insignificante
Fico estarrecido, ou talvez não com a defesa por pensadores ditos liberais da pena de morte, na nova versão de lei de talião, cega, surda e muda. O do olho por olho, dente por dente.
E pela inacreditável defesa por JPP (lá voltamos nós ao dito) e seus compinchas dos bombardeamentos aos observadores da ONU e às crianças de Canãa com o esfarrapada desculpa (sobre a qual não há restea de prova!) de que encobriam milicianos (e uso o termo por ser um exercito irregular) dos fanáticos do Hezbolá.
Quando se defende qualquer causa em nome de uma moral ou de uma religião/dogma não há espaço para qualquer racionalidade. Não há nenhum argumento que se mantenha de pé face ao terrorismo, seja dos fundamentalistas islamicos, seja dos fundamentalistas judeus.
Esta guerra é o horror total e o mais grave é que continua num quadro de demissão generalizada de governos, estruturas intergovenamentais e globais (coitado do Kofi Anan, com os dias de secretário geral, contados bem pode esbracejar!) e também das opiniões publicas, hoje sabiamente manipuladas por todo o lado e alienadas pela desestruturação que é a linguagem televisiva.
E é pena, que de um lado e de outro se procure justificar a lei de talião, com as nuances de verve que se vão esgrimindo de um lado e doutro.
Já o escrevi, com lamento, creio que esta guerra é o toque de finados do que ainda sobrevivia de democracia e direito no Estado de Israel, é talvez, também o toque de finados de Israel.
Nada será como antes. O fundamentalismo religioso e exarcebado, hoje dominante nesse, é, já é vulnerável. A população judia vai diminuindo, a emigração é crescente, e os que vão ficando farão de Sansão. Com o final que se conhece!
Hoje, sobre a culpa europeia no decurso de Israel, notável artigo de Timothy G. Ash no El Pais.
A vida, o resto continua o seu curso. A memória enfrendo o esquecimento sem dó nem piedade.
O resultado é inevitável. Haverá sobreviventes para contar a história? E esta não será uma mera invenção?
Sons e fúrias desfazem-se em espuma contra as rochas da realidade.
Ken Loach é um dos meus cineastas. É um realizador de grandes e pequenas causas, comprometidamente descomprometido, a fazer pensar com a câmara, o enredo a história. As familias operárias em Inglaterra, a guerra civil de Espanha, as crises familiares e agora a Irlanda. Verde e dura, como o acento dos seus personagens, como a dureza do filme, das paisagens, da brisa que muda.
Um filme importante nos dias que correm, de coerencia e incoerencia, de dialogo e de falta de tolerância, sobre religião e o fanatismo dessas, e a morte em nome de deus, de quê?, um filme sobre um tempo e uma situação que nos é pouco conhecida, sobre uma das mais terriveis guerras civis na Europa no século XX (e houve outras poucas e todas elas terríveis) e as suas sequelas que duram, nas almas e no terreno até hoje, para o futuro.
O verde da Irlanda, o bonito sotaque, o tempo e as relações. Ken Loach é um cineasta fundamental.
E ontem estive na apresentação, na Casa do Brasil em Lisboa, de um livro "Muito bem, disse o Conde" de Arthur Vianna, um encontrado companheiro do Cometa Itabirano, que ele definiu como um dos jornais mais importantes do Brasil.
Sem ter bebido o "Bento Velho" que ao 5º ou 6º copinho já nos transbordava o Brasil de todas as papilas gustativas só posso dizer... e dos arredores!, que são o mundo desta lingua bonita.
No post anterior onde escrevo excremento queria escrever ex-crementum, que é mais de acordo com o personagem.
Depois de se ter escondido atrás da bola o mundo esconde-se, agora, atrás da guerra Israelo-Islamica, que é obviamente uma guerra de religiões e entre dois fanatismos dessas.
O nuclear do Irão, o velhaco da Coreia, os problemas do México, a situação nacional e os escandalos que nesta vão abundando seja do julgamente da Gisberta seja do restabelecimento da censura em partes do território, ou de infame nepotismo, vão sendo remetidos para páginas secundárias.
E os blogers agora entreteêm-se a ler-se uns aos outros e a trocar elogios e auto-elogios ou acusações, e quanto mais velhacas melhor.
Como dizia um famoso bloger agora isto é um fartote, parece a revista Lux (a abertura para outros blogs e o comentário avulsado são elementos completamente frívolos). O meu não usa tal e quem quiser comentar escreve-me. Se for (e poucas vezes tem ocorrido) caso eu transcrevo ou comento.
Acabei estes dias com meia dúzia de blogs que remetiam para vinte ou trinta outros. Já não há paciencia... e depois são sempre os mesmos (ás vezes com 4 ou 5 nomes).
E ocupam (estes blogers) também os jornais, onde as mentiras abundam, artigos são escritos, muitas vezes com os pés, sendo preciso ler as entrelinhas, onde estagiários pagos a ptaco recebem avenças de promotores empresariais, e onde se lêem coisas de autêntico vómito (e não estou a falar do Cesar das Neves!, que esse já virou excremento há muito).
O dominio da agenda da comunicação social (e reparem que desde alinhamentos das notícias aos títulos dos jornais, que chegam a ser iguais!, tudo, mas tudo é controlado, pelos diversos poderes em activo conluio) da vida, da nossa vida é cada vez maior. Para vender isto ou aquilo, que as notícias, agora também gratuitas, são um mero expediente para tal.
É o Big Brother que está aí instalado. Definitivamente instalado.
Ainda bem que ainda há alternativas. Cometas, Gazetas, Folhas, Sonhos que resistem.
Raios e coriscos, ainda não será amanhã a véspera!
Sabem os leitores que o JPP foi aqui muito usado para mostrar as incoerências de algum pensamento dito liberal que continua preso de esquemas de bons e de maus, indios e cowboys.
Como com os meus amigos tenho grandes conflitos por alguns ainda estarem na pedra lascada do ismo e a minha amizade não se altera por isso, esses mts remoques não deixaram de ter o apreço pelo intelectual orgânico (ele não gostaria da definição!) que é e a qualidade do pensamento (e mesmo quando discordo vejo que o procura sustentar) que produz.
Pois um dos frutos dessa qualidade (mesmo quando exagera nas fotos e poemas) é o blog abrupto (reparem que tem que procurar). Que desde há uma semana tem como ele tem referido vindo a ser alvo de uma tentativa, orquestrada, de silenciamente e de reles pirataria.
Seja pela qualidade e estrutura do blog, seja pela acção execrável, venho (sem ligação!) apresentar a JPP toda a simpatia e solidariedade. E lamentar ( e só o faço hoje devido a mts actividades que me tiraram daí a reflexão) que tão pouca seja visivel pela blogosfera, com este caso.
A situação não tem debate possível, não há ouvidos para ouvir, bocas para esgrimir ideias, tempo para pensar. No cruzamento e entrecruzamento de argumentários que se desenvolvem a partir de absolutos não existe caminho possível para a paz. A lógica de dente por dente olho por olho é de facto a que domina todo o Médio Oriente, as religiões do Livro ( e safou-se o cristianismo porque se reformou, mesmo quando a contragosto e mantendo intolerância verbal).
Estamos perante uma guerra de religiões, de sucursais do fanatismo seja judaico, seja islamico. Combate-se pela história e uma ideia da história. Este combate será até ao aniquilamento, ao Armagedon. Israel não pode perder, pois será destruída, como já o foi várias vezes na história. O mundo islâmico não pode perder pois é sua missão a redenção.
No meio, de um lado e de outro sangue e sofrimento real, que também é assumido como catártico e abrindo o caminho da felicidade eterna, de um lado e do outro.
Nenhuma racionalidade é possível. Porque Israel não pode aceitar as fronteiras de 1948 (que foram desde logo apoiadas e incentivadas por Staline) e os estados árabes não podem (na sua totalidade) apoiar essa solução ( que foi incrementada pela políticas de abandono estimuladas pelo radicalismo islámico na altura!). E não há volta a dar a uma situação que é (e disso não nos informam!) alimentada por grave situação interna em Israel e um aumento do radicalismo do desespero árabe, que lhe é paralelo.
Temo, e os nossos comentadores que se babam em sessões de elogio e auto-elogia sem fim (a blog está a tornar-se uma feira de vaidades, tu citas-me a mim eu cito-te a ti e assim vamos manter o nosso poderzito, e a abertura para outros blogs é para essa marmelada, e mais os comentários a bater aquilo, e mais a tia e a prima!) não dizem nada, e refiro, temo que não haja nada de novo a dizer.
As pedras já não choram e o tempo não tem fim.
Esta guerra, porque de uma guerra se trata não tem solução à vista. Pela 1ª vez Israel está a ser atacada nas fronteiras de 48 (tirando os ataques terroristas), nada poderá ser como antes.
A questão psicológica é muito importante, e desde há algum tempo que o balanço demográfico e a relação imigração/emigração tem o negativo a aumentar.
A pressão nos recursos também é crescente.
O Livro diz que a destruição pode ser a semente de vida.
Na Palestina, na casa de Israel só resta esperar. Mas esperar porquê? Esperar o quê?
Ontem andei por terras templárias, cátaras, judias.
Ainda tentei, sem sucesso ver a "Sixtina" e quejandas na capela de S. João Baptista no Amieiro, mas foi impossivel.
Vi todavia inúmeros sinais templarios, alguns judeus e outros talvez cátaros por todo o lado e um concelho a tentar descobrir caminho.
Fomos às termas, visitámos artesões da terra e do alinhavo, constatámos o património e o queijo artesanal, aí vai o Nisa e a sua quejeira.
Da terra saí a força do querer e da oportunidade.
Em cada canto há uma possibilidade, neste concelho cheio de energias alternativas e de potenciais, que lhe começam no dialecto.
Ameaçado por exóticas florestais e por sombras que estão bem guardadas na terra vai resistir, com a força do futuro.
Fui ao extremo norte, andei pela mágica Arga, bordejei as zonas húmidas entre Douro e Minho, passai pela Invicta, parei na Mealhada, voltei à capital amanhã vou à entrada do Tejo em Portugal, ao Fratel e à terra de reminiscências catáras. Tudo isto é equivalente a duas voltas ao Estado de Israel, e ainda redigi uma memória, apresentei mais uma queixa por abuso de imprensa, e dei uma nadadas. Abri o livro da Irene (saravá, sarava, velha amiga) sobre os Judeus refugiados no Portugal e folhei o Novo Testamento de uns irmãos protestantes.
Vou acumulando tempos em cima do tempo. Há dias assim, outros nem tanto.
Chovia na Arga.
De dois dos nossos maiores especialistas de etno-antropologia, do século XIX, mas ainda, absolutamente, actuais, excertos da caracterização do nosso Bom Povo:
de Adolfo Coelho " ao povo falta a fé, falta a firmeza de resolução (...); falta-lhe a vontade colectiva : ele agita-se apenas dentro do círculo dos interesses individuais, familiares, locais (...) .
Daí o indiferentismo pela política, a venalidade do voto, a emigraçã, a falta da ideia nítida e do sentimento firme da pátria e da humanidade. "
e de Rocha Peixoto " (...) a indigência mental de um povo absolutamente carecido de faculdades artísticas, a um tempo amorudo e interesseiro, pagão irredutível ainda quando beato, escravo por vício de origem, por hábito histórico e por eterno assentimento grato e conformista."
Pois embora tenham 100 anos estas definições do carácter e ser constituinte do povo português (e são das mais delicadas, porque de labroste, a miserável, barbaro, grosseiro e rude, outras classificações são referidas pelos pais fundadores dos estudos caracteriais em Portugal) tenho que confessá-lo (e não penso que seja segredo para ninguém) só se avolumaram com o passar do tempo.
Felizmente que sou neo-judeu, marrano de tradição, e andaluz de cultura e também ascendentes.
Vós viveis nessa (dessa) podridão, é claro que os meus leitores imergiram dessa, acima.
Arre burro, madeira, madeira, te arrenego alma penada, chiça penico. E tutti quanti.
Venho hoje chamar a atenção para artigo de um judeu (será um neo-judeu?) sobre a situação, em curso.
Embora não vá ao fundo das questões que já aqui abordei, é um artigo notável, e não é do Chomsky!
http://www.commondreams.org/views06/0719-33.htm
E, por curiosidade e ser assunto que já me propiciou longas e divertidas discussões com credulos de todas as partes hoje no DN artigo sobre A Fraude Apolo.
Só não sabia que era o Kubrick. O resto confere. E para quem sabe, com muitos mais detalhes. É que há teorias e outras teorias...
Pois pecado é invocar o nome de deus em vão.
Quando o fazem para matar, como quando papas, bispos e curas abençoaram as cruzadas e guerras e a pena de morte, o exterminio de povos e culturas, quando silenciaram o Holocausto,
quando o fazem para desonrarar o corpo humano,como quando condenam a homosexualidade ou o direito da mulher a interupção da gravidez, quando o fazem para transformar o sexo em tabu, e a vida em pecado,
como quando o fazem para mentir e para escamotear as suas cumplicidades com para com ditaduras,violências e tantos, tantos outros crimes,
como quando nos seus seminários, ou na sua vida praticam sevandijices, sem remorsos nem redenção, e quando ainda por cima são por essas perdoados pelos seus pares,
invocar o nome de deus em vão é viver em pecado, em atropelo às leis da vida e da dignidade humana, considerar que há dois pesos e duas medidas, transformar qualquer texto ou liturgia desse em sagrado e não reconhecer que a vida e o corpo em que se substancia e onde se pensa é que é o único sagrado,
NÃO, NÃO me venham falar em pecado (qual?) quando teêm a boca cheia de hipocrisia.
Quando o nome (qual?) de deus nas vossas bocas é ar, e não o pronunciam, sequer.
Penso que o repito.
Mas deus vale a repetição. Tem estado a dormir o velhaco (de muito velho!). E a deixar que as suas criações espatifem isto tudo, canalhas.
Nem o seu apaniguado Benedito nos pode dizer (ou confessar!) por onde ele anda, mas eu venho aqui bufar-vos tudo o que sei.
Anda num ganda bacanal lá pela Sixtina, com toda a malta em pelota e na fornicação. E não tem tempo para mais nada.
Ganda malha, em exclusiva mundial!
O pensamento religioso, e qualquer finalismo também o é, é claramente o maior inimigo do Estado e do direito. Ou do Estado de direito.
O que se passa hoje é infelizmente a substituição desse por aquele.
Deus, ou o paraiso terrestre são os expoentes de todas as guerras, de todos os conflitos que vivemos.
Será que a pergunta do venerando Benedito não tem objecto? Os paraísos há muito que sabemos que são pasto de celerados e infernos para as maiorias.
Antecipando o meu próximo texto no Cometa, tenho que dizer algumas coisas sobre a actual agressão, barbara agressão em curso no Médio Oriente e sobre as noticias e explicações que não nos dão, esta pletora de jornalistas, seja os que são pagos pelo Estado de Israel (como o director do Publico e outros que ao contrário desse o confessa) sejam os outros...
Israel está nas ultimas. O Estado está completamente corroído por fundamentalismos religiosos, o sistema produtivo não funciona, a crise social, pobreza, desemprego, é avassaladora. Israel só vive num artificio, paga pelos capitais dos States (e de outras sede imperiais).
Israel, que foi, também, uma invenção de Staline, é hoje, também, uma marionete de Bush.
Esta guerra foi "inventada" com o pretexto de um simples rapto (e já levou ao arraso de um país e pela 1ª vez na história a bombardeamentos bem no interior do Estado de Israel).
Esta situação, a não ser parada, imediatamente, e dado que estamos claramente no enfrentamento de dois pensamentos religiosos, pode conduzir ao Armagedon.
A escalada iminente, o envolvimento da Síria (e logo do Irão) podem conduzir a uma situação fatal.
Não seria a 1ª vez na história que Israel se auto-destruiria. A falta de qualidade de um poder, cercado pela sua própria situação interna, dominado pelo pensamento religioso e refém de falcões do seu exercito podem conduzir a isso.
Estamos perante um Hezrael ah. O martirio e o suicidio.
Valeu a pena?
Quando começamos a investigar seja o que for deparamos com confirmações e surpresas.
Quem já esteve pelo Sul de França, na zona dos toiros,na Camargue, pelo sul Mediterraneo, identifica-lhe um sotaque.
Que agora me despertam ser o mesmo de Nisa (e que foi levado para S. Miguel/Açores).
Em Nisa temos (e a referência ao brasão e à tolerância religiosa que dele emana que fiz), uma longa permanência Templária e... surpresa... o acolhimente de refugiados cátaros, os últimos cátaros... que por aqui nomearam as terras (Tolosa/Toulouse. Montalvão/ Mountauban. Nissa/Nice.Arez/Arles) e por aqui estabeleceram lógicas de acolhimente, redes de acolhimento e sincretismo religioso e social.
Local ideal para um próximo Código, Nisa, possivelmente, também irá fazer história.
Outra.
Depois de um dia em que à falta de LSD me tive que contentar com a minha colour TV em doses anestesiantes e com efeito contra ao acido lisérgico, hoje foi dia de com acompanhar a ventoinha com as leituras dominiais.
O El País, sempre na ponta das noticias e da melhor opinião, The New York Review (of Books), com um artigo assustador de Jim Hansen (director da NASA) sobre As ameaças ao Planeta, e a qualidade habitual. E finalmente encontrei o número "nuclear" do Ecologist. Da mineração aos resíduos mais assustador não podia ser. Um livrinho do Balzac, do Honoré (continuam a encontrar-se perolas por perdidos baus) para continuar a alegrar o olho, do karaoke da véspera...
Pelo Alentejo, por todo o lado há singularidades e surpresas, por todo o lado há memórias e estórias.
O Norte Alentejano vai, por muitas razões, merecer mais da minha atenção. Ontem estive em Nisa. No melhor arranque possivel.
Que começou com uma grata surpresa. O brasão da nobre vila de Nisa (que já foi Nissa).
Este é um brasão notável. Composto por um castelinho encimado pelo escudo Borgonha, e...a cruz templária... e um crescente islamico... e duas cruzes de David.
Notável sincretismo (penso que as cruzes de David terão sido recuperadas de um proibido medieval, no século XVIII).
É um concelho cheio de oportunidade (as águas termais, os queijos, os derrivados do porco, um património urbano impressionante, as antigas zonas mineiras e as rochas ornamentais e hoje uma hipotese de sustentabilidade de desenvolvimento, e energias humanas a explorar). É um concelho por onde pairam nuvens cinzentas. Com o sol e suavidade estou certo que as afastaremos.
E por hoje aqui fico, a ver o Tejo, a bordejar as serranias e a imaginar.
Voltarei, olé!
E antes de tomar caminho, porque temos que nos indignar, porque o direito e a lei estão a ser barbaramente atropelados, e porque nada pode justificar isto:http://www.commondreams.org/views06/0712-25.htm, aqui deixo a minha solidariedade, com compromisso.
Mais uma corrida, mais uma viagem está quase a aandar... o movimento é a chave da vida, mesmo quando parado, paradoxo ou simples quantismo?
O movimento, e tudo é movimento, defini-se em relação, tudo se define em relação. Nada é constante, nada é determinado para sempre. A complexidade da vida, do movimento não tem fim, nem inicio. Tudo existiu sempre,o vazio, o nada já são sopro, já são movimento.
A quântica procura o infinito.Esse está num grão de areia.
As palavras são como o barro, moldam-se devagar e adaptam-se ás realidades que significam.
Ao escrever para o Cometa Itabirano (saravá pessoal) o meu fundo de pequeno descobridor de palavras (não de inventor que esse é exclusivo do brilhante Mia), com o jeitinho do brasileiro a pressionar o exdruxulamento , ao escrever para o Cometa apurei esse senso.
Declinações, derrivações, verbalizações e outros ões são-me agora mais frequentes.
O meu blog tem entradas em brasileiro e entre elas postagem que derriva de postar, colocar uma posta.
A seguir vou goglar e talvez wilkepediar. O mundo é adaptação e invenção. Qual tentilhão em busca de mantimentos...
Curto. Só falta um baseado à borda da piscina, enquanto a caipirinha vai liquificando, e o vento folheia a vida. Sonho acordado.
A aguardar tempo (o que é o tempo?, como diria Sto Agostinho na sua fase de ermita, após ter perdido os segundos) para ter tempo acumulo livros para ler.
Neste momento meio metro de largura ocupam o sector de leituras a serem cobiçadas. O Mark Twain em finalização, já foi entremeado com o último Bernard Lewis e o folhear do II tomo dos Judeus em Portugal, do Jorge Martins, que já foi das Galinheiras, e que agora redescubro sapiente estudioso do nosso presente e do passado desse.
Um notável Reto Energético, de Valeriano Ruiz, vai avançando com o esfolhado Trak Ali também a embandeirá-lo.
O El Labirinto, no original do Savater, compete com a Antropologia em Portugal, de João Leal. E o Trabuchi ainda espera leitura, em companhia do Mahfuz.
E relatórios diversos, correcções de textos, elaboração de opiniões, preparação de visitas, tudo se acumula, no tempo, no mesmo tempo, parado e expectante da nossa passagem.
Relembro M. Bakunine, o que não acertava o mecanismo do esquecimento, noticias inesperados, olhares silenciosos, frases desconexas podem irromper no quotidiano. Previsto, imprevisto.
Acabou o mundial de futebol, pode ser que o mundo que se pareceu com a Lua em fase nova regresse às nossas preocupações.
O futebol é e tenho que o dizer com todas as letras um desporto, que bem jogado, com arbitragens a melhorarem com os metodos que há muito o rugby usa, é bonito e emocionante. Mas é só um jogo, caramba. Não vale o tempo perdido e as toneladas de gastos que motivou.
E deve ser referido que é um oceano de corupção ao nível das suas direcções máximas e o escandalo do totocalcio é uma stronzada nesse mar imenso.
E deve ser dito, com todas as letras, que é um escandalo, e que com este o futebol não podia ter descido mais baixo, a corupção nele dominante chegou ao vómito, e mostrou, com os seus pagos jornalistas (pois nunca se viu jornalistas tão parciais de clube ou selecção como na bola, aliás qualquer um deles não merece essa carteira!), que é um cumplice da vilania e do crime, organizado.
Dar o título de melhor jogador do mundial ao marrador, ao grande marrador é um descarro. É o exemplo que dá. O exemplo é tudo!
P.S. É evidente que o Zidane é um grande jogador, mas os títulos (e o grande teatreiro Cristiano foi por tal castigado!) devem ser atribuidos pelo conjunto das performances. Esta do marrador dá 2 a 6 anos de prisão!
Diz-nos Ernst Renan, no "Qu'est qu'une nation", que estas não se baseiam, nem na língua (há nações com várias), nem na fé (idem), nem sobre a geografia (existem nações sem território!), nem sobre a história (que inventa e desinventa nações todo o tempo!).
Diz-nos ele, conceito dificil, que as nações existem pelo desejo, sim pelo desejo, o desiderato, de constituir unidade.
Felizmente que hoje não concebemos a unidade despida da pluralidade de línguas, de credos, de raças, de origens, e de história, de muitas estórias. Allez les Bleus! Onde estamos em festa, na tal unidade!
Um querido amigo quando me apresenta diz- ele é um dos que sabe ler. De facto saber ler, pensar as palavras, elaborar pensamento, estruturar com esse realidade, não é fácil, é aliás cada vez mais raro, e é dificil.
Pensei nisto a proposito do "Diabo a quatro", simpático filme (primeiro filme) de Alice de Andrade (saravá!). O filme vai estrear esta semana e aqui o recomendo...
O Rio de Janeiro continua lindo, o Leblon, Copacabana são esses pedaços de realidade que se vão consumindo como um baseado, com a estória. Faz pensar um pouco nos Almodovares, mas com o jeitinho que só o trópico dá, que só o trópico tem.
E a dura realidade dos favelados, dos meninos da rua, e a corupção nas polícias, e as ambiguidades em torno do sexo, e as ambiguidades da política.
O filme tem tudo isso numa estória terna e sarcástica, irónica e cheia de musicas, das nossas músicas. Os jovens actores parece que estão num documentário, nem se notam de discrição a fazer o enredo.
Quem já lá esteve fica re-preso nas fotografias, no tempo parado, nas palavras perdidas no eco da sua sonoridade.
Quem não esteve fica com saudade de lá ter estado, de ter percorrido aquela marginal, com os pivetes por todo o lado, parando para beber uma água de coco, cruzando a rapariga, a rapariga memo de Ipanema.
O Diabo a quatro um fime a que só perde quem dele fizer cruzes, canhoto.
Diz Fernando Savater numa entrevista a proposito do seu livro El Gran Laberinto, que aguarda leitura na minha pilha, no original castelhano, que a língua, as linguas são um direito (além da expressão de uma leitura do mundo), mas que é também direito a sua não imposição.
A língua não se pode reger por normas impositivas, pois essas destróiem-nas. A língua é, deve ser, uma opção. E a sua perservação (ou não) uma escolha.
O latim e o grgo clássico, são perservados por opção. assim muitas línguas ou formas dialectais, podem ou não ser perservadas, registadas acarinhadas.
A língua não é uma especie biologica, a língua é cultura, trabalho da humanidade sobre o espaço, no tempo.
É história e identificação dos tempos e espaços que essa mediou. Evoluem, nascem, crescem e morrem. Registá-las e manter segredos, manter expressões, palavras que querem dizer o que mais ninguém sabe o que querem dizer.
Mesmo que se traduzam.
A língua, como dizia Pessoa, é uma identidade. Não há (e a propósito do que se passa em Espanha!) identidades forçadas, nem forjadas por lei. Falo três linguas maternas (bebidas antes dos 4 anos), aprendi três, quatro outras. Leio ainda mais uma ou duas. Escrevo em 4 ou 5.
A vida dá-nos diversidade. Não há bem nem mal nisso. Perservar a diversidade, seja de uma só língua, é um ganho.