Ainda me iludo, pois é, pode rir de mim, ainda me encanto, ainda acredito no amor, isso é tão imbecil assim?ainda fico na janela olhando ele passar, ainda sonho com o nosso futuro, faço planos, e com isso sofro e muito.Ainda choro de raiva, raiva de mim e do conto de fadas ao avesso que faço da minha vida entediante. Ainda escrevo, não para ele, porém escrevo,pensando em quem vai ler e sentir na espinha tudo o que sinto ao escorregar as palavras pelas minhas mãos,ainda penso que pelo menos um pessoa leia e venha aqui, bem perto e diga que ainda acredita no amor, mesmo que seja apenas nós dois que ainda acredita nessa estupidez.
Retiro todas as armaduras, toda minha capacidade de ser insuportável, retiro minha marra, minhas ironias, jogo tudo no chão, como jogo esses meus olhos chorões sobre os seus surpresos, retiro tudo que está aqui, impregnado, escondido, tudo que estava enclausurado, pelo fato de eu não querer admitir que exista amor, mas seria ignorância minha se disser que não existe, pois ele mora aqui dentro desse peito que sangra de tanta carência e remorso de ter desistido, maltratado, chutado, aqueles que me exigiram ele,o meu amor.
Hoje te escrevo, não sei quem está aí lendo, mas escrevo para ti, que venha, bata na minha porta, fique envergonhado, gagueje, boceje, fale coisas sem sentido, trema as pernas, faça serenatas tocando Caetano e principalmente me ame, quem estiver aí, me ame, porque acredito nessa estupidez e sei que alguém além de mim também acredita.