domingo, 2 de outubro de 2016
RETORNADOS DA CINZAS - SAUDAÇÕES INFINITAS!
Olá, Steamers! Saudações infinitas! Mil vezes infinitas!!!
Após quatro anos sem postagens e tantos crivos, tempestuosas situações internas ( não apenas minhas, mas dos outros membros) Estamos retornando, com força e com muita, muita lenha na caldeira, dessa vez alimentada com muito Éter e Anti-magia, o projeto nunca nos deixou, pelo contrário, ficou nos sondando a cada nova ideia que tínhamos, e inconscientemente, Steamage ganhou força, solidez e veracidade, ficou ali, maturando em um caldeirão desligado. Agora, trouxemos de volta, revivando as chamas e definindo quais serão os próximos passos. Voltar a Steamage é como voltar para casa após uma longa viagem. Logo mais teremos mais novidades, uma sinopse oficial e alguns materiais novos.
Quanto as novidades que podemos adiantar... Bem, temos um novo integrante! Samuel Lisboa Reis, nosso ilustrador oficial e carácter designer, também chegou cheio de novas ideias que não pudíamos recusar. Quanto a capa nessa postagem, é uma capa não oficial, mas ela ja da as caras ao que gostaríamos que fosse Steamage, a ilsutração é minha e logo mais Samuel dará as caras por aqui com sua linda arte (colorida por mim mesmo.)
Está aqui nossas desculpas pela demora, nossas desculpas aos que desistiram. Mas agora voltamos para encerrar este projeto, que é tão importante para nós.
É imenso o prazer de reabrir as portas e deixar o visual empoeirado para trás e dar uma cara nova e definitiva ao nosso mundo.
See you next fog!
quinta-feira, 9 de fevereiro de 2012
Akasla
Olá, Steamers! Saudações infinitas!
O motivo de minha visita hoje é trazer-lhes mais uma ilustração, desta vez... tantantantan ( som de suspense, pra quem não entendeu) Akasla dos Akyan!
Bom... pra quem não conhece ela, há uma pequena introdução aqui neste blog onde ela aparece, e devo acrescentar que este mesmo texto nada mais é que um ensaio para o Romance que estamos escrevendo, mais necessariamente sobre o meu foco na história.
Enfim, Akasla é a Matriarca da tribo Akyan, do povo de Insecura. Também conhecidos entre si como o Povo Cendí. Acreditam serem filhos de Cendí, o grande deus brilhante que viera de seu mundo imerso em energia para regar a vida. Sua linha cultural é inteiramente ligada a natureza, onde podemos, então... ou não... fazer uso de mágicas ligadas à mesma.
Mas falando de Akasla, espero que vire uma musa como Victoria, não exatamente sexy, mas alguém de aparencia exótica. É esta ideia do visual dos Akyan, algo um tanto "élfico indígena".
.
Em foco, gostaria de desenvolver um pouco mais da premissa desta personagem, mas creio que devemos esperar mais um pouco antes de soltarmos isso, assim, com uma sinopse oficial que logo está para sair. Mas posso adiantar, Akasla, assim como Victoria, desempenha um papel fundamental para a história das Terras Baixas, onde localiza-se a Federação.
Caso estejam curiosos sobre ela, confira o link, um dos primeiros postados aqui.
Bom, aqui está a imagem, espero que gostem!
Obrigado e grande abraço!
See you next Fog!!!
O motivo de minha visita hoje é trazer-lhes mais uma ilustração, desta vez... tantantantan ( som de suspense, pra quem não entendeu) Akasla dos Akyan!
Bom... pra quem não conhece ela, há uma pequena introdução aqui neste blog onde ela aparece, e devo acrescentar que este mesmo texto nada mais é que um ensaio para o Romance que estamos escrevendo, mais necessariamente sobre o meu foco na história.
Enfim, Akasla é a Matriarca da tribo Akyan, do povo de Insecura. Também conhecidos entre si como o Povo Cendí. Acreditam serem filhos de Cendí, o grande deus brilhante que viera de seu mundo imerso em energia para regar a vida. Sua linha cultural é inteiramente ligada a natureza, onde podemos, então... ou não... fazer uso de mágicas ligadas à mesma.
Mas falando de Akasla, espero que vire uma musa como Victoria, não exatamente sexy, mas alguém de aparencia exótica. É esta ideia do visual dos Akyan, algo um tanto "élfico indígena".
.
Em foco, gostaria de desenvolver um pouco mais da premissa desta personagem, mas creio que devemos esperar mais um pouco antes de soltarmos isso, assim, com uma sinopse oficial que logo está para sair. Mas posso adiantar, Akasla, assim como Victoria, desempenha um papel fundamental para a história das Terras Baixas, onde localiza-se a Federação.
Caso estejam curiosos sobre ela, confira o link, um dos primeiros postados aqui.
Bom, aqui está a imagem, espero que gostem!
Obrigado e grande abraço!
See you next Fog!!!
sábado, 4 de fevereiro de 2012
Mais da Victoria...
Saldações, Steamers!
Como já devem ter percebido, nossa caldeira está a todo vapor! Temos adiantado nossa divulgação pelos quatro cantos da internet... em breve estará em todos os lugares (nada pretencioso, hein?)
Bom, pessoal, como devem ter visto nos banners ali no cantinho superior esquerdo, a personagem em destaque é Victoria (de novo, admito ser fã dela). Além de linda é extremamente inteligente, é meu tipo de mulher... Enfim, devaneios a parte, to postando aqui a arte do Banner, para que possam saborear ela mais um pouquinho. Também para entenderem o processo, desenho a mão numa tecnica usada no photoshop para pintar. Sobre a arte, admito estar fazendo algo totalmente experimental, um pouco mais rústico, sem passar caneta e mantendo o traço a lápis mesmo durante o acabamento colorido.
Como o caso do desenho da postagem anterior sobre ela. Abaixo o traçado a mão, só no lápis!!:
E finalmente o desenho atual, numa arte só dela.
Espero que tenham gostado!
Obrigado, Steamnautas!
See You Next Fog!!!!
Como já devem ter percebido, nossa caldeira está a todo vapor! Temos adiantado nossa divulgação pelos quatro cantos da internet... em breve estará em todos os lugares (nada pretencioso, hein?)
Bom, pessoal, como devem ter visto nos banners ali no cantinho superior esquerdo, a personagem em destaque é Victoria (de novo, admito ser fã dela). Além de linda é extremamente inteligente, é meu tipo de mulher... Enfim, devaneios a parte, to postando aqui a arte do Banner, para que possam saborear ela mais um pouquinho. Também para entenderem o processo, desenho a mão numa tecnica usada no photoshop para pintar. Sobre a arte, admito estar fazendo algo totalmente experimental, um pouco mais rústico, sem passar caneta e mantendo o traço a lápis mesmo durante o acabamento colorido.
Como o caso do desenho da postagem anterior sobre ela. Abaixo o traçado a mão, só no lápis!!:
E finalmente o desenho atual, numa arte só dela.
Espero que tenham gostado!
Obrigado, Steamnautas!
See You Next Fog!!!!
sexta-feira, 3 de fevereiro de 2012
Sobre a Mesa, Nosso Mapa (2). Por Mushi-san
Salve, Steamagers! Trazendo desta vez o presente de um amigo estimado. O Mushi-san, basicamente uma joaninha que lê, escreve, desenha e faz quadrinhos, refez o mapa das partes conhecidas de nosso mundo com um viés mais "realista".
Clique para ampliar
Ele possui projetos semelhantes, mapeando outras realidades fantásticas, e também "Klara", uma série pessoal que vale muito a pena conferir. Ficam aqui os endereços dele, recomendadíssimos, e um enorme agradecimento por botar fé no nosso cenário.
Blog: http://blog.mushi-san.com/
Deviant Art: http://mushisan.deviantart.com/
Link do mapa em seu perfil do DA: http://mushisan.deviantart.com/art/Mapa-Terras-Baixas-284185125
Link do mapa em seu blog: http://www.mushi-san.com/geladeira/2012/02/mapa-terras-bai.php
Também aproveito para deixar um convite aos leitores. Se quiser nos agraciar com uma fanart, publicaremos com o maior prazer do mundo.
See you next fog!
p.s: ficamos devendo a segunda parte do texto em nosso mapa original. A idéia era postá-lo junto com esta imagem, mas preferi acelerar um pouco as coisas de um lado... dando assim muito mais calma para o outro.
p.s²: já viram que lindos nossos banners de divulgação? Ali em cima no canto esquerdo... Se colocar um deles em seu blog nos avise pelos comentários, e logo retribuiremos o favor em nossa seção de Apoiadores e Entusiastas.
sábado, 28 de janeiro de 2012
Sobre Capitão Lost e a Vingança de Jane - Parte 2
Olá pessoal, aqui estou eu, mais uma vez, postando agora a segunda parte, que corresponde a conclusão deste conto.
Espero que gostem, abraços.
__ Sobre Capitão Lost e a Vingança de Jane __ Parte 2
Lost ordenou para que o zeppel fosse virado a bombordo; tinha o vento a seu favor e os canhões da cidade não o alcançariam. Acima e abaixo do convés, seus homens desviavam a energia da sala de eletricidade e preparavam os reatores, prontos para lançar raios. Os canhões também estavam carregados e logo a máquina de fazer nevoa estaria armada.
Logo veio o primeiro tiro, do alto de uma torre. Aquele era o momento, pensou Lost, o disparo inicial partiu deles. Como sempre, a humanidade que o rejeitou... Então deu a ordem enquanto a bala passava zunindo pelo dirigível.
Algo se soltou do balão, caindo no centro da cidade. Outros tiros vieram, e outros e outros. Nenhum acertava o alvo.
A grande peça que caiu no centro explodiu em uma nuvem sem fim de vapor, erguendo uma bruma forçada. Os piratas ergueram então as vozes em uma canção que soou fantasmagórica pelos alto-falantes do zeppel.
“Nós somos o terror dos céus, não temos nada a temer, como pilotos embriagados saquearemos, mataremos até nada sobrar. Somos mensageiros do desespero”
O trecho musical repetiu-se em uníssono com várias vozes.
Logo toda a cidade estava envolta em uma nevoa espessa, e Jane encolheu-se mais, respirando o prazer do terror. Via-se apenas a sombra gigante do zeppel e seu barulho perturbador de algo sendo engatilhado, junto do cântico que retumbava sem parar. Então raios começaram a cair, com estalos e trovões, casas eram atingidas e pessoas gritavam. Sons de demolição e cheiro de queimado empesteavam cada rua.
Houve correria e desespero, e crianças dispararam para o beco. Jane bateu nelas com um pedaço de madeira, sorrindo em loucura. “MORRAM”, seus pensamentos gritavam em meio as lagrimas, lembrando de todas as pedras que estas mesmas crianças atiraram contra ela.
Raios.
Relâmpagos e trovões atingiam Hoxville. No fundo, Jane acreditava que suas preces foram ouvidas e que Deus existia, de carne e osso.
Lost ordenou então a segunda parte de seu plano, um ataque direto. Ao menos trinta piratas desceram pela corda para um dos prédios, armados e sedentos por luxúria e poder.
Invadiram casas e mataram homens e crianças. Os guardas morreram por sua insensatez e as mulheres foram violadas.
Jane observou aqueles homens rudes passarem pelo beco e a ignorarem, os viu arrastando mulheres e crianças. Vira o terror imposto por eles, os gritos das mulheres sendo violentadas de maneira tão nojenta quanto a imposta pelos seus maridos sob o silêncio das casas de família.
Ela sorriu. E um sem numero de vezes os piratas a viram e a deixaram de lado, procurando as mulheres limpas e cheirosas. Pobre das dondocas... Quando a bruma dissipou-se, o que se ouvia eram apenas o zeppel, sons de morte e gemidos.
A música soava baixa agora.
“Nós somos o terror dos céus, não temos nada a temer, como pilotos embriagados saquearemos, mataremos até nada sobrar. Somos mensageiros do desespero”
Capitão Lost finalmente desceu e os saques começaram. Durante um dia inteiro a cidade foi refém daqueles malfeitores, e quando tudo já havia sido roubado, Lost teve vontade de dar uma ultima olhada por Hoxville. Poderia haver uma ultima coisa de valor ainda não percebida.
Quando o entardecer já era crepúsculo escuro, Lost deparou-se com um beco.
Quatro crianças mortas a pauladas. Sabia que não fora seus homens. Enrolada num manto estava uma mulher suja, viva e com um olhar triste, mas seus olhos castanhos mantinham uma beleza incomparável. Suas mãos embebidas de sangue e a expressão de loucura adentravam como facas a mente do capitão. Ela era como ele...
Jane, sozinha naquele beco, via uma figura prostrar-se diante dela, um homem alto, de inúmeras cicatrizes no rosto, cheirando a diesel e sangue, sua roupa de couro marrom surrada e seus cabelos arrepiados e longos, presos por uns óculos de aviador. Era uma figura estranha, exótica, e olhando para ele, retribuída por uma expressão fria, teve certeza: aquele homem era Deus.
Ele veio caminhando devagar, e Jane não teve medo. Ao contrário dos outros piratas, este não tinha o cheiro azedo de sexo e nem o olhar recheado de maldade, mas sim algo triste, longínquo, repleto de experiências amargas. Ele era aquele ao qual a moça poderia estender suas mãos. E ela o fez.
Aquela mulher a sua frente esticou o braço para fora do manto sujo. Ele não podia negar o pedido, era a primeira vez que alguém se oferecia sem interesse nenhum por detrás. Lost abaixou-se sobre ela, respondeu com a mão e um aperto no peito. Pobre Jane.
Ele a abraçou, ignorando o mau cheiro de suor, e ela recebeu com um prazer sem tamanho aquele cheiro de combustível.
Levantaram-se e caminharam pelas ruas molhadas, repletas de corpos, sangue e entulho. Logo viria a chuva, para lavar toda a podridão de Hoxville. Para os sobreviventes, ver o capitão pirata levar Jane, a única que não sofrera com o ataque, trouxe certo arrependimento. Um arrependimento ruim, mais parecido com um mau pressentimento.
Era hora de reconstruir aquele local, recomeçar os conceitos e virtudes. E todos diziam por dentro, levem-na, faça o que quiser com ela e, mais tarde, as velhas insanas disseram que Jane era um demônio, que havia atraído a desgraça para a cidade em nome da vingança. Anos se passaram, Hoxville de pé outra vez, e o nome de Jane ainda nas bocas da população. Maldita, cujas preces malignas romperam sua paz. Maldita, que corrompeu cada homem, mulher e criança ao lhes incitar a lascívia.
Então, por trás das montanhas, novamente uma nuvem prateada surgia para trazer a tempestade do caos. Da pequena janela, Capitão Lost e sua esposa Jane observavam, mais uma vez, os tiros e a névoa encobrirem a região.
Ela sorriu, acariciando a barriga.
Lost não tinha mais um olhar frio: logo parariam com a vida de piratas. Jane ainda era uma amante fervorosa, mas de um homem só, o seu Deus personificado.
E Hoxville... esta constituiu um alvo fácil e proveitoso por mais cinco vezes; mal reabastecia os cofres e as despensas, e logo era atacada de novo e de novo. A Vingança de Jane, o zeppel pirata mais temido de todos os tempos, vinha com o rastro da morte e do estupro de tantos outros vilarejos e cidades que logo aprendiam a profanar aquela tríade de nomes.
Maldita Jane. Maldito Capitão Lost. Malditas pessoas de Hoxville.
...
Bom pessoal, é isso, ainda esta semana teremos novidades ( se tudo der certo) e Em Breve teremos uma sinopse oficial para o romance que estamos produzindo. Logo saberão mais, até!!!
"See you next fog"
Espero que gostem, abraços.
__ Sobre Capitão Lost e a Vingança de Jane __ Parte 2
Lost ordenou para que o zeppel fosse virado a bombordo; tinha o vento a seu favor e os canhões da cidade não o alcançariam. Acima e abaixo do convés, seus homens desviavam a energia da sala de eletricidade e preparavam os reatores, prontos para lançar raios. Os canhões também estavam carregados e logo a máquina de fazer nevoa estaria armada.
Logo veio o primeiro tiro, do alto de uma torre. Aquele era o momento, pensou Lost, o disparo inicial partiu deles. Como sempre, a humanidade que o rejeitou... Então deu a ordem enquanto a bala passava zunindo pelo dirigível.
Algo se soltou do balão, caindo no centro da cidade. Outros tiros vieram, e outros e outros. Nenhum acertava o alvo.
A grande peça que caiu no centro explodiu em uma nuvem sem fim de vapor, erguendo uma bruma forçada. Os piratas ergueram então as vozes em uma canção que soou fantasmagórica pelos alto-falantes do zeppel.
“Nós somos o terror dos céus, não temos nada a temer, como pilotos embriagados saquearemos, mataremos até nada sobrar. Somos mensageiros do desespero”
O trecho musical repetiu-se em uníssono com várias vozes.
Logo toda a cidade estava envolta em uma nevoa espessa, e Jane encolheu-se mais, respirando o prazer do terror. Via-se apenas a sombra gigante do zeppel e seu barulho perturbador de algo sendo engatilhado, junto do cântico que retumbava sem parar. Então raios começaram a cair, com estalos e trovões, casas eram atingidas e pessoas gritavam. Sons de demolição e cheiro de queimado empesteavam cada rua.
Houve correria e desespero, e crianças dispararam para o beco. Jane bateu nelas com um pedaço de madeira, sorrindo em loucura. “MORRAM”, seus pensamentos gritavam em meio as lagrimas, lembrando de todas as pedras que estas mesmas crianças atiraram contra ela.
Raios.
Relâmpagos e trovões atingiam Hoxville. No fundo, Jane acreditava que suas preces foram ouvidas e que Deus existia, de carne e osso.
Lost ordenou então a segunda parte de seu plano, um ataque direto. Ao menos trinta piratas desceram pela corda para um dos prédios, armados e sedentos por luxúria e poder.
Invadiram casas e mataram homens e crianças. Os guardas morreram por sua insensatez e as mulheres foram violadas.
Jane observou aqueles homens rudes passarem pelo beco e a ignorarem, os viu arrastando mulheres e crianças. Vira o terror imposto por eles, os gritos das mulheres sendo violentadas de maneira tão nojenta quanto a imposta pelos seus maridos sob o silêncio das casas de família.
Ela sorriu. E um sem numero de vezes os piratas a viram e a deixaram de lado, procurando as mulheres limpas e cheirosas. Pobre das dondocas... Quando a bruma dissipou-se, o que se ouvia eram apenas o zeppel, sons de morte e gemidos.
A música soava baixa agora.
“Nós somos o terror dos céus, não temos nada a temer, como pilotos embriagados saquearemos, mataremos até nada sobrar. Somos mensageiros do desespero”
Capitão Lost finalmente desceu e os saques começaram. Durante um dia inteiro a cidade foi refém daqueles malfeitores, e quando tudo já havia sido roubado, Lost teve vontade de dar uma ultima olhada por Hoxville. Poderia haver uma ultima coisa de valor ainda não percebida.
Quando o entardecer já era crepúsculo escuro, Lost deparou-se com um beco.
Quatro crianças mortas a pauladas. Sabia que não fora seus homens. Enrolada num manto estava uma mulher suja, viva e com um olhar triste, mas seus olhos castanhos mantinham uma beleza incomparável. Suas mãos embebidas de sangue e a expressão de loucura adentravam como facas a mente do capitão. Ela era como ele...
Jane, sozinha naquele beco, via uma figura prostrar-se diante dela, um homem alto, de inúmeras cicatrizes no rosto, cheirando a diesel e sangue, sua roupa de couro marrom surrada e seus cabelos arrepiados e longos, presos por uns óculos de aviador. Era uma figura estranha, exótica, e olhando para ele, retribuída por uma expressão fria, teve certeza: aquele homem era Deus.
Ele veio caminhando devagar, e Jane não teve medo. Ao contrário dos outros piratas, este não tinha o cheiro azedo de sexo e nem o olhar recheado de maldade, mas sim algo triste, longínquo, repleto de experiências amargas. Ele era aquele ao qual a moça poderia estender suas mãos. E ela o fez.
Aquela mulher a sua frente esticou o braço para fora do manto sujo. Ele não podia negar o pedido, era a primeira vez que alguém se oferecia sem interesse nenhum por detrás. Lost abaixou-se sobre ela, respondeu com a mão e um aperto no peito. Pobre Jane.
Ele a abraçou, ignorando o mau cheiro de suor, e ela recebeu com um prazer sem tamanho aquele cheiro de combustível.
Levantaram-se e caminharam pelas ruas molhadas, repletas de corpos, sangue e entulho. Logo viria a chuva, para lavar toda a podridão de Hoxville. Para os sobreviventes, ver o capitão pirata levar Jane, a única que não sofrera com o ataque, trouxe certo arrependimento. Um arrependimento ruim, mais parecido com um mau pressentimento.
Era hora de reconstruir aquele local, recomeçar os conceitos e virtudes. E todos diziam por dentro, levem-na, faça o que quiser com ela e, mais tarde, as velhas insanas disseram que Jane era um demônio, que havia atraído a desgraça para a cidade em nome da vingança. Anos se passaram, Hoxville de pé outra vez, e o nome de Jane ainda nas bocas da população. Maldita, cujas preces malignas romperam sua paz. Maldita, que corrompeu cada homem, mulher e criança ao lhes incitar a lascívia.
Então, por trás das montanhas, novamente uma nuvem prateada surgia para trazer a tempestade do caos. Da pequena janela, Capitão Lost e sua esposa Jane observavam, mais uma vez, os tiros e a névoa encobrirem a região.
Ela sorriu, acariciando a barriga.
Lost não tinha mais um olhar frio: logo parariam com a vida de piratas. Jane ainda era uma amante fervorosa, mas de um homem só, o seu Deus personificado.
E Hoxville... esta constituiu um alvo fácil e proveitoso por mais cinco vezes; mal reabastecia os cofres e as despensas, e logo era atacada de novo e de novo. A Vingança de Jane, o zeppel pirata mais temido de todos os tempos, vinha com o rastro da morte e do estupro de tantos outros vilarejos e cidades que logo aprendiam a profanar aquela tríade de nomes.
Maldita Jane. Maldito Capitão Lost. Malditas pessoas de Hoxville.
...
Bom pessoal, é isso, ainda esta semana teremos novidades ( se tudo der certo) e Em Breve teremos uma sinopse oficial para o romance que estamos produzindo. Logo saberão mais, até!!!
"See you next fog"
Victoria Trovale
E ae Steamagers! Trazendo outra ilustração fantástica do Douglas. Desta vez uma figura feminina para tornar os ares mais perfumados entre essas placas de metal...
Trago a família Trovale comigo desde muito tempo, e não podia ser mais feliz ao importá-los para o vapor. Victoria, uma cientista tão renomada quanto bela, comprova a fama de seus antecessores como os maiores inventores e linguistas de todas as Seis Regiões. Para ela, uma das grandes cabeças da capital, a humanidade desperdiça seu potencial ilimitado com coisas fúteis, quando já poderia ter alcançado as estrelas... E o que estiver ao alcance de seu gênio prodigioso para mudar este quadro, Victoria o fará
Curtiram? Eu com certeza, se for possível se tornar fã de alguém que trabalha comigo. E digo mais, isso é só uma amostra dos nossos motores. Vem coisa grande aí.
Um grande abraço!
See you next fog! (p.s: adorei essa paródia, hahaha)
Um grande abraço!
See you next fog! (p.s: adorei essa paródia, hahaha)
sábado, 21 de janeiro de 2012
Sobre Capitão Lost e a Vingança de Jane - Parte 1
Boa Tarde Steamers, estou aqui de novo... acho que ano animado demais não eh?
As Postagens estão rendendo, por enquanto, espero que este animo dure bastante.
Bom, falando sobre o conto que estou postando agora, Capitão Lost e a Vingança de Jane.
O conto foi inspirado numa musica brasileira, sim sim, aquela do Chico Buarque, há um lance steam naquela musica que poucos percebem, a ideia do Zepelim, e toda a distopia que aquela realidade da Geni trazia à tona. Então, minha inspiração foi ao êxtase ao ouvir Airship Pirates, do Abney Park, a letra é incrível e todo aquele hino que eles entoam me deram a simples ideia de criar um conto que misturasse os dois elementos, Piratas do Céu, junto a uma jovem sofrida e abusada em uma cidade, bem Dogville. Espero que gostem deste conto, assim como gostei de escrevê-lo.
___Sobre Capitão Lost e a Vingança de Jane ___Parte 1
Dois mundos, duas pessoas. Distintas, mas com o mesmo espírito fugaz. Dependentes das necessidades humanas, detentoras da ambição. Um era um homem, um pirata voador e seu zeppel; a outra, uma mulher, carente e dependente da volúpia, mas carregada de sonhos.
Lost, uma criança deixada de lado, abandonada pelos pais nas ruas apertadas de Downvalley. Jane, uma garota que descobriu o prazer através da violência, ainda que com sete anos de idade em Hoxville. Ambos carregavam rancores, dores, terrores e pesadelos. Ambos maltratados, judiados e apontados pela sociedade.
Jane tornou-se dependente das substâncias corpóreas, do êxtase à adrenalina, seus hormônios fervilhavam ao sentir o cheiro de homens e mulheres, sua face bela e olhos perspicazes fitavam a sociedade que a ignorava. Jane cheirava a sexo, cheirava a luxuria, seus lábios maculados só conheciam o gosto de suor e sangue.
Lost virara um delinqüente, roubando para ter o que comer. Nunca tivera uma chance senão através da violência, sua face castigada e olhos frios apenas conheciam o ódio, sua pele fedia a sangue e graxa. Agora era um pirata e com seu zeppel movido a diesel – substância desprezada graças ao advento da antimágica – ele se movia por entre montanhas e acima de cidades. Perfeito vilão a saquear aldeias e queimá-las em seguida.
Aconteceu que Lost e Jane estavam ligados, pelo destino ou acaso.
Naquela manhã Jane caminhou por entre prédios, seus cabelos ensebados e a pele castigada mendigavam ao padeiro algum pão para o café. O padeiro a olhou com asco, mas arrancou-lhe o manto e, ali mesmo, na padaria, de frente a homens e mulheres, a consumiu. Então a jogou na calçada, junto de dois pães amanhecidos.
Os homens e mulheres riram dela, diziam que faziam mais que o possível.
Pobre Jane, que olhava para o céu esperando algo acontecer.
As crianças a apedrejavam, os velhos a xingavam. Mas todos a usavam, e quando a viam, os homens baixavam os zíperes de suas calças e as mulheres dobravam as mangas com as mãos prontas para violência.
Pobre Jane, que nem casa tinha...
Ela sabia que um dia algo iria acontecer, ainda que apenas suas lagrimas fossem puras.
Não tardou para o zeppel prateado, recheado de ar quente, abandonar as montanhas. Lost e sua tripulação haviam saqueado quatro vilas em apenas dois dias. Logo teriam dinheiro para comer e beber, para mulheres e jogos: era apenas esta a ambição de sua tripulação, e era nisso que o capitão pensava enquanto olhava distraído a paisagem. Já se passaram seis anos desde que roubou este zeppel de um velho homem; aprendeu a usá-lo para trazer desgraça a quem lhe virou as costas. Era sua vingança para com a humanidade, mas não o que faria pelo resto da vida, disso sabia bem... Lost tinha sonhos.
Filhos e um lugar tranqüilo. Ainda que seu coração negasse a amolecer, talvez fosse o que ele mais queria, trazer a alguém o carinho e atenção que o mundo não lhe foi capaz de oferecer. Mas Lost não era capaz de entender a principal necessidade humana: não era luxúria, nem dinheiro ou ódio. Era talvez a felicidade, a vontade de preencher o vazio em seu peito. Inconscientemente ele seguia um propósito puro, talvez a única coisa pura em seu ser.
Então, já acima das campinas, Lost foi avistado por agricultores, seu zeppel da cor da lua refletindo o sol da manhã, o símbolo pirata estampado na lateral com um mau presságio.
Logo telefonemas rodaram a cidade e todos ficaram em polvorosa, preparando suas armas e, do alto dos prédios, armando os canhões. O grande zeppel, tão grande quanto uma nuvem, vinha lentamente para Hoxville.
Jane olhou aquela balburdia já sem forças, de um beco, e por mais que parecesse cruel ela rezou para que aquele tumor urbano perecesse, que as casas fossem saqueadas e destruídas, que as mulheres fossem violadas e os homens castrados. Rezou para que aquela grande lua fora de hora, se movendo lentamente com as escotilhas abertas, fosse Deus e que justiça fosse feita, por ela.
Mas, banhada em lagrimas, ela sabia que Deus, se existisse, abandonou-a.
Ela se recolheu no beco mais escuro, longe da visão de todos, que corriam desesperados enquanto o alarme soava.
Então, Jane ouviu o primeiro tiro de canhão...
Escrito por Douglas S.T. Reverie e Revisado por Heitor V. Serpa
As Postagens estão rendendo, por enquanto, espero que este animo dure bastante.
Bom, falando sobre o conto que estou postando agora, Capitão Lost e a Vingança de Jane.
O conto foi inspirado numa musica brasileira, sim sim, aquela do Chico Buarque, há um lance steam naquela musica que poucos percebem, a ideia do Zepelim, e toda a distopia que aquela realidade da Geni trazia à tona. Então, minha inspiração foi ao êxtase ao ouvir Airship Pirates, do Abney Park, a letra é incrível e todo aquele hino que eles entoam me deram a simples ideia de criar um conto que misturasse os dois elementos, Piratas do Céu, junto a uma jovem sofrida e abusada em uma cidade, bem Dogville. Espero que gostem deste conto, assim como gostei de escrevê-lo.
___Sobre Capitão Lost e a Vingança de Jane ___Parte 1
Dois mundos, duas pessoas. Distintas, mas com o mesmo espírito fugaz. Dependentes das necessidades humanas, detentoras da ambição. Um era um homem, um pirata voador e seu zeppel; a outra, uma mulher, carente e dependente da volúpia, mas carregada de sonhos.
Lost, uma criança deixada de lado, abandonada pelos pais nas ruas apertadas de Downvalley. Jane, uma garota que descobriu o prazer através da violência, ainda que com sete anos de idade em Hoxville. Ambos carregavam rancores, dores, terrores e pesadelos. Ambos maltratados, judiados e apontados pela sociedade.
Jane tornou-se dependente das substâncias corpóreas, do êxtase à adrenalina, seus hormônios fervilhavam ao sentir o cheiro de homens e mulheres, sua face bela e olhos perspicazes fitavam a sociedade que a ignorava. Jane cheirava a sexo, cheirava a luxuria, seus lábios maculados só conheciam o gosto de suor e sangue.
Lost virara um delinqüente, roubando para ter o que comer. Nunca tivera uma chance senão através da violência, sua face castigada e olhos frios apenas conheciam o ódio, sua pele fedia a sangue e graxa. Agora era um pirata e com seu zeppel movido a diesel – substância desprezada graças ao advento da antimágica – ele se movia por entre montanhas e acima de cidades. Perfeito vilão a saquear aldeias e queimá-las em seguida.
Aconteceu que Lost e Jane estavam ligados, pelo destino ou acaso.
Naquela manhã Jane caminhou por entre prédios, seus cabelos ensebados e a pele castigada mendigavam ao padeiro algum pão para o café. O padeiro a olhou com asco, mas arrancou-lhe o manto e, ali mesmo, na padaria, de frente a homens e mulheres, a consumiu. Então a jogou na calçada, junto de dois pães amanhecidos.
Os homens e mulheres riram dela, diziam que faziam mais que o possível.
Pobre Jane, que olhava para o céu esperando algo acontecer.
As crianças a apedrejavam, os velhos a xingavam. Mas todos a usavam, e quando a viam, os homens baixavam os zíperes de suas calças e as mulheres dobravam as mangas com as mãos prontas para violência.
Pobre Jane, que nem casa tinha...
Ela sabia que um dia algo iria acontecer, ainda que apenas suas lagrimas fossem puras.
Não tardou para o zeppel prateado, recheado de ar quente, abandonar as montanhas. Lost e sua tripulação haviam saqueado quatro vilas em apenas dois dias. Logo teriam dinheiro para comer e beber, para mulheres e jogos: era apenas esta a ambição de sua tripulação, e era nisso que o capitão pensava enquanto olhava distraído a paisagem. Já se passaram seis anos desde que roubou este zeppel de um velho homem; aprendeu a usá-lo para trazer desgraça a quem lhe virou as costas. Era sua vingança para com a humanidade, mas não o que faria pelo resto da vida, disso sabia bem... Lost tinha sonhos.
Filhos e um lugar tranqüilo. Ainda que seu coração negasse a amolecer, talvez fosse o que ele mais queria, trazer a alguém o carinho e atenção que o mundo não lhe foi capaz de oferecer. Mas Lost não era capaz de entender a principal necessidade humana: não era luxúria, nem dinheiro ou ódio. Era talvez a felicidade, a vontade de preencher o vazio em seu peito. Inconscientemente ele seguia um propósito puro, talvez a única coisa pura em seu ser.
Então, já acima das campinas, Lost foi avistado por agricultores, seu zeppel da cor da lua refletindo o sol da manhã, o símbolo pirata estampado na lateral com um mau presságio.
Logo telefonemas rodaram a cidade e todos ficaram em polvorosa, preparando suas armas e, do alto dos prédios, armando os canhões. O grande zeppel, tão grande quanto uma nuvem, vinha lentamente para Hoxville.
Jane olhou aquela balburdia já sem forças, de um beco, e por mais que parecesse cruel ela rezou para que aquele tumor urbano perecesse, que as casas fossem saqueadas e destruídas, que as mulheres fossem violadas e os homens castrados. Rezou para que aquela grande lua fora de hora, se movendo lentamente com as escotilhas abertas, fosse Deus e que justiça fosse feita, por ela.
Mas, banhada em lagrimas, ela sabia que Deus, se existisse, abandonou-a.
Ela se recolheu no beco mais escuro, longe da visão de todos, que corriam desesperados enquanto o alarme soava.
Então, Jane ouviu o primeiro tiro de canhão...
Escrito por Douglas S.T. Reverie e Revisado por Heitor V. Serpa
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