quarta-feira, 14 de janeiro de 2015

Sentimentos Férteis



Que as esperanças renovem-se,
 afinal de contas,
esperanças não criam rugas.
Que a poeira que ficou acumulada lá no canto,
deixando cinza o brilho no olhar,
encontre o lápis de cor perdido há tanto tempo.
O jeito de pintar eu sei que ainda existe,
essa vontade de que tudo dê certo
daqui pra frente não muda,
é como andar de bicicleta.
Não adianta, por mais que a gente esconda isso,
 sempre faz aquele mantra à meia-noite:
Eu quero ser mais feliz,
 eu quero mais amor,
eu quero mais paz,
eu quero bis,
eu quero uma borracha...
Sei lá, mas todo mundo pede alguma coisa,
ainda que seja em silêncio,
 ainda que seja fingindo pra si mesmo
 que não está pedindo nada,
 que isso é uma bobagem sem tamanho.
Pedir felicidade nunca é demais
e isso não torna ninguém maior ou menor
 dentro das suas convicções e posições.
 A felicidade é um bicho esquisito e alado,
e também a esperança,
quando achamos que se foram,
elas ressurgem como fênix,
depois voam e voam e voam mais,
mas elas voltam, voltam sim,
ainda que se percam pelos ares,
elas voltam e pousam em nós,
ainda que tenham pressa de partir para o infinito.
E a felicidade vive bordada em forma de levezas
 espalhadas por nossos caminhos.
É aquela força inexplicável que vem das entranhas
e vai subindo dos pés à cabeça
 e faz de um simples segundo de um ano para o outro,
uma explosão de sentimentos férteis.










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