Que as
esperanças renovem-se,
afinal
de contas,
esperanças
não criam rugas.
Que a
poeira que ficou acumulada lá no canto,
deixando
cinza o brilho no olhar,
encontre
o lápis de cor perdido há tanto tempo.
O jeito
de pintar eu sei que ainda existe,
essa
vontade de que tudo dê certo
daqui
pra frente não muda,
é como
andar de bicicleta.
Não
adianta, por mais que a gente esconda isso,
sempre
faz aquele mantra à meia-noite:
Eu
quero ser mais feliz,
eu
quero mais amor,
eu
quero mais paz,
eu
quero bis,
eu
quero uma borracha...
Sei lá,
mas todo mundo pede alguma coisa,
ainda
que seja em silêncio,
ainda
que seja fingindo pra si mesmo
que
não está pedindo nada,
que
isso é uma bobagem sem tamanho.
Pedir
felicidade nunca é demais
e isso
não torna ninguém maior ou menor
dentro
das suas convicções e posições.
A
felicidade é um bicho esquisito e alado,
e
também a esperança,
quando
achamos que se foram,
elas
ressurgem como fênix,
depois
voam e voam e voam mais,
mas
elas voltam, voltam sim,
ainda
que se percam pelos ares,
elas
voltam e pousam em nós,
ainda
que tenham pressa de partir para o infinito.
E a
felicidade vive bordada em forma de levezas
espalhadas
por nossos caminhos.
É
aquela força inexplicável que vem das entranhas
e vai
subindo dos pés à cabeça
e
faz de um simples segundo de um ano para o outro,
uma
explosão de sentimentos férteis.