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segunda-feira, 7 de julho de 2008

Por que é que os Sinais exteriores de riqueza não têm controlo automático ou outro pelo Fisco?



É sempre com algum asco que leio este tipo de notícia, chateiam-me profundamente. Se parece haver forma de cruzar dados de uma forma fácil entre o que se declara e o que se tem, então dever-se-ia fazê-lo, nem que se constituísse uma brigada de voluntários fiscais que ganhassem à percentagem… Eu era logo candidato… Adoraria começar pelos deputados e outros cargos engraçados deste país, mas é necessário não nos distrairmos. Como moro em Cascais, nem teria necessidade de me deslocar para o emprego, bastava ir à bomba de gasolina mais próxima e abordar quem estivesse a abastecer um carro superior a 10 000 contos, desculpem lá mas essa coisa dos euros nunca me caiu bem, e dizer-lhe: - Olá, pertenço ao GVFCP (Grupo de Voluntários Ficais Contra a Parasitagem) e queria falar consigo. Que bela máquina o senhor aí tem, vamos lá mostrar-me o que tem em seu nome e o que declara às finanças… Rapidamente se concluiria que o indivíduo ou roubava nas horas vagas ou fugia ao fisco, depois ia à Marina ver os barcos, onde quase nenhum custa menos de 5000 contos, e faria o mesmo, seguindo, para terminar o dia, para o registo predial falar com quem estivesse a registar um imóvel, por aqui há T1s em que 50 000 contos só se for para a entrada… E tinha o dia feito, eu e as finanças…
Porém, sejamos sérios… Não devíamos ficar por aqui, em muitos casos iríamos verificar que o barco de 9 metros, bem como o seu lugar na marina, pertenciam a uma empresa de construção civil… Era a vez de o senhor proprietário explicar para que servia a uma empresa desse tipo a embarcação… para levar ao trabalho os calceteiros marítimos? Ou para ir betonar as ondas ao largo de Cascais? Bom, claro que as explicações não serviam, não é? Depois íamos aos carrinhos… quantos estão em nome da empresa? 6? Mas a empresa nem tem tantos funcionários… e as casinhas, são para servir de armazém? Bom, mas se há o usufruto de tudo isso esse usufruto deve ser tributado como rendimento, não é? O senhor aufere além do ordenado mínimo o usufruto de coisas que são da empresa mas que quem as utiliza é V. Exª, Não é? Bom…então toca a pagar, aliás como tudo o resto que é debitado como custos na contabilidade e que não se consegue explicar, duas empregadas de limpeza a serem pagas por uma empresa que tem um escritório minúsculo? Não pode ser, atrapalham-se… Ajudam a sua mulher nas limpezas lá da casinha? Mas no contracto de trabalho diz que o local é ali e não acolá, logo meu amigo também não serve.
Que belo Portugal teríamos… ao fim de um ano dávamos mais lucro do que a Galp e a Brisa juntas, tornar-nos-íamos o país modelo da Europa e do Mundo. Porquê que isto não se faz? É simples, porque os que mandam é que seriam os lesados e esses têm sempre muito cuidado quando se trata de legislar algo que se possa virar contra eles. É este o problema nacional, não é mais nenhum: uns pagam o que têm e não têm, são sangrados até quase à morte e, os outros, riem de gozo porque têm esquemas para tudo e não pagam nada. Esta é a verdade toda a gente sabe, mas não tem acesso ao poder para inverter a situação, como dizia em “Governo exige mais dividendos às empresas públicas,”quem detivesse o poder e viesse com ideias destas ficaria logo sem ele…


Neste blogue praticam-se a Liberdade e o Direito de Expressão próprios das Sociedades Avançadas




quarta-feira, 2 de julho de 2008

Tretas



Parece-me evidente que as empresas cujos dividendos revertam a favor do Estado deveriam entregar-lhe a totalidade dos referidos dividendos, obviamente, a menos que estes fossem devidamente justificados como necessários à sustentabilidade ou viabilidade dos mesmos. Isto é, compreendo que parte dos lucros da CGD ou outras empresas tenham que ser reinvestidos, até porque, a não ser assim, são devorados pelo poço sem fundo do Estado. Contudo, antes de mais ou cada vez mais, o que se deveria fazer era uma verdadeira auditoria aos cargos e mordomias que existem nessas empresas, uma limpeza aos chulos que por lá pululam e às despesas com carros, motoristas, jantaradas e coisas que tais. Com esta limpeza garanto-vos que o sempre inidentificável Estado veria aumentado em muitos milhões de euros mensais as suas receitas. O problema é que ninguém com poder quer fazer isso e por dois motivos: o primeiro é que o lobby dos tachos é tão forte, que quem o tentasse fazer ficaria logo sem o dito poder e, segundo, é que, bem vistas as coisas, eles a família e os amigalhaços acabam, também, por ir também comer à gamela. Estes são os verdadeiros problemas e os grandes dividendos das empresas do Estado que dão para tudo...
Isto é que o amigo Louça devia estudar e denunciar, em vez de andar a perder tempo com as pastas dos dentes...


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