8 de janeiro de 2009

«Malmequeres e Polígonos», A. Luísa Amaral

A mesma folha.
De um lado, analisar,
do outro – eu.

Mas o lado primeiro
também eu. Outro eu.

E o que vacila
entre os dois lados
(que não é o que escreve, não querendo,
nem o que malquerendo, move mão)
– eu também. Outro eu.

Eu, terceiro e secante
com os outros dois lados.
Malmequer. Mequermal.

No fim das pétalas,
é sempre a mesma folha
com dois lados

(e um outro em Purgatório:
nem inferno, nem céu)

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