Em 13 de Junho passado apareceu neste blog um apontamento sobre renda de bilros e alguém veio falar, num comentário, na existência da renda de frioleiras, (também chamada renda de espiguilha) que é igualmente bonita e que já pouco se vê. Disse na altura, respondendo a esse tal comentário, que, como sabia fazê-la, poderia um dia abordar este assunto. Chegou pois a ocasião.
Gosto sempre de dar umas noções sobre a origem daquilo de que falo, mas, desta vez, com grande pena minha não consegui encontrar nada que me desse quaisquer elementos sobre onde e como teria aparecido a renda de frioleiras.
Ainda muito miúda, lembro-me de, em minha casa, haver um livro, já muito usado, escrito em francês, sobre esta renda. Foi a minha Mãe que me ensinou as bases, mas, depois, foi com este tal livro que continuei e me aperfeiçoei.
Digamos que o material necessário se resume a uma navette, (vêem-se numa das fotos) na qual se enrola a linha, e uma pequena agulha de crochet que pode também ser substituída por um simples alfinete. Há navettes que têm já na extremidade uma pequena barbela que substitui a tal agulha de crochet. Alguns trabalhos mais complicados, exigem mais do que uma navette. Podemos também variar a cor da linha e até incluir, por exemplo contas coloridas, como se vê na foto da roseta cor de rosa.
O ponto básico resume-se a uma argola, feita com um nó corredio onde se vão fazendo caseados seguidos uns aos outros, entremeados ou não, por pequenas laças a que chamamos picôts. Cada caseado tem dois movimentos de mãos, diferentes. Essas dezenas, centenas, ou milhares de argolas de tamanhos variados, unidas umas às outras através dos picôts, seguindo um desenho pré determinado, acabam por nos dar, como resultado final, algo que considero bastante bonito.
Deixo-vos fotos de dois trabalhos em frioleiras feitos pela autora do texto. Quem sabe se conseguirei entusiasmar alguma das leitoras a aprender igualmente esta renda e a vir mais tarde mostrar-nos o que fez. Gostaria que isso acontecesse.
Um dia destes, como complemento deste post, contarei um episódio humorístico relacionado com alguém que me viu a fazer esta renda.
Nota – A renda fininha que aparece com as navettes é igual àquela que ornamentou varias peças de vestuário dos meus filhos quando bebés e, também, de várias outras criancinhas filhas de amigas minhas. Posso dizer-vos que foram mesmo muitos, os metros de renda que fiz com tal fim.
M.A.