quarta-feira, 31 de dezembro de 2008

11

"RUA DA MINHA INFÂNCIA"


Quando passo por aqui
Saudade bate aqui dentro
Momentos felizes que viví
Imagens perdidas pelo tempo

Andando por esta rua
que tantas lembranças me traz
Antes gritos de crianças
Agora o silêncio se faz.

Dos gritos só restou o silêncio
As casas já não são mais iguais
A casinha onde cresci
Já nem exisite mais

Como num filme em preto e branco
Vejo minha vida passar
Roteiro de uma infância feliz
Melhor que um filme de Godard

Ainda ouço as risadas
Naquelas tardes de verão
Banhos gelados de chuva
Aquecendo o coração

Ah, meu Deus. Que tempo bom!

Serena.

segunda-feira, 22 de dezembro de 2008

23

"FELICIDADE"

(Foto cedida pelo meu querido amigo Tossan)

Felicidade pra mim está em tudo que sinto
Está também no tudo que vejo
Na simplicidade da vida
Ou na complexidade do beijo

Em formas imaginárias
Desenhadas em nuvens de algodão
Imagens criadas por nós
Em preguiçosas tardes de verão

Está também no cheirinho da pipoca...
Ou na algazarra dos pardais
Que ao cair da tarde
Fazem alvoroço em nossos quintais

Felicidade no sorriso da criança
Na bolinha de sabão,
E até na chuva que cai de repente
Lavando a alma e o coração.

Num abraço apertado
No grito da torcida
Empurrãozinho no fusca enguiçado...
e na sinceridade da palavra amiga.

Felicidade pra mim é tudo
Felicidade pra mim é o instante
Felicidade é um olhar mudo
Estampado em teu semblante.

Serena.



sexta-feira, 19 de dezembro de 2008

7

"ALMA VAZIA"


Hoje amanheci com aperto no peito

Saudade, solidão, sei lá o quê

Resolvi sair...pegar um ar

Olhar sombrio, coração à sofrer


Vejo crianças correndo,

Pessoas felizes demais.

Felicidade hoje me agride

Tristeza hoje é meu cais.


Triste sou sem motivo

Minha companheira é a dor

Talvez seja a encarnação

De um poeta triste

Ou de alguém que nunca amou.


A felicidade zomba dos meus ais

E tudo que faço não tem graça

Por quê sou assim ?

Fico comigo à cismar,

Felicidade não existe pra mim,

Ou talvez tenha só que te encontrar?


Serena.



5

"A OUTRA"


Acordei com tristeza no olhar

Só...sem você em meu leito

Chuva fina caindo lá fora

Aqui dentro esta dor no meu peito


Quando você comigo está

Faço festa, sou criança

Alegria me invade,

Fantasio esperança


Somos amantes perfeitos

Chama arde a mesma paixão

Juras de amor eterno

Me inflama o coração.


Mas logo a noite vem

E com ela a solidão

Vejo você apressado

Saindo batendo o portão.


Ser a outra dói demais

Tenho só pequenas porções

Madrugada longa e vazia

De você só restou recordações.


Serena.

quinta-feira, 18 de dezembro de 2008

1

"ANDARILHA"


Sou a triste borboleta
passageira da agonia
bato as asas contra o vento
bailando em noite fria.

Meu destino nem eu sei
Minh'alma é de ninguém
Vagando mundo a fora
Da tristeza sou refém

Feito folha no outono
Deixo o vento me levar
Triste e louca bailarina
Nua bailando ao luar

Pobre andarilha sem carinho
Perdida na inquietude do querer
Pés calejados...alma sozinha
Peregrina do amor querendo ser.

Serena


sexta-feira, 12 de dezembro de 2008

15

"PAZ"


Sou prisioneira deste mundo
Perdida entre sons e fumaça
Meu sonho coitado, não tem cor
Se perdeu entre o caos e a desgraça

Vejo homem matando homem
Amores não existem mais
As ilusões se confundem e somem
Realidade se faz dura demais

Quero fugir...evaporar...sumir
Por favor não aguento desamor
O mundo que sempre pedi
É feito de alegria e cor

Dizem que poeta vive em outro mundo
E eu lhes pergunto - O que tem de mais?
Melhor viver no mundo da lua
Lá com certeza encontro a paz!

Serena



quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

6

"ANDORINHAS"


Se um dia te lembrares de mim
Não te demores...vem me ver,
Traz nas mãos o perfume de jasmim
Que plantaste e esqueceste de colher.

Esqueceste também do meu amor
E de todas as nossas alegrias
Hoje sou verão sem calor
vagando por ruas vazias.

Mas se ainda assim...
Te lembrares do amor que me tinhas
Vem depressa...vem pra mim
Sou verão à espera de andorinhas!

Serena

quinta-feira, 4 de dezembro de 2008

13

"VOCÊ"


O que faço pra te arrancar
das entranhas...
Se tudo que quero é você?

Como faço pra ir embora...
Se o que mais quero
É ficar com você?

Esse amor que me vira pelo avesso
Que arruina minha vida
E que sempre me arrasta até você.

Amor que me faz mal
Me deixa louca
Na vontade de você!

Teima em não sair
Este espaço vazio
Que me consome

Choro, grito, berro e clamo
Esta parte que me falta...
E esta parte é você!

Serena.


quarta-feira, 3 de dezembro de 2008

4

"SELO SIMPÁTICO PRO SUSSURROS"


O Selo Blog Simpático foi oferecido pelo amigo Gilbamar do Blog Gilbamar poesias e crônicas. “Este selo tem como objetivo premiar blogs que considerem simpáticos, ou seja, agradáveis, graciosos e interessantes.”(Ricardo N.)Regras deste selo criadas pelo autor:1. Devem repassar este selo a, pelo menos, cinco blogs que considerem simpáticos;2. Quando repassarem o selo devem incluir no texto um link (referência) para o post original;3. Devem continuar a visitar o «Golfinho Alegre» com freqüência. Repasso este selo para os seguintes blogs amigos:

Guerreiro do Blog Sexo com Amor
Gato Guga do Blog My Blog
Nilson Barcelli do Blog Nimbypolis
Edinho do Blog O Velho
O Profeta do Blog O Profeta
O Blog Maguillasan Blogs
Semírames do Blog Vamos Blogar?

Dou este selo com muito carinho à todos, estejam a vontade para aceitá-los
ou não e pegarem quando quiserem ok?
Beijos da amiga serena.




segunda-feira, 1 de dezembro de 2008

3

"MARCAS DA VERGONHA"


Hoje amanheci calada...
Alma sofrida, calejada
Vergonha do espelho...
Humilhada.

As marcas que ficam
não somem jamais
São marcas medonhas
Deixadas por um animal.

Me sinto fraca, sem saída,
Quero fugir, mas tenho medo
Sumir pelo mundo afora
Sem rumo...em segredo.

Se fico talvez eu morra,
Se vou levo comigo a esperança,
Se fico talvez eu mate
Aquele que todo dia me espanca!

Serena.

A Justiça brasileira sempre tratou a violência doméstica
como uma questão de família.
"Até hoje, o fato de um homem quebrar a mandíbula de sua mulher
não é visto como crime,
mas como um fato da vida privada e familiar".
"Violência é crime e é responsabilidade do Estado".
Mais de 90% dos casos de violência contra a mulher são arquivados.



2

"AIDS"


Festas e luzes,
Amores sem fim...
Cada noite um rosto
Diversão era tudo pra mim!

Numa noite tresloucada
Um encontro se deu
Tive o beijo da morte
E meu encanto morreu.

Sonhos não mais os tenho
Por companheiro apenas o pranto
As luzes se apagaram
Vislumbro seu negro manto.

Ela caminha junto à mim
Me segue por onde vou
Me beija com seus lábios frios
À ela me entrego e com ela estou!

Serena.

Este poema dedico à meu tio,
que era soro positivo.

Fui testemunha de uma luta cruel e desumana...
De um lado, a vontade de viver...

Do outro a doença minando aos
poucos sua resistência.
Infelizmente mais uma vez

nesta luta a AIDS saiu vitoriosa!



 
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