sábado, dezembro 23, 2017

Maravilha

Maravilha (Mirabilis jalapa) é uma planta ornamental que disponibiliza a variedade de cores como vermelha, amarela, branca, etc.

Uma flor sozinha pode ter manchas de cores diferentes. A cada dia aqui no meu jardim nascia uma, observadas entre outubro e novembro.

Outro ponto interessante que observei foi a mistura de cores, nunca repetindo um padrão.

sexta-feira, dezembro 22, 2017

VERÃO

 Todos os dias venho nesse recanto pegar energia. Agora o vento leva embora a primavera. 


No equilíbrio entre morte e vida, as sementes que plantei ainda dão flores.

Entre as variadas formas, a energia cósmica não se perde e retorna para novas vidas.

Aguardo que o período quente se vá... 

Solange Firmino




quarta-feira, novembro 22, 2017

Canção da Mulher que Escreve - Lya Luft

Flores do meu jardim para minha amiga poeta Graça Pires, que faz aniversário hoje.


Não perguntem pelo meu poema:
nada sei do coração do pássaro
que a música inflama.

Não queiram entender minhas palavras:
não me dissequem, não segurem entre vidros
essas canções, essas asas, essa névoa.
Não queiram me prender como um inseto
no alfinete da interpretação:
se não podem amar o meu poema, deixem
que seja apenas um poema.


(Nem eu ouso erguê-lo entre meus dedos
e perturbar a sua liberdade).


In: Secreta Mirada, 1997
São Paulo: Editora Mandarim 




*Observação: Flores do meu jardim entre 14 e 21 de novembro de 2017.

segunda-feira, novembro 20, 2017

Completude

"Eu me deixo acontecer
no agora,
com a plenitude do abstrato futuro."


Solange Firmino

Trecho do poema "Completude", no livro 'Das estações'.

*Fotografia tirada por mim no jardim da minha janela. 
Os girassóis morrem, outros nascem, esse tem 4 dias que começou a aparecer pétala...

Link para o poema inteiro: https://www.instagram.com/p/BbuDV0WAOID/

sábado, novembro 11, 2017

Bem-me-quer





















Bem-me-quer

Recolhe meu grito
e junta minhas palavras-pétalas
soltas ao vento.


Partida, não amo, calo.
Junta-me,
antes que eu emudeça.


Solange Firmino

{No livro "Das estações"}


*Imagem do meu girassol nos últimos dias, 
juro por Deus que não foi intencional...

terça-feira, outubro 31, 2017

Hades e o reino dos mortos

As Danaides, De Waterhouse.
Na divisão do reino de Crono, cada irmão obteve um domínio: o mar para Poseidon, o céu para Zeus e o mundo subterrâneo para Hades, a morada final dos mortos. O reino de Hades aparece em lendas como o rapto de Perséfone, os doze trabalhos de Hércules e os castigos eternos de transgressores das leis divinas, como Sísifo e Íxion.

Hades reinou com Perséfone, que foi raptada pelo deus. Após o desaparecimento da filha, Deméter deixou a terra estéril quando parou de realizar suas atividades como deusa da agricultura. Para não alterar a ordem do mundo, Zeus negociou com Hades. Perséfone comeu uma romã e estava ligada ao Hades, mas foi liberada para passar uma parte do ano com a mãe e outra parte ao lado do marido. Esse mito ilustrava o ciclo das estações

Perséfone foi levada pelo deus, mas nenhum ser vivo podia entrar no Hades, entretanto, alguns conseguiram, como Enéias, Orfeu e Hércules. Os heróis tinham em seu “currículo” um rito iniciático de descida ao Hades, ou catábase, como uma morte simbólica – em que a subida, ou anábase, possibilitava o autoconhecimento. Homero narrou na Odisseia a descida de Ulisses, orientado pela feiticeira Circe a consultar Tirésias sobre o caminho para Ítaca.

*O texto continua aqui:


Solange Firmino

segunda-feira, outubro 23, 2017

Sazonal

Trilha da Pedra da Tartaruga, zona oeste do Rio de Janeiro, foto tirada por mim em março de 2017.

Sazonal


Não falarei dos frágeis pêndulos
que se confundem com o ruído dos relógios,
nem da escuridão que vem do abismo.

Não sabia que era tão breve e voraz a vida.
Vou apenas falar que a linha
que separa a noite
do abismo é uma teia.

Traço planos para amanhã,
enquanto escrevo meu testamento.
Eu me batizo em nome dessa vastidão
que nunca se repete.

Mergulho lentamente da parte mais íngreme,
não tenho medo do luto.

Solange Firmino

Do meu livro "Geometria do abismo"

quarta-feira, outubro 04, 2017

A arte de envelhecer

Meu poema ficou entre os três melhores no II Concurso ALAP “Paranavaí Literária”.
Os poemas temáticos escolhidos pela Academia nesta segunda edição versaram sobre o idoso e a arte de envelhecer.
A entrega da premiação ocorrerá no dia 31 de outubro de 2017, durante evento comemorativo do Dia Nacional da Poesia (instituído pela Lei nº 13.131, de 3 de junho de 2015, em homenagem à data de nascimento de Carlos Drummond de Andrade).



Inexorável

Na véspera de minha morte, naufraguei nas abissais ondas do Letes.
Subornei oráculos para saber meu fim, mas os vates discretos resistiram,
assediaram-me com seu séquito de sacerdotisas sensuais.
Eles sabiam da minha fadiga e trouxeram asas, como as de Ícaro.
Foi assim que caí feliz no abismo.
Até gostei do espaço entre o chão e a queda…

Com o tempo, o espelho me envelheceu.
Nele me vi, e vi inteiros
os versos atirados nos lagos mansos dos olhos,
isentos de eternidade,
mas cheios de memórias e descaminhos.

Abri os lábios e saíram palavras indecifráveis
em busca de abraços e gestos sem punhaladas.
Como dizer-me que os espelhos também deformam?
Eles não refletiram quem eu sou,
Só vi o rosto antigo de criança-adulta, esculpido no reflexo.
Nunca foi a parte inteira e etérea do infinito materializado.

Eu e meu nome somos mais que álbuns, recortes, paisagens,
pedaços de percursos, calendários,
gestos e cores nas fotografias
e nos passos idos.

Faço uma reza.
Envelhecer é simples,
mas ainda tenho uma canção de ninar
nessa tarde de abril, de quentura insuportável.
Ignoro a morte que se esquiva
exilada nas sombras, extenuada das lonjuras da idade.
Ela tem uma sede envelhecida.

Solange Firmino




domingo, outubro 01, 2017

Outubro rosa:
1 mês inteiro para lembrar que
1 minuto de autoexame pode salvar
1 vida.

O "Outubro Rosa" tem como objetivo fortalecer as recomendações para o diagnóstico precoce e rastreamento de câncer de mama indicados pelo Ministério da Saúde.

quinta-feira, setembro 21, 2017

Primavera no ar...

"Chegam aromas de amanhã em mim." 
Manoel de Barros
 
Fotografia tirada por mim em Casimiro de Abreu - RJ



*Um brinde à chegada da primavera amanhã. 

segunda-feira, julho 31, 2017

Inverno

Foto tirada por mim em Gramado
















São intermináveis
as luas e os sóis
e o milagre dos dias que irrompe.



Chove em mim e o
ventre do abismo
acolhe o trajeto dos pássaros.


Vejo frutas prematuras
na paisagem que criou
este poema.


Logo será tempo de morrer
e entoar um cântico
de renovação
ao fascínio incerto
do solstício.


É familiar esse aceno
das árvores
que me seduz
em pleno mês de julho.


(No meu livro "Geometria do abismo")

quinta-feira, julho 06, 2017

Espólio



"O mantra do silêncio é calar"

[Solange Firmino]


(Trecho do poema "Espólio", no livro 'Geometria do abismo')

terça-feira, julho 04, 2017

Transição

Imagem de Altair Castro - Jardim Botânico

Cecília Meireles

O amanhecer e o anoitecer
parece deixarem-me intacta.
Mas os meus OLHOS estão vendo
o que há de mim, de mesma e exata.
Uma tristeza e uma alegriao meu pensamento entrelaça:
na que estou sendo cada instante,
outra imagem se despedaça.

Este mistério me pertence:
que ninguém de fora repara
nos turvos rostos sucedidos
no tanque da memória clara.
Ninguém distingue a leve sombra
que o autêntico desenho mata.
E para os outros vou ficando
a mesma, continuada e exata.
(Chorai, olhos de mil figuras,
pelas mil figuras passadas,
e pelas mil que vão chegando,
noite e dia... - não consentidas,
mas recebidas e esperadas!)


sexta-feira, junho 30, 2017

Aventureira

*Imagem cedida gentilmente pela amiga Linda Prestifilippo.
Aventureira

Há muito não é donzela,
a fêmea versátil,
tresloucada e atrevida,
com pose de menina,
vestido de bacante,
quase miss universo,
a musa do poeta.
Ela, tão devota a ele.

Solange Firmino



quarta-feira, junho 28, 2017

Ampulheta


Ampulheta

O relógio me desorienta,
enquanto demoro a digerir a vida.
Travo uma batalha diária
entre a sorte e a fé.
Mas estou para o que der
e vier.

Solange Firmino

(No livro "Das estações")