Minha maior angústia sempre foi as relações de amizade. Eu questionava muito o que era ser amigo. O valor real da amizade. As rupturas. Os encontros e desencontros. O assunto sempre me inquietou muito. Já rompi com uma grande amiga (hoje tá tudo bem, obrigada!) que doeu igual ou até mais que com namorado. São relações intensas. De muita intimidade e cumplicidade. Que na minha opinião, não foram feitas para serem rompidas. Afinal de contas, amigos a gente tem para somar! Multiplicar! A vida não nos cobra monogamia entre amigos. Então porque subtrair?
Eu nunca entendi isso…
Mas com o tempo (e com a maturidade) fui dramatizando menos. Aceitando mais. E tocando a vida com quem faz questão de estar por perto. E com quem eu tenho vontade de compartilhar e repartir a vida.
Tem gente que tem a manha de roubar sorriso fácil… Que sabe exatamente como lidar com você. Eu não sou uma pessoa fácil, confesso. Mas uma vez que aprende a lidar comigo sou facinha, facinha de acompanhar. Adoro caminhar junto! Sou louca por uma boa história. Bom contar comigo para tagarelar mas também sei ouvir.
E quero mais é leveza para minha vida… Quero rir junto. Mergulhar no mar junto. Sair para dançar junto. É o riso solto que me interessa! É ficar um ano inteiro longe e quando encontrar parecer que foi ontem. É não ter cobrança. Sem esforço mas com muito assunto. E se tem silêncio, tem nada não, seu moço, porque silêncio não nos incomoda. Eu tiro um cochilo daqui, ela se perde no celular dali e jajá a gente gargalha de novo sobre um ou outro assunto qualquer.
É que tem gente que tá aí para viver. Sei que tem gente que veio para observar e falar da vida dos outros que tão vivendo. Cada um, cada um. Não tô aqui para julgar ninguém. Meu negócio é viver, mesmo. A vida me interessa DEMAIS. E as pessoas que tão jogadas nela de coração aberto e cheias de vontade também. Então é por aí que faço minha peneira. E quando vacilo, a vida mesmo faz por mim!
E no final das contas acho que a gente tem mesmo é que confiar na roda da vida. No tempo. Nos clichês todos que tão aí para acalmar nosso coração… “Só o tempo”, “o que tiver que ser será”, “o que é seu tá guardado” e blablabla…
Daí é tentar resolver quando o outro tiver de fato disponível. Se é importante para você, tem que tentar resolver. Procurar, propor conversar. Agora se o outro não quiser… Nem adianta tentar! Se um não quer, dois não resolvem nem aqui, nem na China.
Se a chavinha da frequência tá desligada, esquece! E se o outro ficou para sempre offline com você, também deixa ele ir… É o pior dos cenários, eu sei, mas acontece. E (prometo!) a gente sobrevive.
Dia desses também veio uma fofoca safada no meu ouvido. De gente que faz a linha fina, sincera e elegante, sabe? Que (diz que) torce. Que sempre que me vê sorri demais, quer ajudar demais, é legal DEMAIS. Uhum… Sei…
Aí eu ouço, fico com ódio, querendo passar a mão no telefone e soltar os cachorros, mas (o exercício!) respiro fundo e espero passar. Não esqueci. Não esqueço. Essas coisas a gente não esquece, né… Mas vou deixando passar. Anotando no meu HD interno. Informação importante registrata.
Falar menos e ouvir mais…
Eu falo demais! Confio demais. Me entrego demais. Sempre rápido demais. Já tô bem melhor, mas vira e mexe ainda tropeço. E aí a vida vem sinalizar. Tipo: “eiiii, você! Vai com calma! Terreno perigoso. Pisa devagar!”.
Foi o que aconteceu essa semana. Ok, vida. Tô esperta. Voltei pro prumo. Mas tropecei e bati o dedinho mindinho. Doeu. Sempre dói. Não tem como não. Bobeira. Mas que tem seu valor. E foi registrado. Debitado, no caso.
Mas dá para doer menos… Valorizar menos… Confiar mais em você e quem você é. Ah, tem que ter uma conexão profunda consigo mesmo. Porque o outro pode ser capaz até de te fazer duvidar de você mesmo. Pode apostar que é. Então o exercício é ter controle das palavras ditas (mantra: fale menos e ouça mais!) e de até quando errar que seja tentando acertar.
Pra quê competir se juntas seremos mais fortes? E homem, meu Deus? 2015 e ainda tem gente brigando por causa de homem. Uhum, tem. O tempo todo. Meninas e mulheres (de qualquer idade, tá?) jogam a amiga pro alto por conta de um bobo qualquer que vai virar a esquina e esquecer que ela existe.
Uhum, acontece o tempo todo.
E a gente tem que aprender a lidar… Vivendo e aprendendo a jogar! E trazer para perto a turma do sorriso fácil que tava falando lá em cima. Que você não precisa esconder o nome do cara que tá afim. Que vai querer te ver linda para brilhar junto com você! Vai te indicar para o trabalho. Dividir a liquidação. Vai jogar no seu time!
E eu tenho a sorte de ter um punhado dessas para chamar de minhas! Poucas e boas. É nessas que temos que focar. Valorizar. Cuidar.
Tem as tantas surpresas ruins pelo caminho mas a parte boa, quem tem a sorte de encontrar, semear e regar as boas, é o suficiente para preencher todo um coração!
E como a vida fica colorida com elas por perto.