato judicial. Foram, então, rendidos pelos trabalhadores sem terra e só liberados com a presença da Polícia Rodoviária Federal. No dia 14, já com este clima de tensão, mais de 2.500 pessoas saíram em marcha do Acampamento em direção a João Pessoa, Capital do Estado. Após dois dias de marcha, percorrendo 70 km para chegar ao objetivo, os camponeses se dirigiram a sede do Incra, onde montaram acampamento. A jornada produziu uma agenda de mobilizações diárias em João Pessoa, como ocupação de bancos e fechamento de vias públicas, gerando grande repercussão na cidade e no Estado. O movimento cobrava, além das reivindicações da pauta nacional, o cumprimento de promessas feitas pelo governador Ricardo Coutinho (PSB) para acelerar a Reforma Agrária na Paraíba. Uma audiência agendada para o dia 17 com o governador foi frustrada, pois o mesmo exigiu a formação de uma comissão de apenas quatro pessoas para serem recebidas. Exigência que foi rejeitada pelo movimento, gerando assim um impasse que só foi resolvido uma semana depois. Sem a audiência com o Governo, 2.500 pessoas que se encontravam na sede do Incra decidiram ocupar o Centro Administrativo do Estado no dia 21. Após o êxito da ocupação, a Polícia Militar logo cercou o complexo administrativo, cortando a energia e impedindo a entrada de água e alimentos aos manifestantes. Balas de borracha e spray de pimenta foram utilizados pela PM contra os manifestantes, causando pânico aos funcionários do Estado que se encontravam no local. A PM, no entanto, não conseguiu intimidar o movimento, que, embora estivesse, com um saldo de seis pessoas feridas pelas balas de borracha, conseguiu construir rapidamente uma rede de solidariedade formada por sindicatos, organizações juvenis, parlamentares e movimentos ligados aos direitos humanos, que se fizeram presentes no local, impedindo a continuação dos abusos praticados pela ação policial. A imprensa, porém, comprometida com os interesses do Governo e dos latifundiários, repercutiu a ocupação como um ato de vandalismo, onde os funcionários presentes foram tomados como reféns pelos manifestantes. Após horas de tensão, numa reunião com secretários de Estado, ficou firmada uma nova audiência com o governador, sem a restrição do número de componentes da comissão, a se realizar três dias depois para dar fim ao impasse criado. Um clima de terror foi explorado pelo Governo nos dias seguintes, afirmando, pelos meios de comunicação, haver a possibilidade de novas ocupações em prédios públicos, justificando, o forte aparato policial deslocado para a frente de alguns prédios públicos e da residência oficial do governador. No dia marcado, uma nova marcha pela cidade foi realizada pelo movimento em direção ao Palácio do Governo, onde uma comissão de 15 pessoas foi recebida. Antes, porém, a mesma Polícia das balas de borracha entregou rosas brancas aos manifestantes, que, representados pela comissão, responderam ao governador em audiência: "Não queremos rosas, queremos terra". A audiência terminou após compromisso do governador em acatar os 20 pontos da pauta apresentada pelo movimento. A luta, porém, continuará para que os compromissos firmados sejam efetivados. A todos ficou o aprendizado da luta política contra o poder do Estado, que, por meio da Polícia, dos meios de comunicação e de seu alto escalão de secretários, tentou a todo custo criminalizar o movimento social. Emerson Lira, João Pessoa |