Como um país pode gastar bilhões em copa,
enquanto tantos vivem às esmolas?
Nossa sede é de mudança,
não queremos ver a nossa pátria de chuteiras,
enquanto o nosso povo dança.
Nosso grito não é de gol,
é de dor.
Agradeço a todos os seguidores, a todos os amigos que transformaram os meus dias em dias a mais. Verdadeiros presentes! Feliz Natal e um novo ano repleto de dias a mais!
[Homenagem ao Malandro – Chico Buarque]
As esperanças não morrem, podem ficar um pouco empoeiradas com as peças que a vida prega. E elas podem até criar crostas a partir de camadas e mais camadas de desilusão e desafeto.
Às vezes representam tão bem que até acreditamos que elas se foram de verdade, mas as esperanças nunca se vão e nunca se apagam, estão sempre lá, incólumes.
Por isso, vez em quando, pego água com sabão, misturo com anis e hortelã e me lavo por dentro. Porque as esperanças são à prova d’água.
E saem esperanças novinhas em folha. Porque as esperanças não criam rugas.
[E brotam do improvável.]
No amor nada é exato, muito menos os efeitos provocados por ele: as imensas alegrias, as dores desmedidas, o brilho nos olhos, a sensação de flutuar, os suspiros profundos, os delírios, os devaneios, as desilusões. Tudo no amor é incerto e intenso, ninguém sai de um grande amor da mesma forma que entrou, ninguém sai ileso. O amor parece que tem uma lança afiada nas mãos e sai dilacerando tudo o que vê pela frente, e deixa marcas, algumas muito profundas.
O que fazer para apagar estas cicatrizes e completar o coração de novo, ou verdadeiramente dessa vez? Como tirar esta tatuagem, esta marca que quer ficar pra sempre grudada nos lugares mais sensíveis da alma e lateja feito louca vez em quando?
Logo te julgam de fraca, de boba melancólica, e logo te apresentam fórmulas mágicas: “É só arrumar um novo amor; basta você sair pegando todos por aí; caia na gandaia e bote a fila pra andar...”
Parece tão fácil! E eu acho até que funciona para alguns, mas, usando um clichê dos médicos, eu diria que é como um remédio, nem sempre o que serve para o outro, servirá para você. Cada um tem seu tempo, cada um reage de uma forma e a resposta à cura depende da profundidade da cicatriz de cada um. É claro que esses paliativos funcionam, mas só amenizam.
A cura só é completa ou está próxima, quando você sente que o seu coração está livre, não dói quando você pensa, não fere quando você lembra, ou não, pode até doer, ferir, mas em menor intensidade, já não incomoda tanto. Quando já se consegue sentir que é possível amar outra vez, se entregar, sem medo das novas possíveis marcas.
É tudo tão relativo... Como eu falei, não existem fórmulas. O amor é complicado e nós tanto quanto ele. Na verdade eu não sei se é o amor que nos complica ou se somos nós que o complicamos.
Eu quero o meu coração lisinho de novo, suave e cheio de sonhos. Nada como ter o coração livre! E depois que ele está livre o que acontece? Começa tudo de novo...
Tomara que seja diferente da próxima vez!
[Sem cicatrizes, se possível!]