O que é a verdade? Veja-se por exemplo, um relógio. Este instrumento de ponteiros (se os tiver) é, para além da sua função óbvia, testemunha de como resolver uma pergunta semelhante, o que é o tempo?, que tantos no passado procuraram desvendar. No geral, estas questões são intangíveis. No concreto, as soluções tornam-se possíveis, por vezes até, triviais: 17:03, informam os (eventuais) ponteiros. O Dr. Spleen sabe que esta constatação, este simplificar de grandiosos projectos filosóficos para nadas quotidianos não agrada ao que procura dificuldades, relativismos ou dogmas por petrificar. Cada momento é necessário, e muitas vezes suficiente, à resposta da dificuldade que coloca. Como, no instante que se segue, as questões de se o bastão segurado por Dabila é real ou imaginário, se a dívida por pagar do gestor imobiliário ali deitado é ficcional ou verdadeira, se o medo da morte que se aproxima é uma construção social ou, apenas, o desenrolar de um facto que se declara.