sexta-feira, 24 de setembro de 2010

Estação primavera


Mudam-se as estações
e com elas as nossas fases,
nossas faces,
nossas frases
e os tons cinzas
vão ganhando cor de multiflores,
tom de primavera,
que se revela
em esperanças de renovação.
Renova-me, então!
Brote flores nos meus vasos,
amores nos meus laços,
cores nos meus olhos rasos
e ao redor de mim!
Primavera,
venha a vera, nova era
e faça romper o casulo,
pois as minhas borboletas
pedem pra voar!
Primavera,
pare em minha estação
e me faça seguir
por caminhos enfeitados de ti!
Em qualquer estação...


[Parei em sua estação, primavera, peguei o seu bonde. Leve-me!]




Selo que ganhei do Saulo e selo que ganhei da . Aqui! Obrigada, queridos!


terça-feira, 21 de setembro de 2010

Dos contrastes em torno da palavra amor



Abro as asas e voo pra bem longe e ainda estou aqui, ainda estou em ti, ainda estás em mim. E se calo, ainda falo que te amo e consegues me ouvir. Se te nego, ainda mais te quero; se me negas, não renegas.

O amor é prisão. É libertação
É silêncio. É canção
É sim. É não

E se padeço em ti, também sinto o teu bem em mim. Teu gosto agridoce não me sai da boca.

O amor é benévolo. É cruel
É purgatório. É o próprio céu
É fel. É mel

E se fazes mudanças, altas pressões, me deixas a ponto de um colapso; também trazes paz, deleite. Um objeto perfurante e cego .

O amor é sal. É doce rio
É acento agudo. É til
É suave. É febril

Mesmo que se mostres como uma nuvem carregada, os teus raios predominam. E quando estou deserta, ainda tenho a tua companhia latejante. E, mesmo que me atormentes e me atires do alto de um penhasco, ainda me estendes a mão.

O amor é sombra. É sol
É junto. É só
É abismo. É anzol

Se tu viras o rosto, ainda vejo os teus olhos. Mudas tanto de face, mas sei que és tu, teu aroma é inconfundível. E quando morro de ti, mais eu vivo.

O amor é varanda. É quintal
É inverso. É igual
É fatal. É vital

Ainda que sejas escuridão, não és ausência de luz, o teu brilho sobressai. És majestoso e fazes reverência a mim e eu a ti.

O amor é luz. É breu
É príncipe. É plebeu
É você. Sou eu


[O amor e suas leituras tantas e seus efeitos tantos, do riso ao pranto. O amor e sua dor tamanha e sua salvação sem tamanho...]


[Monte Castelo – Renato Russo - influências da carta de Paulo aos Coríntios e do Soneto XI de Camões.]


sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Poesia em mim, em ti, em nós, em VOZ



Anjos re(velam). Este foi o título de um post/presente que ganhei de um menino que, como costumo dizer, tem a voz forte e bonita, como o barulho das águas do mar batendo nas pedras: Saulo, do Partitura. O blog dele tem uma proposta inovadora e repleta de beleza. Saulo empresta a sua voz e presenteia nossos ouvidos com lindos poemas, textos, músicas de autores famosos e, agora também, de anônimos como nós, quando — como ele mesmo diz — o texto fala com ele e diz como quer ser posto em sua voz. E que voz!
Conheci o Partitura através de um moço que foi predestinado com o dom das palavras e faz com elas construções mais belas que castelos, uma poesia fragmentária, cheia de sentidos e com música nas entranhas: Marcio, do InterTextual.
São meninos do Rio. Meninos de ouro!


“E a calma ria! Há calmaria.”


[Obrigada pela honra e alegria, Saulo!]




sexta-feira, 10 de setembro de 2010

Contemplando...


Tão bela paisagem!
Areia, mar, céu
Tudo num nível só
E em segundo plano
Uma menina com um livro
Contemplando...
Ainda que não fizesse sol
Tão aquecida ficaria
E mesmo que estivesse só
Ainda assim não estaria
Tão belas companhias!


[E por hoje é sol!]



segunda-feira, 6 de setembro de 2010

Felicidade: grande criança ou criança grande?

Essa tal felicidade
brinca de esconde-esconde,
cabra-cega, prega peças.
É apenas uma criança,
simples e pura,
peralta e sapeca.
Igual àquela criança
que tenho dentro de mim.
Mas, às vezes, esqueço que ela está aqui
e procuro pelos quatro cantos.
Quando me dou conta
e paro de procurá-la fora
e olho para dentro,
ela solta o seu canto,
olha-me com olhos brilhantes
e aquilo contagia tanto...
Que a felicidade se espalha
por todos os meus cantos!
Mas a danada sabe se esconder...
E eu procurar.
Não me canso. E sempre encontro.
Depois ela se esconde em outro lugar.

[Essa tal felicidade, grande criança grande, adora brincar comigo...]




Selo e selo que ganhei da Daaý e selo que ganhei da Joyce. Aqui. Obrigada, queridas!


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